Quinta-feira, 17 de maio de 2012 - 16h25
O presidente do Sindsaúde, Caio Marin, rechaçou na manhã de hoje, durante entrevista a uma rádio local, o boato de “sabotagem” que vem sendo pregado pelo Governo do Estado para enfraquecer o movimento grevista dos servidores da Saúde. Segundo Caio, o Governo prega mentiras à população porque não tem competência para administrar e resolver os problemas da saúde.
A Comissão de Greve vai apresentar ao Ministério Público do Estado nesta sexta-feira um levantamento que mostra que as cirurgias ortopédicas não ocorreram por causa da greve, mas por falta de material. No Centro Cirúrgico, por exemplo, desde o dia 26 de janeiro de 2012, o aparelho de escopia está sem funcionar porque não transmite imagem, conforme ocorrência registrada no Núcleo de Manutenção do Hospital de Base.
“Desde esta data, o hospital vem cancelando cirurgias por falta de manutenção nas aparelhagens”, disse Caio. O aparelho de escopia, segundo registros do Núcleo de Manutenção, é apenas um dos que encontram-se sem condições de uso. No sábado, familiares de uma criança de Nova Mamoré registraram ocorrência no 2º DP por abandono de capaz contra o diretor do HB, Jean Negreiros “Miséria”. Isso porque o hospital há oito dias não realizou a cirurgia da criança por falta de material.
Caio mais uma vez ressaltou que está cumprindo a liminar da Justiça que determina o quantitativo de 80% dos trabalhadores nas unidades e que a greve é legal e continuará por tempo indeterminado. “O Governo diz que não tem dinheiro porque ainda não conseguiu estancar a sangria no Fundo Estadual de Saúde. O Estado gasta muito com compras superfaturadas e com empresas de alimentação, vigilância e limpeza”, denunciou.
Para o sindicalista, se o Governo saneasse esses contratos, haveria uma economia significativa de quase R$ 5 milhões/mês. “Só para elaborar o nosso Plano de Cargos, Carreira e Remuneração o Governo tem a cara de pau de contratar uma empresa por quase R$ 8 milhões, através de licitação. É muito dinheiro para resolver o problema do PCCR. O Governo tem pessoal qualificado para trabalhar de graça na elaboração do plano”, disse.
Na manhã desta quinta-feira 17, vários servidores do Hospital de Base, inclusive médicos, registraram ocorrências contra Jean Negreiros “Miséria” por denunciação caluniosa, injúria, difamação, assédio moral e até prevaricação. Fora isso, os servidores ainda acusam o diretor de nepotismo, uma vez que ele contratou vários parentes para trabalhar como comissionados, no HB. Ao entregar ao documento ao MP, o Comando de Greve do Sindsaúde irá pedir o afastamento imediato do diretor. “Nossa luta agora também é a exoneração do diretor”, finalizou Caio Marin.
Fonte: Marcos Santana
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