Quinta-feira, 1 de setembro de 2011 - 13h47
Médicos da unidade neonatal do Hospital de Base Ary Pinheiro, em Porto Velho, denunciam a precariedade no setor e o risco de mortes na UTI por falta de estrutura e de profissionais. A carta contendo detalhes da rotina dos profissionais foi encaminhada a diversas autoridades, entre elas para o Secretário Estadual de Saúde, o Diretor Geral do Hospital de Base, a Presidente do Conselho Regional de Medicina, ao Presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria, ao Sindicato Médico de Rondônia e ao Ministério Público Estadual.
Os médicos fazem um alerta: não podem ser responsabilizados por eventuais perdas de pacientes recém-nascidos, “pois não conseguimos assistir a duas ou mais crianças graves ou em mais setores, assim como não podemos ‘escolher’ quem deverá viver ou morrer, cabendo a responsabilidade também ao Sistema Único de Saúde Estadual”.
Assinado por quatorze médicos pediatras-neonatologistas, o documento revela às autoridades da área de saúde a superlotação na unidade neonatal do Hospital de Base, a falta de especialistas suficientes nos plantões, atrasos no pagamento das horas extras e a necessidade de novos equipamentos para suprir a demanda crescente do setor.
Segundo os especialistas, eles trabalham com número excessivo de pacientes recém-nascidos na unidade neonatal. Eles denunciam que os leitos antes colocados no corredor do hospital e tidos como extras ou temporários, se tornaram leitos oficiais. Corredores estão sempre lotados de “pequenos pacientes”, como são carinhosamente chamados os recém-nascidos.
A superlotação põe em risco o pequeno paciente atendido no Hospital de Base. Em média 60 recém-nascidos recebem atenção especial na unidade neonatal. O corpo clínico não é suficiente para atender a demanda. Seriam necessários seis pediatras de plantão na unidade hospitalar, número determinado pela ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária - além de mais leitos.
Para os médicos não há nenhum tipo de esforço por parte do Governo do Estado em dar melhorias dignas salariais aos médicos pediatras-neonatologistas, bem como aos técnicos e enfermeiros. Na contramão da falta de profissionais, há concurso público em aberto com candidatos aprovados nos cargos de enfermeiros e técnicos de enfermagem, mas até o momento ainda não foram chamados.
A falta de profissionais de enfermagem nos hospitais públicos é constante. Nas escalas há um déficit de trinta enfermeiros em cada plantão. O ideal seria um enfermeiro ou técnico de enfermagem para cada dois pacientes. Sem o enfermeiro não é possível nem mesmo aplicar a medicação nos pequenos pacientes do Hospital de Base.
Fonte: Ascom
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