Domingo, 26 de julho de 2020 - 10h23
SUCESSIVAS
ABSOLVIÇÕES. E AGORA, QUEM VAI RESTAURAR A VIDA PESSOAL E POLÍTICA DE ROBERTO
SOBRINHO, JOGADA NO LIXO?
Mais
de 70 por cento de aprovação, perto do final do segundo mandato, a 20 dias de
passar o poder. Nome quentíssimo para o Governo, em 2014. Político popular, discurso
firme, administração que transformou grande parte da cidade. Honesto! Isso
mesmo: honesto. Vários anos depois dele ter saído algemado da Prefeitura que
comandava, Roberto Sobrinho é absolvido tanto a pedido do Ministério Público
Federal quanto na Justiça Federal. Não cometeu crimes, não se envolveu em
falcatruas. Não roubou. Quem vai devolver a ele a honra jogada no lixo, em
operações policiais espalhafatosas, pedidas pela Ministério Público e
autorizadas pela Justiça, quando ele caminhava para encerrar um mandato
vitorioso de oito anos em Porto Velho? Quem enviará a Roberto Sobrinho um
pedido formal de desculpas? Quem poderá amenizar sua dor depois que a opinião
pública foi instada a torná-lo ladrão? E como compensar todo o sofrimento que
ele e sua família têm passado todos esses anos, sendo alvo de ofensas,
chacotas, agressões verbais e ameaças? Duas grandes operações, com nomes
pomposos, desses que a polícia adora criar para dar mais peso às suas ações,
uma com o nome de Vórtice e outra chamada de Endemia (imagine-se só essa
denominação no atual momento!), com um aparato poucas vezes visto, expondo o
então Prefeito ao ridículo e incinerando sua imagem como político, foram
julgadas. Numa, o MPF pediu o encerramento do caso. Noutra, o Judiciário disse
que Sobrinho é inocente. E agora?
Uma
delas, a Operação Vórtice, segundo nota da época do MP, visava “desarticular
uma organização criminosa na Prefeitura de Porto velho, que promovia fraudes em
licitações milionárias para aluguel de máquinas.” Os prejuízos ao erário seriam
na ordem de 100 milhões de reais. Oito anos depois, passadas, várias instâncias
a Justiça Federal absolveram Sobrinho e outros réus de todas as acusações.
Nunca houve roubo. A decisão, na integra, está a disposição, por exemplo, no
site Rondônia Dinâmica. Em relação à Operação Endemia, o próprio Ministério Público
Federal, pediu encerramento da ação. Ele acusava Sobrinho de liderar um esquema
criminoso para não só desviar recursos públicos, como de ter enriquecido
ilicitamente e até ameaçado servidores da Prefeitura, em obras de combate à
malária, realizadas em igarapés. Roberto Sobrinho, como tantos outros gestores
acusados e expostos á execração pública, depois inocentados, jamais recuperará
tudo o que perdeu. Mas, certamente, sua honra pessoal está restaurada. Já que
ninguém dos que destruíram a vida e a
carreira dele terá coragem de se desculpar, essa coluna faz questão de fazê-lo:
nos desculpe, Roberto Sobrinho!
EMERSON
LAMENTA INJUSTIÇA E FESTEJA ABSOLVIÇÃO
Ainda
sobre o assunto, vale a pena reproduzir algumas frases do então vice-prefeito
Emerson Castro, que acabou assumindo a Prefeitura nos últimos meses, depois que
Sobrinho foi, injustamente, defenestrado do cargo. “Muitos acharam estranho o
fato de eu, à época, não ter feito nenhuma declaração acusatória ao Roberto. Nesses
8 anos nunca falei a ninguém, na imprensa, nada que fosse desabonadora a honra
dele, pois sempre o vi trabalhando e cuidando da família. Agora aí está! O
próprio MPF reconhece isso. Quantas vidas já foram arrasadas, destruídas por
ações que se utilizaram de frases descontextualizadas, de indícios frágeis (ou
inexistentes) de atos supostamente criminosos?”. Mais adiantae, prossegue: “Vi
nesses anos de vida pública, vários
homens e mulheres serem constrangidos ou injustamente presos em
operações espetaculosas, que sequer redundaram em aberturas de processos. Vi,
diversas vezes, o MP ou MPF acusar mesmo com relatórios da PF não apontando
envolvimento de alguns acusados em atos criminosos. Enfim... Fico feliz pela
absolvição do Roberto. Um justo inocentado deve ser motivo de alegria a todos”.
Resumiu tudo!
