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Sergio Pires

O caos da doença ou a quebradeira de empresas + Algumas empresas poderão abrir + Hildon Chaves mantém calamidade


O caos da doença ou a quebradeira de empresas + Algumas empresas poderão abrir + Hildon Chaves mantém calamidade - Gente de Opinião

OS DOIS LADOS DA MOEDA: OU O CAOS DA DOENÇA OU A TRAGÉDIA DA QUEBRADEIRA DE EMPRESAS E DO CAOS SOCIAL

Há os dois lados da moeda. Infelizmente, ambos assustadores. Ambos tenebrosos. Ambos destrutivos. Um lado é horripilante, que mexe com todo o Planeta e, ao menos nesse momento, parece não ter solução, tal o medo que impôs. Os números de contágio da corona vírus e os milhares de mortes que já causou – e vai causar ainda muito mais, ao menos nos próximos meses – fizeram com que autoridades do mundo inteiro tomassem medidas drásticas para tentar ao menos diminuir o terror.  Alguns têm tido resultados melhores. Outros, mesmo um país poderoso como os Estados Unidos, que já liberou 2 trilhões de dólares para que sua economia não quebre, pode, mesmo assim, ter algo em torno de 30 por cento de desempregados, caso a quarenta caseira continue e as pessoas não possam sair de casa para trabalhar, comer, produzir. E aí vem o outro lado da moeda, aquele que, no período pós pandemia, pode simplesmente transformar o nosso Brasil num país do caos total e absoluto. Num primeiro momento, começarão a passar fome e não terem dinheiro para pagar contas ou apenas para sobreviver, perto de 25 milhões de brasileiros que vivem na informalidade. Não terão clientes e, portanto, não terão dinheiro para nada. Ao mesmo tempo, quebrarão e ficarão às portas da fome sua e de sua família, os micros e pequenos empresários brasileiros, que formam mais de 95 por cento de toda a estrutura econômica do país. As grandes empresas sobreviverão por alguns poucos meses, com cada vez menos empregados, até que, também elas, vão sucumbir ante uma crise nunca vista na história do capitalismo mundial. 

Ora, num quadro dantesco desses, tem solução ou devemos começar, todos a cortar os pulsos, já que não há saída? Há sim. Não é a ideal, porque a ideal seria todos os seres humanos ficarem trancados em suas casas, tendas e cavernas, até que todo o perigo passasse. Só que isso significaria um caos de tal profundidade, que se tornaria irrecuperável a vida como a conhecemos. O bom senso indica que todas as pessoas que estão no grupo de risco, devam ser isoladas, cuidadas, protegidas. Toda a estrutura da saúde pública e privada tem que ser direcionada para elas, com construção imediata de novos hospitais, hospitais de campanhas, investimentos pesadíssimos, tudo para que elas não sejam atingidas. Porque o vírus vai chegar sim e pegar a todos. Mas os que não correrão risco de vida, esses, os 85 por cento da população, se não voltarem à vida normal, em breve poderão fazerem parte também, todos, do grupo de risco. Que se não morrerem pela doença, morrerão de fome. Não há meio termo nessa questão. Todo o mundo dentro de casa, significa, sim, o avanço mais lento do coronavírus. Apenas isso. Já um país pobre, quebrado, com milhões e milhões de desesperados nas ruas, sem ter como alimentar suas famílias, aí sim, seria um quadro que nos colocaria ante o fim de tudo e de todos. É bom pensar, portanto, nos dois lados da moeda.   

 

ALGUMAS EMPRESAS PODERÃO ABRIR

Certamente é o raciocínio que passa pela cabeça do presidente Jair Bolsonaro e da maioria dos governadores, como o de Rondônia, Marcos Rocha. A tal ponto que, já percorre as redes sociais, informações de que, a partir dessa quinta-feira, Rocha começará um lento, mas firme processo de afrouxamento do decreto de calamidade pública, permitindo a abertura de algumas lojas de setores importantes para a produção. O conhecido empresário Adélio Barofaldi, da Autovema, revenda Fiat de Porto Velho, fez um áudio nas redes sociais, anunciando a medida. Em seguida, o presidente da Associação Comercial de Ji-Paraná, Hugo Araujo, também transmitiu o mesmo tipo de informação pelas redes sociais. A Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Rondônia, também confirmou que a decisão saiu de um encontro com o governador Marcos Rocha. O assunto chegou aos sites de notícias na tarde desta quarta, mas, até o final do dia, o Governo não tinha confirmado oficialmente a mudança.

 

PEQUENOS ENTRAM EM DESESPERO

Em Porto Velho, já há empresários, principalmente os pequenos empreendedores, que começam a postar nas redes sociais e a compartilhar com seus parceiros de WahtsApp e outros aplicativos, depoimentos assustadores. Donos de restaurantes por exemplo, desde os menores até aqueles mais sofisticados, já reduziram drasticamente suas equipes, a maioria com meia dúzia de clientes que faz encomendas ou recebe a comida por tele entrega. Vendedores ambulantes e entregadores de panfletos não têm mais o que fazer. Doceiras, promotores de eventos e donos de bares estão imaginando como vão cumprir seus compromissos, que continuam vencendo normalmente. As grandes empresas também já começam a negociar férias com seus empregados e houve sim, as primeiras demissões. Na área da comunicação, empresas que perderam dezenas de clientes em poucos dias, porque eles não têm como anunciar, já que não há quem compre seus produtos, tiveram ainda uma nova e péssima notícia. A verba publicitária do Governo, que seria importante nesse momento, simplesmente foi cortada totalmente, por decisão judicial. Só está faltando mesmo um meteoro, daquele dos tempos dos Dinossauros, para completar o quadro cada vez mais apavorante que se desenha todos os dias.

