Domingo, 3 de fevereiro de 2019 - 09h38
Até a mulher do cafezinho já sabia, há semanas, que Laerte Gomes, do PSDB, seria o novo presidente da Assembleia Legislativa, para um mandato de dois anos. Esse era um assunto dominante nos corredores, nos gabinetes, nas conversas dos comissionados e dos efetivos. Servidores que cuidam do gigantesco estacionamento do novo edifício da ALE, também não tinham qualquer dúvida sobre isso. Todos sabiam que a decisão já estava tomada. Laerte se mostrou o novo líder do parlamento desde que foi reeleito e começou a se articular com um grupo de novatos, recém trazidos pelas urnas, mas também com parlamentares com experiência no Legislativo. Esse filho da pequena cidade de Jacinto Machado, em Santa Catarina, que está há longos anos em Rondônia, criou e fortaleceu uma carreira política feita com muito trabalho, dedicação, obstinação, respeito ao dialogo e à opinião alheia. Não se tornou líder por acaso. Logo depois da eleição, ele começou a conversar com seus pares. Acabou formando um grupo que chegou a ter 17 votos para eleger o Presidente, consolidada em várias reuniões e em jantares que envolveram inclusive as famílias dos néo deputados e dos reeleitos. Só um milagre ou uma sucessão de erros tiraria o comando da Assembleia do grupo de Laerte Gomes. Não houve nem uma coisa, nem outra. Deu a lógica. Quando começou a sessão de posse da décima Legislatura, na casa de shows Talismã, era só se observar como vários dos deputados procuravam Laerte, o abraçavam, o saudavam, para se entender que seria mesmo ele o novo comandante, como fora combinado com grande antecedência. A sessão solene, com a presença do governador Marcos Rocha, foi impecável, sob todos os aspectos. Mas o maior show mesmo foi da competência política dos vencedores da corrida pela Presidência e pela Mesa.
Foi dentro desse contexto que o mesmo grupo que coloca o ex prefeito de Alvorada do Oeste como novo Presidente do Parlamento, que definiu também os próximos dois anos da Casa, em termos de Mesa Diretora. A ascensão de Alex Redano, uma liderança que se consolida, vinda de Ariquemes, fez parte do pacote de acordos políticos que levaram Rosângela Donadon à vice- presidência de Laerte e de Jean Oliveira como vice de Redano, daqui a dois anos. Tudo está em seus lugares, como foi planejado. Política não é para amadores, sabe-se. O grupo de parlamentares que planejou e executou o projeto de quatro anos, sob seu comando, na ALE/RO, é formado por parlamentares experientes e que sabem o que querem. A escolha de Laerte Gomes e de Redano também não é coincidência. Redano é nome fortíssimo, daqui a dois anos, para disputar uma das maiores prefeituras do Estado, a de Ariquemes. Já Laerte tem cacife para pensar mais longe. Daqui a quatro anos, tem nova eleição para o Governo. É bom anotar o nome desse deputado diferenciado na política rondoniense.
MÃOS ESTENDIDAS: BOM COMEÇO
Rondônia empossou seus 24 deputados, nessa sexta, dia 1º. São 13 reeleitos e outros 11, vamos dizer assim, novatos, embora muitos já estejam na vida pública há muitos anos e tenham ocupado outros cargos. Estreiam como deputados. A cerimônia teve a presença de grande público. Torcidas organizadas dos deputados. A maioria, respeitosamente, aplaudindo tudo. Os que defendem apenas seus própria interesses, aproveitaram para fazer um pequeno desaforo ao governador Marcos Rocha, ensaiando uma vaia que não prosperou. Não havia ambiente para isso. Tudo era festa. Tomaram posse os novos representantes do povo de Rondônia. Que tenham um grande mandato e que façam História, porque a população da nossa terra precisará que eles trabalhem muito e trabalhem bem. Laerte Gomes, em seu primeiro discurso, já empossado, destacou a importância do diálogo, da parceria com o Governo em toda as questões que sejam de interesse da população e da absoluta transparência nos atos do Legislativo. É um ótimo começo. A mão estendida já havia sido registrada na inauguração do prédio da ALE, quando o Governador disse que não interferiria em nada na eleição pela Presidência e seria parceiro de quem fosse eleito. Laerte respondeu à altura. A convivência entre os Poderes será pacífica, como se ensaiou agora? Ninguém sabe. Só o futuro dirá. Mas o começo foi bom...
