Domingo, 24 de janeiro de 2021 - 09h26
OS CANALHAS FURAM
A FILA PARA SEREM VACINADOS E ALÉM DA OJERIZA DE TODO O PAÍS, MUITO POUCO LHES
ACONTECERÁ
Não há canalhice
maior do que a que está sendo praticada por várias autoridades do país,
incluindo-se aí prefeitos, parlamentares, secretários e seus familiares, que
furam a fila da vacina, ao invés de esperarem sua vez, como o está fazendo a
imensa maioria de brasileiros decentes. O caso é digno não só de sanções
legais, como de demonstrações claras de ojeriza a esse tipo de gente, que envergonha
a todos nós, os decentes, que vamos ficar na fila, correndo o risco de sermos
atingidos pelo violento vírus, enquanto esses malandros correm para se
proteger. Todos são cafajestes, mas há ainda uma categoria especial. Entre os
que correram para se vacinar, antes de todos os demais que fazem parte dos
grupos de risco, um tipo pior, como um secretário municipal de saúde do Amapá,
que vivia criticando a vacina chinesa, fazendo arremedos e ironias sobre ela,
mas que, tão logo a Coronavc chegou ao seu Estado, passou à frente de quem
deveria ser vacinado primeiro. Está sob investigação do Ministério Público. O
mesmo MP que atua em vários locais, porque os sem vergonha estão espalhados
Brasil afora, inclusive aqui, em Rondônia. No país do jeitinho, do levar
vantagem, do vou sacanear porque ninguém está vendo, não se poderia esperar
outra coisa de gente dessa laia. Serão punidos? Ao menos, que sejam vaiados!
Em pelo menos 12
Estados brasileiros e também no Distrito Federal (em Rondônia, que não estava
nesta lista do mal, há pelo menos um caso sendo investigado, que teria ocorrido
numa unidade de saúde de Porto Velho), estão sendo investigados autoridades,
seus familiares e apaniguados, que furaram a fila para se vacinarem, antes dos
que realmente tinham esse direito. As suspeitas atingem principalmente Amazonas,
Amapá, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande
do Norte, São Paulo e o Distrito Federal. Deve-se sublinhar que há um só caso
de suspeita de benefícios irregulares, ao menos até agora, nas mais de 49 mil
doses de vacinas distribuídas em Rondônia. Em várias regiões do país, os
aproveitadores usaram doses para imunização até mesmo em localidades onde paira
o caos na saúde, como Manaus, onde o Ministério Público exigiu que a Prefeitura
reprogramasse toda a estratégia das vacinas, para acabar com a farra ilegal. Em
várias regiões já há casos confirmados de fura-filas, ignorando a vida alheia. Em
outros países, como na Inglaterra, onde até a nonagenária Rainha Elisabeth, de
94 anos, teve que entrar na fila para receber sua dose, esse tipo de irresponsabilidade
e safadeza é severamente punida. Aqui no Brasil, já se sabe o que vai
acontecer. Muita conversa, alguma indignação, protestos eventuais, mas, no
final, os malandros sairão ilesos, porque é assim que nossas leis tratam
meliantes. É uma vergonha, mas que ninguém diga que é uma surpresa!
NOVAS VACINAS COMEÇAM A CHEGAR NA MANHÃ DESTE
DOMINGO
Há um claro alívio
na área da saúde rondoniense, com a perspectiva de que, em poucos dias, cheguem
pelo menos mais dois pacotes de vacinas, vindas do Ministério da Saúde. O
primeiro deles está confirmado para a manhã deste domingo e será da Oxford. Não
terá a mesma proporcionalidade do que a primeira leva, quando Rondônia teve
direito a 0,08 por cento das primeiras seis milhões das Coronavac. As 13 mil
doses destinadas ao Estado, da nova vacina, significam 0,065 por cento do total
das 2 milhões de doses da Oxford. Elas
vão proporcionar a imunização de mais 6.500 pessoas, todas elas da área da saúde
pública. Além disso, das 4 milhões e 800
mil novas vacinas liberadas pela Anvisa na sexta-feira, para o país (também da
Coronavac) Rondônia espera pelo menos, neste segundo pacote, o mesmo percentual
anterior, o de 0,08 por cento, o que daria 40 mil doses. Numa soma simples, teríamos,
nessa primeira fase, os 24 mil vacinados na primeira leva (com as duas doses);
mais em torno de 6.500 para a Oxford e outros 20 mil, caso se confirmem mais 40
mil doses da Coronavac. Ou seja, embora ainda longe do ideal, já teríamos vacinas
para imunizar perto de 50.500 pessoas no Estado, ao menos para atender o
primeiro grupo de risco: o pessoal da saúde. É pouco? Claro que é. Mas já seria
um começo...
