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Mais de 55% dos leitos de UTI ocupados na Capital é só a 'ponta do iceberg' que a baixa testagem esconde


Mais de 55% dos leitos de UTI ocupados na Capital é só a 'ponta do iceberg' que a baixa testagem esconde - Gente de Opinião

Segundo palavras do próprio secretário de saúde Fernando Máximo nesta semana "a situação voltou a preocupar nossos profissionais de todas as unidades de saúde, o número de internações aumentou, assim como a busca por atendimentos a suspeitas de infecções pelo novo coronavírus". Mais precisamente, no início desta semana a taxa de ocupação dos leitos de UTI ultrapassou 55% e dos leitos clínicos chegou próximo a 50%.  

A gravidade da situação está sendo mascarada pela drástica redução da testagem, pois não se houve mais falar em campanhas de testagem rápida, como aconteceu tempos atrás, e há dificuldade para se conseguir um exame de PCR. Sem testes em grande escala não há como se saber a real taxa de contaminação e nem estabelecer medidas adequadas de controle e prevenção. O problema só não pode ser mascarado na taxa de ocupação de leitos hospitalares e no número de mortes, que poderão subir assustadoramente nas próximas semanas. 

O secretário Máximo admitiu em entrevista nesta segunda-feira (16) que o governo estaria preparando uma nova estrutura para enfrentar uma provável segunda onda de ataque do coronavírus. Convenhamos, nem deveriam ter desmobilizado a estrutura que anteriormente foi montada, houve uma pressa injustificada e até irresponsável que poderá causar a falta de atendimento e inúmeras mortes que poderiam ser evitadas. 

Máximo se queixou em relação à liberalidade observada em Porto Velho desde que iniciou a fase 4 das medidas de controle, estabelecidas pelo último Decreto governamental. Ora, o governo ‘liberou geral’, não há campanhas intensas de conscientização e não existe na prática qualquer fiscalização, não precisaria ser um gênio para prever que aconteceria exatamente isto. 

Na raiz do problema do descumprimento generalizado das já poucas medidas estabelecidas pelas autoridades rondonienses está a complacência, que beira à irresponsabilidade, do próprio governador, que tempos atrás desautorizou publicamente um comandante da PM que pretendia fazer uma fiscalização mais rigorosa.  

Sobre o desrespeito das medidas de prevenção por parte população uma fonte do Jornal Expressão Rondônia relatou que "O governo não pode ficar achando que só a população e os empresários têm de pagar a conta, porque a responsabilidade é de todos e é preciso muitas vezes usar o poder de polícia, ainda que esse poder seja contra grupos de servidores públicos, políticos e até policiais". 

* Itamar Ferreira é advogado. 

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