Terça-feira, 7 de abril de 2020 - 06h00
DECISÕES JUDICIAIS CONFLITANTES EM CIDADES RONDONIENSES DEIXAM
POPULAÇÃO CONFUSA. TJ VAI SER ACIONADO?
O decreto assinado pelo governador Marcos Rocha, na
madrugada de sábado para domingo, que autoriza Prefeituras a decidirem
sobre o que pode ou não abrir nas cidades, desde que cumpridas as normas de
segurança e prevenção contra a doença, já perdeu a validade, ao menos em
Ariquemes, na madrugada de domingo para segunda-feira. Decisão de primeira
instância da juíza Juliana Couto Matheus Maldonado, determina que a abertura de parte
do comércio, feita através de decreto do prefeito Thiago Flores, é ilegal. Para
a magistrada, antes da abertura, há que se cumprir uma série de exigências para
proteger a população, já que para ela, “o município deve focar primeiro nas
vidas ameaçadas e não na economia”. A posição da juíza de Ariquemes é contrária
à do juiz de Porto Velho, Jorge Luiz dos Santos Leal, que não acatou pedido do
Ministério Público, que queria impedir que o Governador, o chefe do Poder
Executivo, modificasse o decreto de calamidade pública. Marcos Rocha manteve a
base do decreto anterior, mas abriu perspectiva para que novos setores da
economia, voltassem às suas atividades, desde que mantidos todos os cuidados e
prevenções contra o corona. No final das contas, com um Juiz de 1ª
instância decidindo que pode haver alguma abertura para que as empresas não
quebrem e os empregos não desapareçam e outro, no mesmo Estado, tenha
decisão totalmente contrária, é claro que isso deixa a população confusa. Uns
podem. Outros não podem. Cada cidade terá sua lei? Por isso, vale a pergunta de
leigos que ficam no meio dessa confusão. Não está na hora do Tribunal de
Justiça do Estado, com seus Desembargadores, alguns dos mais brilhantes
juristas de Rondônia, ser provocado, para, enfim, decidir e indicar o caminho
comum para todas as comunidades?
Enfim, ao menos para alguma orientação em relação ao novo decreto do
Governo do Estado, assinado na madrugada de domingo, resume-se o que está
autorizado a funcionar ou não, no Estado, embora decisões judiciais ainda
possam mudar a situação. Podem abrir: açougues, panificadoras, supermercados,
atacadistas, distribuidoras. Também: lotéricas, caixas eletrônicos, serviços
funerários, clínicas médicas, odontológicas, laboratórios de análises clínicas
e farmácias. Ainda na lista: obras, serviços de engenharia, lojas de materiais
de construção, comércio de produtos veterinários, clínicas veterinárias, pet
shops, postos de combustíveis, todos os tipos de indústrias, oficinas
mecânicas, de autopeças e manutenção. Na relação, seguem: hotéis e hospedarias,
escritórios de advocacia e de contabilidade, restaurantes de beira de rodovias.
Outras atividades poderiam ser definidas pelas Prefeituras., pelo decreto. Não
podem abrir outros tipos de lojas, incluindo as localizadas em galerias,
centros comerciais e shopping center. Mas tudo isso é provisório. A qualquer
momento, uma nova decisão judicial tem o poder de mudar tudo isso. Ariquemes é
prova concreta disso...
TJ DECIDE, CASO SEJA INSTADO A SE MANIFESTAR
Sobre uma eventual participação do TJ para decidir, enfim, qual das
posições deve ser seguida em todo o Estado, uma fonte ligada à alta Corte
rondoniense prestou a seguinte informação à coluna: “o Magistrado tem
discricionariedade e autonomia para atuar nos processos em primeiro grau. O
assunto é polêmico. Por isso, ocorrem decisões conflitantes entre juízes
distintos. O Tribunal, entretanto, tem poder para tercaminar (terminar) o caso
concreto, no que respeita a decisões as proferidas em primeiro grau de
jurisdição. Para isso, contudo, precisa ser instado a se manifestar por
meio do recurso próprio e adequado”. O assunto é mesmo polêmico, assusta e
divide opiniões. Até pelo perigo em vidas que está em jogo ou pelo risco de
quebra de centenas de empresas. Em Rondônia, por exemplo, de 710 casos
suspeitos, houve apenas já 18 confirmados; oito dos contaminados já curados;
uma morte e ainda 18 exames esperando resultados no Lacen. Do total de casos,
692 foram considerados negativos para corona vírus.
