CADA
VEZ PIOR: MAIORIA ENTRA NA POLÍTICA PARA AJEITAR A SUA VIDA E NÃO MELHORAR A
VIDA DOS OUTROS
Nunca
tivemos tantos candidatos a cargos eletivos em Rondônia e nem no Brasil. A
política parece ser a alternativa escolhida por milhares de pessoas, certamente
a maioria imaginando que, nela, ajeitará sua vida. O exemplo, claro, vem de
cima: quem está no poder, tem o bom, o melhor, o sonho que se torna realidade.
Aquelas lideranças, que renunciam a projetos pessoais e se doam à coletividade,
são cada vez mais raras. Ainda as há, é claro, mas elas estão se tornando, cada
vez mais, como o mico leão dourado: em extinção. Lamentavelmente a vida pública
se tornou empobrecida. Não há mais grandes lideranças, não se ouve discursos
que paravam o país; que encantavam, pela lucidez, pela beleza das palavras;
pelas verdades. Obviamente que não se pode generalizar jamais, porque ainda há
as exceções, todas dignas de aplausos e respeito. Mas, no geral, o Brasil tem
mudado, para pior, também nesse quesito. Há cada vez mais aventureiros na
política, cada vez mais “Mateus, Mateus, primeiro os meus!” e isso vale para
todos os poderes e para todos os partidos. Não está na hora de nós, na condição
de eleitores, começarmos a mudar também? Ou vamos continuar aceitando e
escolhendo o amigo, o vizinho, o colega, o que deu um presentinho, o que nos
abanou ou nos mandou um cartão de aniversário e para darmos nosso voto? É esse o tipo de político que
vamos continuar contribuindo para eleger?
Em
Rondônia, os números são impressionantes. Teremos, nos 52 municípios, nada
menos do que 5.790 candidatos. Serão 208 a Prefeito; 208 Vice Prefeito; quase
5.370 nomes que disputam cadeiras às Câmaras Municipais. Só em Porto Velho são
15 candidatos a Prefeito e outros 15 a vice. Eram 16, mas, na última hora, o
PDT abriu mão de lançar o advogado Rui Parra Motta, para apoiar o representante
do Cidadania, Vinicius Miguel. Teremos também 657 nomes para Câmara. Ou seja,
para cada uma das 21 cadeiras, a Capital terá 31 candidatos. Já em relação ao
recorde de candidatos à Prefeitura da Capital, pode-se comparar, por exemplo,
com o Rio de Janeiro, com um eleitorado de quase 5 milhões, mais de dez vezes o
a população de Porto Velho, terá 14 candidatos. Então, observa-se o fenômeno de
grande quantidade para pouca qualidade. Mais que nunca, o eleitor terá que
garimpar, para escolher uma Câmara que possa realmente representar uma cidade
que se destaca na região, como uma das que mais crescem e mais se desenvolvem,
mas, ao mesmo tempo, é das que tem cada vez mais deficiências nos serviços
públicos e pior qualidade de vida. Sem políticos
que amem sua cidade, que tenham espírito de doação à coletividade, que façam,
que cobrem, que fiscalizem e berrem pela população, continuaremos perguntando:
pra que mesmo servem tantas eleições?
AFFONSO CÂNDIDO VAI SUBSTITUIR MARCITO NA
DISPUTA
O vereador Affonso
Cândido, presidente da Câmara de Vereadores de Ji-Paraná, tinha decidido não
participar da eleição deste ano. Não
iria em busca da reeleição. O destino, contudo, bateu à sua porta. Com a prisão
do prefeito Marcito Pinto, envolvido num escândalo de propinas, junto com
outros prefeitos do interior, Affonsinho, como é chamado pelos amigos, foi
cumprir com seu dever constitucional e, aos 30 anos, se transformou no mais
jovem comandante da Prefeitura da sua cidade, em toda a história. A decisão, a
princípio, era apenas cumprir os pouco
mais de 90 dias de mandato, até que, em janeiro, assumisse o novo prefeito, a
ser eleito em 15 de novembro. Mas, novamente, tudo deve mudar. Affonso Cândido
começou a ser pressionado por lideranças políticas de vários partidos, com
vozes poderosas, como os senadores Marcos Rogério, presidente regional do DEM,
partido do jovem prefeito interino, para que ele aceite substituir Marcito na
chapa formada com o apoio de uma dezena de siglas. Affonso Cândido deve, ao que
tudo indica, aceitar a missão de concorrer à reeleição na Prefeitura, onde
ficaria, inicialmente, por apenas três meses. Agora, só falta Affonso mudar
todos os seus planos de deixar a política e voltar a ela, como postulante a um
mandato de quatro anos. E falta, é
claro, combinar com o eleitor. As pesquisas, por enquanto, dão vantagem ao jovem
deputado Johnny Paixão, principal representante da oposição ao atual governo
municipal. O emedebista Isaú Fonseca também é um dos nomes muito fortes na
disputa.
