Terça-feira, 25 de dezembro de 2018 - 07h33
A véspera de Natal não teve apenas encontro familiares, abraços, troca
de presentes, peru assado, vinho, cerveja e muita festa. Teve também política.
O governador eleito Marcos Rocha anunciou, no meio da tarde desta
segunda-feira, 23 dos nomes que irão compor sua equipe de governo. Pelo menos
um terço deles veio da Polícia Militar, entre companheiros seus de fardas.
Nenhuma grande surpresa, daquelas que sacodem um anúncio de equipe de governo;
muitos nomes desconhecidos da maioria da população; vários outros já na vida
pública há algum tempo, mas outros que recém estão começando a criar suas
histórias. Quantos rondonienses, da porta para fora de Secretaria da Fazenda,
conhecem Luiz Fernando Pereira da Silva? Certamente muito poucos. Mas pelos
lados da Sefin e nos meios financeiros do Estado, Luiz Fernando é extremamente
respeitado como um técnico excepcional, um auditor fiscal de primeira grandeza.
Foi a ele que Marcos Rocha escolheu para comandar essa área nevrálgica do
Governo. E o jovem médico Fernando Máximo? Um dos profissionais mais
respeitados em Rondônia, cirurgião de mão cheia, considerado por seus pares e
seus amigos como uma pessoa decente, trabalhadora e amado por seus
pacientes, ele chega com o desafio de comandar a saúde pública, um dos setores mais
complexos e de difícil coordenação não só porque aqui, mas em qualquer recanto
do Brasil. Há ainda o professor Suamy
Vivecananda Lacerda de Abreu, um grande especialista em Educação, assumindo uma
pasta nevrálgica no novo governo. Com especialidades em várias áreas, esse
servidor público de longos anos chega ao poder para enfrentar seu maior
desafio: colocar em prática, na Seduc, todas as suas ideias e práticas, que o
tornaram um nome de sucesso no meio educacional. O último lado do quadrado
vital em qualquer administração (saúde, educação, finanças) é o da segurança
pública. Nessa área, Rocha buscou um militar linha dura, que saiu do
Exército e está na PM há mais de duas décadas e meia. O coronel José Hélio
Pachá, paraibano, chegou a ser votado para comandar a PM. Mas Rocha preferiu
manter no comando dela o coronel Ronaldo Flores, há oito meses no posto,
guindando Pachá para o comando da Secretaria de Segurança. Vai ser dureza para
os criminosos! Na mesma área, a chefia da polícia civil ficou com competente
delegado Hélio Gomes Ferreira.
Para uma das áreas de maior complexidade, Marcos
Rocha foi cirúrgico: buscou entre seus parceiros de primeira hora, um dos
que tem maior proximidade e confiança, para comandar a Sedam. A
Secretaria que hoje está na alça de mira de investigações sobre corrupção e
malfeitos, será dirigida por Elias Rezende, escolha pessoal de Rocha, que quer
ver a Sedam higienizada em curto espaço de tempo. Para a Sepog, hoje um setor
prioritário do governo, de controle interno e acompanhamento de gastos e custos
o Governador eleito ,trouxe o auditor fiscal Jailson Viana Almeida, outro nome
experiente, mas pouco conhecido da porta para fora da estrutura do Governo.
MILITARES TAMBÉM NO DETRAN E DER
Dois órgãos de grande importância no Governo tiveram também seus
titulares anunciados pelo novo governador. Ambos vieram do meio militar. Para o
comando do órgão que mais fatura no Estado, o Detran, Rocha designou seu
companheiro de PM, o coronel Luiz Gonzaga. Ele terá a missão de modificar as
ações do órgão, trabalhar pela redução de taxas e na reestruturação da
distribuição de recursos para melhorias no trânsito na Capital e em todo o
Estado. Já um oficial do Exército, o coronel Erasmo Meireles e Sá, ficará com o
comando do DER, o mais importante órgão estadual de obras públicas e que tem
também sob sua responsabilidade, cuidar das obras do PAC, programadas para
Rondônia. Erasmo tem grande experiência em abertura e construção de estradas e
uma história de vida sempre ligada ao setor, em sua longa vida dedicada ao
Exército brasileiro. Na Sejus, onde o próprio Marcos Rocha já foi secretário,
ele teve uma equipe coesa, que se uniu em torno do chefe, ainda no governo
Confúcio Moura. Foi entre seus assessores da época que o governador eleito foi
buscar a secretária que escolheu como titular da pasta, a agente penitenciária
Etelvina Rocha, que tem o sobrenome igual, mas nenhum parentesco com o
Governador.
