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Sergio Pires

Rondônia e a repercussão nacional + Pode não ser cartel, mas parece + Damares lê a Opinião de Primeira


Rondônia e a repercussão nacional + Pode não ser cartel, mas parece + Damares lê a Opinião de Primeira - Gente de Opinião

RONDÔNIA E A REPERCUSSÃO NACIONAL: SEDUC NEGA QUE  AUTORES QUE ILUMINARAM GERAÇÕES FORAM CENSURADOS

 

 

Euclides da Cunha foi baleado em agosto de 1909, pelo aspirante do Exército, Dilermando de Assis, num duelo de vida e de morte, em que o escritor atirou duas vezes e feriu seu adversário, antes de ser morto com um tiro no pulmão. Dilermando era amante de Ana, mulher de Euclides da Cunha. O autor de “Os Sertões” morreu em nome da sua honra. Machado de Assis teve esclerose múltipla e se foi aos 69 anos, depois de escrever Memórias Póstumas de Brás Cubas, um clássico da literatura brasileira e universal. Mário de Andrade publicou o espetacular Macunaíma, o herói sem caráter, em 1928. Em 1945, aos 51 anos, morreu de um ataque cardíaco. Infelizmente, nessa semana, todos esses gênios (e muitos outros, como Nelson Rodrigues e Rubem Braga, além de estrangeiros, como Franz Kafka e Edgar Alan Poe), foram lembrados aqui mesmo em Rondônia, num assunto de repercussão nacional, extremamente negativa para nosso Estado, por um erro grosseiro da Secretaria de Educação, criado, segundo informações internas da própria Seduc, por servidores que jogam contra o secretário Suamy Vivecananda.  Um documento interno, que Suamy  nega ter assinado – e aí, certamente, é que entra o conhecido fogo amigo, já que, obviamente, foi postada na surdina para prejudicar o governo -  apareceu nas redes sociais com o nome dele, mandando recolher livros, alguns deles grandes clássicos da literatura, das bibliotecas das escolas estaduais. Ou seja, um avanço importante (pela primeira vez o Governo comprou livros e os enviou para dezenas de  escolas, quando, no passado, eram os pais que tinham que comprar tais publicações para seus filhos se prepararem para o Enem e os vestibulares), acabou se tornando uma aparente tentativa de censura. O caso explodiu ainda mais, porque o governador rondoniense é aliado do presidente Bolsonaro, maior adversário da grande mídia nacional, que procura agulha em palheiro para atacar o governo. E que recebeu, de presente, uma bola dessas, picando na marca do pênalti, “presenteada” pela óbvia cisão interna na Seduc rondoniense. Deitou e rolou.

 

É uma historia cheia de esquisitices. Mereceu notas de protestos da OAB estadual, assinada pelo presidente Elton de Assis e pedido de informações do Ministério Público Federal, além de entidades nacionais da cultura. O secretário Suamy disse que houve uma denúncia de que haviam livros com conteúdo fora do contexto para o público alvo e que a Seduc apenas analisou as publicações, liberando-as normalmente, através do seu corpo técnico. Negou, claro, qualquer tentativa de censura. Mas quando o fez, o assunto já tinha explodido nos jornais, sites, TVs e todos os poderosos veículos da mídia, Brasil afora. Ainda mais depois que as emissoras e jornalistas começaram a perceber a ligação do governo de Rondônia com Bolsonaro. O assunto ainda vai longe. É uma pena, principalmente um momento em que a Educação no Estado estava melhorando muito. Foi, enfim, um lamentável tiro no pé, causado, ao que tudo indica, por uma traição interna na própria Seduc. 

 

 

NÃO HÁ NENHUM ESPAÇO À CENSURA

 