CACOAL: JUIZ PODE ASSUMIR E VASQUES ENTRA NA
BRIGA
Já a situação em Cacoal é
bem diferente, pelo menos o era até a noite desta terça. Com a prisão da
prefeita Glaucione Rodrigues, também afastada de suas funções por 180 dias,
pela Justiça, não há vice para assumir. O deputado estadual Cirone Deiró, eleito
na chapa de Glaucione, automaticamente renunciou ao cargo municipal, quando
assumiu seu posto na Assembleia, há quase dois anos. O presidente da Câmara,
Valdomiro Corá, deve ser candidato à reeleição e, portanto, não assumiria a
Prefeitura por três meses. A tendência, segundo fontes bem informadas, que
acompanham o assunto de perto, é que seja nomeado um Magistrado da Justiça
estadual para concluir o mandato e dar posse ao eleito em novembro. Por
enquanto tudo é ilação. Para substituir Glaucione na chapa que já estava
formada, numa aliança de vários partidos, poderá ser confirmado o nome de
Marcos Vasques, que hoje é secretário de Saúde de Ji-Paraná, mas personagem
importante na política de Cacoal. Por
enquanto, sem a Prefeita presa, o principal concorrente é o jovem deputado
estadual Adailton Fúria. Glaucione, Marcito Pinto, Luizão do Trento, de Rolim
de Moura e a prefeita Lebrinha, de São
Francisco do Guaporé, foram presos na semana passada, numa operação conjunta da
Polícia Federal e Ministério Público. Todos são acusados de achacarem um
empresário, em troca de propina.
FILAS E RISCO: A TRISTE SINA DOS BRASILEIROS
POBRES
Um pouco de dinheiro ou
risco de morte? Para milhares de brasileiros pobres, que dependem do auxílio
emergencial do governo federal, a resposta é simples: arriscar-se pelos 300
reais. Não há outra saída. Por isso, nas agências da Caixa Federal por todo o
País, por toda a Rondônia e, especialmente em Porto Velho, tornam-se grande
risco de infecção pelo coronavírus, na desesperada alternativa de receber seu
dinheiro, que parece pouco, mas que, para milhões de pessoas nesse país, é
muito. Filas enormes nas agências da Caixa da Capital se formavam na manhã da
terça-feira. Na avenida Carlos Gomes, a fila começava na frente do prédio, ia
até a esquina, dobrava em direção ao antigo Palácio do Governo. Aglomeração
perigosa para centenas de pessoas. Sem distanciamento, algumas sem máscaras,
todos correndo enorme risco de contágio do vírus. Infelizmente, para toda essa
gente, a escolha é sobreviver, mesmo no meio da pandemia.
JAPONÊS E ROSANI SE ENFRENTAM DE NOVO NAS
URNAS
Com o apoio do deputado
Luizinho Goebel, hoje uma das principais lideranças políticas do Cone Sul
(senão a maior), o prefeito Eduardo Japonês, do Partido Verde, busca seu
segundo mandato. Ele foi eleito para completar o período de administração,
depois que a então prefeita, Rosani Donadon, foi cassada pela Justiça
Eleitoral. Rosane, aliás, será novamente a mais forte concorrente de Japonês,
já que representa um dos clãs políticos ainda poderosos na região, os Donadon.
Embora não haja pesquisas oficiais, mas apenas as eventualmente realizadas
internamente pelos partidos, a tendência é que esses dois sejam mesmo os dois
nomes com chances reais de comandar a cidade, a partir de 2021, por quatro
anos. Há pelo menos três novos candidatos que podem surpreender. O Podemos,
liderado em Rondônia pelo deputado federal Léo Moraes, lançou o nome do
servidor público Coronel Rildo. O PSB, liderado em Rondônia pelo deputado
federal Mauro Nasif, apresenta a candidatura do professor Miguel Câmara Novaes.
E o Republicanos, presidido por Lindomar Garçon, vem com o empresário Paulo
Sérgio Rodrigues, conhecido como Paulinho da Argamazon. Numa campanha curta,
sem grandes contatos com o eleitorado, os nomes mais conhecidos, teoricamente,
sempre têm vantagem. Mas, a prudência ensina que jamais se deve considerar que
o jogo está jogado, quanto se trata de eleição.
DADO O PONTAPÉ INICIAL PELA MINERAÇÁO
BRASILEIRA
Não se sabe ainda se o
Programa Mineração e Desenvolvimento (PMD),
lançado no início da semana pelo governo, vai servir mesmo para alguma
coisa. Mas já é um começo na batalha por mexer nesse tema, que há anos tem sido
relegado a um terceiríssimo plano por questões ideológicas, principalmente
relacionadas com as questões ambientais e com nenhuma preocupação com a
exploração de nossas riquezas minerais por nós mesmos. E não por
contrabandistas, que nos levam, apenas usando um exemplo: só nos diamantes que
nos roubam em Rondônia, perdemos algo em torno de 100 milhões de reais todos os
meses. O presidente Jair Bolsonaro, no lançamento do PMD (que mais parece sigla
de partido político) , enfatizaram a necessidade de termos um sistema moderno,
nesse setor, à altura das necessidades do País, já que, segundo comunicado
oficial, “A
mineração, portanto, é mais que essencial, ela é imprescindível para o Brasil e
para o mundo”, chegou a afirmar o ministro Bento Albuquerque, na cerimônia de
lançamento do programa. Não há ainda detalhes do programa, mas obviamente, como
todas as mudanças profundas que o atual governo tenta fazer em áreas
importantes do país, ela será bombardeada pela oposição, pelos grandes
interesses internacionais e pelas ONGs que defendem organizações estrangeiras
no país. Mas já é, ao menos, um começo para analisar a situação sob um novo
prisma: os dos interesses maiores do nosso País.
