Domingo, 9 de outubro de 2022 - 06h11
O CONSERVADOR BOLSONARO OU O SOCIALISTA LULA: NÃO HÁ
SINAIS CLAROS SOBRE QUEM O BRASIL ESCOLHERÁ
A 21 dias do turno decisivo da eleição histórica de 2022,
quando os brasileiros, por maioria, vão optar ou por um governo socialista,
como os têm hoje a maioria dos países latino-americanos ou por um conservador
de direita, com ideias econômicas totalmente antagônicas às do socialismo, não
há como dizer claramente se há um grande favorito. Claro que o ex-presidente
Lula, do alto dos seus seis milhões de votos a mais no primeiro turno, tende a
ganhar a eleição. Mas não se pode ignorar o poderio com que Bolsonaro também
sal das urnas, elegendo praticamente 20 dos 27 novos senadores e uma bancada na
Câmara Federal de ampla maioria a apoiá-lo. O aval à sua candidatura de
governadores de Minas e Rio de Janeiro; do atual governante de São Paulo e do,
ao que tudo indica, eleito no maior Estado da Federação, Tarcísio de Freitas,
podem sim dar um grande impulso à reeleição do atual presidente. Lula cooptou
os inimigos de Bolsonaro e os nomes mais à esquerda, como Fernando Henrique
Cardoso, José Serra e agora a senadora Simone Tebet, que chegou a 5 milhões de
votos na eleição presidencial. Bolsonaro tem a seu lado o poderio eleitoral de
Romeu Zema, o novo guru político dos mineiros. Bolsonaro tem, certamente, a
maior oposição que um Presidente já teve, desde a democratização. Foi
bombardeado pela militância esquerdista, pelos artistas, pela imensa maioria da
mídia, desesperada pelo poder e pelo dinheiro que perdeu e, mesmo assim, chega
ao segundo turno com chances reais de vitória. Lula tem grande votação entre o
eleitorado do Nordeste (onde ganhou por mais de 12 milhões de votos) e o
discurso de que vai melhorar a vida dos mais pobres. É dele a chance maior.
Mas...
Nos últimos dias, as famigeradas pesquisas, que fizeram
um dos maiores fiascos da história das eleições, desde que os chamados
institutos começaram a fazer levantamentos políticos, voltaram no segundo
turno. A primeira pesquisa, do muito mais famigerado DataFolha, deu Lula com
seis pontos a frente de Bolsonaro, um pouco mais do que as urnas apontaram no
primeiro turno. Mas, em São Paulo, o mesmo Data Folha que no domingo da eleição
dava vitória fácil de Lula, com 14 pontos de diferença, agora aponta uma queda
surpreendente do ex-presidente e uma subida inédita de Bolsonaro. Lula teria
caído mais de 10 pontos em seis dias, enquanto Bolsonaro teria saltado pelo
menos oito no mesmo período. Ou seja, uma diferença de 18 pontos percentuais em
apenas seis dias. Nesta primeira pesquisa do primeiro turno, Bolsonaro passou
Lula, com 46 a 44 pontos. Em qual acreditar? O eleitor, ao invés de ser
enganado por institutos picaretas, que ele faça sua pesquisa e que analise
tudo, antes de votar. Não há pesquisa que mude a vontade de Sua Excelência, o
Eleitor. No dia 30 ele dirá, por maioria, que tipo de país nós queremos.
Torçamos que vença o que for melhor para o Brasil!
BOLSONARO
NEUTRO EM RONDÔNIA: “PARA QUE DIVIDIR? TEMOS É QUE SOMAR!” AFIRMOU EM ENCONTRO
NO PLANALTO
Para a cor local, a única novidade sobre a disputa foi a
declaração, improvisada e respondendo a uma pergunta de alguém presente a uma
solenidade no Planalto, nesta semana (não ficou claro se foi um jornalista quem
perguntou), sobre qual dos dois candidatos apoiaria em Rondônia, Bolsonaro deixou
claro, fora do microfone, que não irá se fazer opção por um dos dois. “Para que
dividir? Nós temos é que somar!”. A declaração foi feita logo a seguir a um
rápido pronunciamento do governador Marcos Rocha, que esteve no Planalto junto
com outros governadores, que foram reforçar o apoio ao Presidente, para o
segundo turno. No dia anterior, Bolsonaro recebeu o senador Marcos Rogério e o
senador eleito Jaime Bagatoli, também sem confirmar apoio apenas a eles. O
grupo de Rocha está divulgando nas redes sociais, que o atual governador teria
sido muito melhor tratado pelo Presidente do que seu adversário, mas isso, claro,
pode ser apenas jogo de torcida.
