Domingo, 29 de dezembro de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Coronavírus

Intubação está entre as principais medidas adotadas por médicos para o tratamento da covid-19, em Rondônia


Equipe responsável pelo procedimento é composta por médicos intensivistas e enfermeiros - Gente de Opinião
Equipe responsável pelo procedimento é composta por médicos intensivistas e enfermeiros

Em Rondônia, a intubação de pessoas com coronavírus tem sido uma das medidas adotadas para tratar pacientes que perdem a capacidade de realizar a oxigenação devido a grave insuficiência respiratória hipoxêmica. O infectologista da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Amando Noguera, explica como o método é realizado nas unidades hospitalares da rede estadual.

Qualquer indivíduo que contrai o vírus, dependendo de seu organismo, os sintomas comuns de febre, tosse e cansaço físico aparecem após três dias. Se ocorrer agravamento até o décimo quarto dia, os pulmões correm risco de serem lesados. Sendo o órgão do corpo humano responsável pela troca gasosa, os médicos devem verificar o método eficaz para tratar o paciente com alterações durante a troca de oxigênio.

Conforme explica Armando Noguera, a prática da intubação é feita em serviços de urgência e emergência e Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), no entanto, antecipadamente, são utilizados outros recursos para tratar um paciente agravado. Equipamentos como a máscara de alta concentração de oxigênio e cateter nasal são as primeiras opções usadas pelos profissionais da saúde. Para medir a circulação de ar no sangue, um aparelho denominado oxímetro é colocado no dedo da mão do paciente, aferindo a saturação de oxigênio.

Estrutura montada segue à risca todos os protocolos de segurança

“Deve estar em 98% a saturação. Caso a medida baixar para 80%, o indivíduo pode desmaiar e ficar inconsciente. O pulmão serve para receber o oxigênio e levar à corrente sanguínea, dependendo da gravidade da pessoa, os primeiros equipamentos sejam insuficientes, tem que optar por um processo mais adequado”, detalha.

O procedimento de intubação é feito com o paciente sedado, e conta com uma equipe especializada composta por médicos intensivistas, enfermeiros e fisioterapeutas utilizando instrumentos e paramentos próprios da ocasião. O infectologista enfatiza que a ação tem por objetivo ofertar mais oxigênio aos pulmões evitando também possíveis paradas cardiorrespiratórias, outro efeito súbito com possibilidade de ocorrer durante o tratamento por baixa concentração de oxigênio no sangue.

No processo, são aplicados medicamentos sedativos para que o paciente não sinta dor e permaneça inconsciente, como: midazolam e fentanil. Posicionado para a intubação, na via aérea superior do indivíduo, é utilizado um aparelho chamado laringoscópio, que obtém uma exposição adequada das vias a fim de inserir o tubo orotraqueal na região da boca até à traqueia. “É dentro do tubo que vai passar o oxigênio, e não há como ele escapar. Liberamos porcentagens diferentes do insumo de acordo com as condições e necessidades encontradas”, explica Noguera. Outro equipamento utilizado na prática é o ventilador mecânico, que controla todos os parâmetros respiratórios durante a ação.

Quando ausente o ventilador a ação pode ser feita, manualmente, com o dispositivo ambu, na qual é realizada a técnica de ventilação e circulação de ar até o órgão.

GARANTIA DO TRATAMENTO

Considerado o tratamento mais rejeitado por boa parte das pessoas acometidas pelo vírus, reunindo várias experiências com internações hospitalares, Armando Noguera relata: “conversamos com os pacientes sobre a necessidade de aplicar a intubação, e reiteramos os benefícios do processo, que ocorre enquanto a pessoa está sedada. Muitos dizem que têm medo, mas nosso trabalho é unir todos os esforços para garantir sucesso, que é a permanência da vida”.

Procedimento pode salvar vidas em situações de agravamento da covid-19

Ele também alerta sobre a consequência de possíveis sequelas geradas por conta do tempo de internação do paciente, como o aumento da chance de pneumonia associada à ventilação mecânica e lesão nas cordas vocais. No entanto, esse fator ocorre em pequenos casos.

De acordo com o especialista, geralmente, algumas pessoas permanecem de cinco a oito dias intubadas, logo que são confirmados que os pulmões já conseguem funcionar normalmente, os médicos desinstalam os equipamentos. “Quando o paciente melhora, o tubo orotraqueal pode ser retirado, momento em que são realizados os exames de: gasometria, raios-X de tórax, hemograma, saturação do paciente e entre outras avaliações”.

ESTRUTURA PARA O PROCEDIMENTO

O Governo de Rondônia busca reforçar a cada dia todos os atendimentos de saúde em prol da população que vivencia os efeitos da pandemia, priorizando o fornecimento de leitos clínicos e de UTIs. E é por meio desta postura, que garante o serviço de tantos profissionais da área em meio ao procedimento de intubação considerado fundamental no tratamento de pessoas acometidas pela covid-19 em situação grave.

O infectologista enfatiza: “Nas unidades de Saúde da rede estadual, a exemplo dos hospitais de campanha Zona Leste e Centro de Porto Velho, têm os equipamentos próprios para viabilização deste método mencionado. É uma estrutura essencial hoje em dia, mediante aos altos índices de contaminação que vem gerando agravamento, portanto, evitamos que eles esgotem nas unidades para impedir possíveis transtornos”.


Gente de OpiniãoDomingo, 29 de dezembro de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Ministério da Saúde retoma maior pesquisa sobre Covid no Brasil

Ministério da Saúde retoma maior pesquisa sobre Covid no Brasil

A partir desta segunda-feira (11), pesquisadores a serviço do Ministério da Saúde darão início à coleta de dados para uma nova fase do maior estudo

Vacina bivalente contra a covid-19 começou a ser aplicada em Porto Velho

Vacina bivalente contra a covid-19 começou a ser aplicada em Porto Velho

A Prefeitura de Porto Velho, através da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), começou hoje a vacinação bivalente contra a covid-19 em idosos acima d

Porto Velho inicia vacinação bivalente para idosos a partir de 60 anos na segunda-feira (27)

Porto Velho inicia vacinação bivalente para idosos a partir de 60 anos na segunda-feira (27)

A Prefeitura de Porto Velho, através da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), inicia na segunda-feira (27) a vacinação bivalente contra a covid-19

Gente de Opinião Domingo, 29 de dezembro de 2024 | Porto Velho (RO)