Quinta-feira, 26 de março de 2020 - 06h00
OS DOIS LADOS DA MOEDA: OU O CAOS DA DOENÇA
OU A TRAGÉDIA DA QUEBRADEIRA DE EMPRESAS E DO CAOS SOCIAL
Há os dois lados da moeda. Infelizmente, ambos
assustadores. Ambos tenebrosos. Ambos destrutivos. Um lado é horripilante, que
mexe com todo o Planeta e, ao menos nesse momento, parece não ter solução, tal
o medo que impôs. Os números de contágio da corona vírus e os milhares de
mortes que já causou – e vai causar ainda muito mais, ao menos nos próximos
meses – fizeram com que autoridades do mundo inteiro tomassem medidas drásticas
para tentar ao menos diminuir o terror. Alguns têm tido resultados
melhores. Outros, mesmo um país poderoso como os Estados Unidos, que já liberou
2 trilhões de dólares para que sua economia não quebre, pode, mesmo assim, ter
algo em torno de 30 por cento de desempregados, caso a quarenta caseira
continue e as pessoas não possam sair de casa para trabalhar, comer, produzir.
E aí vem o outro lado da moeda, aquele que, no período pós pandemia, pode
simplesmente transformar o nosso Brasil num país do caos total e absoluto. Num
primeiro momento, começarão a passar fome e não terem dinheiro para pagar
contas ou apenas para sobreviver, perto de 25 milhões de brasileiros que vivem
na informalidade. Não terão clientes e, portanto, não terão dinheiro para nada.
Ao mesmo tempo, quebrarão e ficarão às portas da fome sua e de sua família, os
micros e pequenos empresários brasileiros, que formam mais de 95 por cento de
toda a estrutura econômica do país. As grandes empresas sobreviverão por alguns
poucos meses, com cada vez menos empregados, até que, também elas, vão sucumbir
ante uma crise nunca vista na história do capitalismo mundial.
Ora, num quadro dantesco desses, tem solução ou
devemos começar, todos a cortar os pulsos, já que não há saída? Há sim. Não é a
ideal, porque a ideal seria todos os seres humanos ficarem trancados em suas
casas, tendas e cavernas, até que todo o perigo passasse. Só que isso
significaria um caos de tal profundidade, que se tornaria irrecuperável a vida
como a conhecemos. O bom senso indica que todas as pessoas que estão no grupo
de risco, devam ser isoladas, cuidadas, protegidas. Toda a estrutura da saúde
pública e privada tem que ser direcionada para elas, com construção imediata de
novos hospitais, hospitais de campanhas, investimentos pesadíssimos, tudo para
que elas não sejam atingidas. Porque o vírus vai chegar sim e pegar a todos.
Mas os que não correrão risco de vida, esses, os 85 por cento da população, se
não voltarem à vida normal, em breve poderão fazerem parte também, todos, do
grupo de risco. Que se não morrerem pela doença, morrerão de fome. Não há meio
termo nessa questão. Todo o mundo dentro de casa, significa, sim, o avanço
mais lento do coronavírus. Apenas isso. Já um país pobre, quebrado, com milhões
e milhões de desesperados nas ruas, sem ter como alimentar suas famílias, aí
sim, seria um quadro que nos colocaria ante o fim de tudo e de todos. É bom
pensar, portanto, nos dois lados da moeda.
ALGUMAS EMPRESAS PODERÃO ABRIR
Certamente é o raciocínio que passa pela cabeça
do presidente Jair Bolsonaro e da maioria dos governadores, como o de Rondônia,
Marcos Rocha. A tal ponto que, já percorre as redes sociais, informações de
que, a partir dessa quinta-feira, Rocha começará um lento, mas firme processo
de afrouxamento do decreto de calamidade pública, permitindo a abertura de
algumas lojas de setores importantes para a produção. O conhecido empresário
Adélio Barofaldi, da Autovema, revenda Fiat de Porto Velho, fez um áudio nas
redes sociais, anunciando a medida. Em seguida, o presidente da Associação
Comercial de Ji-Paraná, Hugo Araujo, também transmitiu o mesmo tipo de
informação pelas redes sociais. A Federação das Associações Comerciais e
Empresariais de Rondônia, também confirmou que a decisão saiu de um encontro
com o governador Marcos Rocha. O assunto chegou aos sites de notícias na tarde
desta quarta, mas, até o final do dia, o Governo não tinha confirmado
oficialmente a mudança.
PEQUENOS ENTRAM EM DESESPERO
Em Porto Velho, já há empresários,
principalmente os pequenos empreendedores, que começam a postar nas redes
sociais e a compartilhar com seus parceiros de WahtsApp e outros aplicativos, depoimentos
assustadores. Donos de restaurantes por exemplo, desde os menores até aqueles
mais sofisticados, já reduziram drasticamente suas equipes, a maioria com meia
dúzia de clientes que faz encomendas ou recebe a comida por tele entrega.
Vendedores ambulantes e entregadores de panfletos não têm mais o que fazer. Doceiras,
promotores de eventos e donos de bares estão imaginando como vão cumprir seus
compromissos, que continuam vencendo normalmente. As grandes empresas também já
começam a negociar férias com seus empregados e houve sim, as primeiras
demissões. Na área da comunicação, empresas que perderam dezenas de clientes em
poucos dias, porque eles não têm como anunciar, já que não há quem compre seus
produtos, tiveram ainda uma nova e péssima notícia. A verba publicitária do
Governo, que seria importante nesse momento, simplesmente foi cortada
totalmente, por decisão judicial. Só está faltando mesmo um meteoro, daquele
dos tempos dos Dinossauros, para completar o quadro cada vez mais apavorante
que se desenha todos os dias.
