Terça-feira, 25 de fevereiro de 2020 - 06h00
OS IMENSOS INTERESSES ENVOLVIDOS SÃO TANTOS E TÃO COMPLEXOS QUE,
NA SAÚDE PÚBLICA, SÓ SE ENXUGA GELO
Fazer saúde pública é enxugar gelo! Não há nada mais correto a se dizer,
quando o tema é esse. Ela está envolta num tal emaranhado de burocracia e
interesses de grupos, que nem milagres a conseguem colocar nos trilhos. Ainda
mais no Brasil, onde cada um puxa a sardinha para a sua brasa e onde o povo
fica sempre em último na fila, como sempre ficou. Em Rondônia não é diferente.
Nos últimos anos, houve melhoras sim, no contexto da saúde. Na atual
administração de Marcos Rocha, sob o comando do competente e dedicado Fernando
Máximo, o setor deu uma alavancada. Medidas simples foram tomadas, junto com
outras complexas, como tirar os pacientes do chão do João Paulo II ou acabar
com espera de anos, com a realização de mutirões de cirurgias, mas, no final,
tudo volta ao essencial: a saúde é prioridade nos planos; faz-se dela
discursos de palanque, mas pouca coisa melhora, na realidade, na ponta final do
caos, quando os pobres brasileiros morrem em filas sem fim. Como melhorar a
saúde num país onde o SUS paga aos médicos 7 reais por uma cirurgia mais
simples e menos de 20 reais por outras, complexas? Como melhorar a saúde, se a
grande maioria dos médicos não quer cumprir seu horário e têm ojeriza aos
cartões ponto, por exemplo? Como fazer uma saúde de qualidade, com os salários
que se paga a servidores de todas as categorias, alguns que se dedicam a vida
toda aos outros, mas que, no final, ganham uma miséria? E isso sem falar em
outras coisas, como boicotes, por exemplo, que não se tem como provar, mas tem
como se comentar...
Todos os dias a saúde pública brasileira enfrenta uma nova crise, um
novo desafio, novos riscos. Em Rondônia, ela melhorou sim, mas ainda depende de
muitas coisas que estão acima do desejo, da competência ou da dedicação dos
seus gestores. Enquanto todos os envolvidos no sistema - incluindo-se aí os
órgãos de fiscalização - não tiverem o mesmo objetivo, ou seja, o paciente,
antes de tudo e os interesses pessoais ou de grupos não ficarem acima disso,
não haverá solução para o problema. Aqui, está se falando de forma genérica e
sem dar nomes, mas todos os que vivem dentro do setor sabem muito bem qual a
verdade e qual a realidade e que interesses estão envolvidos. Do jeito que é
hoje, enfim, a saúde pública no Brasil não tem cura. A fragilidade do sistema
em nível municipal acaba desaguando a maioria dos problemas nas instituições
estaduais. Os recursos chegam, mas parece que nunca beneficiam o final da
fila. Do jeito que é hoje, enfim, a saúde pública no Brasil não tem cura.
É metástase sem volta!
ALIANÇA FORA DE OUTUBRO
As chances de que o Aliança pelo Brasil consiga as mais de 490 mil
adesões até 4 de abril, tornam-se cada vez menores. O novo partido, criado pelo
presidente Bolsonaro, realmente tem tido um bom número de membros, mas ao menos
até a semana passada, estava longe de atingir sua ousada meta. Duas
consequências se concretizam, a partir disso. A primeira, é de que o partido
não terá mesmo como disputar as Prefeituras e as Câmaras Municipais, no outubro
próximo, deixando-o sem base eleitoral nas comunidades. O segundo é que, na
janela aberta para troca de partidos, que também vai até 4 de abril, não haverá
como os atuais detentores de cargos eletivos deixem seus atuais partidos para
ingressarem no Aliança, simplesmente porque ele não existe, legalmente. Em
Rondônia, a meta era atingir, em curto prazo, pelo menos cinco mil filiados. No
país inteiro, a marca dos primeiros 100 mil inscritos no partido, já foi
superada em dezembro. Mesmo assim, chegando-se ao fim do fevereiro, a pouco
mais de um mês do Dia D, praticamente não há mais esperança de que o novo
partido consiga registro. Vai ficar mesmo para a próxima eleição.
QUEM TEM CHANCES DE VOLTAR?
Dos 21 vereadores de Porto Velho, quantos têm, na realidade, condições
de reeleição? Alguns nomes são muito fortes, como o do presidente Edwilson
Negreiros, que formou uma forte base entre taxistas e lideranças de setores
ligados aos transportes. Tem grana e eleitorado. Voltará, em 2021? O professor
e historiador Aleks Palitot é pule de dez, quando se fala nas possibilidades de
reeleição. O problema é que Palitot tem sido “convocado” por várias lideranças
e pré candidatos à Prefeitura, para ser o vice em suas chapas. A princípio, vai
mesmo à reeleição. Mas os planos podem mudar no meio do caminho. Outro nome
forte, o da vereadora Cristiane Lopes, estará fora da relação dos que vão
buscar um novo mandato. Ela será candidata do PP à sucessão de Hildon Chaves.
Dos nomes de ponta, Maurício Carvalho também é nome quentíssimo para
voltar à Câmara, no ano que vem. Mas pode ser até candidato à Prefeitura,
dependendo dos desdobramentos políticos ou a vice, numa eventual chapa puro
sangue do seu partido, o PSDB. Elis Regina, Pastor Edésio Fernandes (da
poderosa Igreja Universal); o apresentador Marcelo Reis, o tucano Alan Queiroz
e Joelna Holder são outros nomes com chances reais. Mas a tendência é que haja grande
renovação (de novo!), na Câmara da Capital.