EM
86 DIAS, 810 MORTES NO ESTADO
Em
quatro dias, 83 mortes em Rondônia, causadas pelo vírus mortal. Foram 56 óbitos
entre quarta e quinta; outros 17 na sexta e 10 no sábado. Com isso, chegamos a
um total de 810 rondonienses que nos deixaram, enlutando famílias, amigos e,
certamente, toda a coletividade. Quando a primeira morte foi registrada, no
início de maio, não se imaginava que, 86 dias depois, teríamos tantas vidas
perdidas para chorar. Pior é que os números não baixam, principalmente em Porto
Velho, onde já se registraram, até a noite do sábado, nada menos do que 531
óbitos, nesse período. Ou seja, a cada dia, perdemos mais de seis pessoas na
Capital. Principalmente idosos, mas também gente de meia idade, jovens, homens
e mulheres. Felizmente, não se tem notícia de morte de crianças, porque nelas a
doença praticamente não causa maiores danos. No total, o domingo começa com o
número assustador de 35.576 rondonienses infectados pela doença. O coronavírus
ainda vai fazer muitas vítimas, caso não se tomem os cuidados necessários.
Infelizmente, parte da população parece que não entendeu o perigo que todos
corremos. É por causa desses irresponsáveis, principalmente, que estamos ainda
vivendo o auge da pandemia.
LAERTE
NÃO QUER QUE ESTADO ABRA MÃO DE 6 BILHÕES
O
assunto tem que ser debatido com maior profundidade. O Estado, que pretende
facilitar o pagamento de dívidas de grandes empresas, não pode conceder uma
anistia maior do que vai receber. É possível sentar à mesa para
uma negociação, mas o Estado precisa receber mais do que isenta, pois é inadmissível
Rondônia aceitar somente 40 por cento da dívida, isentando 60 por cento”. A
opinião é do presidente da Assembleia, deputado Laerte Gomes, ao comentar o
assunto. O governo retirou o projeto original, que concedia os benefícios para
mais de 200 empresas. A mais conhecida delas é a Energisa, a poderosa empresa
sucessora da Ceron. O projeto de lei encaminhado pelo governo não isentava
somente a Energisa, que comprou a Ceron por R$ 50 mil com a condição de pagar o
que a concessionária de energia deve. Laerte explica que “aproximadamente 200 empresas, algumas
delas gigantes, seriam atendidas. O total da dívida é de 10 bilhões de reais,
mais do que o orçamento do Estado em um ano. Com a isenção de 6 bilhões, seriam
recolhidos somente 4 bilhões”. O presidente do Parlamento lembra que “Rondônia
passa por um momento muito difícil, devido aos efeitos do isolamento causado
pelo Coronavírus. Por isso não é a hora de conceder isenção de um valor assim!”.
AQUI, LEIS NÃO
PEGAM. O QUE PEGA É O VÍRUS!
Quando
o Estado caminha para os 36 mil casos de pessoas afetadas pela Covid 19, não é
difícil entender porque esses números são cada vez maiores e mais assustadores,
em toda a Rondônia, mas principalmente em Porto Velho. Milhares de rondonienses
não estão nem aí para a doença e todos os seus riscos, mesmo com os mais de 820
mortos já registrados. Mais de 1.600
ações foram feitas pela Polícia Militar do Estado, contra pessoas que
desrespeitam completamente as medidas de prevenção à expansão do coronavírus. O
principal desrespeito e falta de cuidados são das Coronafest, que continuam
acontecendo em abundância, sempre em número muto maior na Capital do Estado,
onde o vírus causa os maiores danos. Festas clandestinas, com muito barulho,
com a quase totalidade dos presentes ignorando cuidados mínimos, como o uso de
máscaras de proteção, são comuns de domingo a domingo, mas principalmente os
finais de semana. Isso sem falar nos “Banhos”, lotados e sem isolamento algum.
A PM não dá conta de atender tantas denúncias. E pode fazer muito pouco, porque
os envolvidos são apenas ouvidos nas delegacias e liberados. Ou seja, é uma
fiscalização de faz de conta, porque, na
realidade, não pune ninguém. É Rondônia. É o Brasil. Aqui, tem muita lei que
não pega. Quem pega é o vírus...
DEPOIS
DA PANDEMIA, CARNAVAL É CANCELADO
Provavelmente
com um ano de atraso, São Paulo, o maior e mais populoso Estado está anunciado,
desde agora, o cancelamento do carnaval do ano que vem. Quando a pandemia
chegou ao Brasil, em dezembro, ainda com pouca força, governadores, secretários
de saúde e autoridades do setor, já sabiam dos riscos. Todos mantiveram o
carnaval, que reuniu multidões, como sempre, amontoando pessoas e disseminando
o vírus de força avassaladora. Pouco depois, os casos de Covid 19 começaram a
estourar em todo o país. Embora com maiores populações e, por isso,
compreende-se que São Paulo e Rio tenham mais casos de contagiados e mortos,
essa contagem dramática seria muito menor, caso o carnaval não tivesse
acontecido. Em Rondônia, a festa também foi grande e claro, o risco de
disseminação da doença também. Em Porto Velho, como em todos os anos, a Banda
do Vai Quem Quer, apenas para usar um exemplo, levou para as ruas mais de 100
mil pessoas às ruas.
