Quinta-feira, 4 de junho de 2020 - 19h44
MESMO COM TODO O ESFORÇO E BATALHA, DENTRO E FORA DOS HOSPITAIS, ESTAMOS
PERDENDO ESSA GUERRA
Chegamos ao limite. No interior, ainda há como abrigar doentes, caso o
número de casos não continue crescendo tanto. Mas o pior está em Porto Velho,
onde praticamente já não há saída. Há casos de mortes registradas nas UPAS, por
falta de leitos de UTI. Dois homens, ambos com 54 anos, morreram na UPA da zona
sul, porque não se conseguiram leitos . E isso ocorreu no início da semana. A
partir de agora, caso não se abram imediatamente algumas dezenas de
leitos da UTI (aguarda-se que, entre esses, estejam os 50 leitos prometidos
pela Prefeitura, no início do mês), as pessoas começarão a morrer, por não
poderem ter o atendimento adequado. Nesta quarta, abriram-se pelo menos
12 leitos, alugados com recursos da Assembleia Legislativa junto ao Hospital do
Amor, que trata doentes de câncer, mas que terá uma ala especial, separada, sem
riscos aos internados atualmente, apenas para receber doentes da Covid 19. Até
sexta, serão mais 49 leitos, comuns, mas também só para pacientes da doença,
que não precisam de UTI. Será um pequeno avanço. Também haverá novos leitos
clínicos no Hospital Regina Pacis, comprado pelo Estado, embora ainda não
haja uma data definitiva para entrega de, pelo menos, a primeira parte das
obras em andamento.
A crise do corona vírus está longe de terminar. Temos milhares de
contaminados (caminhando para os 6 mil), com cerca de 45 por cento deles já
recuperados, e as internações, contudo, só crescem. A taxa de óbitos mantém-se
na faixa de 3 por cento, mas é sempre bom registrar que quando se trata de
mortes, se fosse de apenas uma pessoa, já seria demais, porque os números não
contam, mas sim a enorme dor que cada perda representa para todos. Imagine-se
quanto elas caminham já para 18 dezenas? O trabalho das autoridades têm sido
duríssimo (o secretário Fernando Máximo, por exemplo, tem se desdobrado,
eventualmente conseguindo fazer um lanche rápido no meio da tarde, para não
ficar o dia todo sem comer), tentando resolver problemas da falta de estrutura
na saúde que vêm de décadas, mas que se acentuaram agora, na pandemia. As
equipes médicas, de enfermagem e de apoio, têm doado até suas vidas para ajudar
os contaminados. Todos os envolvidos estão batalhando, trabalhando, pensando e
agindo, tentando encontrar uma saída para essa guerra que, por enquanto,
estamos perdendo. O vírus pegou a todos no contrapé, inclusive em países onde o
sistema de saúde era e é muito bom. Imagine-se por essas terras de Rondon, onde
a saúde pública sempre andou 20 passos atrás das necessidades da
população! O corona vírus está ganhando. Tomara que consigamos virar esse
jogo!
“TEMOS QUE CUIDAR DA NOSSA POPULAÇÃO!”
Não há como não destacar a importância da participação da Assembleia
Legislativa no combate ao corona. Nesta semana, ao inaugurar uma ala do
Hospital do Amor, destinada apenas ao tratamento de pessoas com a Covid 19
e totalmente isolada dos pacientes com câncer, o presidente Laerte Gomes
disse que esse é um momento de todos se movimentarem, em benefício dos
rondonienses. “Temos que ajudar a cuidar da nossa população”, enfatizou. Os
primeiros 12 leitos de UTI já foram disponibilizados e outros 49, de leitos
clínicos, serão entregues até nesta sexta. Com isso, serão 61 leitos, locados
com recursos próprios da Assembleia, para atendimento aos doentes. A ajuda é
vital, até porque sabe-se que, já nesta quinta-feira, não haverá mais nem
leitos comuns e nem de UTI na rede pública ou privada. Ou seja, sem esse apoio
do Parlamento, a situação ficaria ainda muito mais complicada, devido à lotação
completa de todo o sistema de atendimento aos doentes.
