Terça-feira, 4 de dezembro de 2018 - 06h10
Parece uma mentira absurda, mas não
é: houve tempo em que a polícia combatia os criminosos, os prendia, os jogava
na cadeia e não precisava ser julgada por ninguém e nem era tratada como
criminosa. Polícia era polícia. Bandido era bandido. Quem tinha direitos
humanos eram as pessoas decentes, trabalhadoras, que acordam de madrugada para
lutar pela sobrevivência e não os canalhas que superlotam as cadeias e nelas
vivem apenas para planejar todos os tipos de crimes contra nós, os pobres
coitados. Parece mentira, mas houve uma época em que as pessoas podiam andar
tranquilamente pelas ruas, inclusive nessa época de final de ano, sem que a
polícia precisasse divulgar uma série de orientações e medidas para que os
cidadãos comuns se protegessem. Porque, caso algum vagabundo andasse pela
cidade assaltando, era ela, a polícia, quem o pegava, jogava dentro de um
camburão e resolvia o problema. Quando começou a haver uma total
inversão de valores, com os amigos dos bandidos sendo eleitos para fazer leis –
a favor deles, criminosos e contra nós, cidadãos de bem – começou também nosso
inferno astral. Agora, nessa época do ano, ao invés de policiar as ruas e
nos livrar dos criminosos, a polícia produz...orientações. “Não ande
com dinheiro na rua. Cuidado ao ir ao banco. Não estacione seu carro por muito
tempo em lugar perigoso. Não use dinheiro nas compras, só cartão. Fique atento
a todo o movimento ao seu redor, porque os criminosos estão de olho em você”.
Ué, mas não é a polícia quem deveria estar de olho nos criminosos? Ou seja,
nós, os que pagamos os impostos mais caros do mundo, com retorno quase zero,
ainda temos que cuidar de nós mesmos?
Então, fique de olho! Cuidado com sua
bolsa e com seu bolso. Cuidado com seu carro. Olho vivo ao andar pelas ruas,
porque você pode ser atacado a qualquer momento, em plena luz do dia, por
assaltantes de moto, seja no centro da cidade, seja nos bairros. Nunca,
jamais, use celular no meio da rua, porque ele atrai assaltantes. Ah, tem mais!
Se você estiver de carro e, por algum desses milagres que eventualmente recaem
sobre o a humanidade, conseguir alguma vaga para estacionar, nos centros
comerciais de rua, jamais esqueça de ligar o alarme do seu carro. Ou seja, os
ladrões vão roubá-lo, mas pelo menos o alarme vai tocar. Neste contexto, veja
só essa pérola de orientação: “ainda em
relação ao uso de veículos, outra dica é: entrar, acionar o cinto de segurança,
travar as portas, ligar o veículo e sair do local imediatamente. Não é nada
prudente ficar no carro parado fazendo ligações telefônicas ou checando o
whatsapp”. Enfim, se você for mesmo um grande idiota, uma espécie de débil
mental e ainda assim quiser usar seu dinheiro, conquistado à muito trabalho e
suor, para fazer suas compras de Natal, não esqueça de fazer um acordo com os
ladrões. E siga direitinho as orientações da polícia. Ela não vai protegê-lo.
Mas sabe dar cada conselho!!!