A TURMA BEM PRÓXIMA
Se Etelvina Rocha não é parente de Marcos Rocha, dona Luana Rocha é. Ela
é a esposa do Governador e será também secretária de Estado. Vai comandar a
SEAS, a secretaria de Ação Social. A intenção da primeira dama, que será
também secretaria, é dar uma boa mexida nas ações da SEAS, que estão ainda
devendo resultados melhores, principalmente em questões como os moradores de
rua e o aumento significativo de drogados em Porto Velho, principalmente. Para
a chefia de gabinete, Rocha convocou um dos personagens mais respeitados dentro
da área de governo. Pedro Antônio Afonso Pimentel é um dos poucos nomes do atual governo, no
primeiro escalão, que estarão com Rocha. Pimentel, conhecido por ser um
servidor especializado, e fácil diálogo e, ainda, um profundo conhecedor da
vida rondoniense e de seus personagens, será o novo chefe de gabinete, a partir
de 1º de janeiro. A advogada Erika Gerhardt, personagem que foi importante na área
jurídica de Rocha, durante a campanha, será a adjunta nessa área de grande
importância, por onde passarão as negociações políticas. Ainda da turma
palaciana, o coronel Valdemir Carlos Góes, muito próximo a Rocha, vai
comandar a Casa Militar. E a Comunicação ficará nas mãos do experiente Lenilson
Guedes, que há muitos anos assessora a área de imprensa da Polícia Militar e é
muito respeitado no meio onde atua.
OUTROS NOMES
Na equipe anunciada por Marcos Rocha, tem ainda o Coronel Demargli da
Costa Farias, mantido no comando do Corpo de Bombeiros do Estado. Já o Coronel
Valdemir Carlos Góes, vai comandar uma tal Superintendência de Estado para
Resultados e Leandra Ferreira Dal Bello, num órgão chamado de Sibra, que é da
representação rondoniense em Brasília. Domingos Sávio Oliveira da Silva vai
comandar a Polícia Técnica. Há já vários adjuntos anunciados, com os titulares
e muitos cargos de primeiro, segundo e terceiros escalões ainda longe de serem
preenchidos. A relação anunciada neste sábado é parcial, já que existem
áreas importantes onde os titulares não foram convocados, ao menos nesse
primeiro momento. Claro que o serão, provavelmente ainda nessa semana, porque o
Governador eleito não quer iniciar sua administração sem que todas as funções
que ele pretende manter em sua administração estejam com seus titulares
escolhidos. Há secretarias, superintendências e assessorias cujos chefes não
serão nomeados, porque tais áreas serão extintas no governo de Marcos
Rocha.
DÚVIDAS NA AGRICULTURA E CAERD
Rocha ainda não definiu nomes para áreas de grande importância. Uma
delas é a Agricultura, onde se apostava que o nome do empresário e candidato a
deputado federal pelo PSL (não eleito), Evandro Padovani, seria o escolhido.
Não havia, nos meios políticos, quem não apostasse todas as suas fichas em
Padovani, não só porque ele teve um mandato destacado à frente da Seagri,
no governo Confúcio Moura, como, mais que isso, é nome indicado pelo empresário
e ex candidato ao Senado pelo PSL, Jaime Bagatolli, o homem dos 212 mil votos.
