Terça-feira, 1 de dezembro de 2020 - 06h00
MESMO COM PANDEMIA,
DESEMPREGO E PERIGO DE RECESSÃO, NOSSOS LÍDERES QUEREM É DISCUTIR A PRÓXIMA
ELEIÇÃO
Em quem você vai
votar para Presidente da República? E para Governador? Já tem seu deputado
estadual, o federal, o senador? Finda a eleição municipal do domingo, mesmo com
a pandemia crescendo, com o país se enterrando em dívidas e atrasos; no
desemprego e no perigo de uma recessão, o grande tema nacional,
lamentavelmente, passa a ser a próxima eleição. Talvez por esse abuso, imposto
ao país pela classe política, por um Congresso voltado para seus próprios
interesses e para os umbigos dos que o comandam, é que uma média acima de 32
por cento dos eleitores brasileiros mandou a eleição às favas e simplesmente
não compareceu para votar. Claro que há muitos outros motivos: descrença nos
políticos, candidatos fracos, propostas impossíveis de realizar, obviamente não
generalizando, mas, sempre, observando a maioria. Em São Paulo, os riquinhos e
filhinhos de papai, além dos servidores públicos, que em sua grande maioria também
só se preocupam consigo mesmos, quase elegeram uma excrescência na política, um
tal de Guilherme Boulos, cujo único mérito é orientar a invasão de propriedades
privadas. Em Porto Velho, ao menos, tivemos dois candidatos de boa qualidade.
Hildon Chaves se reelegeu, com cerca de nove pontos percentuais a mais que
Cristiane Lopes, confirmando as previsões e a voz das ruas, mas Cristiane
chegou a mais de 92 mil votos e, não há dúvidas, chegou para ficar na política
rondoniense. Já a tendência de Hildon é ficar mais dois anos no cargo e
entregá-lo ao seu vice, o jovem Maurício Carvalho, para tentar voos mais altos.
Do alto dos seus mais de 105 mil votos, Hildon está apto a concorrer ao
Governo, ao Senado, ao Congresso ou até a Assembleia. Pode escolher. Escolherá,
sem dúvida, mais ali na frente.
As eleições
municipais no país, afora a enorme abstenção (em Porto Velho houve urna em que
o número de eleitores que compareceu chegou a apenas 40 por cento), deram um
chega para lá em candidaturas extremistas. A esquerda naufragou. O PT fez
fiasco. A extrema direita também ficou longe de ser vitoriosa. Quem saiu
fortalecido foram os candidatos do Centrão e aqueles que não têm posições
radicais. Um recado claro tanto para Bolsonaro e seus seguidores, como para a
esquerda radical, que continua pregando teorias alienígenas e, cuja voz é cada
vez menos escutada pelo eleitorado. Por fim, voltando à aldeia, que é uma forma
carinhosa de chamar nossa terra, destaque-se o bom nível da campanha, no geral.
A tal ponto do vencedor Hildon Chaves, ao falar logo após a reeleição, ter dito
que sua adversária também era uma vencedora. Pena que não teremos tempo nem
para curtir os resultados deste domingo. Nos próximos dias, já viveremos em
função da próxima eleição. Uma coisa lastimável, para um país que está vivendo
toda essa situação que vive hoje nosso Brasil. Mas, quem mandou votar naquela
gente, lá atrás? Agora, são eles que decidem nosso destino! Por isso, estamos
ferrados!
21 MIL ELEITORES A
MENOS QUE NO PRIMEIRO TURNO
Na eleição de Porto
Velho, a abstenção chegou a mais de 34 por cento, totalizando 113.826 mil
eleitores, que não compareceram às urnas. Esse número incrível representou nada
menos do 56,3 por cento do total de 202.007 votos válidos, divididos entre os
dois candidatos finalistas. Um recorde. O fenômeno local, que se repetiu em
praticamente todo o país, precisa ser analisado mais profundamente, para que se
encontre uma fórmula de atrair as pessoas para ajudarem a decidir o destino de
suas cidades, do seu Estado, do seu país. Desde as primeiras horas do domingo,
quem percorria as seções eleitorais em praticamente todas as áreas da Capital,
já saía com a sensação de que o número de eleitores presentes seria bem menor
do que no primeiro turno, quando já houve uma abstenção muito alta (mais de 27
por cento), mas, mesmo assim dentro de uma média das disputas eleitorais na
cidade. A partir do meio dia, quando em algumas seções o comparecimento não
chegou nem a 50 por cento, já se antevia uma abstenção recorde. No Domingo de
manhã, cedo, o deputado Jair Montes, que conhece muito bem eleições, já postava
nas redes sociais que em Porto Velho, a abstenção seria recorde. No segundo
turno, faltaram à votação 21.975 eleitores a mais do que no primeiro. Naquele,
o total de comparecimento chegou a 241.180 eleitores, enquanto no segundo
turno, foram 219.205 os que votaram. Pelo menos 11.353 ainda protestaram,
votando nulo. Outros 5.845 votaram em branco.