A
TROCA DE LUIZINHO, A VOLTA DE ROSÂNGELA, A VINDA DE ALAN E BAGATTOLI CORRENDO
ATRÁS DE VOTOS
A verdade é que, na disputa local, o quadro ainda está
tão complexo quanto na corrida presidencial. Os dois Marcos (o Rocha e o
Rogério) iniciaram no horário eleitoral gratuito do segundo turno com
agradecimentos e promessas de uma campanha, nesta reta final, sem ataques pessoais.
Na verdade, eles já começaram nas redes sociais, mas ainda com nada que possa
ser considerado um golpe abaixo da linha da cintura. A partir desta semana que
inicia é que as coisas devem esquentar um pouco. O grupo palaciano está se
munindo das armas políticas que pode, assim como o de Marcos Rogério também. Rocha
consegue adesões e Rogério também. A maior surpresa de apoio ao candidato do PL
é a do atual líder do governo na Assembleia, Luizinho Goebel, reeleito, que
trocou de time, a partir de um decisão do seu partido, o PSC. Nesta semana, a
equipe do governador teria tido a defecção da deputada reeleita Rosângela
Donadon, mas ela decidiu manter-se aliada. Rosângela teve um sério confronto
com apoiadores de Rocha, num encontro em Vilhena. Chegou a perder, no governo,
vários cargos de pessoas que indiciou. Mesmo assim, à base da conversa, a
situação foi contornada. De outro lado, o deputado eleito Alan Queiroz, que
estava com Léo Moraes, passou para o lado do Governador. Do lado de Rogério, o
senador eleito Jaime Bagattoli avisa que entrará na campanha do seu nome ao
Governo com força total.
MICHELE
BOLSONARO, DAMARES ALVES E TEREZA CRISTINA NA UNOPAR, TERÇA-FEIRA À NOITE
A informação partiu da assessoria da deputada federal
reeleita Silvia Cristina, do PL. Segundo ela, na próxima terça-feira, no
auditório da Unopar em Porto Velho, haverá uma reunião de Mulheres
Bolsonanaristas, incluindo a primeira dama, Michelle Bolsonaro, embora a
presença dela ainda dependa de uma confirmação nesta segunda-feira. O encontro
terá ainda, segundo Silvia Cristina, as presenças da senadora eleita por
Brasília, Damares Alves; da senadora eleita pelo Mato grosso, a ex-ministro
Tereza Cristina, eleita pelo Mato Grosso do Sul. A intenção da deputada é
reunir as mulheres para a campanha “22 lá, 22 aqui”!, que ela lidera, entre as
mulheres, no Estado. Não se tem ainda maiores detalhes sobre o assunto, mas a
direção da Unopar já foi comunicada sobre o evento, o auditório contratado e as
equipes de segurança da Presidência devem estar em Porto Velho na
segunda-feira, caso a primeira dama confirme sua participação no evento.
HERMÍNIO
COELHO FOI PREJUDICADO NA CAMPANHA: TSE AUTORIZOU SUA CANDIDATURA NA 25ª HORA
O candidato a deputado estadual Hermínio Coelho, do PT,
foi claramente prejudicado no pleito pela complexa legislação eleitoral. Ele
concorreu subjudice durante toda a campanha e, claro, no dia da eleição, por
decisão do TRE. Seus amigos, admiradores, eleitores, não sabiam se, votando
nele, não perderiam seus votos. A 48 horas do pleito, ou seja, sem tempo hábil
para conseguir informar a todo o eleitorado, a candidatura de Hermínio foi
liberada pelo Tribunal Superior Eleitoral, mas, claro, já era tarde demais.
Hermínio era certamente o nome do petismo mais forte entre os postulantes da
Capital e região, para chegar à Assembleia. O partido conseguiu eleger uma
representante, Cláudia Jesus, filha do ex-deputado federal Anselmo de Jesus,
que foi vice na chapa comandada por Daniel Pereira. A verdade é que, ficou com
Hermínio a sensação de que ele poderia ter chegado lá, mesmo que não fosse
fácil, é claro, caso tivesse podido tocar sua campanha normalmente. Nesta
segunda-feira, os 6.167 votos dados a Hermínio Coelho deverão ser acrescidos à
votação geral para a Assembleia em Rondônia. Não deve mudar nada na vida dos
eleitos, mas certamente mudou na vida de Hermínio.
FÁTIMA
SUPERA 28 MIL VOTOS PARA A CÂMARA E CONTINUA SENDO O NOME MAIS FORTE DO PETISMO
NO ESTADO
Por falar em PT, o partido teve uma performance muito
abaixo das expectativas, assim como todas as legendas da esquerda, no Estado.
