Quarta-feira, 1 de agosto de 2012 - 18h04
Um dos setores em que o Governo do Estado encontra maior dificuldade para geri-lo, a Saúde pública de Rondônia acaba de sofrer mais um duro golpe: o Estado foi descredenciado do programa de residência médica, na reunião da Comissão Nacional de Residência Médica, realizada na semana passada. Sem esse programa, o setor de saúde que já enfrenta sérios problemas para atender com dignidade a demanda por leitos e profissionais de saúde em número suficiente, deixa de formar médicos especialistas e perde recursos que eram destinados ao programa pelos Ministérios da Saúde e da Educação.
Em uma reunião na manhã desta quarta-feira no Conselho Regional de Medicina, o representante de Rondônia no Conselho Federal de Medicina – entidade com assento na Comissão Nacional de Residência Médica -, médico Hiran Gallo, conversou com o secretário de Saúde do Estado, Gilvan Ramos de Almeida e com os coordenadores da residência médica. Ele lamentou que o Governo do Estado não tenha dado a devida atenção quando o CRM trouxe a Rondônia em três ocasiões a secretária executiva da Comissão Nacional de Residência Médica, Maria do Patrocínio, e em nenhuma delas conseguiu agendar reunião com o secretário de Saúde ou com o governador.
“Nós sabemos dos problemas com a residência médica de Rondônia há algum tempo e tentamos solucionar o problema por antecipação, mas, infelizmente, ninguém do Governo nos deu ouvido. Agora, somos obrigados a correr atrás do prejuízo, para que Rondônia não sofra mais esse baque”, lamentou Gallo, apresentando uma estratégia para que Governo do Estado cumpra com todas as exigências apontadas em relatório até o próximo dia 16, quando será apresentado pedido de reconsideração à próxima reunião da comissão.
Lembrando que não é hora de reclamar do que não foi feito, mas de unir forças para evitar esse golpe contra a Saúde de Rondônia, Hiran Gallo se comprometeu a trabalhar politicamente junto aos membros da Comissão Nacional de Residência Médica para reverter o voto que representou o fim da residência médica em Rondônia. Mas não deixou de lamentar com o secretário de Saúde, Gilvan Ramos, a decepção de ter confiado no colega de profissão, o médico Confúcio Moura, como a solução para Rondônia e não conseguir sequer marcar uma reunião com uma autoridade de Brasília que serviria para evitar esse constrangimento do descredenciamento do Estado do Programa Nacional de Residência Médica.
Os principais problemas apontados pela Comissão Nacional de Residência Médica no programa em Rondônia estão relacionados a impontualidade do Governo no pagamento das verbas a que os médicos-residentes têm direito, a disponibilização de laboratórios e ambulatórios e à falta de preceptores (os médicos-professores que acompanham os alunos durante a residência).
Ao final da reunião, Hiran propôs ao secretário de Saúde Gilvan Ramos, à coordenadoria da residência médica em Rondônia que se mantenham conectados nesse período, para se ajudarem mutuamente no cumprimento das tarefas que devem ser realizadas até o dia 15, quando será entregue o relatório apontando as providências executadas e o pedido de reconsideração do descredenciamento.
Participaram da reunião no Cremero a presidente Maria do Carmo Wanssa, o conselheiro federal e diretor-tesoureiro do Conselho Federal de Medicina, Hiran Gallo, o secretário de Saúde do Estado, Gilvan Ramos, a coordenadora da residência médica em Rondônia, Estela Zimmerli, o médico Luiz Augusto Paiva, a médica Maria da Conceição Simões, o conselheiro Eduardo Wanssa, o diretor-geral do Hospital de Base, Jean Negreiros, a médica Márcia Meira, da Comissão Estadual de Residência Médica, o médico-residente Cristiano Almeida, representando os residentes, e o assessor direto do Governador, Carlos Alberto Lucas.
Fonte: Cremero
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