POSSE ENTRE
BOCEJOS E SONO
Não é fácil ter um
governo liderado por um militar, acostumado á caserna, a acordar cedo e começar
as ações do dia antes mesmo do sol nascer. Aqui em Rondônia, já vamos sentir
isso no primeiro dia do próximo governo, quando o Coronel Marcos Rocha assumir
o comando do Estado. O 1º de janeiro é ainda um dia de festa. Ela começa ao
anoitecer do 31 de dezembro e atravessa a noite e a madrugada. Muita festa pelo
Ano Novo. Comida, bebida, dança, alegria, comemoração. Tudo isso para se
receber o 2019 que vai chegar. Mas é bom lembrar, principalmente para quem vai
acompanhar a troca de Governador, que esse ano tudo será diferente. Exatamente
às oito e meia da manhã (isso mesmo, poucas horas depois de iniciado o novo
ano, duas horas depois do sol nascer e ao mesmo tempo em que milhares de
“festeiros” ainda nem chegaram em casa), começará a solenidade de posse de
Rocha, no Teatro Palácio das Artes. Lá deverão estar pelo menos mil pessoas,
das que gravitam em torno do poder e das que não querem perder um momento histórico
como esse. Poxa, Coronel, não dá pra mudar esse horário da “madrugada” do
primeiro do ano para o final da tarde, pelo menos? Não seria mais lógico e de
bom senso? Começar um governo com grande parte dos convidados bocejando e quase
caindo no sono, é mesmo o melhor jeito de abrir um novo governo? Ainda há tempo
para mudar...
COBRANÇAS
TELEFÔNICAS
Férias? Só em
parte. Na verdade, o governador eleito de Rondônia permanece no Rio de Janeiro
até 12 deste dezembro – quarta-feira da próxima semana – mas está longe de
ficar apenas descansando. Pelo menos do anoitecer até tarde da noite, Marcos
Rocha fica no telefone, conversando com importantes membros da sua equipe, que
hoje fazem parte da turma da transição. Quer saber mais detalhes, questiona
sobre todas as questões mais importantes discutidos, durante o dia, no oitavo
andar do Palácio Rio Madeira/CPA, onde atua o grupo da transição. Toma
decisões, dá ordens, pede novos informes, esmiúça questões das quais quer ter
pormenores. Os poucos dias em que está afastado de Rondônia, de jeito algum
significam um distanciamento das questões do futuro governo. Diariamente, Rocha
tem exigido relatórios detalhados sobre as questões que considera importantes.
Ao mesmo tempo, vai montando sua equipe de governo, na sua cabeça, sem dar
qualquer informação segura sobre ela. Um importante assessor do futuro
Governador disse à coluna, nessa semana: “ninguém tem certeza sobre nenhum
nome. Está tudo na cabeça dele (do Coronel) e ele não fala nada. Alguns poucos
nomes já saíram na mídia. Mas os próximos a Marcos Rocha dizem que haverá
grandes surpresas na relação final do secretariado. Esperemos para ver. Dia 18
ele deve anunciar seu time completo.
O FIM DA MAMATA E
DA CORRUPÇÃO
Grita geral. Desespero. Lágrimas.
Pânico. Susto. Ranger de dentes. Tudo isso está acontecendo no meio daqueles
que imaginavam que as coisas continuariam exatamente iguais como eram, quando
Jair Bolsonaro assumir a Presidência. Há um clima de terror, por exemplo,
pela decisão do Presidente eleito em fatiar o Ministério do Trabalho e acabar
com um antro de corrupção, transformando-o em departamentos e tirando dele o
poder de manter a República Sindicalista, que foi criada no governo de Getúlio
Vargas e se tornou cada vez maior. Milhares de sindicatos foram criados,
muitos deles ilegalmente, com cartas sindicais vendidas, surgindo entidades sem
representatividade, que serviam apenas a meia dúzia de sindicalistas corruptos
e de funcionários, dos que fazem qualquer negócio para ganharem uma grana da
corrupção. Acabou a mamata. Espera-se que seja apenas o primeiro passo. O
próximo, muito mais importante, muito mais profundo, muito mais patriótico,
muito mais importante aos empresários e trabalhadores, será a extinção da
Justiça do Trabalho, essa excrescência que causou prejuízos incalculáveis ao
Brasil. É questão de tempo.
