Quinta-feira, 10 de janeiro de 2019 - 06h00
A solução vai demandar talvez uns 30 anos, quem sabe mais. E vai custar alguns
bilhões (isso mesmo, Bilhões!) de reais. Se cada administração, nas últimas
três ou quatro décadas, tivesse feito ao menos um pouco, a situação das
alagações em Porto Velho não chegaria ao ponto que têm chegado. Há uma
conjunção de motivos para que a cidade fique embaixo d´água, principalmente
quando ocorrerem chuvas torrenciais, como as registradas na manhã desta quarta.
Há sim grande responsabilidade do Poder Público, que jamais fez o que deveria
fazer, com competência e responsabilidade, no decorrer das últimas décadas,
enquanto a cidade crescia com invasões e falta de infraestrutura. Há sim culpa
de administradores demagogos, que se elegeram jurando que iriam acabar com as
alagações, sabendo que estavam enganando a população, porque esse problema não
se resolve em quatro anos, nem em oito, quem sabe em 30? Além disso, os que
fizeram alguma coisa o fizeram de forma errada. Por exemplo, colocando uma canalização
muito menor do que a necessária, em áreas sempre críticas nos períodos do
inverno amazônico. Canos que não dão vazão às águas torrenciais e que, para se
economizar tostões, jogaram fora milhões e milhões de reais, porque se o
serviço prestado não resolve o problema, todo o esforço nele dispendido não
serviram para nada. Há ainda questões geográficas. Numa cidade
plana, onde as águas não escoam ou escoam com grande dificuldade, são
necessárias obras gigantescas e caríssimas, para resolver o drama do município,
que fica embaixo d´água. Por fim, uma culpa da cultura da sujeira, da má
educação, de um povo que não tem um pingo de amor por sua cidade, não pode ser
esquecida. Milhares de pessoas jogam lixo, sofás, pneus, camas, fogões,
geladeiras e tudo o mais dentro dos córregos e canais, entupindo tudo. É essa
pequena tragédia social, causada por gente que aceita viver na podridão, eivada
de uma cultura de inesgotável falta de vergonha na cara, que piora ainda mais
esse cenário trágico.
Some-se, então a falta de respeito das administrações públicas para com
sua cidade; os problemas de investimentos e obras malfeitas; o total desleixo
de grande parte da população, que joga seu lixo em qualquer lugar e se terá um
quadro dantesco de tudo o que ocorre em Porto Velho, a cada tempestade mais
forte do nosso inverno amazônico. Quando começaram a aparecer cenas em fotos e
vídeos nas redes sociais, com canoas tirando pessoas de dentro dos ônibus, eles
tomados pela água até uma altura perigosa do veículo, se sintetizou o que tem
ocorrido seguidamente nesta pobre Porto Velho. Viramos notícia nacional, de
novo. E, de novo, por nossas deficiências. Que ninguém se engane: se não mudar
a mentalidade dos governantes e da população, nossa Capital continuará cada vez
pior e cada vez mais subaquática, a cada chuvarada. Não há milagres, quando se
cometem os mesmos erros, imaginando que, no final, o resultado será diferente.
É a burrice elevada à sua mais alta potência.
EYDER COMEÇA A BATALHA
Corrida pela presidência da Assembleia Legislativa se intensifica. A
entrada do deputado Eyder Brasil, do PSL (partido do governador Marcos Rocha)
na corrida pelo comando do parlamento, esquentou a disputa. Eyder já realizou
várias reuniões com colegas seus, apresentando seus planos e defendendo a tese
de que uma relação de harmonia entre deputados e o governo é algo extremamente
positivo para o Estado. Ele garante também que a forma de fazer campanha será
diferente do que foi feito em tempos passados. Não haverá negociações que não
sejam claras e transparentes, esclareceu. O governador Marcos Rocha tinha
pensando, inicialmente, em não ter qualquer envolvimento com a disputa no
legislativo estadual. Mas quando voltou de Brasília e depois de ter conversando
sobre o assunto com o presidente eleito, Jair Bolsonaro, mudou de posição. A
partir daí é que se decidiu pela entrada de Eyder Brasil na corrida pelo
comando da ALE. Ele já teria apoio de vários deputados que antes estavam com o
deputado Lebrão, que abriu mão da própria candidatura para apoiar o nome
indicado pelo PSL.
