Domingo, 11 de novembro de 2018 - 09h19
CASO SEDAM: POLÍCIA LEVANTA MAIS PROVAS CONTRA ORGANIZAÇÃO
CRIMINOSA E PRISÕES FORAM PRORROGADAS
A Operação Pau Oco, que se realiza dentro da
Sedam, continua andando e a cada dia encontrando novas evidências de corrupção
que estaria ocorrendo dentro do órgão responsável pelas questões ambientais do
Estado. De outro lado, nessa semana, o governador Daniel Pereira começou a
nomeação dos substitutos dos servidores presos ou afastados. O novo comandante
é o engenheiro florestal Renato Berwanger da Silva, servidor de carreira do
Estado. O biólogo Jorge Lourenço da Silva será o adjunto. Ambos foram nomeados
depois das prisões do agora ex secretário Hamilton Pereira e de seu adjunto,
Osvaldo Pitaluga. Outra prisão importante foi a do engenheiro florestal Flávio
Augusto Tielleti, detido, numa operação midiática, dentro de um avião da Azul, que recém chegara
ao aeroporto de Porto Velho, na quarta-feira.
A verdade é que o esquema que
envolvia muito dinheiro, tinha a participação, segundo o inquérito policial
enviado à Justiça e acatado pelo desembargador Oudivanil de Marins, (número do
processo: 0006177-84.2018.8.22.0000) de vários servidores, que teriam formado uma quadrilha para extorquir
usuários da Sedam, falsificar documentos e se beneficiar de todo o esquema. Num
texto de 62 páginas, foram nominados os envolvidos, quando o Magistrado
determinou as prisões de alguns; afastamento imediato do cargo que ocupam, em
outros casos e ainda autorizou busca e apreensão de documentos, para que se ampliem
as investigações. Segundo as denúncias, Flávio Augusto Tiellet (assessor do
Governo), Hamilton Pereira (secretário agora defenestrado e preso) e Osvaldo
Pitaluga, adjunto, também preso, era o trio de comandantes. Tiellet, preso
dentro do avião, quando retornava a Porto Velho, não era lotado na Sedam, mas
sim na Governadoria, “mas agia como se secretário fosse, conforme depoimentos
de várias testemunhas”, diz a denúncia.
Vários
outros servidores do órgão foram afastados e o trabalho policial começa a
colher frutos importantes. O caso é gravíssimo e ainda pode chegar a muito mais
gente, inclusive um ou outro peso pesado. Ligações telefônicas interceptadas e
conversas via internet, comprovariam várias das acusações contra os envolvidos.
As informações liberadas sobre a Operação concluíram também que, embora o comando
da Sedam funcionasse no Palácio Rio Madeira/CPA, era na antiga sede da entidade,
na Estrada de Santo Antônio, que funcionava parte do esquema ilegal. Num dos
casos (há inúmeros exemplos), o inquérito conta a historia de um engenheiro florestal
que teria sido obrigado por Hamilton Pereira, o ex secretário, a modificar
parecer contrário à uma empresa, que, mesmo com várias irregularidades, teve
sua licença expedida. Está tudo no inquérito. O grupo é acusado de extração ilegal de madeiras em áreas florestais de
jurisdição estadual, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, entre outros
crimes. Fiquemos de olho, porque vem muito mais coisa por aí...
UM GOVERNADOR QUE NÃO PODE ERRAR
A lista da transposição anunciada pelo governador eleito
Marcos Rocha ainda é o assunto do momento. Nela há excelentes nomes, outros
tantos desconhecidos, mas há também aqueles que podem ser chamados, no mínimo,
de “altamente problemáticos”, para usar um palavreado mais soft. E é com esses que
ele precisa se preocupar, até para
manter seu discurso de que vai governar com uma equipe só de primeira linha,
com técnicos, especialistas, ficha limpa e prontos para iniciar um governo onde
o combate à corrupção será a mais forte prioridade. Claro que na maioria dos
casos, os processos contra alguns membros do time de Rocha ainda estão andando,
não há sentença. Mas em outros, já as há. Portanto, é importante que, eleito
com o discurso da limpeza geral; da diferença e do combate tenaz à corrupção, o
governador que assume em janeiro reveja algumas coisas, veja outras e comece
sem deixar qualquer suspeita de que, dependendo do assessor, vai agir como
agiram outros governantes: fazendo de conta que nada aconteceu. Talvez outros
políticos até pudessem usar esse típico jeitinho, mas não o Coronel Marcos
Rocha. Ele veio com a promessa de mudar as coisas na nossa política. E tem tudo
para fazê-lo, porque tem o apoio da grande maioria dos rondonienses. Pois, que
o faça!
MIRANDA COMANDA TIME DO GOVERNO
O chefe da Casa Civil, Eurípedes
Miranda é o principal nome indicado pelo governador Daniel Pereira para
comandar a transição de governo, trabalhando com a equipe de Marcos Rocha.
Fazem parte ainda do time palaciano, que vai abrir as informações sobre o
Estado para seus novos comandantes, o procurador geral Juraci Jorge da Silva;
Pedro Afonso Pimentel, secretário de Planejamento e Franco Ono, secretário da
Fazenda. Os adjuntos de cada pasta também vão participar. Pela Casa Militar, o
coronel Figueroa vai representar a equipe na transição. Elias Rezende de
Oliveira será o principal representante do grupo de Marcos Rocha, nesse período
de transição. Os trabalhos já iniciaram e os dados do Estado, em todas as áreas, começam a ser repassados para
o grupo representante do novo governo. Enquanto isso, o governador eleito
começa agora a montar seu secretariado e a planejar as primeiras ações que
tomará, ao assumir o poder.