 

“TODOS OS DIAS PEÇO SOCORRO A DEUS!”

“Eu nunca sonhei, nunca imaginei que um dia estaria na posição de Governador. E Deus me colocou nessa posição, juntamente com a população de Rondônia, nosso Estado querido. Mas também nunca imaginei que eu seria Governador num período em que estivesse ocorrendo uma peste, uma pandemia deste tipo, em nível mundial”. As palavras são do Governador Marcos Rocha, numa conversa informal com um amigo. Disse mais: “todos os dias peço socorro a Deus, pedindo sabedoria, para que ele me use e me dê forças para buscar as soluções. Por isso tenho dormido tão pouco. Peço proteção e ajuda para poder trazer mais tranquilidade e proteção à nossa população”. Rocha lembrou que conseguiu colocar Rondônia numa posição de destaque, recuperando a credibilidade do nosso Estado perante o governo federal, perante outros Estados e perante os fornecedores. Então, no meio disso tudo, surge essa terrível pandemia. “Mas digo uma coisa de todo o coração: nós vamos vencer essa crise! E vamos, com fé em Deus, se a gente tomar os cuidados necessários e nos dedicarmos ao trabalho, controlando as finanças, vamos ficar melhores do que estamos hoje. Usaremos de cautela, mas sempre buscando a felicidade da nossa população, vamos superar tudo isso!”

 

PREFEITO MANTÉM CALAMIDADE

Poucas horas depois de começar a circular, no meio empresarial, a informação de alguma flexibilização no decreto de calamidade do Governo do Estado, o prefeito Hildon Chaves reuniu a imprensa para reafirmar que todas as decisões de fechamento de empresas da Capital continuarão iguais. E foi mais longe: “nada vai mudar. As restrições continuam e se houver necessidade podem até aumentar”, disse Chaves. No entanto, ele anunciou uma série de medidas para amenizar a crise econômica, como prorrogar prazos de licença e ampliando prazos para vencimento de impostos. É uma situação em que, caso o Governo decida mesmo liberar algumas empresas (mesmo mantendo os cuidados para controle da doença), o Estado tomará um tipo de decisão e o Município outra. No Rio de Janeiro, por exemplo, está ocorrendo o mesmo problema, mas de forma diferente. Lá o governador Wilson Witzel quer isolar cada vez mais a cidade, mantendo as empresas fechadas, sem exceção. Já o prefeito Marcelo Crivela anunciou, a partir desta quinta, flexibilização do controle, permitindo a abertura de alguns tipos de serviços. Tanto lá como aqui, quem terá a palavra final?

 

PRESIDENTE ESTÁ FRAGILIZADO

A grande mídia e a oposição deitaram e rolaram contra o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro, que defendeu isolamento total apenas para os grupos de risco ante o coronavírus, permitindo que todos que não corram riscos, que voltem à vida normal. A questão, lamentavelmente, se transformou também em guerra política, com os opositores jogando pedras e as grandes emissoras que perderam grandes nacos do dinheiro público, tentando tornar a situação no mesmo esquema aquele do “Ele não!”, em que os derrotados nas urnas no ano retrasado, continuam buscando todas as formas de defenestrar o presidente da República. Nesses tempos de medo, de quase pânico, dessa vez, ao que parece, Bolsonaro vai acabar perdendo muito do seu prestígio. A verdade é que há como manter os cuidados contra o vírus, sem destruir a economia do país. Mas, para a oposição e muitos governadores, inclusive alguns que se elegeram graças à onda Bolsonaro, a questão é política. O Presidente, nesse momento, está fragilizado.

 

BOLSONARO VERSUS BOLSODÓRIA!

Aliás na teleconferência com os governadores do sul e sudeste, nesta quarta, mais uma vez a política – e não o coronavírus – foi o destaque principal. Uma troca de farpas, quase tapas virtuais, entre o presidente Bolsonaro e o governador paulista João Dória, sempre esperto e pronto para tirar dividendos políticos, se tornou mais divulgado do que quaisquer medidas que pudessem representar avanços no combate da doença. Dória, se colocando como uma espécie de liderança, um porta voz dos demais governadores, criticou o Presidente, dizendo, entre outras palavras duras que ““O senhor, como presidente da República, tem que dar o exemplo. E tem que ser o mandatário para comandar, para dirigir, para liderar o país e não para dividí-lo”. Fosse outro político mais dócil, Bolsonaro não teria dado a resposta que deu: ““Agradeço as suas palavras, senhor governador, completamente diferentes e dissociadas por ocasião das eleições de 2018, onde Vossa Excelência apoderou-se do meu nome, para se eleger”, contra atacou. Em 2018, ao perceber a ascensão da popularidade do então candidato Bolsonaro, Doria criou o nome “BolsoDoria”, para mostrar que era aliado do agora Presidente. O namoro durou pouco.  Por isso, as palavras duras de Bolsonaro, no encontro via teleconferência desta quarta: “Guarde as suas observações para a ocasião das eleições de 2022″, afirmou. "Então Vossa Excelência poderá destilar todo o seu ódio e demagogia por ocasião das mesmas”. Dória, malandro, divulgou a discussão nas redes sociais, dando-se como vencedor, é claro!

 

PERGUNTINHA

Na sua opinião, toda a população deve continuar trancada em casa, para tentar impedir a chegada do coronavírus ou só devem se isolar as pessoas que fazem parte dos grupos de risco?

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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