Ainda sobre o mesmo tema: o que se pode fazer é não tratar o caso com mais  dureza e proporção que merece, para que não extrapole o bom senso e se torne apenas discurso ideológico. Que os responsáveis sejam apontados e respondam pelos erros que cometeram. Que o Governo rondoniense deixe claro que não aceita nenhuma censura e muito mais a castração intelectual dos nossos estudantes, que jamais podem, nem em sonho, ficar sem acesso a algumas das mais belas peças da nossa literatura e a alguns dos nossos melhores escritores. Que se evite livros sobre sexo para crianças, que queiram impor a ideologia de gênero nas escolas e essas excrescências, mas que se discuta o assunto com os pais e professores. E que deixem de estar no currículo escolar, caso assim opte o mundo escolar. Mas jamais podemos sequer supor que, um dia, nossos jovens não terão acesso a Machado de Assis, Euclides da Cunha, Mário de Andrade, Nelson Rodrigues, Rubem Fonseca, Carlos Heitor Cony e outros gênios. E aos livros publicados por esses maravilhosos brasileiros, cujas escritas iluminaram a vida de milhões de pessoas de várias gerações e que, agora, foram envolvidos num assunto inacreditável que, lamentavelmente, colocou grande parte do país contra nossa amada Rondônia. Não merecemos isso!

 

 

DAMARES LÊ A OPINIÃO DE PRIMEIRA

 

A ministra Damares Alves tem sido um dos destaques do governo Bolsonaro, mesmo com toda a má vontade de parte da imprensa. Com exceção de um ou outro exagero, principalmente quando mistura crenças religiosas com ações de governo, no geral ela tem merecido uma nota altíssima pelo trabalho que vem realizando. A ministra também tem ligação com Rondônia, inclusive mantendo entre sua assessoria pelo menos um rondoniense da gema. Atenta às questões da sua pasta e sempre vibrando com resultados alcançados, ela se tornou também uma leitora muito especial dessas mal traçados linhas. A OPINIÃO DE PRIMEIRA, destacou dias atrás um trabalho conjunto entre o Ministério de Damares e o governo de Rondônia, para ajudar uma mulher que, sem pés e sem mãos, não conseguia nenhum tipo de apoio do INSS. A publicação, que cinco vezes por semana é publicada não só no Blog que leva seu nome, mas também em pelo 40 sites e blogs do Estado, chegou às mãos da ministra com um print do site O Observador. No contexto da divulgação que Damares encaminhou às suas redes sociais, onde tem milhões de seguidores, comentou: “leiam a matéria e entendam que no Poder Público, tem muita gente boa. É o que me motiva a continuar. Há esperança para o Brasil!”.

 

 

TUCANOS VOAM AO INTERIOR

 

O tucanato regional começou uma série de reuniões por cidades do interior, neste final de semana, com olhos e corações voltados para as urnas em outubro de 2020, mas também já pensando em  2022. Os encontros começaram na sexta, em Vilhena, onde houve problemas, mas foi a de Cacoal, ocorrida na manhã deste sábado, a que, certamente, mais entusiasmou o comando do partido. Com superlotação da Câmara Municipal cacoalense, o PSDB conseguiu reunir lideranças de várias cidades próximas. À tarde, em novo encontro em Ji-Paraná, se antevia também uma presença de grande número de tucanos ou futuros tucanos, já que o partido está à busca de novos membros e de pré candidatos tanto à Câmara de Vereadores como a vice-prefeito e prefeito, em todas as cidades rondonienses. A cúpula dos sociais democratas participou do evento de grande sucesso em Cacoal: o pré candidato ao Governo, daqui a menos de três anos, o senador Marcos Rogério: a deputada federal Mariana Carvalho; o ex senador e um dos líderes tucanos, Expedito Júnior; o presidente da Assembleia, Laerte Gomes, estavam na comitiva. Lideres de partidos que devem se unir ao PSDB e suas metas para as duas próximas eleições também participaram, como o deputado federal Expedito Netto e o deputado estadual Adailton Fúria, do PSD e o presidente regional do Republicanos, o ex deputado federal Lindomar Garçon.

 

 

MDB FAZ SEMINÁRIOS “PREPARA O 15”

 

Já o MDB está agendando uma série de quatro encontros, chamado de “Prepara o 15”. O projeto prevê um encontro em Porto Velho, no dia 5 de março (uma quinta-feira); dois na sexta, dia 6 (Ariquemes  e Ji-Paraná) e um em Cacoal, no sábado, dia 7. Os eventos estão sendo organizados pelo diretório regional e terá a presença, entre outros, do senador Confúcio Moura, do ex senador Valdir Raupp, do novo presidente do partido, o deputado federal Lúcio Mosquini e de várias outras autoridades. Nos quatro seminários, o publicitário Fred Perillo, que foi chefe de comunicação do governo Confúcio, em seu primeiro mandato, que é chamado agora de “estrategista digital” e que vai palestrar sobre “Como Ganhar as Eleições Utilizando as Redes Sociais”. Os emedebistas também vão reunir especialistas em outras áreas, com orientações e palestras sobre o que pode e o que não pode antes, durante e após o período eleitoral e, ainda, contadores e contabilistas que vão falar sobre as questões financeiras que envolvem uma campanha eleitoral.  Um dos destaques certamente será a participação do ex senador Valdir Raupp, que se distanciou muito das atividades políticas desde o último pleito. Raupp, aliás, ainda é o presidente regional do MDB, mas está licenciado.

