Sexta-feira, 26 de agosto de 2022 - 08h44
SE A ELEIÇÃO FOSSE HOJE, ROCHA E CASSOL
ESTARIAM NO SEGUNDO TURNO, MAS STF É QUEM PODE DECIDIR RUMOS DA DISPUTA
Será o STF a decidir a eleição em Rondônia? Tudo indica que sim.
A primeira pesquisa “quente” sobre as eleições no Estado, feita pela instituto
IPEC, o novo nome do velho Ibope, apontou que o atual governador, Marcos Rocha,
está tecnicamente empatado com o ex-governador e ex-senador Ivo Cassol, quando
o eleitor é estimulado a escolher um dos nomes que lhes é apresentado. Um ponto
à frente, Rocha aparece consolidado num segundo turno, que haverá, ao que tudo
indica. O atual governador está no poder, tem feito um bom trabalho, sua equipe
de marqueteiros têm conseguido conduzir bem o processo em busca da reeleição e
há o que mostrar, enquanto Cassol está fora do poder e dos palanques há
bastante tempo, mas já surge como preferido de parte importante do eleitorado.
O que vai decidir a eleição, agora, pelo menos se o atual quadro permanecer, é
a questão jurídica. O STF começa a decidir o assunto nesta sexta. Cassol, que
já teve o registro da sua candidatura aceita pelo TRE rondoniense, depende de
uma vitória no pleno do Supremo Tribunal Federal para, então ileso e livre de
qualquer empecilho legal, consolidar seu nome e caminhar, célere, para a
disputa na reta final. Pode mudar tudo? Claro que pode. Faltam ainda 37 dias
para o 2 de outubro e, em política, as coisas podem mudar em horas, imagine-se
em mais de um mês. Mas a tendência deste momento é essa mesmo. Rocha e Cassol
largam na frente, na disputadíssima corrida pelo governo rondoniense. Na
pesquisa do Ipec, registrada no TSE sobre o número RO-08675/2022, há outro
número interessante. Na pesquisa espontânea, Rocha tem 20 por cento, Cassol 10
por cento e Marcos Rogério (o assunto merece um comentário especial, que será
feito aqui mesmo), fica com seis por cento.
O que surpreendeu mais não foi
Rogério ter ficado tão distante dos líderes (apenas 13 por cento), assim como
Léo Moraes (6 por cento), mas sim o fato de um dos nomes mais fortes, o do
ex-governador Daniel Pereira, ter tido apenas 2 pontos percentuais das
intenções de voto, o mesmo, aliás, de Pimenta de Rondônia, do PSOL. Ficou
claro, transparente, sem deixar qualquer dúvida, ao menos nesta pesquisa, que a
esquerda não tem chance de chegar ao poder em Rondônia, ao menos nesta eleição.
Os dados batem também com a disputa presidencial. Rondônia se mostra um Estado
conservador e com forte eleitorado de direita. Na pesquisa para a Presidência,
Bolsonaro tem exatamente o dobro das intenções de voto em Lula. São 54 por
cento a 27 por cento. O bolsonarismo, aliás, ao que tudo indica, elegerá o
futuro governador, já que os três primeiros colocados na pesquisa (sempre
lembrando que o quadro pode mudar a qualquer momento) são aliados do Presidente
que busca a reeleição. O ex-Ibope, agora IPEC, nunca acertou em cheio o
resultado de uma eleição no nosso Estado. Acertará desta vez?
POR QUE UM SENADOR ATUANTE E RESPEITADO NO
PAÍS NÃO DECOLOU COM SUA CANDIDATURA AO GOVERNO DE RONDÔNIA?
Por que, até agora, a candidatura do competente e destacado
senador Marcos Rogério não decolou, a ponto de colocá-lo pelo menos muito mais
próximo a Marcos Rocha e Ivo Cassol? Pergunta fácil, resposta complexa, como
sempre. Há alguns indícios, que se pode seguir. Um deles é apenas uma teoria: o
rondoniense, que o aplaudiu em peso pela atuação destacada em defesa do governo
Bolsonaro na CPI do Circo, apelidada de CPI da Covid, prefere ver Rogério em
Brasília, como parceiro do Presidente e seu defensor. Outra: o senador do PL
demorou para oficializar sua candidatura, entrando no jogo quando a campanha já
estava andando. Outro motivo, esse que é comentado nos bastidores, mas jamais
tratado publicamente, é que Marcos Rogério não entrou na campanha com a gana, a
vontade, o tesão que um político entra, porque este não seria, antes, seu Plano
A. Obviamente que tudo isso são apenas ilações e, no decorrer da reta final da
campanha, o senador pode ter uma grande recuperação e ir para um eventual
segundo turno. Mas certamente os apenas 13 por cento que conseguiu na pesquisa
desta semana, foram frustrantes. Aguardemos, agora, os próximos passos.
