Terça-feira, 11 de agosto de 2020 - 06h00
STF CONTINUA A ANUNCIAR DECISÕES QUE MERECEM PROTESTOS DOS BRASILEIROS.
A QUEM SE PODERÁ RECORRER?
Está difícil
calar-se ante o que está acontecendo na Suprema Corte. A situação vinha
piorando, mas acentuou-se agora, desde a troca de poder no Palácio do Planalto.
Claro que não é apenas uma coincidência. Com decisões tomadas ao arrepio da
Constituição, com firulas jurídicas e decisões preocupantes, a maioria dos
membros do STF parece que jogou a toga de lado e assumiu um lado político-partidário,
não importando a sigla, desde que seja contra o atual governo. Uma série de
medidas tomadas nesse período, em que assumiu o poder, pelas mãos do povo, um
governo de direita, os ministros deixaram claro suas posições políticas,
quando, na verdade, a única preocupação que deveriam ter é a defesa
intransigente dos princípios constitucionais, Quando decidiram que a União não
deveria ter poder decisório em relação ao combate à Covid 19, os ministros tentaram
tirar o poder do Presidente da República, desde a primeira hora defensor da
abertura do comércio e do consumo de medicamentos até hoje não aprovados pela
Ciência. O que se viu foi um festival de corrupção, em várias Estados e
municípios; a contaminação de milhões de pessoas; mais de 100 mil mortes e o
caos econômico, que poderemos levar décadas para recuperar. Recentemente, em
outro malabarismo jurídico, o STF determinou o desmanche de uma comissão pró
impeachment do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, acusado de desvio
de recursos públicos na guerra contra o coronavírus. A última foi demais: o
ministro Celso de Mello se julgou impedido para julgar uma ação, cuja essência
é basilar e cláusula vital da Constituição: a impossibilidade de que os
presidentes da Câmara e do Senado sejam eleitos para mais de um mandato. Lavou
as mãos e o processo foi parar nas mãos de Gilmar Mendes, outro ministro que, ora
sentencia de uma forma; ora de outra. O caso da prisão em segunda instância é
notório: Gilmar fez um enorme e profundo arrazoado sobre a necessidade da
prisão depois de duas sentenças em instâncias diferentes. Dois anos depois, fez
um arrazoado apaixonado contra essa medida, livrando assim o ex presidente Lula
da cadeia.
Agora, o STF,
liderado pelo ministro Alexandre de Moraes, que quando indicado por Michel
Temer se transformou numa esperança de oxigenação das velhas práticas do
Supremo (infelizmente, tornou-se uma grande decepção), está em guerra contra
parte da população, que quer uma renovação geral no tribunal. Apoiado por todos
os seus pares, os mesmos que se dizem democratas, Moraes implantou uma ditadura
nas redes sociais, que a esquerda, que sempre defendeu a liberdade de
expressão, aplaude agora, embora saiba que a censura, quando imposta – mais
dia, menos dia – atinge a todos, indistintamente, Enfim, o STF está cada vez
pior. E o Brasil assiste, pasmo e impotente a tudo isso, porque não há o que
fazer contra o órgão que decide sobre nossas vidas e cujos integrantes, em sua
maioria, decidiram, assumir posturas políticas, ao invés de defender, a ferro a
fogo, a nossa Constituição!
FINAL DE SEMANA
SANGRENTO E UM POLICIAL ASSASSINADO
Enquanto a
pandemia se espalha, agora com maior força no interior do Estado, a violência
também se amplia, com a mesma virulência. O final de semana foi de crimes de
mortes, agressões, feridos graves, várias mortes e dezenas de feridos no
trânsito. A rede hospitalar, já superlotada com casos da Covid 19, teve que
fazer milagres para atender a tantas pessoas atacadas a tiros, agredidas,
esfaqueadas, que levaram pauladas e até numa curiosa, mas violenta ocorrência,
em que um garçon agrediu uma mulher, frequentadora do local onde ele
trabalhava. Um dos casos mais lamentáveis foi mais um assassinato de um
policial. André Mendes, policial penal, foi morto com três tiros pelas costas.