HILDON CHAVES: UMA
REELEIÇÃO MUITO MERECIDA!
Hildon Chaves mereceu
a reeleição. Teve um primeiro mandato, na sua fase inicial, recheado de graves
problemas, herdados de uma administração pífia do hoje deputado Mauro Nazif. A
questão da destruição do sistema de transporte coletivo, que levou quatro anos
para ser resolvido é apenas um exemplo. Pegou a cidade em péssimo estado. Não
resolveu tudo, claro, mas teve avanços importantes. Resolveu a questão do
transporte escolar, que era um câncer durante anos. Tornou Porto Velho uma cidade
iluminada, com mais de 100 mil pontos de luz. Conseguiu, obviamente em parceria
com a bancada federal, concluir as obras dos viadutos e das pistas laterais da
BR 364. Asfaltou dezenas de ruas e fez obras importantes em praticamente todos
os bairros da cidade. Teve erros, falhas, eventuais distorções, mas, no geral,
fez uma administração acima da média. Mesmo assim, com 14 candidatos de
oposição, todos querendo sua cadeira, chegou no primeiro turno como o mais
votado. Enfrentou a vereadora Cristiane Lopes, que conseguiu cooptar muitos dos
votos dos opositores a Hildon, perdendo a eleição por pouco mais de 18
mil votos. Hildon começa agora um novo mandato, de pelo menos dois anos,
porque certamente em 2022 disputará outro cargo. O prefeito, nos últimos dois
anos, deverá ser Maurício Carvalho.
CRISTIANE NÃO ESTÁ DE
PASSAGEM. ELA CHEGOU PARA FICAR!
E a jovem vereadora
Cristiane Lopes? Foi mesmo perdedora? Ela tem tido uma carreira política
surpreendente. Entrou como escada para outros nomes mais conhecidos do PP, para
a Câmara de Vereadores. Foi eleita com mais de 2 mil votos. Dois anos depois,
chamada para ser escada de novo (para a candidatura de Jaqueline Cassol),
Cristiane topou o desafio de disputar uma vaga à Câmara Federal. Sem dinheiro,
sem estrutura, sem equipe, gastando muita sola de sapato, ela chegou a 20.350
votos. Isso mesmo! Praticamente sozinha. Agora, decidiu ser Prefeita. Com um
pouco mais de apoio, com algum dinheiro, com parcerias importantes (como seu
vice, o delegado Pedro Mancebo), superou outros 13 pretendentes, incluindo o
professor e advogado Vinicius Miguel, que aparecia, em toas as pesquisas, à
frente dela. Mss foi s batalhadora Cristiane quem chegou ao segundo turno. Foi
para a disputa e teve mais de 92 mil votos. A votação que Cristiane atingiu foi
extremamente positiva, a tal ponto de colocar o nome dela, agora, naquele rol
de candidatos muito viáveis, por exemplo, para postular uma cadeira à
Assembleia Legislativa ou até à Câmara Federal. Cristiane não é uma passageira
na política porto velhense e de Rondônia. Ela chegou para ficar. E vai longe,
muito longe!
IMPRENSA OPOSITORA
FALA EM DERROTA DE BOLSONARO
Há um grande esforço
da imprensa opositora (sim, temos essa novidade no Brasil: grupos de mídia
fazendo oposição política ao governo de plantão!) em ligar o presidente
Bolsonaro aos candidatos derrotados na eleição deste domingo. Com exceção de
Celso Russomano em São Paulo, no primeiro turno (ele perdeu feio!) e de Marcelo
Crivela no Rio (a derrota foi ainda pior!), Bolsonaro não citou publicamente um
só nome entre os que disputaram Prefeituras país afora. Enquanto a oposição de
partidos e de jornalistas que venderam sua alma à opinião pessoal e não à
notícia, tentam impor derrotas ao Presidente, ficou em segundo plano a grande
derrocada da esquerda, em praticamente todas as regiões do país. Com exceção de
uma ou outra Capital de menor expressão – e não se inclua nessas capitais menos
expressivas Belém do Pará, onde o candidato do PSOL foi eleito – os partidos de
esquerda fora alijados do poder pelos eleitores. Os grandes vencedores nessa
disputa municipal foram os candidatos de centro. O Centrão, aliás, foi o grande
vitorioso, tomando no voto grande número de capitais brasileiras. Para
quem faz de conta que esqueceu, é bom lembrar que o Centrão, hoje, é aliado do
presidente da República. Mas, para a mídia opositora, isso é apenas um detalhe
secundário. O que importa, para ela, é dizer que Bolsonaro perdeu a eleição!
