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Sergio Pires

Dona Umbelina e Nicole, histórias de vida e morte + Placas inúteis do mercosul ainda na pauta + Olhos escancarados contra a roubalheira


Dona Umbelina e Nicole, histórias de vida e morte + Placas inúteis do mercosul ainda na pauta + Olhos escancarados contra a roubalheira - Gente de Opinião

DONA UMBELINA E NICOLE, HISTÓRIAS DE VIDA E MORTE ENTRE OS MILHARES DE RONDONIENSES AFETADOS PELO CORONA VÍRUS

Histórias para se chorar de tristeza. Histórias para se chorar de alegria. As lágrimas de dor vão para os mais de 160 rondonienses que já perderam a vida, a grande maioria de Porto Velho. Já superou o número de 110 os porto velhenses derrotados pela terrível Covid 19, a doença que nos assolou de surpresa e que está causando pânico em toda a Humanidade. São dezenas de famílias que passaram a viver na dor e nas lágrimas, por terem perdido tantos entes queridos. As lágrimas de alegria, depois do pânico, vão para os cerca de 2.400 doentes que, alguns ajudados apenas pelo próprio organismo, mas outros salvos pela dedicação e amor dos médicos, enfermeiros e todos os profissionais de saúde, que, no final, saíram vivos, mesmo depois de contaminados pelo vírus que está nos apavorando. O correto seria se prestar homenagem individual a cada um desses queridos personagens que se foram, a grande maioria de idosos. Mas vamos buscar, numa vida jovem perdida,  a simbologia de toda nossa dor. No auge da sua juventude, inteligente, cercada de familiares e amigos, atleta, Nicole Sussuarana da Silva tinha apenas 19 anos. Conseguia conviver com a diabetes, que tinha desde criança, graças aos cuidados que a cercavam. Ela fazia parte do grupo de risco e, apesar de toda a luta, de todo seu vigor, de todo o esforço dos médicos e dos melhores medicamentos possíveis, ela morreu depois de 24 dias internada numa UTI. Levou consigo todo o amor que a cercava e, certamente, deixou os corações de todos os rondonienses lavados de lágrimas.

O outro lado da moeda, pode ser representado por uma vida milagrosamente salva. Aos 88 anos, dona Umbelina Soares, aos 88 anos, foi internada às pressas no Hospital de Cacoal, com sintomas da doença e pouca esperança de superá-la. Transferida para Ji-Paraná, ela ficou 13 dias no hospital e saiu de lá curada, feliz, abanando e saudando médicos e enfermeiros que a aplaudiam, enquanto ela pulava da cama hospitalar para voltar à sua casa. Foi um momento especial, que emocionou a todos, merecendo mensagens efusivas, tanto do secretário de saúde, Fernando Máximo quanto do governador Marcos Rocha, não só pelo restabelecimento dela, mas em homenagem a todos os que a ajudaram a salvar sua vida. Nicole e dona Umbelina são duas histórias humanas, uma trágica e lamentável; outra alegre e mote de comemorações. As duas representam o que é a nossa vida. Viemos, cumprimos nossa missão e vamos embora. Nicole foi cedo demais, como tantos outros rondonienses. Dona Umbelina continua aqui, representando os milhares de rondonienses que vão se livrar dessa praga.  São duas gerações, representando todos os que, de uma forma ou outra, estão sendo atingidos por uma das mais terríveis pandemias que o mundo já assistiu. Torçamos que tudo passe logo e que não precisemos mais chorar pela morte de ninguém. Que só comemoremos a vida!

 

OLHOS ESCANCARADOS CONTRA A ROUBALHEIRA

Obviamente que tanto os tribunais de contas quanto o Ministério Público, em todas as suas instâncias, precisam estar atentos ao que pode acontecer com a gastança que o combate ao corona está gerando, em todos os níveis de governo. Há necessidade sim de fiscalização rigorosa, até para que não continuem se repetindo roubalheiras como as que estão ocorrendo no Rio de Janeiro (de novo!), no Ceará e em outras regiões do país. Gestores estão aproveitando a pandemia para fazerem  contratos fajutos, superfaturados, comprando por preços milionários equipamentos que nunca chegam. Portanto, o olho dos órgãos de fiscalização têm que estar mais que abertos. Têm que estar escancarados. Mais que isso, os envolvidos precisam ser denunciados, presos e os inquéritos imediatamente enviados à Justiça, para que todos paguem por seus crimes e devolvam tudo o que afanaram do pobre brasileiro, mesmo nesse momento de uma das maiores crises da saúde pública que vi vemos nas últimas décadas.