Outras três pessoas que estavam com ele foram feridas, mas não correm risco de
morte. O assassino fugiu sem ser descoberto. Até o momento, nem uma só voz
ligada às questões dos direitos humanos procurou a família do policial morto,
para ao menos se solidarizar. O crime está sendo investigado.
A CONDENAÇÃO DE VALTER,
MAIS VOTADO EM 2010
Alguém aí ainda
lembra de Valter Araújo, um político que chegou a ser o mais votado deputado
estadual até então na história política de Rondônia, com mais de 22 mil votos?
Foi em 2010, quando ele surgiu como um foguete na política local, saindo da Câmara
de Vereadores para a Assembleia Legislativa, onde chegou á presidência com
apoio da grande maioria dos seus pares. Dois anos depois, uma operação da
Polícia Federal o denunciou por vários crimes. O caso deixou Rondônia
impressionada, com o volume de denúncias contra o parlamentar, que surgia,
naquele momento, como uma das maiores promessas da vida pública do Estado.
Condenado a várias penas, Valter chegou a cumprir sentença, mas agora está em
regime semiaberto e, ao que se sabe, nunca mais sequer passou perto da
política. Em uma das condenações (em que ele foi acusado de oferecer 60 mil
reais à então sua colega, a deputada petista Epifânia Barbosa, em troca do voto
dela num assunto de interesse de Valter), só agora, mais de seis anos e meio
depois da sentença inicial, o caso foi julgado novamente. A primeira Câmara do
TJ rondoniense manteve a condenação ao ex parlamentar, mas reduziu a dosimetria
de sete para quatro anos, no semiaberto, Valter ainda responde a vários outros
processos. Em muitos deles, continua recorrendo.
COMO ESTÃO OS
DEZ MAIS VOTADOS HÁ UMA DÉCADA
Aliás, como sempre nossa
memória é curta, vale lembrar por onde andam os demais deputados estaduais
eleitos em 2010 e quantos ainda mantém mandatos, mesmo uma década depois.
Naquela eleição, Zequinha Araújo, onde sem mandato, teve 20.903 votos. Jesualdo
Pires foi o terceiro. Saiu da Assembleia foi ser eleito e reeleito prefeito de
Ji-Paraná. Concorreu ao Senado, na última eleição, fazendo quase 200 mil votos.
Está sem mandato O eterno Lebrão, de seis mandatos, foi o quarto mais votado,
com 16.991 votos. O quinto foi Glaucione Rodrigues hoje prefeita de Cacoal e
que concorrerá à reeleição na sua cidade. Luizinho Goebel chegava de Vilhena,
com 15.410 votos. Foi reeleito até agora, onde cumpre mais um mandato na
Assembleia; O sétimo em votação, há uma década atrás, foi Neodi Oliveira, um
empresário de sucesso, que chegou à Presidência da Casa. Está fora da política,
ao menos por enquanto. O oitavo foi Luiz Cláudio da Agricultura (14.455 votos)
um político que fez sucesso no Estado. Foi também deputado federal e hoje e
secretário municipal em Porto Velho. O nono mais votado foi Jacques Testoni, de
Ouro Preto, que teve um mandato bastante ativo, mas desistiu da vida pública
com apenas um mandato. Ele teve 13.992 fotos. O décimo mais votado, que
continua na sua cadeira da Assembleia, foi Jean Oliveira, com 12.605 votos na
ocasião.
