Sexta-feira, 29 de novembro de 2019 - 07h36
A CAERD É UM PACIENTE TERMINAL, MAS QUE AINDA PODE SER SALVO COM UNIÃO
DE FORÇAS DOS RONDONIENSES
Depois da batalha da Energisa, virá a da Caerd. A questão da empresa
distribuidora de energia está andando, inclusive com uma CPI em andamento, na
Assembleia Legislativa (nesta sexta, aliás, haverá reunião dela com a
comunidade em Guajará Mirim e na segunda em Rolim de Moura e Ariquemes), mas a
da água ainda é complexa e de difícil solução. No resumo da ópera, o deputado
Jair Montes, relator da CPI da Energisa, diz que não é impossível resolver a
questão da Caerd. Num encontro casual com o presidente da Caerd, José Cardoso
Ferreira, em Brasília, essa semana, ambos acabaram tratando de detalhes do
assunto, que deve evoluir a partir de agora Basta vontade política e a
compreensão de que a privatização da Caerd poderia não resolver o problema e
até ampliá-lo. Tem um argumento forte: “se privatizada a água passará a custar
ao contribuinte valores absurdos, como está cobrando a Energisa nas contas de
luz, o rondoniense vai decretar falência. Não vai aguentar!” Em busca de
alternativas, as conversas recém iniciaram. A Caerd está numa situação
terrível, em função de uma dívida que ultrapassa 1 bilhão de reais. Dela, 600
milhões ela deve à Ceron/Energisa, que, por sua vez, deve a ela um pouco mais
que isso. Um encontro de custos reduziria a conta por mais da metade. Além
disso, a Caerd precisa, com urgência, de cerca de 30 milhões de reais para
quitar indenizações de dezenas de servidores, alguns trabalhando na estatal
desde sua criação e que lá continuam, porque ela não tem como pagar essa grana
toda e mandar para a aposentadoria algo em torno de 200 antigos
funcionários, a maioria contatados por regime da CLT.
Um encontro com o governador Marcos Rocha, nos próximos dias, pode
avançar na busca de alternativas viáveis para que a empresa se mantenha. O
assunto deve voltar à pauta da Assembleia, num momento de coincidência, quando
a Energisa negocia com o Estado a redução drástica de uma dívida de 1 bilhão e
700 milhões de reais. Só que a empresa de energia não aceita um encontro de
contas com a Caerd. Quer que a estatal lhe pague os 600 milhões que deve de
forma parcelada. Montes acha que o Governo só deve topar – e ainda dependerá do
aval da Assembleia, que até agora não aceita a redução da dívida da Energisa –
caso toda a dívida da Caerd com a antiga Ceron seja considerada totalmente
quitada. Enfim, o que pode acontecer a partir de agora é que a Caerd volte à
pauta. Da forma como está sendo administrada atualmente, a empresa é viável. O
problema é que o passado a condena. Usada politicamente, transformada num
cabide de empregos durante longos anos, sempre prestando um serviço deficitário
e sem qualidade, só nos últimos anos ela passou a ser gerida como deveria ter
sido durante toda a sua existência. A Caerd está na UTI, mas ainda não morreu.
Depende muito do Governo do Estado, da Assembleia, da bancada federal e da
população, ressuscitá-la. Conseguiremos?
PREJUÍZOS BILIONÁRIOS
Sobre a Energisa, ainda, já que é o principal assunto no Estado, a
empresa está tendo problemas também em outros cantos desse Brasil, onde atua. A
CPI daqui será prorrogada, mas a do Acre já o foi. Pelo menos em outras duas
regiões do país, atendidas pela empresa, as Assembleias Legislativa também
partiram para a criação das Comissões de Inquérito. Em Mato Grosso e na
Paraíba, elas já estão instaladas, inclusive buscando subsídios com a CPI de
Rondônia. Não está fácil a vida da empresa. Por aqui, ela contava com a certeza
de que sua dívida com o Estado seria muito reduzida. O governo teria aceito,
desde que fossem cumpridas determinadas condições. Mas o caso não evoluiu,
porque a Assembleia Legislativa não aceitou o acordo. A verdade é que a
Energisa chegou patrolando, impondo suas exigências e seus métodos. Ignorou a
população e seus representantes. A falta de diálogo está custando caro à empresa.
Numa conversa entre políticos locais, surgiu a informação de que a
distribuidora de energia já teria perdido algo em torno de 1 bilhão de reais na
Bolsa de Valores, pela imagem negativa e pelas dificuldades que enfrenta em
alguns dos Estados onde atua.
MARCOS ROGÉRIO JÁ TEM CANDIDATO
Um nome poderoso na política rondoniense já tem seu candidato à
Prefeitura de Porto Velho. Para quem conhece um pouco dos bastidores, a decisão
não é nenhuma surpresa. O senador Marcos Rogério, em ascensão no mundo político
não só em nível regional, mas também no cenário nacional, está fechado com o
projeto de reeleição do prefeito Hildon Chaves. Nessa semana, em Brasília, o
parlamentar de Ji-Paraná comentou o assunto com exclusividade para essa coluna.
Disse que é parceiro do Prefeito da Capital e que só não o apoiará caso Hildon
decida não concorrer. Mais que isso, passa pela cabeça de Marcos Rogério que
seu partido, o DEM, indique o nome do vice para compor uma chapa forte na
corrida municipal de Porto Velho. O nome seria o do advogado Fabrício Jurado,
que trocou o Partido Novo pelo DEM, recentemente. É uma nova e emergente
liderança política do Estado, segundo o senador rondoniense. Se a nuvem da
política não mudar, nesse cenário que se desenha para Porto Velho, o prefeito
Hildon Chaves terá ao seu lado uma das mais destacadas lideranças da política
estadual. Marcos Rogério, aliás, é nome citado em todas as conversas, quando se
fala em sucessão estadual para 2022.
