Terça-feira, 14 de abril de 2020 - 12h28
Uma empregada da
agência Madeira-Mamoré da Caixa Econômica Federal, localizada na avenida Carlos
Gomes, no Centro de Porto Velho, teve teste “positivo” para o novo coronavírus na
segunda-feira, 13/4, e acendeu o alerta do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores
do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO), pois isso representa um risco
perturbador tanto para os trabalhadores quanto para a população que,
diariamente, se aglomera nas imensas filas do lado de fora da maior agência da
Caixa no Estado.
De acordo com
informações colhidas pelo Sindicato, no dia 3 de abril a bancária passou mal e
acabou internada, sendo que dos exames preliminares nenhum diagnosticou a
covid-19. Somente na semana seguinte ela fez o teste para o coronavírus, e o
resultado saiu apenas ontem, 13, confirmando mais um caso na capital.
Mas apesar de todos os
sintomas sinalizarem a ameaça já no primeiro momento, e mesmo com a forte
suspeita de ter uma funcionária contaminada, a direção da Caixa não tinha
tomado – até agora - as medidas necessárias para impedir mais riscos de
contaminação. O banco, logo após o primeiro incidente (quando a funcionária
passou mal e foi internada), apenas mandou desinfectar a agência, e adotou
sistema de rodízio com parte quadro funcional. No entanto, alguns empregados
que permaneceram na agência tiveram contato direto com a paciente, e desde a
semana passada trabalham normalmente na agência, atendendo diariamente pessoas
que vão em busca de receber a ajuda dos programas sociais executados por meio
do banco público, como Bolsa Família, Seguro Desemprego, FGTS e, mais
recentemente, o auxílio emergencial de R$ 600 para as pessoas atingidas pela
crise econômica e social gerada com a pandemia no país.
A partir do momento que
tomou conhecimento do caso o SEEB-RO entrou em contato com a Superintendência
Regional da Caixa em Rondônia e solicitou o fechamento imediato da agência, uma
nova desinfecção geral da unidade e a troca de toda a equipe de empregados –
incluindo os terceirizados e vigilantes – que tiveram contato com a paciente.
Além disso o Sindicato entrou em contato com a Comissão Executiva dos Empregados
da Caixa (CEE/CAIXA), denunciou ao Comando Nacional dos Bancários e à Agência
Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa).
Somente nesta
terça-feira, 14, após pressão do Sindicato - que nesta manhã promoveu ato em
frente à agência, explicando a gravidade do caso para as pessoas que estavam na
fila esperando atendimento do lado de fora - é que a direção regional do banco
decidiu fechar a agência hoje, quando vai fazer nova desinfecção geral do
prédio e fazer a troca de toda a equipe de trabalhadores que tiveram contato
com a paciente. Amanhã a agência estará reaberta, com nova equipe de
funcionários e terceirizados - para atender ao público, que hoje foi
dispersado.
“O banco atava agindo
de forma irresponsável, pois não liberou a tempo os funcionários que tiveram
contato com a paciente para trabalharem em casa, e esses funcionários, que já
foram expostos, também representavam risco de mais contaminação naquela
agência, pois ninguém sabe quem está ou não contaminado. E não apenas os
funcionários estão expostos ao risco, mas também as dezenas de pessoas que vão,
diariamente, à agência. Entre elas pessoas do grupo de risco, como idosos, pais
e mães com crianças, entre outros. Ou seja, é um risco enorme de este caso se
tornar uma cadeia de contaminação caso as medidas essenciais de isolamento e
combate ao contágio não sejam tomadas imediatamente... se já não for tarde
demais”, avaliou José Pinheiro, presidente do Sindicato,
O Sindicato está
impetrando nova ação junto à Justiça do Trabalho para que a Caixa adote as
medidas permanentes de prevenção e combate ao coronavírus determinadas pela
Organização Mundial de Saúde (OMS) e autoridades ligadas à saúde pública.
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