DINAMITANDO O GASTO DESNECESSÁRIO
Embora tenha usado, como quase sempre o faz, palavreado agressivo e
exagerado, ao falar que “dinamitou” o Inmetro, não há dúvida que o Presidente
Jair Bolsonaro deu mais uma dentro, ao mandar demitir toda a diretoria do
órgão. Ora, como explicar a decisão de mandar trocar todos o tacógrafos por
outros, de alta tecnologia, impondo um gasto absurdo aos caminhoneiros, que já
vivem no desespero, pelo pouco que ganham? Como explicar a exigência de
trocar todos os taxímetros, com alto custo para os profissionais do setor, que,
em sua grande maioria já vivem à míngua? Bolsonaro está certíssimo. Pode não
ter tido havido nada, mas que o cheiro é de podridão, é sim! Com que intenção a
diretoria do órgão queria essa gastança toda? À mulher de César não basta ser
honesta. Tem que parecer honesta!. Ao tomar a decisão, Bolsonaro, mais uma vez,
fica ao lado dos brasileiros e contra a vergonhosa burocracia que, em muitos
casos, cheira a corrupção, embora, é claro, não se possa dizer isso do caso
específico. Falta agora o Presidente meter o dedo na vergonhosa placa do
Mercosul, desnecessária e caríssima. Mas isso já é outra história...
JI-PARANÁ: MUITOS NOMES NA DISPUTA
O PSB de Ji-Paraná está mudando o nome para a disputa pela Prefeitura,
em outubro. A ex primeira dama, Lilian Pires, esposa doe Jesualdo Pires, não
poderá concorrer. Era, até agora, a principal via do partido, para tentar
voltar ao comando de uma Prefeitura que Jesualdo geriu com sucesso, durante
sete anos e meio, até renunciar para disputar uma cadeira ao Senado. Agora,
todas as fichas do partido se voltam para Ari Saraiva, ex secretário de
Jesualdo, que, na última eleição, quando disputou uma cadeira na Assembleia
Legislativa, teve quase 8 mil votos. Caso se confirme o nome do pré candidato,
ele terá pela frente concorrentes de peso, como o atual prefeito Marcito Pinto;
o ex deputado estadual Airton Gurgacz, com o apoio do senador Acir e de todo o
poderoso Grupo Eucatur; o médico João Durval e o médico Silmar Camarini, do
PSL. O presidente da Assembleia, Laerte Gomes, tem evitado falar sobre o
assunto, mas nunca pode ser excluído dos nomes com chances reais de comandar a
segunda maior cidade do Estado. Agora, vamos esperar junho chegar, para saber
quem estará mesmo na corrida em Ji-Paraná...
SÍMBOLO DO ABANDONO E DO DESRESPEITO
O que dizer de uma cidade onde há uma sucata de carro abandonada já mais
de três anos, numa de suas principais avenidas, num ponto nobre, sem que ninguém
faça nada? Próximo ao Banco do Brasil, na avenida Calama com Salgado Filho,
praticamente a metade de um veículo acidentado está lá, jogado às traças, como
um pequeno monumento ao desrespeito para com a cidade e seus cidadãos. Pode?
Teoricamente, um veículo praticamente destruído, abandonado numa rua
movimentada há tanto tempo, já deveria ter sido retirado dali há muito tempo. A
Prefeitura deveria ter retirado e cobrado do proprietário os eventuais custos
do trabalho. Quem sabe a Polícia Militar de Trânsito ou a Guarda Municipal de
Trânsito também já deveriam, há muito, tomado alguma medida para levar o
veículo até o pátio do Detran? Mas ninguém fez nada até agora. O problema é a
simbologia do abandono. Fica-se com a impressão de que é uma cidade sem que
seus cidadãos tenham que cumprir, ao menos o mínimo da convivência e do
respeito para com os outros e para com todos. E pior: que aqui não há
autoridade preocupada com uma excrecência dessas...
DE QUEM É A CULPA DAS 150 MORTES?
Cinco dias da polícia amotinada e 150 assassinatos, quando a média,
nesse período, não passava de 30 mortes. Trinta mortes violentas diariamente,
mais que quíntuplo da normalidade, se é que seis assassinatos por dia é normal
em algum lugar do mundo onde não haja guerra. Os números são do Ceará, onde
parte da PM mascarada e armada, enfrenta a Constituição e atemoriza o povo, com
ações próximas ao terrorismo. Pelo menos 200 PMs já foram afastados, por
envolvimento numa greve recheada de exageros e de desrespeito tanto as leis
quanto aos cidadãos comuns. Lideranças policiais já apresentaram pelo menos
três projetos de anistia aos criminosos, enquanto o movimento está cada
vez mais violento e cada vez mais assustador. Será que dessa vez a anistia, que
transformou em heróis vários envolvidos em greves anteriores (alguns inclusive
acabaram sendo eleitos para os Parlamentos) vão ser salvos sem pagar por seus
delitos, de novo?
PERGUNTINHA
Você já separou a grana para apostar no terceiro maior prêmio da Mega
Sena de todos os tempos, com mais de 200 milhões de reais, cujo sorteio será
nessa quinta, logo depois do carnaval?
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