ATÉ
A PARADA GAY FOI SUSPENSA
Ninguém
quis abrir mão da fortuna em dinheiro que as festas carnavalescas representam
no país todo, para começar um projeto de controle da doença e de isolamento.
Quando as primeiras medidas mais sérias foram tomadas, o coronavírus já tinha
apresentado seu samba enredo e feito sua gloriosa passagem pela avenida. Agora,
os irresponsáveis, que na época foram apoiados por várias emissoras de TV,
principalmente a Globo, que tem os direitos de transmissão do carnaval do Rio e
do paulista, jamais alertaram a população da tragédia que se avizinhava. Agora,
transferiram o carnaval vários meses antes do período normal. Por que não em
fevereiro passado? Por enquanto, o anúncio de cancelamento do carnaval, da
Parada LGBT e até eventos religiosos, como a Marcha Para Jesus, foi feito
apenas em São Paulo. O governo e a Prefeitura do Rio de Janeiro, ao menos até
agora, não se pronunciaram. Nos Estados do Nordeste, onde a pandemia ainda é
forte e o carnaval reúne milhões de pessoas, também ninguém decidiu ainda
cancelar a festa. Está na hora de começar a tratar do assunto!
DEPOIS
DA PM, MORTE VOLTOU AO ESPAÇO
Parecia
até um lugar civilizado, numa cidade civilizada! A noite da sexta-feira, no
Espaço Alternativo, foi completamente diferente daquela balbúrdia, das
bebedeiras, do sexo ao ar livre, dos atos de selvageria, da quebra de bancos de
madeira para fazer churrasco, que se vê, nas noites e madrugadas de finais de
semana, naquele ponto de lazer da cidade. Tudo porque a Polícia Militar deu um
chega-pra-lá naqueles que usam o Espaço como se fosse a privada de suas casas.
Na noite de sexta, várias viaturas saíram do quartel central da PM, na avenida
Tiradentes. Todas foram para o Espaço Alternativo. Lá, os policiais proibiram
aglomerações, checaram documentos de motoristas e motoqueiros; impediram o
consumo de bebidas e drogas, coisas comuns
no local e mostraram, claramente, que nessa terra ainda tem quem faça
cumprir a lei. Pena que, se as operações não forem constantes, no próximo fim
de semana toda a baderna volta novamente. Mas, espera-se, a PM vai voltar sim,
para manter nosso Espaço Alternativo livre dessa gente que não valoriza nada de
bom que sua cidade tem! Prova de que a PM presente é importante é que, horas
depois dos policiais deixarem o local, dois motoristas faziam um racha. Um
ciclista que passava no local foi atropelado e morto. Ou seja, sem a PM, tudo
voltou ao normal...
AINDA
DÁ PARA ACREDITAR EM PESQUISAS?
Dá
para acreditar em pesquisas eleitorais? Há pelo menos duas décadas elas
começaram a perder a credibilidade e isso foi piorando, chegando ao ápice no
final de 2018, quando todos os institutos mais importantes não registraram a
vitória de Jair Bolsonaro e, pior, todos anunciavam que Bolsonaro seria
derrotado por qualquer dos seus adversários, num segundo turno. Agora, as
pesquisas recomeçam. As do DataFolha e Ibope, ambas ligadas à Rede Globo, já
perderam totalmente qualquer crença de serem reais. Mas o Instituto Paraná
ainda sobrevive, aparentemente sem ter tendência política. E foi pesquisa
anunciada pela Paraná que colocou o próprio Bolsonaro, caso a eleição fosse
hoje, como o candidato vitorioso, inclusive vencendo qualquer dos seus
opositores principais num segundo turno. O segundo na pesquisa é Sérgio Moro.
Há uma diferença de 12 pontos percentuais entre eles. Surpresa é que Fernando
Haddad, do PT, ainda seja o terceiro, com pouco mais de 13 por cento de
intenções de voto. Bolsonaro teria 29 por cento. Tudo muito cedo ainda, mas o indício
do Instituto Paraná é totalmente contrário a pesquisas do Ibope e Data Folha,
que só apontam números negativos do atual governo. Vamos ver como será daqui
para a frente.
PERGUNTINHA
Você
acha que o Carnaval de fevereiro passado ajudou a espalhar o coronavírus de
forma assustadora ou que isso é apenas um raciocínio paranoico, sem qualquer
base na realidade?
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