DIPLOMAÇÃO FESTIVA NA UNOPAR
É
apenas pró forma, mas é uma solenidade sempre importante e aguardada pelos
eleitos, porque quando recebem seus diplomas, estão oficialmente no rol
daqueles que foram escolhidos pelo povo para representá-lo. Por isso, a
cerimônia de diplomação dos eleitos (governador, vice, senadores, deputados
federais e deputados estaduais, incluindo alguns suplentes), é um evento que
faz parte do calendário eleitoral e é muito aguardado pelos eleitos. A
solenidade desse ano, segundo anuncia o Tribunal Regional Eleitoral, será no
dia 18 de dezembro, uma terça-feira, a partir das 17 horas. O local escolhido
foi o auditório da Unopar, na avenida Rio de Janeiro, um excelente local que
pode abrigar cerca de mil pessoas sentadas e é dirigida pelo empresário Paulo Andrade.
A previsão é de superlotação, porque o evento é sempre prestigiado por
familiares e amigos dos que vão ser diplomados. Receberão seus diplomas o
governador Marcos Rocha; seu vice, José Jodan; os senadores Marcos Rogério e
Confúcio Moura; os oito deputados federais e os 24 deputados estaduais eleitos, além dos suplentes. Vai
ser, sem dúvida, uma grande festa.
DUAS CHAPAS DISPUTAM A OAB
No
Brasil das forças políticas, quando termina uma eleição, começa outra. Agora,
ela é muito menor, mas não menos importante. A Ordem dos Advogados do Brasil, subseção
Rondônia, vai escolher seu novo presidente, depois de dois mandatos recheados
de sucesso do advogado Andrey Cavalcante. Duas chapas vão concorrer na disputa que
acontecerá no próximo dia 19, daqui a oito dias. Os candidatos são Elton José
Assis (apoiado pela atual diretoria) e Maracélia Lima de Oliveira, de oposição.
A eleição acontecerá simultaneamente em Porto Velho e nas 18 subseções da OAB
Rondônia, das 9h às 17h, quando os advogados e advogadas irão escolher os novos
representantes da Seccional, das Subseções e da Caixa de Assistência dos
Advogados de Rondônia (Caaro). A chapa eleita, que indicará também os nomes que
vão compor o Conselho Federal da OAB, terá um mandato de três anos, com
possibilidade de apenas uma reeleição. A disputa está renhida, mas o que se
ouve no meio dos advogados é que a chapa da situação esta tendo maior
receptividade. Saberemos se isso é real quando as urnas se abrirem...
GUERRA SILENCIOSA DE BASTIDORES
A
cerca de 80 dias da posse dos membros eleitos em outubro para a futura Assembleia, parece que está tudo calmo pelos
lados do legislativo rondoniense. Não está. Há uma grande batalha, ainda
silenciosa, em torno da escolha do novo presidente e da nova Mesa Diretora, que
assumem em 1º de fevereiro do ano que vem. Há pelos menos três grupos fortes se
formando. Um deles já teria 14 deputados. Outro garante também que tem 14
apoiadores, ou seja, nessa conta, estão sobrando quatro votos, já que existem
apenas 24 deputados. Há uma terceira via, ainda sem divulgar seus apoios,
liderada por um nome forte vindo do interior. O governador eleito e seu
principal aliado no parlamento (o deputado eleito Eyder Brasil), já avisaram
que suas preferências recaem sobre o deputado José Lebrão, do MDB, o mais
votado nesta última disputa. Contudo, outra força estaria se formando, com
nomes como os dos deputados Jean de Oliveira, Laerte Gomes e vários outros,
representando forças políticas importantes. Ninguém fala oficialmente sobre o assunto.
O deputado de Ariquemes, Alex Redano, também sonha com a presidência. A verdade
é que não há ainda nada decidido. Teremos mais de dois meses e meio pela
frente, com muitas conversas e reuniões de bastidores, tratando do assunto. Só
na última hora se saberá, exatamente, quem tem mais voto entre seus colegas.
O MAIOR DE TODOS OS ESCÂNDALOS?
Há
uma grande expectativa nos meios políticos e empresariais para o que vai sair
das investigações sobre o BNDES e, principalmente, para quem foram os bilhões
de reais que, ao menos até agora, praticamente ninguém sabe como e porque foram
utilizados. O presidente eleito Jair Bolsonaro reiterou essa semana, outra vez,
que vai atender o anseio dos brasileiros e abrir o que todos chamam de “caixa
preta” do Banco de desenvolvimento. Ele repetiu pela enésima vez. “Vamos abrir
todos os sigilos do BNDES, sem exceção. É o dinheiro do povo e nós temos que
saber onde está sendo usado”. Alvo de operações policiais, no BNDES foi
descoberta apenas a ponta do iceberg e os ex ministros Guido Mantega e Antônio
Palocci, além do ex presidente da instituição, Luciano Coutinho, já foram
indiciados por operações ilegais. O mesmo aconteceu com o empresário da JBS,
Joesley Batista. Quando tudo for escancarado, há quem diga que será de
conhecimento público o maior, mais incrível e poderoso sistema de corrupção da
história do país. E que tudo o que
aconteceu na Petrobras será apenas o equivalente à arrecadação de um batedor de
carteiras no metrô carioca, ante o volume da corrupção que será descoberto no
BNDES. Veremos se tudo isso é verdade, no início do ano que vem, quando
Bolsonaro cumprir sua promessa.
PERGUNTINHA
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