SABARÁ, UM EXEMPLO PARA NOSSO HOSPITAL
A construção do novo Hospital de Pronto Socorro, em Porto Velho, pelo
sistema BTS (Built To Serve), continua sendo mote de pesquisas, encontros,
visitas, debates. Na semana passada, acompanhados por cinco deputados, o
secretário da Saúde, Fernando Máximo e Superintendente da Supel, Márcio
Gabriel, foram conhecer o projeto, já tornado realidade, de um grande
hospital, funcionando no sistema BTS, que é um exemplo do sucesso de
empreendimentos semelhantes. Participaram da vista ao Hospital Infantil Sabará,
com 400 leitos, os deputados Marcelo Cruz, Alex Redano, Anderson Pereira,
Cássia dos Muletas e Ismael Crispim. O sistema BTS é utilizado em vários
países, quando um prédio é construído sob total orientação do futuro cliente,
sem um só centavo de dinheiro público. Pronto, é alugado a longo prazo para seu
cliente (no caso local, o Governo de Rondônia), por um prazo mínimo de 20 anos,
com a manutenção por conta do construtor. Segundo Fernando Máximo, há uma
união de forças entre Governo, Assembleia Legislativa, Tribunal
de Contas, Ministério Público, Tribunal de Justiça e boa parte da
população, apoiando a iniciativa. Até porque, por ela, a obra ficaria pronta em
cerca de dois anos, enquanto uma construção pública, com toda a burocracia que
envolve, poderia levar até uma década para ser concluída. “O Sabará é um
exemplo de que o modelo pode funcionar também para a saúde”, comemorou Máximo.
FEIRÃO DO COMÉRCIO NO BINGOOL
Nesta sexta, 20 e no sábado, 30, Porto Velho recebe um grande evento
empresarial. A primeira edição do Feirão do Comércio terá a participação de
empresas de pelo menos 12 setores de atividades; preços com descontos que podem
chegar a até 30 por cento; apresentações artísticas, comida boa, prêmios
especiais e atrações que valem a pena ser assistidas. O evento nos dois dias,
dura 12 horas em cada um deles: entre as nove da manhã até às nove da noite.
“Preço Baixo de Verdade” é o slogan da série de promoções que o Feirão vai
proporcionar ao porto velhense, numa iniciativa da Fecomércio, em parceria com
o Sicoob e o Sebrae. Haverá ainda serviços de atendimento ao público, desde
simples cortes de cabelo e medição de pressão e glicemia, até alguns mais
complexos, de hepatite, de sífilis e HIV, tudo oferecido gratuitamente ao
público. Tanto nesta sexta como no segundo dia, haverá sorteio de 500 reais e,
neste sábado, o destaque será para uma viagem de sete dias a Santa Catarina,
com tudo pago. É daquelas festas comerciais que a gente não pode perder. No
Bingool Club, no centro de Porto Velho. Imperdível!
DOIS MIL NOVOS EMPREGOS
Nos próximos dias começam também as promoções no comércio,
promovidos pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). Três Domingões
estão agendados, começando pela Avenida Jatuarana, no dia 8 deste
dezembro que está chegando. O segundo será no dia 15, na José Amador dos Reis,
zona leste. E o último na Sete de Setembro. As atrações são incontáveis. Tudo
isso sem contabilizar os 5 mil reais em ouro, sorteados toda a semana, até o
final do ano, entre os clientes das lojas afiliadas. Com todo esse esforço,
unindo forças de entidades como Fecomércio e CDL, a meta é buscar um
crescimento nas vendas de, no mínimo, 5 por cento a mais do que no ano passado.
Gente mais otimista, anda achando que esse percentual pode até dobrar.
Há, ainda, notícias mais positivas. O comércio porto velhense deve abrir pelo
menos duas mil vagas temporárias, nessa temporada natalina. Não é de se
comemorar?
PLACAS E BLITZ, ALVOS DE LAERTE GOMES
O deputado Laerte Gomes, presidente da Assembleia Legislativa,
voltou a bater firme em questões relacionados ao Detran e ao trânsito em
Rondônia. A antecipação do lançamento das placas do Mercosul e aspectos das
blitz da Lei Seca foram mote de duras críticas, partindo do parlamentar.
Em relação às placas, Laerte lamentou a antecipação, pelo Detran, de implantar
o sistema de placas do Mercosul quase um mês antes do prazo final. Aqui, será a
partir de 2 de dezembro. No resto do país, em 31 de janeiro. “Foi uma decisão
atabalhoada e desnecessária”, protestou. Já em relação às blitz da Lei Seca, o
presidente da ALE considerou exageradas ações que estão prejudicando o comércio
de Rolim de Moura. Segundo Laerte Gomes, os empresários não são contra as blitz, porém,
consideram abusivo e exagerado “o modo coercitivo”, utilizado pelos
policiais que dão suporte para os agentes do Detran. Para o deputado, “o
objetivo da Lei Seca é a conscientização e a diminuição dos acidentes de
trânsito e não uma ferramenta de perseguição e enriquecimento”. A polêmica está
no ar. Até agora, o Detran não se pronunciou, para responder aos dois temas.
PERGUNTINHA
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das contas, não importam as penas, ele continuará solto por longos anos, até
que todos os processos sejam julgados em última instância?
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