Terça-feira, 14 de maio de 2019 - 06h02
MDB PODE PERDER CONFÚCIO MOURA E SEU GRUPO. MOSQUINI SURGE COMO NOME DE CONCILIAÇÃO, NUM PARTIDO DIVIDIDO
O maior partido de Rondônia pode estar se dividindo, a tal ponto de torná-lo pequeno? Recheado de grande lideranças que, durante muitos anos estiveram à frente da política do Estado, o MDB vive novamente um momento difícil e crucial. Como a situação semelhante, aliás, que ocorreu quando da escolha dos candidatos, na última eleição. Ali, houve um grande racha, que num momento mais forte do confronto, chegou a ter tapas e ofensas, antes da paz ilusória ser selada. Quem não lembra que Confúcio Moura, então recém saído do Governo apenas para ser candidato, por pouco não ficou sem ter seu nome entre os pretendentes ao Senado, já que a ala liderada por Valdir Raupp e muitos outros emedebistas, queria apenas que Raupp concorresse? Foi quase uma guerra, até que, no final das contas, os dois principais nomes do partido saíssem ao Senado. O resultado foi que Confúcio se elegeu, até com dificuldade bem maior do que seus apoiadores imaginavam e Raupp fez uma votação muito abaixo do esperado, perdendo sua cadeira, que ocupou com destaque durante longos anos. Pouco depois de completar dez meses daquela convenção inesquecível, o partido está correndo risco de novamente se dividir e perder grande número dos seus membros. O grupo liderado por Confúcio quer que Valdir Raupp defina quando deixará a direção do MDB (pelo que consta, ele mesmo já teria demonstrado deixar o mando da sigla) e que o atual presidente regional, Tomáz Correia, apresse uma definição sobre o futuro da estrutura de direção partidária. Claro que ninguém fala abertamente sobre o tema, mas o que se sabe é que o grupo de Confúcio chegou a ameaçar abandonar o MDB e ir, em bloco, para outra sigla.
Por enquanto, o que se ouve nos bastidores é que haveria apenas um nome com possibilidades reais de atender aos interesses dos dois grupos. Lúcio Mosquini, atual líder da bancada federal no Congresso, teria o aval de Confúcio e seus partidários e seria simpático a Valdir Raupp e seus seguidores. Um grupo de emedebistas, que ainda busca uma saída pacífica, estaria propondo o nome de Mosquini como o que poderia ser o de conciliação, já que é aceito pelos dois lados envolvidos no confronto político. Mosquini já teria sido sondado, toparia o desafio, mas fez uma exigência: só aceitaria a missão se ela viesse para pacificar o partido. Um membro do diretório ouviu o deputado federal de Jaru afirmar: “se tiver briga, estou fora”. Não se sabe se Confúcio e sua turma, que querem mudança imediata nos rumos do MDB do Estado e no seu comando, deram um prazo final, um ultimato, para que haja uma decisão. O que se ouve é que, caso não haja uma decisão em poucos dias, o ex governador e hoje senador estaria pronto, junto com toda a seus aliados, para procurar outra sigla, esvaziando sobremaneira as nominatas que estariam sendo preparadas para futuras eleições. Ou seja, a convenção do partido, de julho do ano passado, na verdade ainda não terminou!