LÉO MORAES AINDA SEM O INTERIOR E DANIEL
TEVE PERCENTUAL DECEPCIONANTE NA PESQUISA
Dos cinco candidatos considerados com chances reais, outros dois
também ainda não decolaram. Um deles ficou com índices muito abaixo do
esperado. Se a pesquisa fosse feita apenas em Porto Velho, certamente Léo
Moraes poderia ter muito mais que os seis por cento que atingiu, em nível
estadual. O problema dele persiste: não ser um nome entre os mais conhecidos no
interior do Estado. Nas últimas semanas, Léo tem percorrido dezenas de cidades,
ao lado de Expedito Júnior, seu candidato ao Senado, mas, ao menos até agora,
os resultados foram nulos. Léo ainda tem alguma chance de ir ao segundo turno,
mas para isso teria que haver uma radical mudança no quadro da sucessão, como
uma distante hipótese de Cassol não poder concorrer e decidir apoiá-lo. Fora
isso, as possibilidades são pequenas. Já em relação a Daniel Pereira, essa sim
foi uma grande surpresa. Ao receber apenas 2 por cento na pesquisa, ficando
junto com Pimenta de Rondônia, candidato de um nanico que jamais elegeu um só
representante no Estado, ficou claro que Daniel tem um longo e pedregoso
caminho a percorrer, para levar seu nome e o de Lula ao eleitorado. O 1 por
cento que o candidato de outro nanico, o Agir, o Comendador Queiroz atingiu,
não foi surpresa.
BATALHA ACIRRADA PELO SENADO VAI SER URNA A
URNA, VOTO A VOTO, ATÉ O FINAL DA TARDE DE 2 DE OUTUBRO
“Competição que se dá até o último minuto; que demonstra
dificuldade, cujo vencedor precisa de muita luta e obstinação”. Esse é um
resumo do que o dicionário esclarece sobre a expressão “batalha acirrada”! Tudo
isso e muito mais servem para sintetizar o que está sendo e o que será a
batalha pela única cadeira ao Senado. A pesquisa Ipec apontou praticamente um
empate técnico entre dois dos poderosos nomes que concorrem e, um terceiro,
chegando muito perto. Mariana Carvalho está à frente, com 20 pontos
percentuais, dois à frente de Expedito Júnior, com 18, ou seja, ambos aparecem
num empate técnico, como é o caso de Marcos Rocha e Ivo Cassol para o governo.
Na busca da cadeira senatorial, a irmã de Cassol, Jaqueline Cassol, vem com 16
pontos, muito perto dos dois líderes e praticamente dentro da margem de erro.
Dois outros candidatos, ambos fortes e poderosos, contudo, ainda não decolaram.
Acir Gurgacz com 7 pontos e Jaime Bagattoli, com 6, empatam nas intenções de
voto e na condição de últimos, na corrida, entre os que têm chances verdadeiras
de chegar lá. A disputa está ferrenha e será assim até o último voto da última
urna, quando ele for anunciado, no final da tarde de 2 de outubro. Quem será o
obstinado a vencer?
CANDIDATOS INVADEM NOSSAS TVS E RÁDIOS A
PARTIR DESTA SEXTA. COMEÇA O HORÁRIO ELEITORAL GRATUITO
A sexta-feira também marca o início da verdadeira campanha, com
o início do horário eleitoral gratuito. Embora muito criticado, principalmente
pela péssima qualidade de grande número de candidatos que se apresentam ao
eleitorado, muita gente decide em quem votar, depois de ouvirem as propostas,
as críticas, as ações e os pedidos desesperados de voto, tanto na TV quanto no
rádio. No caso do Governo, Marcos Rocha sai com grande vantagem, com mais de
cinco minutos diários à sua disposição, afora as inserções individuais e do seu
partido. Daniel Pereira, com mais de três minutos, tentará reverter a baixa
intenção de voto da pesquisa Ipec, usando o espaço na mídia para crescer.
Marcos Rogério, Ivo Cassol e Léo Moraes, terão em torno de 1 minuto e meio,
muito menos do que seu principal concorrente. Os dois nanicos vão passar pelas
TVs e pelas rádios como se fossem anunciantes de comerciais comuns, de cerca de
30 segundos. Este será o tempo aproximado de Pimenta de Rondônia e do
Comendador Queiróz. Até o dia anterior à eleição, portanto, nossas casas serão
invadidas por centenas de candidatos. Que nos tragam algo de útil, enfim!
