Sexta-feira, 22 de abril de 2022 - 11h20
DEPUTADOS
FECHAM QUESTÃO E EXIGEM INDICAR O NOVO CONSELHEIRO DO TRIBUNAL DE CONTAS. POR
ISSO, REJEITARAM O ESCOLHIDO PELO GOVERNO
Dois dias depois do
evento, para quem vive os bastidores da Assembleia Legislativa, não foi
surpresa a decisão, com 21 votos contrários, à indicação de Jailson Viana de
Almeida para a vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Há pelo
menos duas semanas, havia, entre um grupo de parlamentares, clara desaprovação
não só do nome de um personagem, mas, mais que tudo, indicado num momento em
que, neste tema, havia e há dificuldades de diálogo entre os dois poderes. O
tema chegou a ter, nestes últimos dias, conversas duras entre alguns deputados
e o Executivo. Um dos parlamentares, que obviamente não quer ter seu nome
divulgado, disse ao jornalista titular deste Blog, na semana passada,
textualmente: “esta indicação do Governador vai sofrer uma grande derrota na
Assembleia”! Ou seja, certamente tais informações do que estava sendo
conversado nos bastidores do Parlamento, chegaram ao governador Marcos Rocha.
Um dia antes da votação, na segunda-feira, aliados ao Executivo (que formam a
maioria na Assembleia), avisaram ao Palácio Rio Madeira/CPA, que o nome de
Jailson de Almeida não seria aprovado. A única surpresa palaciana, se houve,
foi, certamente, não o resultado em si, mas sim a quase unanimidade. Dos 22
deputados presentes à sessão, 21 foram contrários e apenas o presidente Alex
Redano, não votou, por questões regimentais, mas disse aos seus companheiros de
Poder que seu voto também seria não. Ou seja, quase 40 anos depois da criação
do Tribunal de Contas do Estado, pela primeira vez na história, um nome
indicado pelo Palácio do Governo é rejeitado pelos parlamentares. O que se ouve
nas conversas de bastidores é que não há nada contra Jailson, um técnico
reconhecido e com um currículo profissional muito positivo, além de ser um
ficha limpíssima, mas sim que os deputados exigem ter voz ativa na indicação do
novo conselheiro do TCE-RO. É apenas luta pelo poder político, portanto.
O resumo da ópera: os deputados fecharam questão em torno da indicação do nome de quem vai substituir o agora aposentado conselheiro Benedito Alves. Uma das versões é de que, feita uma pesquisa junto do TCE, segundo uma fonte da ALE, que participou de tudo, ficou constatado que as três vagas a que o Governo tem direito já foram preenchidas. Outras três, o foram pela Assembleia, que teria, agora, direito (ela e não o Governo!) de indicar um quarto conselheiro. Uma voz da base aliada chegou a comentar, em off: “o Governador poderia ter indicado o Papa, que ele seria rejeitado!”, exagerou. O mesmo parlamentar, reforçou que não há qualquer objeção contra Jailson de Almeida. Enfim, o impasse está instalado. Até a noite da quinta-feira, o Governo rondoniense não havia se pronunciado oficialmente sobre o caso. A vaga de Benedito Alves continua em aberto e a cizânia está instalada, mas ainda há gente tentando apagar o incêndio. Esperemos, pois!
NA
TEORIA, GOVERNO TEM MAIORIA EXPRESSIVA NA ASSEMBLEIA: 14 VOTOS A 10
No atual momento, como está a base aliada do
governo Marcos Rocha na Assembleia Legislativa. Ela é composta por 14
deputados, onze dos quais concorrem à reeleição e dois que disputarão vagas
para a Câmara Federal. Tentam novo mandato, pelo União Brasil, partido
comandado no Estado por Rocha: Adelino Follador, Cirone Deiró, Ezequiel Neiva e
Rosângela Donadon. Outro membro do UB, o deputado Lebrão, concorrerá a deputado
federal. Além destes quatro, ainda estão na base governista: o presidente da
ALE, Alex Redano. Também do Republicanos, que ele comanda, está Alex Silva (que
não concorrerá à reeleição) e Anderson Pereira, concorrente à Câmara. Luizinho
Goebel, o líder do governo, é do PSC, assim como o é Geraldo de Rondônia, ambos
disputando novo mandato. Completam o quadro de parceiros do governo, os
deputados Jair Montes (Avante), Jean Oliveira (MDB), Johnny Paixão (PSDB) e
Marcelo Cruz (Patriotas), todos também candidatos a mais um mandato. A oposição
tem dez representantes. No grupo, o PL, dirigido no Estado pelo senador Marcos
Rogério, tem uma das duas maiores bancadas: Ribamar Araújo, Eyder Brasil e Jean
Mendonça, que buscam outro mandato. Também com três deputados, está o Podemos,
comandado por outro candidato ao Governo, o deputado Léo Moraes: Alan Queiroz,
Dr. Neidson e Cássia Muleta. Chiquinho da Emater e Lazinho da Fetagro, recém
saído do PT, formam a bancada do PSB. Os dois concorrem outra vez. Por fim, o
ex-presidente da Assembleia, o deputado Laerte Gomes, está no PSD e apoia
também Marcos Rogério para o governo. São, portanto, ao menos na teoria, 14
votos governistas e 10 oposicionistas.