ESTÁ NA HORA DE PRIORIZAR OS
INTERESSES NACIONAIS
A questão
das imensas perdas dos nossos minérios, principalmente na região amazônica,
comprovam que a atual legislação está absurdamente errada. Ela pretende impedir
a destruição ambiental e não proíbe. Ela aceita que os índios morram de fome,
mesmo sentados em minas bilionárias e acaba facilitando a vida de caciques
corruptos, que se aliam a contrabandistas. Juntos, ajudam a levar milhões de
dólares em minérios para fora do país, sem qualquer benefício por aqui. Só o
que fazemos é enriquecer estrangeiros malandros e brasileiros corruptos.
Recentemente, aliás, a Polícia Federal fez mais uma operação nos garimpos de
Roosevelt e prendeu dois caciques. Nada acontecerá com eles. E tudo o que eles
facilitaram para nós fôssemos roubados, continuará perdido. Não há solução
lógica, sem a fiscalização dura e direta do governo federal nos garimpos,
controlando as questões ambientais e arrecadando, na hora, em impostos, parte
do que for retirado da terra. Temos diamantes, ouro, nióbio e outras riquezas
em abundância. Está na hora disso tudo ser revertido em benefício do Brasil e
não de criminosos.
DELEGADO ARISMAR SÓ PODE
PERDER PARA ELE MESMO
Arismar
Araújo é um caso raro na política nacional. Por que? Porque ele só pode perder
a eleição, em Pimenta Bueno, para um candidato: ele mesmo. Somente não será
eleito se não conseguir ao menos metade dos votos válidos e, 15 de novembro. É bom lembrar que, segundo
a legislação, votos nulos e brancos não entram na contagem. Pimenta Bueno dever
ser um dos raros municípios brasileiros, entre os 5.570, que têm apenas uma
candidatura registrada. O Delegado Araújo lidera uma coligação de sete
partidos, incluindo o seu, o Patriota:
Republicanos, PSL, PSB, , DEM, PMN e PSDB. Pimenta Bueno,
aliás, tem um histórico diferente quanto de trata de eleições. Segundo o
Tribunal Regional Eleitoral, a cidade conta, aptos para votar nessa eleição de
novembro, um total de 24.066 eleitores. Qual a surpresa nesse número? É que na
eleição passada, há apenas 12 anos, havia 26.899 registros eleitorais. Perdeu,
portanto, a cidade, que hoje tem em torno de 35 mil habitantes, um total de 2.833
eleitores. Nem a família Mendonça, que
teve um deputado estadual - Kaká e um prefeito Jean – participa da eleição.
SETEMBRO: MAIS 10 MIL CONTAMINADOS E MAIS 196 MORTOS
O mês de setembro termina com números ainda altos,
relacionados ao coronavírus, mas com queda tanto no total de contaminados
quanto de óbitos. No dia 1º de setembro, por exemplo, no Boletim 167 da
Secretaria de Saúde, tínhamos 55.768 casos de contaminação; 46.883
recuperados (83,98 por cento); 1.155 mortos. O número de pessoas internadas era
de 361 pacientes, nas redes pública e privada. Na terça-feira, final do mês, há
informações que animam, mas, é claro, a perda de vidas continua sendo um drama
terrível. O Boletim 195, da terça-feira,
deixa claro que, mesmo com os números totais em queda e o aumento de recuperados, ainda estamos enfrentando um
vírus forte, destruidor, mortal. Compare os números: agora temos 65.673 casos (mais 9.905); 57.576 (87,7 por cento), ou seja, mais 10.693
recuperados. O pior de tudo: chegamos a 1.351 mortes. Nesse triste número,
registraram-se, lamentavelmente, a mais
196 rondonienses que perdemos para a doença. Apenas nos últimos três
dias, foram 20 óbitos. Mesmo com a força da pandemia caindo, aos poucos, é
sempre lembrar que o risco está em todos os lugares. E que só estaremos mesmo
seguros contra a Covid 19, quando surgirem uma ou mais vacinas, devidamente
comprovadas, para impedir que a doença continue proliferando. Por enquanto, vamos manter todos os
cuidados.
PERGUNTINHA
Teremos mais de 5.570 candidatos às Prefeituras e Câmaras
Municipais em Rondônia. Você acha que com tanta gente, vai melhorar a qualidade
dos nossos representantes?
Segunda-feira, 25 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)