HILDON ANUNCIA COLAPSO NA SAÚDE E PEDE MAIS
VACINAS
Numa coletiva na
manhã deste sábado, o prefeito Hildon Chaves, ao lado do vice, Maurício
Carvalho, da secretária de saúde Eliana Pasini e da secretária adjunta Marilene
Penatti, falou sobre a situação da estrutura de saúde da Capital, neste momento
de crise, em que o coronavírus ataca com força redobrada. Hildon foi enfático:
o sistema municipal de saúde entrou em colapso. As UPAs não têm mais condições
de atender mais ninguém e os leitos hospitalares da Capital estão 100 por cento
tomados. Desde o sábado, doente que precisar de hospitalização, não terá mais
como ser atendido. Hospitais lotados, a
fúria da Covid caminhando para 1.030 mortes na cidade e a pequena dosagem de
vacinas, que chegaram para a maior cidade do Estado, foram alguns dos temas
abordados pelo Prefeito, no encontro com jornalistas. Hildon disse que o
governo brasileiro se atrasou muito na produção e distribuição de vacinas e diz
que espera que cheguem mais doses o mais rápido possível. O Prefeito também
criticou os fura fila em todo o país e diz que aqui há muita atenção e cautela,
para que apenas as pessoas que realmente estejam no grupo de risco, sejam
atendidas nesta primeira fase. Até a sexta, pelo menos 1.200 servidores neste
contexto tinham sido vacinados. No total, nove mil doses da primeira leva das
vacinas serão aplicadas.
BR 319: CRÍTICA AOS QUE SE ESQUECERAM DAS VIDAS
PERDIDAS
O presidente da Federação das
Indústrias de Rondônia, Fiero, responsável ainda pela Agência de
Desenvolvimento Municipal de Porto Velho, publicou longo artigo neste final de
semana, com uma forte defesa em torno do asfaltamento da BR 319. Num trecho,
escreveu: “Iniciamos 2021 com pessoas perdendo suas vidas por falta de oxigênio
no Amazonas. A bandeira da recuperação da BR-319, que liga o Amazonas aos
estados do sul do Brasil, levantada há décadas pela Fiero, nunca esteve tão
latente. Afinal, caso a rodovia estivesse em plenas condições de uso, o
oxigênio tão necessário para atender a população, além de outros insumos
poderiam chegar até os hospitais amazonenses numa média de 10 horas”. Mais
adiante, questionou: “gostaríamos de chamar a atenção aqueles que se opõem às
obras de infraestrutura. Será que os opositores nacionais e internacionais não
tiveram conhecimento do que vem ocorrendo com a população amazonense?” Na conclusão do longo texto, Marcelo Thomé
faz uma ironia crítica: “os países que criticam o desmatamento e que teriam o
poder financeiro para fretar aviões, se esqueceram do Brasil. Afinal, neste
momento, não está havendo queimadas, “só a população morrendo”. O momento é de
reflexão, mas sobretudo de ação”.
POLITICAGEM: EXPEDITO DIZ QUE OPINIÃO PÔS O DEDO
NA FERIDA
Uma forte
liderança política em Rondônia, ainda hoje, o ex senador Expedito Júnior tem
muito jogo de cintura, mas também posições fortes, que externa sempre que
necessário. Leitor assíduo dessas mal traçadas linhas, como, para orgulho de
quem a escreve, a maioria das mais importantes autoridades e empresários deste
Estado, Expedito enviou recado à coluna, comentando sobre a publicação da
última quinta-feira, dia 21. O título do tema de abertura foi “Bolsonaro
e os pais da vacina querem guerra e palanque. Quem se importa com quem vai
viver ou morrer?” Sobre o que publicou a Opinião de Primeira, Expedito
escreveu: “parabéns por essa coluna. Você sempre me surpreende no jornalismo Achei
que não veria você fazendo críticas ao governo de Bolsonaro. No entanto, você
escancara a vergonha da politicagem que estão fazendo com o vírus da Covid. Não
passou a mão na cabeça de ninguém e sim mostrou o palanque que estão fazendo
com as mortes contraídas por esse vírus. Governo federal, estaduais e
municipais e na mesma proporção, vereadores, deputados e senadores, não estão
nem um pouco preocupados com a doença e com a vacina; querem é fazer
politicagem barata! Você colocou o dedo na ferida”..