ELEITOS TIVERAM MAIS DE 285 MIL VOTOS
Os 24 parlamentares que atuarão na decima legislatura, somaram um total de 285.969 votos, na última eleição. O campeão foi o veterano deputado José Lebrão, um político experiente, que veio de São Francisco do Guaporé para se consolidar como uma liderança importante no parlamento, que teve 20.367 votos. Veja os demais eleitos e relembre suas respectivas votações: Jean Oliveira - MDB (17.823 votos); Luizinho Goebel - PV (16.999); Laerte Gomes- PSDB - 16.894 votos); Lazinho da Fetagro - PT (14.908); Alex Redano - PRB (13.233 votos); Cabo Jhony Paixão - PRB (12.981); Adelino Follador - DEM (12.890 votos); Adailton Fúria - PSD (12.859); Edson Martins - MDB (11.687 votos); Anderson do Singeperon - PROS (11.429); Ezequiel Neiva - PTB (11.257 votos); Dr. Neidson - PMN(10.699); Aélcio da TV - PP (10.311 votos): Cassia dos Muletas - PODEMOS (10. 033 votos); Pastor Alex Silva - PRB (9.995 votos); Cirone da Tozzo - PODEMOS (9.962 votos); Chiquinho da Emater -PSB (9.524 votos); Sargento Eyder Brasil - PSL (9.076 votos); Rosangela Donadon - PDT (9.053 votos) e Geraldo de Rondônia, do PSC – 9.433 votos); Marc elo Cruz – PTB ( 8.802 votos); Ismael Crispim – PSB (8.307 votos) e Jair Montes (PTC (6.557 votos).
NA CÂMARA, SÓ TRÊS VOLTARAM
Posse também dos rondonienses da bancada federal. Na Câmara, assumiram os quatro novos deputados: Léo Moraes – PODEMOS ( campeão de votos, com 69. 565); Jaqueline Cassol – PP (34.193 votos) e Silvia Cristina – PDT (33.038 votos) e Coronel Chrisóstomo, do PSL (28.344 votos). Mauro Nazif - PSB também se elegeu, mas não pode ser considerado um novato. Já foi deputado federal e tem uma longa carreira política, incluindo uma passagem desastrosa pela Prefeitura de Porto velho, por quatro anos. Conseguiu se eleger com 30.399 votos e por pouco não fica fora. Já os reeleitos também chegam cheios de planos para um novo mandato. Expedito Neto, do PSD, filho do ex senador Expedito Júnior, conquistou um novo mandato com expressiva votação: 39.953 votos. Outra que se reelegeu foi a competente deputada tucana Mariana Carvalho, com 38.776 votos. Lucio Mosquini- MDB, também assume outro mandato, representando a região central do Estado. Ele fez 38.630 votos. Chegou a ser sondado no governo Bolsonaro para assumir um cargo federal, mas abriu mão. Quer ficar na Câmara. Não se sabe de todos, mas a maioria dos oito da bancada da Câmara Federal, votou pela reeleição de Rodrigo Maia, eleito para mais um mandato na presidência da Casa.
URNAS EXCLUÍRAM NOMES IMPORTANTES
Quais os projetos políticos dos deputados federais de Rondônia que não se reelegeram em outubro passado? Não há perspectivas para Nilton Capixaba, um campeão de votos na região de Cacoal. Condenado pelo envolvimento de desvio de recursos no caso das ambulâncias, Capixaba tentou colocar sua esposa, dona Hosana, como candidata em seu lugar. Não deu certo. Ela fez menos de 25 mil votos e não conseguiu se eleger. Luiz Cláudio da Agricultura certamente fará muita falta para a área da produção rural e do agronegócio. Foi o principal porta voz desses setores, na Câmara Federal, durante seu mandato. Teve bastante apoio da área do Dnit, onde conseguiu muitos recursos para o fim das obras dos viadutos em Porto Velho. Mesmo assim, obteve uma votação muito a baixo do esperado: apenas 26.438 votos. Outro nome que está momentaneamente fora das lides políticas é o agora ex deputado Lindomar Garçon. Tentou sua segunda reeleição, mas obteve apenas 24.786 votos. Mesmo assim, ainda é uma liderança regional forte e pode disputar mais uma vez a Prefeitura de Candeias do Jamary, daqui a dois anos. Finalmente, a maior de todas as derrotas nas urnas, foi a da deputada Marinha Raupp, que chegou a fazer mais de 120 mil votos numa eleição, no passado. Uma das autoridades que mais trouxe recursos para Rondônia, Marinha acabou engolida por uma campanha duríssima e injusta tanto contra ela como contra seu marido, o agora ex senador Valdir Raupp. Sem eles em Brasília, Rondônia perdeu muito. Voltarão? Desde outubro nem ela e nem Valdir Raupp se pronunciam. Esperemos para ver...