Conseguiu eleger apenas uma deputada e nada mais que isso. O candidato da
Frente Democrática, Daniel Pereira, ficou em quarto lugar, muito longo do
terceiro, Léo Moraes. Nomes com enorme potencial, como o do advogado e
professor Vinicius Miguel (10.161 votos) ficaram pelo caminho. Mauro Nazif
(16.774 votos) o maior líder do PSB no Estado, perdeu seu mandato. Em os
representantes da ala esquerdista e do PT, especialmente, o único nome que se
pode destacar é o da ex-senadora Fátima Cleide. Afastada da política há
bastante tempo, Fátima teve mais de 28.400 votos. Caso a federação da esquerda
tivesse tido um pouco mais de votos da ampla maioria que fracassou, Fátima
seria o único nome do petismo e da autoproclamada Frente Democrática com
possibilidades reais de chegar lá. Caso Lula vença a eleição presidencial, a
rondoniense tem chance de voltar ao cenário da política, pela forte ligação que
tem com o ex-presidente.
CPI INVESTIGA, PF ESTÁ DE OLHO: IPEC E
DATAFOLHA GANHARAM MAIS DE 37 MILHÕES POR PESQUISAS NO PRIMEIRO TURNO
Há
realmente, algo de podre no reino das pesquisas eleitorais? A suspeita é muito
forte e, por isso, dois dos maiores institutos do país, o DataFolha e o Ipec,
aquele que mudou de nome (ex-Ibope), tentando renascer no país, depois da série
de fracassos do passado, estão sob a mira não só de uma CPI que está sendo
criada no Congresso, mas também da Polícia Federal, segundo o site R7, já um
dos mais respeitados e acessados do país. A notícia informa que dois
“institutos” que, na verdade, são apenas empresas que visam lucro, faturaram,
nesta campanha, nada menos do que 37 milhões e 600 mil reais. O Ipec faturou 23
milhões e 400 mil e o DataFolha nada menos do que 14 milhões e 200 mil reais. Segundo dados oficiais da
Justiça Eleitoral, as três pesquisas mais caras realizadas pelo Ipec, no valor
de mais de 348 mil reais cada, totalizando mais de 1 milhão e 44 mil reais, foram
contratadas pela TV Globo. Nelas, foram entrevistadas 9.024 eleitores entre os
dias 13 de setembro e 1º de outubro. A média de entrevistados nas pesquisas era
de 1.000 eleitores. A CPI das Pesquisas, no Congresso, já tem as assinaturas
necessárias e deve começar em breve
LULA
TAMBÉM GANHOU NO NORTE, MAS POR APENAS 58 MIL VOTOS A MAIS QUE BOLSONARO
O Nordeste elegeu
mais esquerdistas para seus governos e, na região norte, os maiores eleitorados
também ficaram ao lado de Lula, que, no total, na região, teve pouco mais de 58
mil votos que o atual Presidente. O desequilíbrio vem com o Pará. No gigantesco
Pará, onde o atual governador Helder Barbalho teve mais de 70 por cento dos
votos válidos, os vencedores fecharam com Lula. No Acre, aliado do presidente Bolsonaro,
Gladson Cameli ganhou no primeiro turno com quase 57 por cento dos votos
válidos. No Amapá, o eleito foi Clécio, do Solidariedade, que apoia Lula. Ele é
do Estado do senador Randolfe Rodrigues, que coordenou a campanha de Lula no
primeiro turno. Antonio Delarium foi reeleito pelo PP do Amapá com 57 por cento
dos votos. Apoiará Bolsonaro no segundo turno. No Tocantins, Vanderlei Barbosa,
do Republicanos, outro reeleito, ainda está em cima do muro. Disse que não
decidiu se apoiará um dos dois candidatos ou se ficará neutro. No Amazonas, o
segundo turno vai decidir entre o bolsonarista Wilson Lima e o lulista Eduardo
Braga. Rondônia tem dois apoiadores de Bolsonaro no turno decisivo: Marcos Rocha
e Marcos Rogério. No resumo: Lula tem apoio, entre os eleitos, no Pará e no
Amapá. Bolsonaro ganhou no Acre e no Amapá. Um ficou no muro. No segundo turno,
os dois candidatos à Presidência disputam em dois Estados, mas num deles,
Rondônia, seja qual for o resultado, ganhará um bolsonarista.
PERGUNTINHA
Você vai decidir seu voto no segundo turno baseando-se nos
institutos de pesquisa ou vai ignorá-los e votar no candidato que achar melhor
para seu país?
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