GARÇON
CONFIRMA PRÉ CANDIDATURA E JÁ AVISOU HILDON
Numa longa entrevista ao
programa Papo de Redação, com os Dinossauros do rádio, nesta segunda, o ex
deputado Lindomar Garçon confirmou oficialmente sua pré candidatura à
Prefeitura de Porto Velho. Representando o Republicanos (antigo PRB), Garçon
confirmou que a convenção do seu partido será na primeira quinzena de setembro
e que seu nome já tem o aval do Diretório Nacional do partido. Antes da
decisão, segundo relatou aos Dinos, Garçon, por uma questão de fidelidade,
consultou o prefeito Hildon Chaves, com quem trabalha, assessorando na busca de
recursos federais em Brasília. “Ele me deu sinal verde, na conversa que
tivemos”. Esse, aliás, é mais um indício forte de que Hildon pretende anunciar,
provavelmente ainda essa semana, sua decisão de não disputar a reeleição. Com a
perspectiva concreta do atual prefeito fora da briga pela disputa municipal
(embora sempre possa haver alguma surpresa de última hora, até pela forte
pressão que vem sofrendo de aliados e eleitores. Seja qual for o quadro, a
partir de agora, Garçon estará na disputa. Ele se desincompatibiliza do cargo
na Prefeitura nessa terça.
SAÚDE REGISTROU SÓ
UM ÓBITO NO ESTADO, EM 24 HORAS
Pode ser que
muitos casos não tenham sido ainda registrados e o serão nos próximos dias, mas
não há dúvida de que o número de contaminados pelo coronavírus e de mortos pela
doença, em Rondônia, estão diminuindo, principalmente em Porto Velho. Entre o
domingo e a segunda, houve, segundo boletim da Sesau, apenas um óbito em todo o
Estado. Foi uma pessoa contaminada em Guajará Mirim, um homem que estava
prestes a completar 70 anos. No total, surgiram 372 novos casos nos 52
municípios, 130 deles em Porto Velho. Para uma cidade que até poucos dias atrás
chegava a superar 500 casos/dia, os resultados apontados no boletim desta
segunda-feira são, pelo menos, animadores. O total de pacientes internados
baixou para 392 (chegou a mais de 450 há cerca de 15 dias), embora o boletim da
Sesau não especifique uma informação importante: quantos desses doentes estão
internados nas UTIs, porque essa é um detalhe dos mais importantes. Também
pode-se comemorar que 36.680 rondonienses afetados pelo corona estão curados, o
que representa quase 84 por cento de todos os casos registrados até agora. O
contágio ainda é dos mais perigosos, mas, ao que tudo indica e se não houver
uma nova onda da doença, ela estaria perdendo um pouco da sua virulência, em
algumas regiões do Estado e, principalmente, na Capital.
MÉDICOS
FORMADOS NO EXTERIOR: A BATALHA SEGUE
Médicos formados no exterior e
que podem atuar no Brasil, continua sendo um tema dos mais polêmicos. Nesta
semana, duas situações antagônicas demonstraram a complexidade do tema. No
Senado, dois projetos que podem facilitar a vida de quem se formou no exterior,
foram aprovados, embora dependam ainda de outros encaminhamentos, até que
chegue às mãos de presidente da República, para a sanção ou veto. Um deles foi
relatado pelo senador (e médico) rondoniense, Confúcio Moura. No outro lado da
moeda, tanto o Conselho Federal de Medicina quanto o Conselho Regional de
Medicina rondoniense, o Cremero, são completamente contrários a qualquer medida
que permita a utilização de serviços médicos desses profissionais que, formados
no exterior, não realizaram o exame Revalida, para que, só então, tenham o
direito de trabalhar no país, mesmo nesses tempos de pandemia. O Cremero, por
exemplo, emitiu nota de repúdio contra projeto que ainda tramita no Congresso,
o de número 3716, que “simplifica negativamente”, o processo de caráter
emergencial ligado à Covid19”. Na bancada federal rondoniense, a grande maioria
dos parlamentares e a favor da atuação de médicos formados no exterior, durante
a pandemia, principalmente, os deputados federais Lúcio Mosquini e Jaqueline
Cassol lideram essa batalha.
PERGUNTINHAS
Na sua opinião, o prefeito
Hildon Chaves deve buscar um segundo mandato ou não, ele estará correto, caso
não entre na disputa, por ser contra o instituto da reeleição?
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