MARCELO VENCEU A LUTA CONTRA O CORONA
Há pelo menos oito rondonienses que foram atingidos pelo corona vírus,
cumpriram as normas de quarentena, cuidaram-se, cuidaram daquelas pessoas
da família e mais próximas e estão totalmente recuperados. Um dos casos em que
a doença chegou forte e foi vencida, é o do presidente da Federação as
Indústrias de Rondônia, a Fiero, tamnbém responsável pela Agência de
Desenvolvimento de Porto Velho. Marcelo Thomé relatou a situação, com
exclusividade, para essa coluna. Provavelmente foi contaminado numa reunião em
Brasília. Chegou a fazer um primeiro exame, que deu negativo. Dias depois,
contudo, começou a sentir os sintomas da doença. Novo exame, agora em Porto
Velho, deu positivo. Thomé disse que sofreu bastante nos primeiros três dias.
Saudável, contudo, seu organismo começou a reagir entre o quarto e quinto dias.
Ele chegou a perder o paladar e o olfato, mas aos poucos os recupera. Duas
semanas depois, como determina a quarenta e sete dias sem febre, foi liberado pelos
médicos para voltar ao convívio social. Thomé é um empresário de destaque no
Estado, tem liderado o setor com grande competência e está de volta às suas
atividades. A torcida é para que todos os demais contaminados em Rondônia,
também sejam curados logo. Nenhum paciente dos 18 casos positivos está
internado.
A AIDS CONTINUA MATANDO MILHARES
As doenças, principalmente aquelas de curas desconhecidas, as que afetam
a vida de todos; as que levam anos para serem curadas, sempre assustaram a
Humanidade. Compreende-se, por isso, tudo o que está acontecendo em torno do
Corona Vírus. O caso do vírus HIV, por exemplo, até hoje aterroriza, mesmo com
a evolução dos medicamentos que, se não curam, ao menos prolongam a vida de
milhões de pessoas contaminadas. Para se ter ideia da situação, a Aids surgiu
nos anos 80 e em 1984 os médicos e cientistas conseguiram, finalmente,
descobrir muito sobre o vírus, seus perigos e sua letalidade. Trinta e seis
anos depois, há quase 39 milhões de pessoas com Aids no mundo. Fala-se que,
nesses anos, com a doença registrada em praticamente todo o mundo, mais
de 1 milhão e 200 mil pessoas perderam a vida para o vírus. O corona, até
agora, atingiu mais ou menos 1 milhão e 300 mil pessoas e o número total de
mortos no mundo inteiro ainda não chegou aos 63 mil. Mas, desconhecido e sem se
ter como combatê-lo, o medo é de que ele de torne letal e atinja cada vez mais
idosos e doentes, matando-os em massa, antes que chegue a cura. Os vírus podem
ser um terror para os humanos.
RONDÔNIA PODE ABRIR TODO O COMÉRCIO?