SÃO 566 CANDIDATOS QUERENDO AS OITO
CADEIRAS DA CÂMARA FEDERAL E AS 24 DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
Um total de 160 rondonienses começam também sua tentativa de
conquistar o eleitor, no horário gratuito. Eles disputam as oito cadeiras a que
temos direito na Câmara Federal. Nomes poderosos estão na briga, incluindo
cinco dos atuais parlamentares que buscam a reeleição. Os outros três também
concorrem, mas para outros cargos. Da Capital e do interior do Estado,
empresários, comerciantes, advogados, gente ligada ao agronegócio, ao
sindicalismo e à produção; ex-prefeitos e vereadores, todos sonham em sentar nas
cadeiras do parlamento federal em Brasília. Eles serão apresentados a
conta-gotas, em diferentes dias da semana, durante a programação diária das
emissoras. São 20 candidatos para cada uma das vagas. Já para a Assembleia
Legislativa, o número é superlativo. Nada menos do que 406 candidatos, 17 para
cada uma das 24 cadeiras. No grupo atual de parlamentares, há otimismo, com
muitos deles imaginando que poderá haver uma renovação muito menor do que
ocorreu nas últimas eleições. Ao contrário deles, os que se lançam agora querem
é uma renovação histórica. Enfim, a campanha sai das redes sociais para as ruas
e para dentro das casas.
PESQUISAS COMEÇAM A MUDAR E APROXIMAM
BOLSONARO DE LULA. NA VIDA REAL DISPUTA PELA PRESIDÊNCIA SERÁ MUITO ACIRRADA
E a corrida presidencial, como anda? Em Rondônia, a pesquisa
Ipec confirmou o que já era voz corrente. Bolsonaro tem o dobro das intenções
de votos de Lula e, se a eleição fosse hoje, proporcionalmente, Rondônia
poderia ser o Estado onde se registraria a maior vitória do atual Presidente.
Em nível nacional, nove em cada dez pesquisas apontam grande vitória de Lula, com
chances reais, por alguns números que ainda são apresentados, de que o petista
vença a eleição ainda no primeiro turno. Claro que os bolsonaristas contestam
tais resultados com veemência, condenando a forma como as pesquisas são feitas.
O que está acontecendo (e era previsível) é que alguns institutos, preocupados
com suas imagens e com eventuais críticas acirradas sobre suas pesquisas
consideradas mirabolantes, já estão apresentando números que, para quem
consegue ver a disputa com imparcialidade, estariam mais perto da realidade.
Hoje, os percentuais imensos de diferença entre os dois vêm caindo praticamente
a cada nova pesquisa. Nesta quinta, mais uma pesquisa nacional apareceu, com
uma diferença já bem menor entre ambos, embora Lula ainda esteja na frente. Na
vida real, imagina-se uma disputa voto a voto, tanto no primeiro quanto no
segundo turnos. A covardia e as ameaças chegaram a tal ponto que, apenas neste
ano, a Justiça rondoniense já emitiu nada menos do que 2.450 medidas
protetivas, para impedir que maridos agressivos e perigosos se aproximem das
suas mulheres, esposas ou companheiras.
COVARDIA E VIOLÊNCIA: EM SEIS MESES, 15 MULHERES FORAM
ASSASSINADAS EM RONDÔNIA, INCLUINDO FEMINICÍDIOS
Mudando um pouco de tema, da política
e eleições, para a política de segurança pública e proteção às mulheres, é lamentável
se ter que registrar o que continua acontecendo em Rondônia, mesmo com todas as
campanhas, debates, orientações e até punições exemplares a homens, covardes e
furiosos, que tratam suas companheiras como propriedade privada e tornam as
vidas delas um inferno. Quando, em muitos casos, não as brutalizam e as matam.
Os dados oficiais, divulgados pela Secretaria de Segurança Pública do Estado,
são de assustar. Só nos primeiros seis meses deste ano, nada menos do que 15
mulheres já foram assassinadas, algumas delas por crimes chamados de
feminicídios, quando a vítima morre brutalmente apenas por ser mulher. Há mais
informações que, para um país civilizado, parece inacreditável. De janeiro a
julho deste ano, já foram registrados nada menos do 607 casos de algum tipo de
violência contra elas e isso apenas na cidade de Ariquemes. São mais de 86
casos por mês, quase três por dia. Em Porto Velho, para se dar uma ideia da
grandeza da preocupação com maridos, companheiros, amantes, a Justiça já foi
obrigada a emitir nada menos do que 2.450 medidas protetivas, ou seja,
determinações legais que proíbem os covardes e ameaçadores a se aproximarem das
suas vítimas. Tem lei, tem dureza da lei, mas mesmo assim, nada consegue conter
a sanha criminosa dos homens contra suas mulheres. O que se pode fazer a mais,
para acabar com esta tragédia que é nacional?
PERGUNTINHA
Você acompanha o horário eleitoral pelo rádio e TV ou
desliga tudo, porque não tem paciência para ouvir a mesma catilinária de
sempre?
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Os números, claro, são aproximados e só envolvem valores pagos pelos cofres públicos ao funcionalismo estadual e municipal. Caso se coloq
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São 14 feriados nacionais. São inúmeros estaduais, mas tem também os municipais. Somando todos, se não somos os campeões, estamos no pódio entre o
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