 

NEM TODOS NO MESMO SACO

Há um outro lado da moeda, que precisa ser destacado. O fio da navalha onde a fiscalização caminha, não pode ser injusto. O que não se pode é colocar todo o mundo no mesmo saco, todos os gestores sob suspeita, imaginando que por trás de cada ação, pode existir uma mutreta, uma sacanagem, uma tentativa de roubo do dinheiro público. Porque se assim o fizerem, tais órgãos estarão, embora realizando seu trabalho, atrapalhando ações imediatas, livres da burocracia infernal,  que devem ser tomadas, de imediato, para que não percamos de vez a guerra contra a Covid 19. Há que se trabalhar e fiscalizar duro, mas também há que se ter bom senso. E menos gente dando pitaco, chamando autoridades para fazerem reunião em cima de reunião, desviando os esforços não para atender os doentes, mas para cumprir protocolos. Se usarem o bom senso e souberem agir como parceiros, nesse momento de grave crise, todos os órgãos de fiscalização terão cumprido seus papéis de forma excepcional. Caso contrário, vão é atrapalhar!

 

CORONA: FORAM 13 MORTES EM APENAS 24 HORAS

Os números de afetados e mortos pelo corona vírus continua crescendo de forma assustadora em Rondônia. De segunda para terça, aumentou em 305 casos e, pior do que tudo, nada menos do que 13 óbitos foram registrados. Na segunda eram 159 mortos e nesta terça, ao anoitecer, saiu o último boletim, informando que os que perderam a vida para a terrível doença já chegam a 172. Dos 5.477 rondonienses contaminados pelo vírus, até a noite da terça, 2.555 tinham se recuperado. Ou seja, em números absolutos, ainda temos 2.992 pessoas convivendo com o vírus e pelo menos 321 delas internadas, muitas lutando pela vida. Praticamente todos os leitos de UTI já estão lotados, assim como praticamente 98 por cento de todos os leitos clínicos. Tem boa notícia nesse turbilhão de coisas ruins? Tem sim. Nesta quarta, pelo menos novos 11 leitos para tratamento da Covid 19 deverão ser liberados numa ala especial do Hospital do Câncer e em breve outros 49 também o serão. As obras do Hospital Regina Pacis estão quase prontas, para os primeiros 38 leitos e estão surgindo outras alternativas.  Mesmo assim, os números da Covid 19 continuam assustando, pelo crescimento diário. Em poucos dias, a continuar assim, não haverá mais onde internar doentes. Que todos se protejam o quanto puderem, porque as perspectivas não são nada otimistas, pelo menos para os próximos 30 dias. 

 

OBRAS DO HB CONTINUAM EM DEBATE

Circula pela internet, vídeo cobrando a conclusão de obras de uma ala do Hospital de Base, que está sendo  construída há longo tempo. O argumento é que o Estado teria pago 12 milhões de reais pelo hospital Regina Pacis, enquanto, por muito menos, poderia concluir a obra em andamento do HB. O secretário Fernando Máximo, da Sesau, tomou conhecimento do vídeo e respondeu, a pedido da coluna. Afirmou que “são 56 leitos. É um processo de 2014, da gestão passada, com muitos erros e com problemas jurídicos. São leitos clínicos mas não possuem rede de gases (oxigênio), lembrando que pacientes com Covid 19, mesmo na enfermaria, necessitam de oxigênio”. Segundo Máximo, “resolvemos o problema jurídico e já foi alocado valor aproximado de 190 mil para reinício da obra. O termo aditivo foi elaborado e está em recolhimento das assinaturas das partes. Esta semana já tem reunião marcada com a empresa para definir data de retomada da obra. Acreditamos que em a breve ela estará pronta. Esta ala do HB era um almoxarifado que foi dividido”, explicou.

 

 

TEM 218 SHOPPINGS ABERTOS. O NOSSO NÃO!

