Segunda-feira, 26 de abril de 2021 - 11h37
Desde o primeiro mês do início da confirmação oficial dos primeiros casos de Covid-19 em Rondônia, em 20/03/2020, os professores e pesquisadores da Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR) Dra. Ana Lúcia Escobar (Departamento de Medicina) e Dr. Tomás Daniel Menendez Rodriguez (Departamento de Matemática) têm realizado projeções acerca do comportamento da pandemia no Estado.
Os dados da primeira projeção, há mais de um ano, coincidiram com os casos oficiais divulgados pelo estado de Rondônia, conforme mostram os quadros a seguir (acesse o artigo completo da previsão clicando aqui). A variação para mais ocorrida no dia 14/04/2020 foi atribuída à realização de duas festas que violaram as recomendações de isolamento social e alteraram a regularidade das condições dadas até o momento da realização da regressão.
Atualmente a dupla compõe um grupo maior de pesquisadores da Universidade denominado Grupo de Trabalho (GT) de Enfrentamento ao Coronavírus, instituído em março de 2020 e composto por professores, profissionais de saúde e gestores da UNIR, além de pesquisadores da Fiocruz. Os dados científicos apresentados pelos pesquisadores do GT fornecem subsídios para a tomada de decisões da Administração Superior na condução da UNIR durante a pandemia. Dessa forma, os integrantes do GT e Reitoria têm trabalhado com o objetivo principal de manter as atividades essenciais e resguardar a saúde de discentes e servidores da Universidade.
Há mais de um ano, esses e outros pesquisadores da UNIR têm fornecido informações, dados científicos, relatórios, projeções e análises sobre a pandemia para órgãos públicos, instituições, imprensa e comunidade em geral, além de participarem ativamente em algumas frentes de trabalho como em hospitais e em campanhas de conscientização e vacinação contra a Covid-19.
Pela atuação da Universidade Federal de Rondônia e seriedade das informações levantadas, os pesquisadores da UNIR dispõe de bastante prestígio e credibilidade junto a órgãos governamentais e veículos de imprensa. As informações prestadas vão desde orientações sobre prevenção e combate à disseminação do vírus até divulgação de resultados de estudos e pesquisas produzidos na Universidade para orientar o enfrentamento à pandemia dentro e fora da UNIR.
Projeções para o segundo semestre de 2021
Os dados mais recentes da Predição do comportamento da pandemia da COVID-19 em Rondônia, elaborados pelos professores da UNIR Dra. Ana Lúcia Escobar (Departamento de Medicina) e Dr. Tomás Daniel Menendez Rodriguez (Departamento de Matemática), para a semana de 19 a 25/04/2021 (acesse aqui) apontam que o estado possui quase o dobro da média de casos do país para cada 100 mil habitantes, quando comparadas na 56ª semana epidemiológica. Rondônia tem 11.235,87 infectados para cada 100 mil habitantes enquanto o país registra 5.753,49 casos para cada 100 mil.
Segundo os epidemiologistas, os dados apontam para uma realidade preocupante para o estado para os próximos meses, com um número bastante alto de novos casos e óbitos, podendo chegar a 300 mil casos até junho (veja no gráfico abaixo) e 6.000 mortos.
* Previsões realizadas em 25 de março de 2021, considerando a situação do Estado nesse momento.
O professor Tomás Rodriguez adverte que Rondônia é o segundo pior estado do país em números proporcionais de infectados e mortos pela Covid-19, ficando atrás apenas do Amazonas. No gráfico abaixo, é possível perceber que a previsão feita pelos pesquisadores acompanha o número oficial divulgado pelo Governo do Estado, que no dia 1º de abril de 2021 registrou o acumulado de 4.196 óbitos desde o início da pandemia, ultrapassando as estimativas pessimistas de 4.154 mortes. Para a referida data, o intervalo calculado pelos epidemiologistas variava entre 4.056 e 4.154.
* Previsões realizadas em 25 de março de 2021, considerando a situação do Estado nesse momento.
Diante desse cenário, mais uma vez os especialistas alertam para a necessidade de manutenção das medidas de isolamento e distanciamento social, uso de máscaras e higienização das mãos para evitar o contágio enquanto a vacina ainda não está disponível para toda a população.
“É necessário promover o controle de isolamento das pessoas infectadas, com diagnóstico positivo, assim como seus contatos, evitando novos contágios. Para isso, é necessário que elas recebam orientação e apoio do setor público, incluindo assistência psicossocial. Além disso, é necessária a adoção de medidas mais restritivas capazes de reduzir as possibilidades de contágio”, recomendam Ana Escobar e Tomás Rodriguez no estudo.
O recrudescimento da pandemia evidencia que as medidas sanitárias e de combate ao vírus precisam ser mantidas. Dessa forma, mantém-se, no âmbito da UNIR, o isolamento por meio do ERE/ARE* e do trabalho remoto (home office).
“A solução capaz de nos fazer superar o coronavírus é a vacinação e até que ela chegue a todos, a UNIR seguirá as recomendações do Grupo de Trabalho para manutenção das aulas em formato remoto e das atividades dos servidores à distância, garantindo o distanciamento social e a integralização das atividades da Universidade”, declarou a reitora Marcele Pereira em carta aberta à comunidade acadêmica.
O relatório completo pode sobre as predições mais recentes da Convid-19 em Rondônia bem como os anteriores estão todos disponíveis no portal www.coronavirus.unir.br.
*ERE/ARE – Ensino Remoto Emergencial/Atividades Remotas Emergenciais.
Fotos: Leonardo Calderon.