A notícia foi divulgada na noite desta segunda. Caso ela se confirme,
Rondônia, o estado brasileiro que tem o menor número de casos de contágio pelo
corona vírus, poderá ser um dos primeiros a serem beneficiados. O Ministério da
Saúde fez uma previsão que a partir de 13 de abril, ou seja, nesta próxima
segunda-feira, localidades onde o número de casos confirmados de Covid 19 não
ultrapassar mais de 50 por cento dos leitos ocupados de seu sistema de saúde,
vão poder fazer uma transição do distanciamento social, ou seja, o isolamento
total e a quarentena, para um distanciamento social seletivo,
mais flexível. Pela decisão, que ainda não foi confirmada oficialmente, as
localidades em que se enquadrarem neste cenário, poderão liberar a circulação
da maioria das pessoas e até a abertura total do comércio, impondo restrições
para apenas alguns grupos, como os idosos, normalmente aqueles com mais riscos
de desenvolver a doença. Um documento do Ministério da Saúde já foi produzido, com as
orientações. Nos próximos dias, o tema será, certamente, grande mote de debates
e discussões, inclusive em nível de ações judiciais. Vamos aguardar para ver
se, daqui a uma semana, a economia de Rondônia será mesmo beneficiada com essa
iniciativa.
POUCA FARINHA, MEU PIRÃO PRIMEIRO!
O troca-troca de partidos é incrível, nesse Brasil onde siglas
partidárias, em sua grandes maioria, têm ideologia zero e apenas interesses
eleitorais. Em cada canto desse país, as discussões internas dos partidos e de
quem tem mandato, se tornam raras em torno dos interesses maiores da população,
em todos os níveis (ou seja, nos Municípios, nos Estados e em nível federal),
mas priorizam os interesses individuais na base do “em que partido devo estar
para ter mais chances de me reeleger?”. A verdade é que tem muita gente que
quer ver um novo Brasil, desde que algumas coisas não mudem, principalmente na
vida delas. A maioria da classe política está se lixando para partidos e seus
programas, porque não há nada mais importante do que a próxima eleição ou a próxima
reeleição. É uma baderna, legalizada por uma legislação eleitoral que muda a
cada eleição, adaptando-se aos interesses dos políticos e muito pouco do povo.
Até quando?
TRÊS BILHÕES, SÓ PARA COMEÇAR...
Na Câmara de Vereadores de Porto Velho, por exemplo, dos 21 vereadores,
nove deixaram os partidos pelos quais foram eleitos, mudando o quadro e
colocando o antes nanico PR, na Câmara (hoje mudou o nome para PL), como o que
tem o maior número de cadeiras. E outros seguem no mesmo ritmo. Cada um de olho
nas urnas. Aliás, os dois olhos nas urnas. Não sobram olhos para ver as causas
maiores da sua comunidade, do seu Estado e, pode-se dizer o mesmo, de cada
cantinho desse país. A eleição de outubro, que pode ainda ser transferida em um
ou dois meses, dependendo a evolução da crise do corona vírus, já começa
custando 3 bilhões de reais ao povo brasileiro. Dois bilhões do Fundo Eleitoral
e outro bi do Fundo Partidário. A quem, realmente, interessa essa absurda
gastança?
QUEM NÃO QUER SER PROTAGONISTA?
Lamentavelmente, mesmo numa crise como a que estamos vivendo, os
holofotes têm sido importantes para algumas autoridades de todos os níveis e
Poderes. Não é só a política partidária que vem intervindo na guerra ao corona
vírus. A presença na mídia também tem sido uma forma de atrair a atenção,
porque, repete-se o lamentável, há quem dispute espaço a fórceps, para se
colocar como importante protagonista, nessa triste novela que a vida real impôs
ao Brasil e ao mundo. Os egos ainda são importantes para que não se fique fora
do foco. Cada um quer apresentar sua decisão, dar seu palpite, decidir e
influir, mesmo que isso transforme a cabeça da população num emaranhado de
dúvidas e incompreensões. Há momentos, como esse em que estamos vivendo, que
colocar os interesses maiores acima de tudo, certamente seria o melhor remédio.
Mas daí, não haveria holofotes...
PERGUNTINHA
Você é otimista ou pessimista em relação à possibilidades de que a
Ciência e a Medicina consigam encontrar uma vacina para conter o corona vírus
antes que a doença atinja muitos milhões de pessoas em todo o mundo?
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