“TODOS OS DIAS PEÇO SOCORRO A DEUS!”
“Eu nunca sonhei, nunca imaginei que um dia
estaria na posição de Governador. E Deus me colocou nessa posição, juntamente
com a população de Rondônia, nosso Estado querido. Mas também nunca imaginei
que eu seria Governador num período em que estivesse ocorrendo uma peste, uma
pandemia deste tipo, em nível mundial”. As palavras são do Governador Marcos
Rocha, numa conversa informal com um amigo. Disse mais: “todos os dias peço
socorro a Deus, pedindo sabedoria, para que ele me use e me dê forças
para buscar as soluções. Por isso tenho dormido tão pouco. Peço proteção e
ajuda para poder trazer mais tranquilidade e proteção à nossa população”. Rocha
lembrou que conseguiu colocar Rondônia numa posição de destaque, recuperando a
credibilidade do nosso Estado perante o governo federal, perante outros Estados
e perante os fornecedores. Então, no meio disso tudo, surge essa terrível
pandemia. “Mas digo uma coisa de todo o coração: nós vamos vencer essa crise! E
vamos, com fé em Deus, se a gente tomar os cuidados necessários e nos
dedicarmos ao trabalho, controlando as finanças, vamos ficar melhores do que
estamos hoje. Usaremos de cautela, mas sempre buscando a felicidade da nossa
população, vamos superar tudo isso!”
PREFEITO MANTÉM CALAMIDADE
Poucas horas depois de começar a circular, no
meio empresarial, a informação de alguma flexibilização no decreto de
calamidade do Governo do Estado, o prefeito Hildon Chaves reuniu a imprensa
para reafirmar que todas as decisões de fechamento de empresas da Capital
continuarão iguais. E foi mais longe: “nada vai mudar. As restrições
continuam e se houver necessidade podem até aumentar”, disse Chaves. No
entanto, ele anunciou uma série de medidas para amenizar a crise econômica,
como prorrogar prazos de licença e ampliando prazos para vencimento de
impostos. É uma situação em que, caso o Governo decida mesmo liberar algumas
empresas (mesmo mantendo os cuidados para controle da doença), o Estado tomará
um tipo de decisão e o Município outra. No Rio de Janeiro, por exemplo, está
ocorrendo o mesmo problema, mas de forma diferente. Lá o governador Wilson
Witzel quer isolar cada vez mais a cidade, mantendo as empresas fechadas, sem
exceção. Já o prefeito Marcelo Crivela anunciou, a partir desta quinta,
flexibilização do controle, permitindo a abertura de alguns tipos de serviços.
Tanto lá como aqui, quem terá a palavra final?
PRESIDENTE ESTÁ FRAGILIZADO
A grande mídia e a oposição deitaram e rolaram
contra o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro, que defendeu isolamento
total apenas para os grupos de risco ante o coronavírus, permitindo que todos
que não corram riscos, que voltem à vida normal. A questão, lamentavelmente, se
transformou também em guerra política, com os opositores jogando pedras e as
grandes emissoras que perderam grandes nacos do dinheiro público, tentando
tornar a situação no mesmo esquema aquele do “Ele não!”, em que os derrotados
nas urnas no ano retrasado, continuam buscando todas as formas de defenestrar o
presidente da República. Nesses tempos de medo, de quase pânico, dessa vez, ao
que parece, Bolsonaro vai acabar perdendo muito do seu prestígio. A verdade é
que há como manter os cuidados contra o vírus, sem destruir a economia do país.
Mas, para a oposição e muitos governadores, inclusive alguns que se elegeram
graças à onda Bolsonaro, a questão é política. O Presidente, nesse momento,
está fragilizado.
BOLSONARO VERSUS BOLSODÓRIA!
Aliás na teleconferência com os governadores do
sul e sudeste, nesta quarta, mais uma vez a política – e não o coronavírus –
foi o destaque principal. Uma troca de farpas, quase tapas virtuais, entre o
presidente Bolsonaro e o governador paulista João Dória, sempre esperto e
pronto para tirar dividendos políticos, se tornou mais divulgado do que
quaisquer medidas que pudessem representar avanços no combate da doença. Dória,
se colocando como uma espécie de liderança, um porta voz dos demais
governadores, criticou o Presidente, dizendo, entre outras palavras duras que ““O
senhor, como presidente da República, tem que dar o exemplo. E tem que ser o
mandatário para comandar, para dirigir, para liderar o país e não para
dividí-lo”. Fosse outro político mais dócil, Bolsonaro não teria dado
a resposta que deu: ““Agradeço as suas palavras, senhor governador,
completamente diferentes e dissociadas por ocasião das eleições de 2018, onde
Vossa Excelência apoderou-se do meu nome, para se eleger”, contra atacou. Em 2018,
ao perceber a ascensão da popularidade do então candidato Bolsonaro, Doria
criou o nome “BolsoDoria”, para mostrar que era aliado do agora
Presidente. O namoro durou pouco. Por isso, as palavras duras de
Bolsonaro, no encontro via teleconferência desta quarta: “Guarde as suas
observações para a ocasião das eleições de 2022″, afirmou. "Então Vossa
Excelência poderá destilar todo o seu ódio e demagogia por ocasião das mesmas”.
Dória, malandro, divulgou a discussão nas redes sociais, dando-se como vencedor,
é claro!
PERGUNTINHA
Na sua opinião, toda a população deve
continuar trancada em casa, para tentar impedir a chegada do coronavírus ou só
devem se isolar as pessoas que fazem parte dos grupos de risco?
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