A OPOSIÇÃO SE FORTALECE
Enquanto isso, o grupo opositor também se fortalece. Dois nomes
despontam como possíveis candidatos à Presidência, num primeiro momento: Alex
Redano, do Podemos de Ariquemes e Jean de Oliveira, do MDB de Porto
Velho. Uma terceira via (o deputado Laerte Gomes, do PSDB de Ji-Paraná),
não pode ser descartada, embora ele mesmo tenha dito que, a princípio, não
pretende entrar na disputa. Na noite desta quarta, um jantar reuniu
vários representantes do grupo que estaria bastante fortalecido. Essa ala de
parlamentares novos e reeleitos, teria, até dias atrás, conforme conversas de
bastidores, número suficiente para vencer a disputa. Contudo, a entrada de
Eyder Brasil na disputa, pode mudar o cenário, na medida em que deputados que
já teriam fechado com a turma de Redano e Jean, já estariam aceitando conversar
com o representante governista. A verdade é que a presidência da Assembleia e a
formação da Mesa Diretora são os grandes temas da política, nesse momento. As
duas frentes são fortes e não se poderia dizer, a essas alturas do campeonato,
qual delas tem mais chances de vencer. Mas, seja quem for, espera-se que a
prioridade maior do vencedor seja defender os interesses do Estado.
ONGS NÃO ACEITAM FISCALIZAÇÃO
Claro que elas iam chiar. Como não o fariam? Afinal de contas, depois de
anos a fio abocanhando grandes fatias do dinheiro público, mesmo o disfarce de
serem “não governamentais”, milhares de ONGs terão que prestar contas de suas
ações. Não aquelas que realmente ajudam a quem precisa; têm trabalhos sociais
importantes; que ensinam e atuam em regiões, onde falta o poder público e que
são de grande utilidade para a sociedade brasileira. Mas, é claro, todas aquelas
outras, a imensa maioria, que, usando a famosa frase de que “representam
a sociedade civil organizada” (quem não conhece essa malandragem?), tomam
conta de regiões inteiras do país, ditando ordens e determinando rumos. E o
fizeram, durante quase duas décadas, mas principalmente nos últimos 15 anos,
sob os aplausos do antipatriótico governo petista, de seus aliados, obviamente
todos aparelhos pela ideologia esquerdista, que quase destruiu nosso país.
Agora, quando o novo governo já determinou que vai supervisionar,
coordenar e acompanhar as ações “de organismos internacionais e de organizações
ditas não governamentais que atuam no país”, começaram os protestos. Nada menos
do que 50 ONGs já protestaram. Não querem ser fiscalizadas. Dizendo-se
representantes da tal sociedade civil organizada (outra criatura inventada por
petistas!), um documento diz que tais entidades, “não podem ser tuteladas pelo
Estado”!. Até teriam razão, caso não usassem dinheiro público. Quem o usa, tem
sim que ser fiscalizado. Ponto final.
O ACRE NO COMANDO DO SENADO?