Nas últimas semanas, contudo, uma serie de boatos de que Bagattoli teria se
afastado do governador e do seu grupo, se somou a declarações por escrito,
dadas pelo empresário de Vilhena, afirmando que teria oferecido apoio para
ajudar a formar o novo governo, mas que sequer fora ouvido. Ou seja, não se
sabe, a essas alturas, o que vai acontecer, na medida em que o comando da
Agricultura é vital para o setor que coordena o agronegócio, principal setor
responsável pelo crescimento do Estado. Também ficou de fora do primeiro grupo
anunciado, quem comandará a Caerd, a empresa mista do Estado que tem uma dívida
de 1 bilhão e 600 milhões de reais. A empresa se manterá estatal ou será
vendida para a iniciativa privada? Aí também há muito mais dúvidas do que
certezas.
FALTAM NOMES DO INTERIOR?
Faltaram ainda outras nomeações. Como o titular da Procuradoria Geral do
Estado; Controladoria Geral; Sugespe e secretaria executiva do Gabinete do
Governador, entre vários outros. O segundo escalão começa a ser definido
nos próximos dias, pelos titulares. Muita gente quer saber se Marcos Rocha
determinou que não sejam mantidos servidores comissionados que serviram ao
governo anterior, como se chegou a ouvir nos bastidores ou isso não é real. O
governador eleito não deu detalhes sobre sua escolha e deixou claro que não
está preocupado com eventuais críticas aos nomes que escolheu, porque, garante,
todos estão imbuídos com a missão de melhorar o Estado. Avisou também, no vídeo
pelas redes sociais, quando anunciou sua equipe – não convocou coletiva à
imprensa e manteve-se apenas ativo nas suas páginas pela internet – que
qualquer ato praticado por qualquer assessor, que esteja fora dos parâmetros de
combate rígido à corrupção, corte de pessoal e custos; deslizes funcionais ou
que causem prejuízos ao Estado, significarão o afastamento imediato do
assessor, seja ele quem for. Por enquanto, nas redes sociais, poucas críticas
se viu à equipe Rocha. A maior delas veio de gente ligada a ele e ao PSL, por
não ter escolhido nenhum nome do interior. Mas isso, é claro, ainda pode ser
mudado.
TRANSFORME A ESPERANÇA EM REALIDADE!
A uma semana da posse, Marcos Rocha começa realmente, a partir de agora,
a fazer História. Eleito com recorde de votos, mais de meio milhão, este
coronel da Polícia militar, chega trazendo consigo a esperança de mais de 1
milhão e 700 rondonienses, que apostaram nele suas chances de terem uma vida
melhor. Quem é o novo Governador? Afora seus muitos amigos, seus familiares,
muitos dos seus companheiros de caserna, seus antigos subordinados e parceiros
nos cargos que ocupou, pouco se sabe. Mas quem já conviveu com ele depois da
eleição, mesmo sem conhecê-lo, soube logo que Marcos Rocha é um homem decente,
de boa índole, até um pouco ingênuo em algumas coisas, mas com uma força de
vontade de vencer incrível. Sua história, aliás, se parece muito com a história
do nosso Estado. Surgiu quase como um milagre, essa Rondônia incrustrada no
meio da selva, assim como Marcos Rocha surgiu quase do nada para, com
dedicação, trabalho e muita sorte (porque foi, claro, muito beneficiado pelo
fenômeno Jair Bolsonaro, seu companheiro), para se tornar o comandante de um
povo muito batalhador. Que ele faça jus a tudo o que recebeu, nos dando - ele e
sua equipe – um governo probo, decente, criativo, cheio de conquistas e
avanços. Estamos com muita esperança, Coronel! Transforme essa esperança toda
em muitas coisas boas para todos nós, rondonienses! (Sérgio Pires).
PERGUNTINHA
Você considera que com a equipe que já anunciou, Marcos Rocha pode realizar um governo e melhorar a vida de todos nós, rondonienses?
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