A intenção dos epidemiologistas e pesquisadores da Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR) com a divulgação científica sobre a Covid-19 não é apenas fornecer dados que sejam condizentes com a realidade, mas principalmente que essas informações possam ser utilizadas por gestores municipais, estaduais e federais para a adoção de medidas necessárias e eficazes no enfrentando à pandemia.
Para resguardar a saúde e a vida da população rondoniense, a quem a UNIR atende em grande parte, novas medidas deverão ser adotadas em um eventual retorno às aulas e atividades presenciais. Conforme os especialistas do Grupo de Trabalho de Enfrentamento ao Coronavírus (GT-UNIR), essa volta só pode ser pensada quando a cobertura vacinal do estado atingir de 70% a 80% da população, o que só deve ocorrer entre o final de 2021 e início de 2022, considerando o ritmo atual de vacinação e, sobretudo, que as novas variantes do vírus sejam combatidas pelas vacinas atuais.
Segundo o infectologista Juan Miguel Villalobos (pesquisador da Fiocruz, professor do Departamento de Medicina e membro do GT-UNIR), o retorno seguro às atividades presenciais só ocorrerá quando houver imunidade coletiva – alcançada com a vacinação – de toda a população de Porto Velho e de Rondônia.
“Mesmo se essa população desenvolver imunidade coletiva e não surgirem variantes que escapem à eficácia da vacina, ainda deverão ser mantidos os protocolos de limpeza e higienização. Por outro lado, as medidas mais restritivas de distanciamento poderão ser flexibilizadas. Porém, tudo vai depender de estudos e comprovações científicas a respeito da resposta imunitária obtida pelas vacinas que temos hoje à disposição, e após atingir os 70% de cobertura da população”, esclareceu o pesquisador.
Outro dado importante a ser considerado especificamente no contexto da Universidade é que a faixa etária da comunidade acadêmica, sobretudo a dos alunos, composta majoritariamente por jovens e adultos, será uma das últimas a serem atendidas pela vacinação, que acontece de forma decrescente, dos mais velhos para os mais novos. “Com a cobertura vacinal alcançando os idosos com mais de 60 anos, verifica-se uma alteração no perfil de casos graves e internações, atingindo pessoas das faixas etárias mais baixas, de 50 e 40 anos, por exemplo. Portanto, é mais uma consideração a se fazer quando for planejar o retorno às atividades presenciais”, concluiu.
O vice-reitor e presidente do GT, professor doutor José Juliano Cedaro, reitera que as etapas para retorno das atividades presenciais deverão ser planejadas de acordo com o comportamento da pandemia, levando em consideração os parâmetros essenciais que são a taxa de vacinação em 70%, a imunidade coletiva e a redução da transmissibilidade do vírus. “Possivelmente, algumas atividades administrativas deverão ser retomadas primeiro para organizar o retorno, mas somente em condições seguras e com a cobertura vacinal desejada”, afirmou o vice-reitor.
Para fornecer um ambiente seguro no retorno às atividades presenciais, o vice-reitor adianta que a UNIR já está se planejando com a aquisição de mais insumos e equipamentos de proteção individual (EPIs) para serem disponibilizados para toda a comunidade acadêmica, conforme a necessidade das unidades.
Entre os materiais estão máscaras de pano e PFF2/N95, álcool em gel, face shield, tapetes sanitizantes para os laboratórios, placas/escudos de proteção em acrílico para locais de atendimento ao público, lixeiras com pedal, sinalização, entre outros equipamentos que ainda serão analisados. Desde o ano passado, a UNIR disponibiliza EPIs para servidores que se encontram em escala de revezamento para atividades essenciais, bem como para alunos do internato médico e de atividades práticas em enfermagem, por exemplo.
“É preciso pensar também na utilização dos espaços da Universidade como sala de aula, biblioteca, laboratórios, cantinas, refeitórios etc. Todos esses lugares têm uma concentração maior de público e será necessário definir o que será e como será utilizado. Qual a capacidade estipulada para manter um distanciamento seguro? Tudo isso ainda precisa ser pensado, mas, mais uma vez, tudo dependerá do comportamento da pandemia até lá”, observou Cedaro.
Juliano Cedaro alerta também para a necessidade de se considerar condições de retorno que estão além da atuação direta da Universidade como a disponibilização de transporte público suficiente para a comunidade acadêmica, que já era uma dificuldade anterior à pandemia e necessita agora de mais atenção devido às restrições sanitárias.
O retorno, em um primeiro momento, poderá contemplar o ensino híbrido, que conjuga atividades presenciais e remotas. Contudo, essa e outras possibilidades ainda serão debatidas e deliberadas pelos colegiados da UNIR nos Conselhos Superiores.
Segundo a reitora da UNIR, professora Marcele Pereira, todas as ações no campo da educação em saúde, prevenção e vigilância implementadas no âmbito da Universidade têm buscado a garantia da vida e do bem-estar da comunidade universitária. Como ela aponta, “sabemos da importância e da urgência em retomarmos as atividades presenciais, mas isso só será feito quando tivermos garantias de que haverá segurança epidemiológica para nossos alunos e alunas, servidores e suas famílias”.
Ainda segundo a reitora, “É importante perceber não apenas que a UNIR não parou durante a pandemia, em termos de produção acadêmica, pesquisa e atividades de extensão, mas, também, temos tido todos os cuidados para garantir o acolhimento a cada membro de nossa instituição, em todos os campi de nossa Universidade. Isso significa não apenas focar nas pesquisas e cuidados advindos da pandemia e com os quais, como instituição de ensino e pesquisa, precisamos lidar, mas, também, lidar com a face humana dessa verdadeira tragédia que nos tem acompanhado desde o ano passado. Trata-se de pensar a saúde mental, o cuidado nas horas de luto e, também, pensar os próximos passos de nossa Instituição com seriedade, planejamento e transparência”.
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