Terça-feira, 15 de dezembro de 2020 - 06h00
DEFESA DA MULHER: UMA COISA É O DISCURSO, MAS BEM DIFERENTE É A REALIDADE DAS LEIS E DOS EXEMPLOS
Há uma
distância enorme sobre campanhas contra isso e contra aquilo e a realidade que
se vê nesse Brasil, todos os dias. De um lado, a pura hipocrisia, que se tornou
quase um artigo da Constituição, tal a forma como é usada a torto e a direito,
para enganar a população. De outro, legislações pífias, quase sempre a favor de
quem pratica algum tipo de delito. Tudo isso vai na contramão dos efusivos
discursos que se ouve, vê e lê na mídia, todos os dias. Isso quando a própria
mídia, quando protagonista, não faz ouvidos moucos e lava as mãos. Vamos
explicar e dar exemplos concretos, para todo esse lamento. Um homem,
respondendo por pelo menos cinco crimes de estupro, embora não tenha sido
condenado até agora, foi absolvido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, num
caso rumoroso, que envolve ataques à dignidade das mulheres. O crime dele foi
nojento e em público: o tarado, ejaculou em cima de uma mulher, dentro de um
ônibus. A sentença não considerou o ato grave. Sentença exarada pelo TJ
paulista, através do juiz José Eugenio do Amaral Souza Neto, considerou que não
era necessária a manutenção da prisão do acusado. Para o magistrado, o crime se
encaixa no artigo 61 da lei de contravenção penal - que é de 1941, ou seja, tem 79 anos – e diz
que “importunar alguém em local público de modo ofensivo ao pudor e é
considerado de menor potencial ofensivo”. Como combater o assédio, como
defender as mulheres, como conter os assediadores e tarados, com decisões
frágeis como essa? Há que, sempre, se respeitar as decisões judiciais e
cumpri-las à risca. Mas não há o que impeça de que se discorde de casos como o
do tarado do ônibus. Impune!
Mas a hipocrisia, a que torna a realidade cruel e dolorosa, é muito mais ampla. A impunidade jamais pode vencer, sob pena de darmos carta branca a todos os criminosos que se aproveitam das mulheres, como há milhares de casos todos os dias. Nesse caso, o triste evento ocorrido dentro da Rede Globo não pode ser ignorado. A emissora, que tem feito grandes campanhas (todas elogiáveis), em defesa das mulheres, contra as agressões, contra as mortes, contra o assédio, deu um péssimo exemplo ao país. Um dos seus diretores atacou sexualmente várias mulheres. Cinco delas trouxeram o caso a público, pelas redes sociais, porque dentro da Globo não tiveram espaço para fazê-lo. E a emissora, que poderia aproveitar o triste evento para mostrar ao público que o que ali ocorreu não é algo que ela aceite; que tomou as providências, que o que defende para fora, o faz também da porta para dentro, não o fez. Não dá para usar tanta hipocrisia, como se o público fosse idiota. Por isso, tantos protestos, nas redes sociais, contra casos como os da omissão da Globo e da decisão judicial que achou um crime menor, um ataque público contra uma mulher, dentro de um ônibus. Desse jeito, nunca vamos mudar a sociedade, em relação ao que devemos ter em termos de cuidado e proteção, com as mulheres brasileiras.
RECÉM AS URNAS FECHARAM E JÁ COMEÇOU NOVA CAMPANHA
Contra o que se lamenta e protesta,
seguidamente, nesse espaço, está acontecendo novamente. E continuará assim, ad
eternum, até que a classe política – leia-se principalmente o Congresso
Nacional, mas não só ele – crie vergonha na cara e nos permita viver não só de
eleições. Tem que sobrar um tempinho para se cuidar dos problemas das cidades,
dos Estados, da Nação. Mal terminou uma eleição e os bastidores já se
fervilham, com a próxima corrida às urnas, que será daqui a mais ou menos dois
anos. Bolsonaro será ou não reeleito? Quem teria cacife popular para tirá-lo do
poder? E Marcos Rocha, se manterá no governo ou um dos vários pré candidatos,
que já estão em campanha aberta, poderá derrubá-lo da cadeira do Palácio Rio
Madeira? Expedito Júnior vai concorrer de novo ao Governo ou preferirá buscar a
única cadeira do Senado, que, também, só vagará em 24 meses? Dos atuais
deputados federais, quem ficará, quem sairá? Num país onde a classe dominante
decide que devemos, todos, viver apenas no entorno de eleições, começando outra
quando uma termina, não há mais nada importante na pauta. Até quando vamos
suportar isso?