DINHEIRO SAIU DOS 50 MILHÕES ECONOMIZADOS
Os novos leitos proporcionados por decisão de Laerte e todos os demais
23 deputados, que usaram verba economizada com pagar as despesas, serão de
enorme utilidade, nesse momento em que cresce a pandemia. O acordo foi assinado
quando a Assembleia disponibilizou 10 milhões de reais para que o Executivo
destine o valor ao aluguel e manutenção dos 61 leitos, por um período inicial
de cinco meses. Todos os meses, afora isso, a ALE vai separar 2 milhões a mais,
para investir na parceria com o Hospital do Amor, caso necessário. Além disso,
os parlamentares rondonienses já aprovaram outras medidas de apoio aos
municípios e à população mais necessitada. Serão alugadas várias ambulâncias
com UTI e, ainda, distribuídas 30 mil cestas básicas às famílias carentes. Todo
esse dinheiro sairá de verba economizada pelo Parlamento, que não gastou algo
em torno de 50 milhões de reais a que tinha direito e que, agora, os está
devolvendo em benefício dos rondonienses. Nesse momento de pandemia, o socorro
vindo da ALE é sem dúvida, um grande apoio na guerra contra o vírus.
ADIANTA APONTAR O DEDO?
O Sindicato Médico, Simero, tem emitido vários notas, eventualmente de
críticas e até de repúdio, em relação à situação do combate ao corona vírus. O
caso mais dramático e que merece o apoio da coletividade, foi o posicionamento
exigindo das autoridades mais segurança para os profissionais que atendem
pacientes da Covid 19 e que estão sendo roubados e assaltados, eventualmente
junto com os doentes, nos postos de saúde, UPAs, clínicas e hospitais. Não há
segurança alguma para eles. Agora, nos últimos dias, a entidade partiu para
mais um ataque, dessa vez conta a Secretaria de Saúde e o Governo do Estado,
tentando empurrar toda a culpa por eventuais problemas, num prisma em que toda
a responsabilidade por erros sejam do poder público. Claro que algumas
colocações do Simero são corretas e muitas das reivindicações precisam ser
analisadas e atendidas. Esquece-se, contudo, o sindicato, que a questão não é
culpar esse ou aquele, tentando lavar as mãos e se imiscuir de
responsabilidades. Todos têm sua parcela de importância, de contribuição, mas
também de compartilhamento de acertos e erros. Nunca se enfrentou uma doença
como essa e, apenas apontando o dedo, tentando achar culpados, certamente não
ajuda em nada na batalha que estamos perdendo.
ENFIM, CHEGA A LUZ PARA A PONTE
Parece inacreditável, mas, felizmente, não o é! Começou, finalmente, a
obra para instalação da iluminação na ponte sobre o rio Madeira! Isso mesmo.
Nesta semana, uma reunião entre representantes do Dnit e da Emdur, a empresa
municipal responsável pela iluminação pública da cidade, comandada pelo
competente Thiago Tezzari, definiu o início dos trabalhos, que devem durar
cerca de 60 dias. Construída ao custo de mais de 200 milhões de reais e
inaugurada oficialmente em setembro de 2014, a ponte de quase 1 quilômetro
passou a ligar, por terra, a BR 319 e o acesso a Manaus. Além de acabar
com as balsas que faziam a travessia durante vários anos, a ponte também serviu
para que o outro lado do rio, começasse a ser valorizado. O problema é que, na
sua construção, foi “esquecida” a iluminação, com a ponte ficando sob escuridão
total durante todas as noites, nesses quase seis anos, a colocando no
anedotário como uma das obras que mais tempo ficou incompletas, em toda a nossa
história. Pelo Dnit, a fiscalização dos trabalhos será do engenheiro Emanuel
Nery. Agora, enfim, a luz vai chegar à ponte. Antes tarde do que nunca!