SUCESSÃO NA CAPITAL: EBULIÇÃO
A guerra política em relação à sucessão municipal começa a entrar em ebulição. Na semana passada, o prefeito Hildon Chaves contestou decisão da procuradora do MP de Contas, Erika Patrícia Saldanha de Oliveira, que impediu, na última hora, a realização da licitação sobre o transporte coletivo em Porto Velho. Hildon disse que a procuradora é esposa do deputado federal Léo Moraes, que teria interesse direto sobre o assunto, já que Léo é apontado como seu principal adversário político, na disputa do ano que vem. O Prefeito fez essas declarações ao participar do Papo de Redação, com os Dinossauros, o programa da rádio Parecis FM de maior audiência no Estado. No dia seguinte, o MP de Contas emitiu uma Nota de Repúdio, afirmando, entre outras coisas que: “o Ministério Público de Contas do Estado de Rondônia vem, por meio desta, repudiar os ataques totalmente infundados disparados pelo Prefeito do Município de Porto Velho, contra a Procuradora Erika Patrícia Saldanha de Oliveira, em programa de rádio, a respeito de sua atuação na fiscalização do edital de concorrência pública, referente à concessão do serviço de transporte coletivo urbano da municipalidade”. Houve tréplica. O Prefeito emitiu nota, elogiando o MP de Contas, mas reafirmando que a Procuradora “não tem a isenção necessária”, para tratar do caso. E foi mais longe. Disse que entrará com uma representação formal, “em face da conduta da Procuradora em questão”. O clima anda fervendo. Vem mais por aí!
UM PARTIDO PARA CHAMAR DE SEU
O PPS saiu e entrou o Cidadania. Como outros partidos que trocaram de nome, é a mesma coisa, mas com outro apelido. Há menos de dois meses, o PPS, um braço que se divorciou do Partido Comunista, passou a ter a nova nomenclatura. Certamente, para tentar sensibilizar o eleitorado que está cada vez menos à esquerda, nas suas opções políticas. Seu maior líder nacional é Roberto Freire. Ainda com o nome antigo, o partido ainda somou mais de 1 milhão e meio de votos na última eleição, rompendo a cláusula de barreira em pelo menos 15 estados brasileiros. Tem hoje oito deputados federais (entre os quais o próprio Freire, por São Paulo) e dois senadores. Rondônia não está entre os Estados em que o PPS/Cidadania teve alguma votação. Bosco da Federal foi o único candidato do partido, por aqui. Agora, o Cidadania tende a dar um salto, pelo menos em Porto Velho. Do alto dos seus quase 70 mil votos obtidos apenas na Capital, o jovem advogado Vinicius Miguel já tem um partido para chamar de seu. Foi escolhido – e aceitou – pelo comando nacional, para presidir o diretório rondoniense. E, obviamente, ser o nome do partido para as eleições municipais de 2019. Junto com Hildon Chaves e Léo Moraes, Vinicius faz parte do triunvirato que, caso a disputa fosse hoje, teria chances reais de ganhar.
AÇÃO ELOGIÁVEL NA SAÚDE
Tem coisas no atendimento ao público, em alguns órgãos de saúde, que são mesmo de desesperar, tal a má vontade e a forma desrespeitosa com que os usuários são tratados. Casos assim são registrados todos os dias. As críticas são duríssimas e, ressalvadas as exceções, sempre são justas. Mas há o outro lado da moeda, que merece ser destacado, quando as coisas são feitas corretamente. Na grande maioria dos casos, as pessoas que vão procurar atendimento nos postos de saúde, para a vacinação contra a gripe, têm tido uma atenção muito especial. Um exemplo é a forma correta, gentil e paciente com que servidores do Posto Maurício Bustani, no bairro Liberdade, bem próximo a avenida Jorge Teixeira, tratam o porto velhense. Ali, o atendimento é qualificado. Tanto na aplicação da vacinação ao público comum como aos prioritários (grávidas, crianças, idosos), há boa vontade, cuidado e atenção da equipe que trata do assunto. Num contexto em que a saúde municipal está com muitos problemas e tem sido alvo de inúmeras críticas, há que se destacar quando as coisas funcionam e funcionam bem, até por uma questão de justiça.