A
OPOSIÇÃO COMEÇA A ATACAR E GOVERNO IGNORA. A VERDADE É QUE A CAMPANHA JÁ ESTÁ
NAS RUAS
A campanha já está nas ruas, é óbvio. Só não vê
quem não quer. Os postulantes aos votos em outubro se dizem pré-candidatos
apenas para cumprirem preceitos legais, já que as convenções só serão em julho
e agosto e, apenas depois delas, a hipocrisia legal determina esta nomenclatura
que não engana ninguém. Desde que grupos oposicionistas começaram a lançar seus
nomes ao Governo, por exemplo, claro que o alvo de todos se tornou o dono da
cadeira do Palácio Rio Madeira/CPA. Afora Léo Moraes, que já vem fazendo
campanha contra o governo estadual há muito tempo, chegou a vez de Marcos
Rogério e de Daniel Pereira. O senador anda atacando Rocha em entrevistas
concedidas na mídia, inclusive acusando o atual Governador de estar comprando
apoios, embora sem apresentar, ao menos até agora, qualquer prova concreta
disso. Já Daniel Pereira, que tenta ainda se colocar como o nome que pode unir
as esquerdas (ainda não conseguiu, mas está na batalha!), tem usado mais as
redes sociais para criticar a administração estadual, inclusive denunciando que
o Estado perdeu milhões de reais, que seriam destinados a construção de um
hospital em Ariquemes. A verdade é que, ao menos por enquanto, o Palácio do
Governo tem ignorado tais ações oposicionistas, não as respondendo e deixando
que elas caiam no vazio. Não se sabe até quando esta tática vai dar certo,
porque, a partir de agora, os ataques serão cada vez mais duros. Ou seja, a
campanha está em andamento e vai aumentar cada dia mais de intensidade.
CINCO
BUSCAM MAIS UM MANDATO À CÂMARA FEDERAL, MAS NOMES QUENTES QUEREM AS SUAS
CADEIRAS
Dos oito componentes da bancada de Rondônia na
Câmara Federal, cinco concorrem à reeleição. Duas mulheres – Mariana Carvalho e
Jaqueline Cassol - disputarão o Senado. O deputado Léo Moraes já decidiu: concorre
ao Governo. Os demais são Lúcio Mosquini, o líder da bancada desde o mandato
passado, que vai em busca da sua terceira eleição; Expedito Netto (PSD) quer a
reeleição, assim como Silvia Cristina (PL) e Mauro Nazif (PSB) e o Coronel
Chrisóstomo, também do PL, lutando pelo segundo mandato. Será uma dura luta
para todos, porque terão que enfrentar pesos-pesados da nossa vida pública, que
vêm aí, ávidos por tomar-lhes as cadeiras. Do grupo governista, vêm aí gente
com chances reais, como Fernando Máximo (Saúde), Elias Rezende (DER) e Evandro
Padovani (Agricultura). Da Assembleia Legislativa, se apresentam como
postulantes os deputados Lebrão e Anderson Pereira. Da nova safra de políticos,
chegam Breno Mendes, que concorreu à Prefeitura e teve votação considerada
muito boa na Capital e Bruno Scheid, homem do agronegócio de Ji-Paraná. Também
aparecem dois outros nomes: o do ex-prefeito de Ariquemes, Thiago Flores e do
seu ex-vice, Lucas Follador. Entre as mulheres, destaca-se o nome da
ex-vereadora e apresentadora de TV, Cristiane Lopes, nome fortíssimo na
Capital. Tem ainda Rosani Donadon, de Vilhena e Viviane Ramires, primeira dama
de Cacoal, entre outras. Ou seja, a disputa será das mais acirradas.
“E ARRANCA-NOS A VOZ DA NOSSA GARGANTA. ENTÃO, JÁ
NÃO PODEMOS DIZER MAIS NADA!”