UTIS: 95 POR CENTO OCUPADAS NO ESTADO E 100 POR CENTO NA CAPITAL
Enquanto espera
mais vacinas, o secretário de saúde do Estado, Fernando Máximo, fez novo
apelo, neste final de semana, no sentido de que o rondoniense triplique os
cuidados, mantendo-se longe de aglomerações, usando máscara e álcool gel, além
de todos os cuidados necessários, para que se evitem novas hospitalizações e o
colapso total do sistema de saúde. Nesta última semana, os números assustaram,
a tal ponto de que, na última sexta, ser registrado o maior número de
contaminados em 24 horas, desde que se iniciou a pandemia: mais de 1.430 casos.
Já no sábado, o boletim da Sesau apontava para nada menos do que 543 internados
e 12 mortes em todas as cidades de Rondônia, incluindo-se aí, os dois óbitos em
Porto velho. Com isso, já batemos a triste estatística de 2.097 mortes desde
maio passado, das quais 1.022 foram apenas na Capital. Temos atingido ainda, os
maiores números de internações desde que a doença nos atacou com violência.
Como vai demorar muito para que grande parte da população seja vacinada, é
importante ter toda a proteção possível, porque senão muita gente vai morrer
nas portas dos hospitais, por falta de leitos comuns e de UTIs. O prefeito
Hildon Chaves fala até em risco de “tragédia humanitária”, na Capital.
OUTRO PREFEITO TAMBÉM DECIDE CONGELAR SEUS
TRIBUTOS
Desmembrado de
Vilhena e Colorado e tornado município em fevereiro de 1992 (completará 29 anos
no mês que vem), Corumbiara é um pequeno, mas progressista município de
Rondônia. Com cerca de oito mil habitantes, a cidade tem na produção do campo
sua principal base econômica. Pois vem de lá outro exemplo positivo. O prefeito
Leandro Vieira, o Leandro da Saúde, eleito no final do ano passado, seguiu os
passos da prefeita de Ariquemes, Carla Redano e também congelou impostos e
taxas municipais por um ano, por causa da pandemia. Proporcionalmente, Ariquemes
e Corumbiara têm todos os problemas de qualquer outra cidade. Precisa
arrecadar, para manter os serviços públicos e cobrir todos os seus custos. Qual
a diferença? No mais básico, a decisão de não explorar ainda mais o
contribuinte, que já vive tempos nebulosos, por causa da pandemia e da crise
econômica. É a contramão da verdadeira ganância arrecadadora que se vê na
imensa maioria dos municípios, de órgãos públicos e de governos de todas as
instâncias. Outras cidades brasileiras estão seguindo o exemplo. São poucas,
ainda. Mas quem sabe essa nova mentalidade de não esfolar o contribuinte se
espalha, mesmo que lentamente, por todo esse Brasil?
MESTRE EM DIREITO DIZ QUE MINISTROS DO STF JÁ
DERAM O GOLPE
Jurista
respeitado, o Mestre e doutor em Direito Societário pela USP, Evandro Pontes,
deu uma longa entrevista, denunciando como golpistas os ministros do Supremo
Tribunal Federal (STF). Depois de enumerar várias decisões do Supremo e
explicar como se caracteriza um golpe, ele analisou: “Ora – para mim é claro e
mais do que óbvio que o golpe já ocorreu. Na medida em que o STF age a latere
do sistema, age de forma a violar a própria Constituição, o próprio STF já
consolidou um verdadeiro golpe de estado”. E prosseguiu: “todos os poderes
foram criminosamente usurpados pela Corte: ela julga, ela investiga, ela
legisla, ela manda abastecer navios, ela atua como Executivo e impede a
extinção de conselhos; ela impede o Executivo de enxugar a máquina. Enfim, o
golpe de estado já foi dado diante de nossos olhos e ninguém simplesmente não
fez nada para restaurar a ordem”. Pontes disse ainda: “estamos assistindo a uma
quebra constitucional irreversível. O STF já cruzou linhas que constituem
verdadeira atividade paraestatal”. Ele tem ou não razão em suas afirmações?
PERGUNTINHA
Você concorda com
a decisão da Comebol e do governo do Rio de Janeiro em liberar 10 por cento da
capacidade do Maracanã, ou seja, perto de oito mil pessoas, para assistir a final
da Libertadores, mesmo com a pandemia?
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Os números, claro, são aproximados e só envolvem valores pagos pelos cofres públicos ao funcionalismo estadual e municipal. Caso se coloq
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