CANDEIAS NOS PLANOS DE GARÇON
A previsão de que em setembro ocorra a eleição para o novo Prefeito de Candeias do Jamari, já mexe com projetos e com figuras políticas muito conhecidas (a decisão do TRE deve sair até esta sexta-feira) e uma das possibilidades é que o ex deputado federal Lindomar Garçon, duas vezes prefeito de Candeias, com gestões até hoje lembradas como de boa qualidade, está se preparando para disputar o pleito/tampão. A possibilidade é concreta, porque desde que o então prefeito Luis Ikenohuchi foi cassado, em novembro do ano passado, a Prefeitura é comandada interinamente pelo presidente da Câmara, Lucivaldo Fabrício de Mello, no cargo desde o final de fevereiro. Nesse ínterim, Garçon havia assumido como secretário de Indústria e Comércio da Prefeitura de Porto Velho. No último dia 29, ele foi exonerado do cargo, exatamente para ficar desincompatibilizado e apto a disputar a provável eleição em Candeias. Muito próximo do prefeito Hildon Chaves, Garçon, que é do PRB, tem o aval de Hildon e de todo o grupo tucano que comanda a Prefeitura da Capital, para seu projeto de eleger-se em Candeias. O ex deputado federal e ex prefeito tem grandes chances. Agora, contudo, nunca é demais lembrar, falta combinar com o eleitor...
O PROTESTO DE DANIEL CONTINUA
Ainda inconformado por ter sido alvo de uma operação policial que chegou até sua casa, o ex governador Daniel Pereira voltou às redes sociais, depois de recuperar seu Face e sua senha, para registrar o que está passando. No último domingo, fez nova postagem. Alguns trechos: “Há um mês não publico nada em meu Face, não por minha vontade, mas devido a uma absurda busca e apreensão na minha casa, no dia 2 de abril passado”. Mais adiante: “a busca e apreensão, açodadamente anunciada por integrantes da polícia civil como prisão, está sob sigilo, não por minha vontade ou pedido, mas por determinação judicial”. Ainda: “tenham certeza, todos os que me acompanham: por onde passei, em quase quatro décadas de serviço público e alguns mandatos eletivos (cinco, ao todo), são testemunhas de que sempre pautei minha vida pela lisura e moralidade com a coisa pública. Não foi diferente no cargo de Governador”. Escreveu ainda que “eu e minha família temos sofrido muito, mas temos certeza que essa situação logo se resolverá”. Daniel filosofa, mais adiante: “não é por acaso que dizem ser a luz do sol o melhor detergente existente”. E reafirma: “infelizmente hoje, estamos cobertos por um nebuloso inquérito policial. Mas sempre acreditei na expressão bíblica: “Conhecereis a Verdade e a Verdade vos Libertará”. Termina: “que a Verdade saia da penumbra e venha para o Sol”.
EMOÇÃO E ELOGIOS NO JOÃO PAULO II
Não é difícil para o governador Marcos Rocha se emocionar. Ele já demonstrou isso em várias ocasiões. Mas, o que ele viveu no sábado, durante visita ao Hospital João Paulo II, o deixou ainda mais sensibilizado. Ao circular pelo hospital, sempre superlotado, sempre recheado de problemas e deficiências, mesmo com todos os esforços das equipes que ali trabalham, Rocha acabou sentindo na pele a importância do trabalho realizado, via Secretaria de Saúde, de tirar muitos dos pacientes do chão, dos corredores, das áreas abertas. Acompanhado do secretário Fernando Máximo e de outros assessores, o Governador se mostrou extremamente emocionado ao ouvir agradecimentos de doentes e seus familiares, pela transferência de pelo menos 60 internados, que estavam em péssimas acomodações, agora sendo atendidos em hospitais particulares. Rocha lembrou do trabalho de toda a equipe do João Paulo e da Sesau, encabeçada por Máximo, para amenizar a situação dramática do hospital. Tanto o Governador quanto seu secretário de saúde reafirmaram a prioridade de diminuir a pressão sobre o João Paulo e o esforço que será feito para a construção do novo Pronto Socorro, que não será mais chamado de Heuro. Pode ter o nome do ex deputado federal, o médico Sérgio Carvalho. “Isso é apenas o começo do que faremos para melhorar a saúde no Estado”, disse Máximo. Marcos Rocha reafirmou que todas as iniciativas no setor tem seu total apoio.
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