Segunda-feira, 25 de maio de 2020 - 19h36
É uma tentativa de superar o fato de que cada 100 previsões sobre o coronavírus no
Brasil feitas por governos, estudos acadêmicos, infectologistas e matemáticos
nos últimos 3 meses, 96 erraram.
Usando
modelos matemáticos e de inteligência artificial, cientistas, matemáticos e
infectologistas lançaram uma plataforma aberta, feita por voluntários, que
prevê o comportamento do coronavírus no Brasil, em tempo real, e faz previsões
de sua evolução. Denominado de Spume, o software prevê que o pico do novo
coronavírus no Brasil será entre o fim de maio e começo de junho, além disso,
ela demonstra que, atualmente, o país já chega ao número de 15 milhões de
infectados, sendo que a previsão dos pesquisadores é que 75 mil brasileiros
venham a morrer em decorrência da doença. Estes dados foram feitos considerando
a capacidade de leitos que temos hoje. Mauro Jeckel, CEO da Spume, diz, que em
termos estatísticos, a doença deve permanecer ainda por cerca de dois meses e
meio no Brasil. Ele ressalta que seu objetivo não é apenas fazer previsões. “É
também ajudar em políticas de saneamento de modo que a gente possa ter um
laboratório para gestores de saúde pública”, disse. A plataforma é capaz de
representar o comportamento do vírus nas diversas regiões do país. Antes de
colocarem a plataforma em funcionamento, Jeckel contou que foi realizado um
estudo considerando 25 previsões sobre quando seria o pico da pandemia, e
chegaram à conclusão de que praticamente todos se equivocaram. “Os dois estudos
mais famosos, citados pela mídia, no caso, Imperial College of Science ou a
Universidade de Tecnologia e Design de Singapura, têm uma diferença de 900
vezes. O software foi feito por se
perceber que há uma grande dificuldade de se fazer esse cálculo. A
infectologista Gladys Prado, que participa da plataforma, ficou responsável
pela discussão sobre as características dos vírus em si, dos patógenos e das
epidemias. Ela diz que uma ação coordenada é a forma mais assertiva para se combater
a proliferação do vírus. “A própria quarentena só tem efeito se for feita de
forma adequada. Uma das maiores dificuldades da gente é comprovar efeitos da
quarentena porque, em geral, elas são feitas de uma forma muito heterogênea
pelo mundo. Os trabalhos que existem são heterogêneos e é difícil a gente
encontrar um modelo que já tenha sido testado e depois retestado”, complementou.
Fonte: Com dados da CNN/ Usina de Ideias.
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