BARÃO DO RIO BRANCO ESVAZIADA
Depois da praça Jonathas Pedrosa, de onde foram retirados dezenas de
camelôs que ali se instalaram desde a enchente histórica de 2014, começaram a
ser tirados, agora, os camelôs da rua Barão do Rio Branco, no centro. A
retirada iniciou na madrugada desta quinta. Os 70 barraqueiros foram
avisados, mas continuavam no local. Pela manhã, já se observava que todas as
barracas que estavam invadindo a rua, há anos, foram retiradas por determinação
da Prefeitura, atendendo cobrança que tem sido feita há muito tempo pelo
Ministério Público. Está tudo correto, com uma exceção importante: tirar os
camelôs de uma área irregular está corretíssimo, mas como eles vão sobreviver?
Por que já não foram levados para outra área, devidamente preparada para isso?
Nesses tempos em que cada real pode representar comer ou não; sobreviver
dignamente ou não, deixar os camelôs sem um local para trabalhar parece algo
muito injusto.
“GENOCÍDIO” NÃO, MAS ÍNDIOS CORREM RISCO!
Embora o exagero de termos como “genocídio” contra
os índios, coisa que alguns procuradores adoram usar, como se não soubessem
exatamente o que é exatamente um genocídio, não se pode negar que grande número
de indígenas da Amazônia correm sim risco de vida, caso sejam atingidos pelo
corona vírus. Mas não por ele. Outras doenças, trazidas pelo homem branco e,
neste momento, por grande número de garimpeiros, podem sim afetar seriamente os
grupos indígenas. Em Rondônia, já houve vários casos de contaminação e alguns
óbitos, o que pode afetar seriamente as aldeias. Em Roraima, segundo o
procurador de Justiça Edson Damas, a invasão de garimpeiros na área dos índios
Yanomani pode causar “genocídio” ou seja, a extinção total de mais de 27 mil
indígenas, só entre essa raça indígena. Tire-se o exagero, o palavreado que
muitos membros do Ministério Público adoram repetir, mesmo assim a situação é
sim, bastante preocupante. Já há casos de mortes entre indígenas, por
causa da doença, mas, claro, num número muito menor do que as que matam muitos
índios de todas as tribos, todos os dias. As autoridades precisam tomar,
urgentemente, medidas que protegem nossa população indígena, sem dúvida alguma.
ASSEMBLEIA PARA TOTALMENTE POR DEZ DIAS
Pelo menos até o próximo dia 12, uma
sexta-feira e mais o final de semana em seguida, ou seja, pelo menos nos
próximos dez dias, todos os servidores da Assembleia Legislativa estão
dispensados de entrarem no prédio do Parlamento. Tudo por causa de pelo menos
três mortes de funcionários, atingidos pelo corona vírus. O presidente da ALE
já liberou os servidores desde a quinta-feira e todos só poderão realizar
trabalhos desde casa, quando forem convocados, nesse período. Ao
comentar o assunto, o presidente Laerte Gomes disse que não é justo os
deputados estarem trabalhando nas sessões virtuais, mantendo o isolamento
recomendado pelas autoridades de saúde, “enquanto que muitos servidores da casa
tenham que estar presentes em atividades internas”. Laerte informou que muita
gente já estava trabalhando em home office nas últimas
semanas. Segundo a ALE, será considerada falta grave se algum
servidor for visto, em dias úteis e horário de expediente, em shopping,
academias, cinemas, bares, festas ou outros ambientes que tenham aglomerações.
PERGUNTINHA
Você acha que uma vacina contra o corona vírus virá em alguns meses,
como anunciam alguns mais otimistas ou está entre os que têm certeza de que ela
só passará a proteger a população daqui, no mínimo, dois anos?
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