A CAMPANHA POLÍTICA E
OS NOVOS CASOS DA COVID 19
Passada a eleição,
certamente nos próximos dias, tanto por aqui como Brasil afora, teremos novos
números de casos de Covid e de mortes, porque durante o período de pré votação,
muitos candidatos não tiveram os cuidados necessários ao se reunir com seus simpatizantes.
E muito menos o teve grande parte dos eleitores, que participou de reuniões em
ambientes fechados, a grande maioria sem máscara, sem distanciamento, sem
qualquer cuidado. Não se pode atribuir todos os casos à campanha do primeiro
turno, mas certamente ela ajudou a que tenhamos tido, duas semanas depois do
pleito de 15 de novembro, em Rondônia, nada menos do que 950 novos casos e 18
mortes em apenas 48 horas. Nesta segunda-feira, somando os números também
do domingo, diminuiu o número de óbitos, mas os registros de novos contaminados
continua crescendo. Segundo o Boletim da Secretaria de Saúde, relativo à
segunda-feira, último dia de novembro, tivemos mais 483 novos casos e quatro
óbitos. Os números da Covid 19 em Rondônia, no início da noite da segunda:
1.561 mortes já registradas, desde maio; 80.538 casos confirmados;
70.696 recuperados; 8.281 casos ativos e 301 pacientes internados, o que já é
muito preocupante. Destaca-se, ainda, os quase 258 mil testes realizados
ou seja, algo em torno de 17 por cento de toda a população rondoniense já fez
teste para a Covid.
HILDON ENTRA NA LISTA
DOS QUE PODEM IR AO GOVERNO
Hildon Chaves é mais
um nome que pode ser incluído no rol dos possíveis candidatos ao Governo do
Estado, daqui a dois anos. Isso mesmo. A disputa, em outubro de 2022, já está
na pauta. Hildon só iria para uma eventual disputa à sucessão de Marcos Rocha,
caso seu companheiro e um dos principais parceiros políticos, Expedito Júnior,
prefira concorrer ao Senado. A relação dos pré candidatos, tanto tempo
antes da disputa, já tem o próprio Marcos Rocha, ainda sem partido; o senador
Marcos Rogério; o empresário vilhenense Jaime Bagatoli; Hildon, que está
cacifado para ter a pretensão; Daniel Pereira Quem sabe, acrescenta-se a esses
políticos, o nome de uma mulher: o da deputada federal Mariana Carvalho, embora
ela somente entrasse numa eventual disputa caso nem Hildon e nem Expedito
decidissem participar da corrida estadual. Um dos que não pode ser esquecido,
até por ter se tornado um político de expressão estadual, pelos resultados
positivos que conquistou como presidente da Assembleia, é o deputado Laerte
Gomes. Mais à frente, novos nomes vão se somar a esse grupo. Há
possibilidade de que, como ocorreu na corrida pela Prefeitura de Porto Velho, a
disputa pelo governo, em 2022, possa ter também um número recorde de
candidatos.
A VOLTA DOS CAÇA
NÍQUEIS NAS NOSSAS RODOVIAS?
Eles estão de volta!
Os radares nas rodovias federais, incluindo aqueles caça-níqueis, espalhados em
pontos estratégicos, para flagrar qualquer irregularidade e aplicar pesadas
multas, voltarão a funcionar dentro de alguns dias nas BRs rondonienses. Não só
na BR 364 e na 425, mas até na 319, aquela mesmo que é um arremedo de rodovia e
que fica intransitável durante vários meses por ano, enquanto o governo federal
jura que vai asfaltar toda a sua extensão, neste e no próximo ano. Vários
radares já foram colocados ao longo das estradas federais país afora e em
Rondônia também. Na região de Porto Velho, eles não começaram a aplicar multas
ainda, porque está faltando a ligação da energia elétrica e, ainda, uma
avaliação final, com aferição técnica, do Instituto de Pesos e Medidas (INPE),
para liberação dos equipamentos. As multas a serem aplicadas começam com 130
reais, mas podem chegar até a 880 reais, caso, por exemplo, o motorista seja
flagrado numa velocidade 50 por cento acima do permitido para aquela área
fiscalizada pelo radar. Ou seja, vai começar tudo de novo!
PERGUNTINHA
Na sua opinião, por
que a eleição do segundo turno para a Prefeitura não só de Porto Velho, mas
praticamente em todo o país, teve o recorde de abstenção, com uma multidão de
eleitores sumindo das seções eleitorais?
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