O TRENZINHO VAI VOLTAR
Quem disse que não daria certo? O
prefeito Hildon Chaves autorizou, por enquanto num pequeno trecho, mas
futuramente, numa extensão que pode chegar a cerca de sete quilômetros, a volta
do trenzinho turístico na estrada de ferro Madeira Mamoré. Hildon, acompanhado
da primeira dama, Dona Ieda e do vereador Aleks Palitot, um incentivador do
projeto, percorreu trechos dos trilhos neste último domingo. Também fez parte
do grupo José Bispo, presidente da Associação dos Ferroviários, que sonha em
ver as locomotivas levando e trazendo turistas, do centro da cidade até a
Igreja de Santo Antônio, como ocorria no passado. Tudo será feito com calma e
segurança. Primeiro, está sendo feita a limpeza dos trilhos num trecho de dois
quilômetros, que chegará até o Casarão dos Ingleses. Depois, outro 1 quilômetro
e meio será liberado. Quando for encontrada uma solução para a reconstrução do
trecho dos trilhos que foi destruído na enchente de 2014, será feita a ligação
em toda a extensão, desde o novo complexo no centro da Capital, até Santo
Antônio, como era no passado. Os primeiros passeios serão feitas com litorinas,
mas no futuro, três locomotivas vão puxar os vagões. Em breve, mais novidades
sobre o assunto.
O CASAL RONDON FICA JUNTO
Sessenta e nove anos depois da sua
morte, dona Chiquita ainda tem poder de decidir sobre os restos do seu marido.
Não se trata de uma história bizarra, mas sim de uma história de amor que
atravessa os tempos. Dona Chiquita era esposa do Marechal Rondon e morreu nove
anos antes dele. O marido, apaixonado, tinha exigido que fosse enterrado ao
lado daquela a quem dedicou seu amor por toda a vida. Um dos maiores heróis
brasileiros, o Marechal que deu o nome ao Estado de Rondônia está sepultado no
Cemitério São João Batista, o mais famoso do Rio de Janeiro, que abriga os
corpos de grandes brasileiros e alguns dos nossos maiores artistas de todos os
tempos. O resumo da história é que os descendentes do Marechal decidiram que os
restos mortais dele continuarão no mesmo lugar, ao lado do túmulo da sua
esposa, como ele queria. Não autorizaram a mudança para um Memorial. Tanto o
Mato Grosso, de onde ele era natural, quanto Rondônia, que queria homenageá-lo
pela eternidade, com prédios especiais em sua memória, perderam a causa para o
amor de um casal. Os dois – Cândido Rondon e Dona Chiquita – vão continuar
juntos, para sempre. Mesmo depois de morto há tanto tempo, o casal ainda é
exemplo, pelo amor que os uniu.
A POPULAÇÃO AJUDA A PIORAR
Foram quase oito
horas seguidas de uma chuva intensa. Toda a Porto Velho foi atingida em cheio,
com um volume de água que raras vezes se viu na cidade, ao menos nos últimos anos,
em tão pouco tempo. Algumas regiões foram atingidas em cheio, causando enormes
danos. Alguns prejuízos foram maiores em áreas onde caíram raios, destruindo
equipamentos e cortando o abastecimento de energia durante várias horas. Não
foi um domingo comum para a Capital rondoniense. A água ainda não escoou
normalmente, também pela ação da população. Muitos igarapés e valas que
poderiam ter levado o aguaceiro, estavam entupidos com sujeira jogada pelos
próprios moradores. Aliás, isso é comum. A Prefeitura dá duro, desobstrui esses
igarapés numa semana e na outra eles estão, de novo, cheios de fogões velhos,
pneus, sofás, materiais de todo o tipo. Já temos a praga das alagações,
que certamente sofreremos por décadas. E temos a praga dos que, ao invés
de ajudarem a diminuir o efeito das pesadas chuvas do nosso inverno, ainda não
têm um pingo de respeito e de espírito de cidadania, entupindo nossos córregos
e piorando ainda mais uma situação que já é terrível. Lamentável.
PERGUNTINHA
Você acha que com a liberação de novas cartas sindicais nas mãos do ministro Sérgio Moro, algum desses malandros que vendiam autorização para novos sindicatos, terão coragem de continuar vivendo da corrupção?
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