 

 

PODE NÃO SER CARTEL, MAS PARECE...

 

Se não é cartel, é algo muito suspeito. Grande parte dos postos que vendem gasolina e outros derivados, de uma hora para a outra, sem qualquer aumento nas refinarias e nas distribuidoras, aumentaram seus preços ao consumidor, alguns de forma incrivelmente abusiva. Em Porto Velho, em 15 postos visitados na região central da cidade, 10 estavam cobrando o mesmo valor (4,69 o litro da gasolina comum); três cobravam entre 4,58 e 4, 59) e dois 4,62. Em alguns casos, do dia para a noite, o posto que vendia o litro a 4,17, por exemplo, o colocou a 4,69, num aumento absurdo de quase 12,5 por cento ou mais ou menos a inflação dos últimos três anos. Isso aconteceu menos de 24 horas depois de o governo de Rondônia anunciar que está pensando num congelamento de preços. Será apenas coincidência ou os donos de postos temem o congelamento e querem manter o preço o mais alto possível, caso ele ocorra? E aquela conversa toda que a culpa do alto custo da gasolina é apenas dos impostos? Se há suspeita de cartel, o Ministério Público e os órgãos de defesa do consumidor não têm que atuar imediatamente?  

 

 

AS  MULTAS COMEÇARAM

 

Os aumentos abusivos estão sob fiscalização do Procon, que apenas em um dia, multou seis postos na Capital.  Só seis?  Numa rápida circulada pela cidade e sem andar muito longe, se descobre que pelo menos duas dezenas deles estão oferecendo os derivados de petróleo a preços abusivos, que subiram do dia para a noite, sem qualquer explicação. Estevão Ferreira, diretor do Procon, diz que o órgão vai continuar dando duro nos postos, porque é inaceitável que, sem qualquer amparo razoável, a grande maioria tenha optado por elevar seus preços dessa forma. Aliás, o MP precisa entrar também na investigação. Um dos casos surpreendentes: amanheceu fechado, no sábado, o único posto de Porto Velho, localizado na avenida Jorge Teixeira (BR 319), próximo a Tiradentes, que vendia combustível até a quinta, por 4,08 o litro. O que será que houve? Tudo isso que está acontecendo é inaceitável!

 

 

CASAL DEPORTADO VOLTA A RONDÔNIA

 

Se não houve problema no voo programado para chegar ao aeroporto Jorge Teixeira, em Porto Velho, por volta das 23 horas deste sábado, aterrissará por aqui um casal rondoniense que foi deportado dos Estados Unidos, num pacote de expulsões  de imigrantes ilegais determinados pelo governo norte americano.  Os dois e mais uma filha pequena, chegaram num avião a Minas Gerais e lá foram deixados, já que tinham que se virar para chegar em casa. Sem documentos e sem dinheiro, os três tiveram que recorrer a amigos e vizinhos do Distrito de União Bandeirantes, a cerca de 150 quilômetros de Porto Velho. Os dois e a filha, de apenas três anos, ficaram num centro de detenção no Texas durante 18 dias, até que fossem embarcados de volta para o Brasil. Jogados à própria sorte, a mais de 3.300 mil quilômetros de sua casa em Rondônia, conseguiram a solidariedade de várias pessoas para viajarem até Porto Velho e, daqui, seguirem de carro para a volta ao lar. Não há ainda mais detalhes sobre a aventura americana do casal em terras americanas. Nos próximos dias, se terá outras informações.

 

 

PERGUNTINHA

 

Você chegou a se preocupar com a suspeita de que um casal de Rondônia poderia ter sido contaminado pelo coronavírus, ao conviver algum tempo com um chinês, em São Paulo? Sentiu algum alívio ao saber que ambos estão apenas com uma gripe comum?

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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