“Na primeira noite, eles se aproximam e roubam
uma flor do nosso jardim e não dizemos nada. Na segunda noite, já não se
escondem. Pisam nossas flores e matam nosso cão. E não dizemos nada. Até que um
dia, o mais frágil deles entra sozinho na nossa casa, rouba-nos a luz e,
conhecendo nosso medo, então arranca-nos a voz da garganta. Daí, já não podemos
dizer nada!” O trecho do poema de Eduardo Alves da Costa, com alguma semelhança
ao que escreveu o russo Vladimir Maiakóski, num brilhante texto sobre a violência,
a guerra e a Revolução Russa, resume muito bem o silêncio do Parlamento e da
sociedade do nosso país, contra a sequência de pisoteios, que ministros do STF
estão impondo à Constituição e a tentativa, em uníssono com lideranças
esquerdistas, de impor a censura ao Brasil. O caso do deputado Daniel Silveira
é sintomático. Ele exagerou, cometeu sérios delitos, mas, se alguém fosse
puní-lo, deveriam ser seus colegas de mandato e jamais um tribunal superior,
hoje transformado, pela maioria dos seus membros, num braço político da
oposição brasileira. Mesmo os que acham que a decisão foi correta e não por
ideologia esquerdista, não sabem o risco que estão correndo. Aplaudem porque a
punição hoje foi para alguém que não os afeta, que está distante e que, pelo raciocínio
deles, “teve o que merece”, mesmo exercendo seu direito à livre manifestação e
protegido sob o manto sagrado do poder parlamentar, outorgado pelo povo. Então,
para os outros, que se censure! Mas quando eles vierem e começarem a pisar na
grama do seu jardim e matar o seu cão, daí a reação será tardia. Em todo este
caso, o único lado bom é que, usando a Constituição, Jair Bolsonaro concedeu
perdão presidencial ao deputado. No resto, só coisa ruim!
INVASORES
DESTRUÍRAM PROPRIEDADE. PRESOS E SOLTOS, VOLTARAM PARA TERMINAR O QUE COMEÇARAM
Onde
estão sendo cumpridas as leis que protegem a propriedade, que manda prender
criminosos, que impede que pessoas armadas as usem, em ataques a inocentes? Em Rondônia
parece que tais leis não existem. Nesta semana, em Castanheiras, uma
propriedade rural foi invadida, destruída, queimada e os donos da área tiveram
que fugir às pressas, ameaçados pelo grupo de pelo menos dez pessoas, não uma,
mas duas vezes. Na primeira vez, os proprietários e os funcionários da área
tiveram que fugir, enquanto tudo era destruído e queimado. Três dias depois, repetiram
tudo novamente. Neste meio tempo, a polícia descobriu os autores e todos foram
levados à Delegacia. Horas depois, todos estavam soltos de novo e, em menos de
72 horas, os suspeitos cometeram outro ataque violento. No primeiro dia, os
criminosos chegaram atirando contra os proprietários da área. Se não tivessem
corrido, seriam mortos. Dias depois, os invasores voltaram, para terminar de
destruir o que tinham começado a fazer e, mesmo tendo sido detidos neste meio
tempo, fizeram de conta que não era com eles. Ou seja, para muitos produtores
rurais, para gente que dá duro plantando ou criando gado, a lei vale só pela metade.
Ou seja, só quando ela protege criminosos. Porque para proteger quem trabalha e
sua nas plantações e criação de gado, aí a lei é relativa.
A TRÁGICA
MORTE DO MENINO LEVADO PELAS ÁGUAS E O MAIOR VOLUME DE CHUVAS NA CAPITAL EM 50
ANOS
Foi um episódio triste, que mereceu profundo
lamento de toda a sociedade de Porto Velho e do Estado. O temporal da noite da
última terça-feira causou a morte de uma criança de dez anos. O menino estava
no carro com a mãe e dois irmãos, quando o carro deles caiu num bueiro,
escondido pelas águas e arrastou a todos. Mãe e duas crianças foram salvas, mas
o pequeno, mesmo com todos os esforços dos bombeiros e dos médicos, não
conseguiu sobreviver. No dia seguinte, a Prefeitura emitiu Nota não só
lamentando o episódio, como informando estar à disposição da família enlutada
para toda a ajuda que puder. No mesmo documento, há informações surpreendentes
sobre o volume de chuvas, que se abateu na Capital, nesta temporada do inverno
amazônico. Aliás, chuvas torrenciais, com muitas vítimas fatais e enormes
perdas materiais, se repetiram em todo o país. Conforme a Nota da Prefeitura,
“Porto Velho, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET),
enfrenta o pior volume de águas dos últimos 50 anos. Em fevereiro foi registrado
a maior quantidade de chuvas para o mês, nos últimos 33 anos. Em março, o total
foi de 383,8 milímetros, o que equivale a 40 por cento acima do normal”. Diz
ainda que “segundo a Defesa Civil Municipal, o transbordamento de vias decorre
do grande volume de chuva que cai num curto período de tempo, sobrecarregando o
sistema de escoamento pluvial. E as chuvas ininterruptas na noite desta
terça-feira causaram alagamentos em diversos pontos da cidade”.
PERGUNTINHA
Na sua
opinião, tem ou não tem algum fundo de verdade, a conversa dos bastidores da
política de que Lula desistiria de disputar a Presidência da República,
alegando problemas de saúde e indicando Fernando Haddad para substituí-lo
contra Bolsonaro?
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