SENADO: O ADEUS AO PIOR DA POLÍTICA
Tem que se perdoar algumas culpas do Senado, porque, no final, a grande maioria dos membros do Poder, mostrou que está mesmo disposta a mexer na podridão que dominava a velha política. Ao rejeitar Renan Calheiros, um dos piores espécimes ainda sobrevivente do que o Brasil quer distância, a ampla maioria dos senadores se redime ante o país, depois de começar muito mal e, ainda, ser obrigado a cumprir uma verdadeira intervenção do Supremo (outra vez), que determinou, por seu Presidente, Dias Toffoli, como deveria ser a eleição num poder independente. No final, 42 senadores escolheram Davi Alcolumbre, do DEM do Amapá, uma cara nova no contexto da política nacional, para presidir a Casa, obrigando a Renan, o Terrível, a renunciar a sua candidatura, por saber que ela estava condenada à derrota. Os anti Renan Calheiros, aquele mesmo que tem a ojeriza do país, mas é amado por vários dos seus pares, queriam votação aberta e mesmo depois da decisão do STF, decidiram mostrar seus votos. Os pró Renan, com medo que a população saiba em quem eles votariam, queriam que tudo fosse mantido em segredo, para que eles se livrassem do peso da opinião pública e dos seus eleitores. Ganhou o bom senso, ganhou o novo Brasil, ganhamos todos um pouco mais dignidade. É bom saber, agora, quem é quem. Os que entenderam o recado das urnas e quiseram mudança. E os que ainda preferiam um nome que, com exceção do seu curral eleitoral nas Alagoas, ninguém mais suporta. Enfim, há uma luz no fim do túnel!
ENFIM, A VOLTA DOS ÔNIBUS!
Na sexta, o prefeito Hildon Chaves postou um vídeo nas redes sociais, anunciando o fim da crise dos ônibus. Ou ao menos da crise do fim dos ônibus em Porto Velho. Motoristas e cobradores do consórcio SIM voltaram a circular, agora sob controle de uma empresa do Amapá, a Amazon Tour. Foi uma longa e complexa batalha, em que todos os envolvidos tiveram sua parcela de culpa, porque, no final das contas, uma das maiores cidades da região norte ficou sem transporte coletivo por onze dias, prejudicando milhares e milhares de usuários. A trágica situação começou no governo Mauro Nazif, quando ele decidiu retirar do sistema as empresas anteriores e ceder o direito à um novo consórcio, tudo, aliás, com aval do Judiciário. Nada foi feito à revelia dele, até porque em quase duas dezenas de ações e liminares interpostas pelas empresas Rio Madeira e Três Marias, que tinham a concessão, elas perderam em todas. Nazif prometia o céu aos usuários: ônibus novos, com ar condicionado, com hi-fi, ônibus articulados, vans para buscar deficientes em casa, enfim, um mundo de maravilhas para os porto velhenses. Nunca cumpriu nada. Apenas trocou um sistema que não funcionava direito por outro que também não funcionou, até porque a Prefeitura nunca cumpriu sua parte nos acordos. Hildon Chaves pegou o foguete pelo rabo e está ainda tentando resolvê-lo. Mas para a opinião pública, a grande culpa é do atual Prefeito, O anterior, que destruiu o sistema, foi eleito deputado federal. É a voz do povo, lamentavelmente!
PERGUNTINHA
Depois da eleição no Senado, em que foi impedida, pelo voto, a entrega da Presidência a um dos políticos que têm a ojeriza da grande maioria dos brasileiros, você acha que as coisas estão melhorando na política ou que isso não representa mudança alguma?
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