COMEÇOU: SUCESSÃO ESTADUAL TEM VÁRIOS NOMES
A disputa pelo Palácio Rio Madeira deverá ser
muito acirrada. O governador Marcos Rocha, que ainda está sem partido, vai
trabalhar muito mais nesses dois anos que tem pela frente, para buscar sua
reeleição. Ele conta, como um dos seus ases na manga, com o apoio total do
presidente Bolsonaro, que poderá ser um grande cabo eleitoral, caso chegue a
meados de 2022 com a mesma popularidade que tem hoje. Mas o senador do DEM,
Marcos Rogério, já está em campanha. E vai lutar também pelo apoio de
Bolsonaro, caso o Presidente possa confirmar que será mesmo um bom cabo
eleitoral. Marcos tenta amarrar apoios de outros partidos, como o PSDB, onde
terá, certamente, o aval do prefeito da Capital, Hildon Chaves, caso o próprio
Hildon não decida concorrer ao Governo. Expedito Júnior ainda é uma incógnita.
O que se ouve nos bastidores é que ele estaria pensando, caso a decisão fosse
hoje, apenas no Senado. Outra incógnita
é o empresário de Vilhena, Jaime Bagatoli, ex aliado de primeira hora de Rocha,
hoje seu ferrenho adversário, que quer ser Governador. Bagatoli tem garantido
que terá ele – e não Rocha ou Marcos Rogério – o apoio de Bolsonaro. Correndo
por fora, embora nunca tenha falado no assunto, mesmo não se podendo ignorar
sua popularidade em todo o Estado, surge o nome do presidente da Assembleia,
Laerte Gomes. Dois anos antes, a sucessão está na pauta...
VEREADORES JÁ ESTÃO DE OLHO NA ASSEMBLEIA
É impressionante como funciona a cabeça dos
políticos, mesmo os de início de carreira. Na Câmara de Porto Velho, por
exemplo, que é um retrato em miniatura de como quem está no meio pensa (porque
vale para todos os poderes em todos os estágios, entre os que dependem do voto
popular para chegar ou se manter no poder), se tem um bom resumo da situação.
Mal eleitos, membros da Câmara já montaram uma chapa independente, que se
esfarelou pela rasteira da maioria, que passou para o lado que apoia o
Executivo e, mais que isso, antes mesmo da posse para o novo mandato que começa
dia 1º de janeiro, já há pelo menos meia dúzia de edis, entre novos e
reeleitos, preparando-se para uma campanha à Assembleia Legislativa. A disputa
será em outubro de 2024, lembremos. Entre os nomes que estão de olho numa
cadeira do Parlamento estadual, desde agora, estariam os do Pastor Vanderlei
Silva, o mais votado entre os mais de 610 candidatos á vereança neste ano.
Também devem fazer parte da lista, o presidente já escolhido para novo mandato
na Casa, Edwilson Negreiros e os vereadores Elis Regina, Aleks Palitot, Rai
Ferreira e possivelmente o médico Macário Barros. E essa é apenas uma relação
inicial. Vem mais gente por aí...