O  Porto Velho Shopping é apenas um entre os 577 existentes no país, que continuam enfrentando enormes dificuldades com a pandemia da Covid 19. Em 90 cidades grandes e médias, em 14 diferentes Estados, contudo, já reabriram suas portas nada menos do que 218 destes centros de compra, que concentram dezenas lojas e sempre atraem grande público. Todos eles estão recomeçando lentamente, aplicando vários cuidados de prevenção ao público. Aqui em Porto Velho, nosso Shopping funciona parcialmente, com apenas algumas empresas, que adotaram o sistema Drive Thru, em que o cliente faz a compra pela internet e depois passa, de carro, pelo estacionamento, onde um funcionário da loja, paramentado com os equipamentos de segurança, faz entrega do bem comprado. Nesses casos, os lojistas que adotaram tal sistema estão conseguindo resultados positivos, mas, obviamente, muito menos do que o teriam com suas portas abertas. O Porto Velho já adotou todas as medidas de segurança plausível e possíveis, mas mesmo assim, caminha para 70 dias sem poder funcionar. Enquanto isso, nos supermercados, o que se vê é gente aos borbotões, praticamente amontoadas, fazendo suas compras. Ora, está na hora de se repensar a questão do Porto Velho Shopping, sempre dentro da visão dos cuidados e das proteções que a pandemia exige. Não é justo que centenas de empresários e milhares de pessoas que dependem direta ou indiretamente do centro de compras, estejam sendo impedidas de retornar ao seu trabalho. Não é o caso de ver por que já existem 218 shoppings abertos país afora e o nosso ainda continua sendo considerado um local de risco?

 

UM DIA HISTÓRICO PARA NOSSO AGRONEGÓCIO

O 1º de junho se torna uma data histórica para Rondônia e seu agronegócio. Decreto assinado pelo governador Marcos Rocha acaba de vez com a vacinação contra a aftosa, uma batalha que começou há mais de duas décadas e cuja vitória final significa que nosso gado está livre da doença, sem vacinação. Isso significa um salto de qualidade e um benefício excepcional para nossa carne, que já é respeitada em vários países do mundo e que, agora, poderá chegar a outros mercados, inclusive a União Europeia e, ainda, com preços muito melhores. Uma das grandes vantagens é que o preço da carne salta, de imediato, para um valor ao menos 30 por cento maior do que o atual. Entrar em novos mercados, mais exigentes, mas que também paga melhor, é outro efeito colateral da medida. Para se ter apenas uma ideia, se conseguirmos entrar no mercado do Japão, nossa carne poderá ser vendida a até 7 mil dólares a tonelada, enquanto o preço médio dela hoje, sem a vacinação do gado, supera um pouco os 4 mil dólares. Claro que nesses tempos de epidemia, não se sabe como os negócios vão andar, mundo afora. Mas quando ela for controlada e os negócios aqueceram novamente, Rondônia será um dos destaques do mercado mundial, com sua “carne verde” e sem o risco da aftosa. Comemoremos, pois!

 

 

PLACAS INÚTEIS DO MERCOSUL AINDA NA PAUTA

Ainda sobre a placa do Mercosul, aquela inútil, feita apenas para nos arrancar dinheiro, os detalhes foram explicados por Marcizo Nogueira, presidente do Sindicato dos Despachantes, que, aliás, é totalmente contrário aos custos e a tantas taxas cobradas pela Detran. Segundo ele, “a troca da placas antigas sistema Renavam (refletiva) para o sistema atual (Mercosul) deverá obedecer as exigências: 1° O veículo deve ser vistoriado (DETRAN ou ECV'S).

2° O proprietário do Veículo, Procurador ou Despachante, deve ir ao Detran para abertura do processo e retirada de taxas de serviços, ou seja, a emissão do certificado de registro do veículo (CRV) constando a nova placa.

3° mediante as taxas devidamente recolhidas e a placa do veículo em mãos o DETRAN finaliza o serviço.  Os valores: Vistoria eletrônica terceirizada ECV'S R$ 120,00;  no Detran R$ 74,00;  Placas: De veículos R$ 280,00; Placa motocicleta R$ 150,00; Taxas de serviços do Detran (emissão de CRV) R$ 321,00. O total geral chega a R$ 671,00”. 

 

PERGUNTINHAS

O que é a verdade? A pesquisa do Ibope, que diz que 90 por cento dos brasileiros entrevistados aprovam a nova lei cala boca das Fake News? Ou as 750 mil pessoas que votaram pelo site do Congresso, uma maioria (embora pequena) contra o projeto?

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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