Sexta-feira, 8 de junho de 2007 - 11h47
Todos os hormônios de todas as glândulas influenciam a laringe e a fonação. A atividade vocal depende da excitabilidade nervosa, que por sua vez depende da atividade hormonal. A observação foi feita pela fonoaudióloga Elizangela Carelli Hermes, coordenadora da Clínica de Fonoaudiologia da Faculdade São Lucas. Segundo ela, esses fatores acontecem na puberdade, mais cedo e mais discretamente nas meninas que nos rapazes.
Conforme a fonoaudióloga, o desenvolvimento das cartilagens da laringe e das pregas vocais está intimamente ligado ao funcionamento das glândulas sexuais. "Inibido o crescimento sexual, por exemplo: extração dos testículos, a voz permanece aguda. Se a extração for posterior à mudança já não se dão transformações na laringe. Doentes masculinos tratados com hormônios femininos apresentam sinais femininos vocais, e vice-versa", salientou.
As mudanças tardias e incompletas, de acordo com Elizangela Hermes, surgem quando existe um desequilíbrio entre o crescimento físico e emocional do adolescente. "Outras situações, a partir dos 20-25 anos e completado o desenvolvimento laríngeo, pode subsistir um comportamento vocal imaturo por razões endócrinas e/ou neuro-psíquicas como homossexualidade, timidez exagerada ou recusa de abandono da postura vocal infantil", acentuou a especialista.
Na mulher adulta, antes e durante a menstruação, os tecidos sofrem alterações. Segundo Elizangela Hermes, nesse período há retenção de líquidos e a maior permeabilidade dos vasos sanguíneos. "Há mulheres que não assinalam alterações vocais e há quem, ao contrário, registre incômodos, como sensação de secura, ardor, sensação de inchaço e de pressão, diminuição do rendimento respiratório e do apoio, dificuldade em modular timbre e em dinâmica, menos brilho, dificuldade nos agudos", destacou a fonoaudióloga, acrescentando que a grande mudança na voz da mulher dar-se-á na menopausa.
Estes sintomas têm explicação fisiológica, já que a mucosa endo-laríngea está menos lubrificada, as pregas vocais estão inchadas e mais avermelhadas, fatores que reduzem substancialmente a firmeza do esfíncter glótico. Na senilidade, todo o processo interveniente na voz fica mais flácido devido às alterações hormonais, resultando em perda de qualidade, projeção e/ou presença de tremor.
A Clínica de Fonoaudiologia da Faculdade São Lucas oferece o Laboratório de Voz para análise do espectrograma vocal, ou seja, através de uma gravação computadorizada da voz é possível avaliar sua qualidade vocal (intensidade e freqüência fundamental), subsidiando um diagnóstico preciso e condutas terapêuticas acertivas. Em caso de dúvida ou problemas vocais persistentes, consulte um Fonoaudiólogo. O telefone da Clínica de Fonoaudiologia da Faculdade São Lucas é (69) 3211-8037.
Fonte: Chagas Pereira
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