VACINAS: MUITO DISCURSO, NENHUMA DECISÃO
A corrida pelas vacinas continua. Infelizmente,
sem um plano de ação conjunto, já que, em vários níveis do poder, cada qual
quer chegar na frente, para ficar bem perante a população. É bom que se diga,
contudo, que há muito discurso mas, até agora, nenhuma ação prática já que a
Anvisa sequer recebeu pedido de registro de vacinas. Até a segunda-feira,
contudo, além de mais uma interferência desnecessária e ridícula do STF, que
através do ministro Lewandowski exigiu que o governo brasileiro apresentasse um
calendário de vacinação, sem sequer alguma vacina já aprovada, nada de novo
aconteceu. O jornal Folha de São Paulo, no final de semana, incluiu a situação
de Rondônia na batalha para que também tenhamos por aqui a tão sonhada vacina
para derrotar o coronavírus. A informação inclui a posição do governo do Estado
e da Prefeitura de Porto Velho.
GOVERNO E PREFEITURA VÃO AGIR SEPARADOS
No resumo, a informação aponta para uma
decisão do sistema de saúde estadual, que já determinou que será seguido o
plano nacional de vacinação do governo federal. O governo Marcos Rocha garante
que tem seringas, agulhas e estrutura para armazenar as vacinas, dentro do
planejamento já feito. A notícia destaca ainda que o prefeito Hildon Chaves
iniciou uma negociação com o Instituto Butantã, para compra de até 80 mil doses
da vacina Coronavac, de origem chinesa. Aliás, Hildon, seu vice, Maurício
Carvalho e a deputada federal Mariana Carvalho, que também são médicos, estiveram
no Butantã e no Instituto Fio Cruz, no Rio de Janeiro, negociando a futura
compra de vacinas. O que parece já definido é que não haverá qualquer projeto
que possa significar uma soma de esforços entre os dois governos, para que seja
feito um plano objetivo, beneficiando a toda a população. Esperemos que os
esforços estaduais e municipais se unam, para imunizar a população o mais cedo
possível.
QUAL GOVERNO E QUAL PAÍS QUE SE PREPAROU PARA A COVID?
Já são 70 milhões de contaminados pelo
coronavírus no mundo todo. Acima de 50 milhões conseguiram vencer o vírus,
embora agora, com maior intensidade, se noticie que ele pode voltar a infectar
a mesma pessoa novamente. O número de mortos pela doença, no Planeta, já
superou 1 milhão. No Brasil, já são mais de 182 mil mortes. O mais estanho
nisso tudo é que pesquisa feita nesse final de semana, aponta que 32 por cento
dos brasileiros considera o presidente Bolsonaro como um dos culpados por todas
essas mortes e, para 8 por cento dos entrevistados, ele é o único culpado. Dos
entrevistados, 52 por cento isentaram o chefe do governo brasileiro de qualquer
culpa. É incrível algo assim. Tanto no Brasil quanto em vários países,
governantes têm sido culpados, em pesquisas de opinião, pelos números trágicos
da pandemia, como se algum deles pudesse fazer algo concreto para impedir
tantas mortes. A pandemia pegou o mundo de calças na mão, sem saber como
combatê-la. Graças à Medicina e à Ciência, milhões de vidas foram salvas e muitos
outros milhões sobreviverão, graças às vacinas produzidas em tempo recorde. Não
há governante que estivesse preparado para enfrentar tal terror. Imputar a
qualquer deles essa culpa, é de uma injustiça atroz. Mas, cada um tem o direito
de pensar o que quiser e transformar suas ideologias em opiniões da forma que
acredita ser o correto. É a democracia!
PERGUNTINHA
Na sua opinião, o sistema de transporte
coletivo em Porto Velho deve priorizar os ônibus, os táxis compartilhados, os mototáxis
ou todos devem ser mantidos?
O genial Chico Buarque de Holanda, um talento e milionário franco/brasileiro comunista, porque defende Cuba e os regimes totalitários, mas mora em
Os números, claro, são aproximados e só envolvem valores pagos pelos cofres públicos ao funcionalismo estadual e municipal. Caso se coloq
Feriados, um atrás do outro: alguns poucos festejam e usufruem, mas a maioria apenas paga a conta
São 14 feriados nacionais. São inúmeros estaduais, mas tem também os municipais. Somando todos, se não somos os campeões, estamos no pódio entre o
As autoridades de segurança de Rondônia comemoram uma queda histórica nos índices de criminalidade, neste 2024. Crimes como furtos (meno