Comenta-se, pela região norte, que o senador acriano Sérgio Petecão, do
PSD, eleito com mais de 244 mil votos (fez quase 30 por cento dos votos
válidos), pode ser uma surpresa na disputa pelo Senado. Ele confirmou que se
lançará na disputa, mesmo sabendo que terá que enfrentar pesos pesados da
tradicional política brasileira. Ele informou que vai sim entrar na corrida
pelo comando de uma das mais altas funções da vida pública brasileira. Petecão
já foi deputado estadual, presidente da Assembleia Legislativa e é
deputado federal. Nas três vezes que se candidatou a Prefeito de Rio Branco foi
derrotado. Na última, por apenas algumas dezenas de votos. Ao conversar com
amigos rondonienses, essa semana, o recém-eleito senador afirmou que a hora é
de renovação no comando do Congresso. Mas terá que enfrentar, por exemplo,
Renan Calheiros, a velha raposa da política brasileira. Ele seria praticamente
imbatível. O senador do Acre, que teria sido o responsável pela grande derrota
nas urnas dos Viana, que mandaram e desmandaram no Estado durante longos anos,
já teria apoio de outros senadores da região, como Osmar Aziz, do Amazonas,
deve procurar nos próximos dias, os representantes de Rondônia (Marcos Rogério
e Confúcio Moura), para conversar sobre o assunto. Mesmo do baixo clero, o
senador do Acre anda sonhando alto.
ROCHA, AS ONGS E A BR 319
Por falar nisso, é importante que o governador Marcos Rocha comece mesmo
a mexer mais profundamente no assunto relacionado às obras na BR 319. Nas
últimas duas décadas, questões ideológicas, somadas aos interesses de
proprietários de balsas e barcos que fazem o trajeto Manaus-Porto Velho, se
uniram a decisões inacreditáveis da Justiça, impedindo que a rodovia recebesse
novamente asfalto. Ela já foi pavimentada há muitos anos, mas como nunca houve
manutenção, tudo se deteriorou. Até porque a junção de esforços das ONGs
malandras, de parte ideologizada do MPF e do Judiciário e, ainda, o lobby dos
grandes empresários da navegação da região, impedindo que a obra, vital para a
região, fosse realizada. No seu primeiro encontro em Brasília, pouco mais
de 24 horas após sua posse no Governo rondoniense, Rocha já começou a
tratar do assunto, em reuniões com pelo menos dois generais do Exército. Na
campanha, o Coronel agora Governador avisou que a ligação por terra entre Porto
Velho e Manaus seria prioridade. Logo que assumiu começou a mexer com o
assunto. Não pode deixar por aí. Há necessidade de pressão, em todos os níveis,
para que a rodovia seja totalmente concluída. É importante destacar que a obra
tem o apoio explícito do presidente Jair Bolsonaro. Será que dessa vez os
grandes interesses nacionais sairão ganhando?
LULA: MAIS DUAS SENTENÇAS
Pode ser nessa quinta. Pode ser na sexta. Pode ser no final de semana.
Está tudo pronto para que a juíza substituta
da 13ª Vara Federal de Curitiba, Gabriela Hardt, anuncie as
sentenças em mais dois processos a que responde o ex presidente Lula. Ele está
preso em Curitiba, na Polícia Federal, condenado a 12 anos e meio, pelo
primeiro da série de crimes a que responde: o caso do tríplex de Guarujá. A
magistrada substituiu seu colega Sérgio Moro, que deixou a magistratura
para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública no governo de Jair
Bolsonaro. As duas novas sentenças aguardadas para as próximas horas ou
próximos dias são relacionadas com as acusações de que Lula é o verdadeiro dono
do sítio de Atibaia, que teria recebido como propina, por negócios escusos com
a Construtora Odebrecht e também da OAS. A terceira, que também depende apenas
da decisão da dra. Gabriela Hardt, para ser encerrada em primeira instância,
relaciona-se com a denúncias de que o ex-presidente teria aceitado um terreno
para construção do Instituto Lula, em São Paulo, e um apartamento ao lado do
seu, em São Bernardo do Campo. Mesmo que seja condenado nos dois processos,
Lula pode recorrer para instância superior. Se absolvido, ele continua preso,
pela condenação anterior.
PERGUNTINHA
Você está separando uma grana para comprar seu barco e navegar pelas ruas de Porto Velho, quando ocorre uma enxurrada como a que se registrou nessa quarta, quando choveu mais de 92 milímetros em poucas horas?
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