Sexta-feira, 22 de maio de 2020 - 11h31
TODOS NO FIO DA
NAVALHA, ENTRE A TRAGÉDIA DO CORONA VÍRUS E O FANTASMA DA FOME E DO DESEMPREGO
Daqui a dois meses, em
muitos casos e três meses, na maioria deles, acabará o pagamento do
seguro-desemprego para os mais de 200 mil demitidos no país, somente nas
últimas semanas. Eles não terão mais nada para sobreviver. A continuar a crise e
os desempregados poderão saltar para
mais de 1 milhão, somando-se aos quase 14 milhões que já estavam sem trabalho
antes da pandemia e do fechamento abrupto dos seus postos de trabalho. Em Rondônia,
por causa do agronegócio, a crise ainda não se deu com tanta força, mas
especialmente no interior. É na Capital,
onde o comércio era abundante e onde dezenas de lojas estão fechadas ou prestes
a quebrar, que a situação torna-se bem mais preocupante. Afora o contracheque
salvador, que não se sabe até quando poderá registrar os pagamentos rigorosamente em dia, como
ocorre nas duas últimas décadas, a falta de dinheiro circulando e o estado de
calamidade pública decretado, podem arrasar com a economia da cidade. Com isso,
a tendência é que arraste, com a crise, toda a estrutura estadual, causando um
volume de desemprego jamais registrados nessas terras de Rondon. Já se fala
que, nos últimos 60 dias, pelo menos 10 mil postos de trabalho já teriam sido
perdidos, só em Porto Velho. Como não se tem a mínima ideia de quanto tempo vai
durar essa terrível pandemia e quando reabrirá suas portas a maioria das
empresas, hoje proibidas de funcionar, só se pode ser pessimista em relação a
questão do galopante desemprego que pode se registrar por essas bandas.
Dentro das suas
possiblidades e prerrogativas, o Governo do Estado tem tentado de tudo, não só
ouvindo os empresários, como buscado atender o máximo de reivindicações dos mais
diferentes setores. Mas não é o Governo quem dá a última palavra sobre isso. Mesmo
com decisão nesse sentido do STF, denúncias e pedidos do Ministério Público, da
Defensoria Pública, entre outros organismos, têm sido sempre acatados pelo
Judiciário, quando se trata de manter as empresas fechadas e ampliar o
isolamento social. A intenção é atender orientações da Organização Mundial de
Saúde, na busca de salvar mais vidas. Mas é, claramente, uma interferência
entre poderes, coisa, aliás, que já tornou comum no país, onde quem é eleito
manda pouco e quem não o é, manda muito. Enquanto tudo isso está acontecendo,
milhares de rondonienses já estão sendo perseguidos de perto pela fome e pelo
desespero, porque também os ambulantes, aqueles que trabalham do dia para comer
de noite e tentar sobreviver, estão sem perspectivas. No fio da navalha entre
isolar as pessoas, com a intenção de que elas não sejam afetadas pelo corona
vírus e não permitir que milhares e milhares de famílias sejam alijadas da sobrevivência
digna, governantes e membros de outros Poderes não falam a mesma linguagem, por
uma motivo simples: ninguém sabe qual é a solução para esse drama que nunca
vivemos antes...
UM DIA RECORDE DE MORTES POR CORONA
Foram 24 horas assustadoras.
Mais 160 infectados com o corona vírus, da tarde da quarta-feira à tarde da
quinta. Mas, muito pior que tudo isso, foi o recorde de mortes. Onze pessoas
faleceram no período, oito delas em Porto Velho. Já são 2.659 casos positivados
e, lamentavelmente, chegamos à centena de mortos: 101. Eram 90 apenas um dia
antes. Os casos assustam mesmo, a tal ponto que o deputado estadual Jair Montes
tenha gravado um vídeo, ainda nesta quinta, pedindo ao governador Marcos Rocha
que decrete lockdown no Estado por entre 10 e 15 dias. Como no geral a
movimentação, principalmente em Porto Velho, continua muito grande, com boa
parte da população ignorando o isolamento social, essa seria uma saída
emergencial para conter o vírus, que tem crescido de forma a assustar as
autoridades da saúde pública. No país, a quinta-feira também deixou o
brasileiro de cabelo em pé. Foram mais 1.188 mortes em 24 horas, 20.047 óbitos no
total, um percentual de 6,4 por cento sobre o total 310.087 casos confirmados. Em
Rondônia, as 101 mortes sobre os 2.659,
representam um percentual de 3,7 por cento. Estamos em guerra e, em muitos
locais do país, estamos sendo derrotados. Como ficará Rondônia neste contexto?
EM CINCO MESES, 330 EMPRESAS FECHARAM
Para se ter ideia da
gravidade da situação do comércio porto velhense, alguns dados assustam mesmo.
Na Junta Comercial, entre o primeiro dia do ano e o 5 de maio passado, havia
registros de fechamento de pelo menos 330 empresas. Isso mesmo. Apenas no período
de 30 de março a 5 de maio, o total de lojas comerciais que fecharam suas
portas, exterminando com dezenas de empregos, chegou a 52. Todos esses dados se referem apenas a Porto
Velho. No interior, também muitos comerciantes, principalmente os pequenos e
médios, também encerraram suas atividades, nesse período de pandemia. Os
levantamentos oficiais em relação ao desemprego ainda não foram concluídos,
mas, é óbvio, é no comércio onde mais se perderam postos de trabalho, já que a
maioria das empresas está proibida de abrir suas portas, mesmo que implementem
todas as medidas de segurança e cuidados para evitar contaminação, exigidas
pela legislação. No final de maio, os
números de empresas que fecharam pode duplicar...
SHOPPING COMPLETA DOIS MESES FECHADO
A situação no maior
centro de compras da cidade, o Porto Velho Shopping, também é muito
preocupante. Fechado há exatos 60 dias, o Shopping tem 160 lojistas, dos quais
70 ainda tentam sobreviver, realizando suas vendas pelo sistema Drive Thru, em
que o cliente faz a encomenda pelas redes sociais, vai de carro até o shopping
e sem descer, recebendo sua mercadoria, dentro de um sistema com todos os
cuidados com a segurança sanitária. Mesmo com apoio da direção do shopping de
reduzir em 50 por cento o valor do condomínio e de 40 por cento do valor de fundo
de promoção; da isenção do cliente de 100 por cento nos custos de aluguéis, a
situação é muito difícil. A expectativa
é que o Porto Velho Shopping possa voltar a abrir suas portas no próximo dia
29. Aliás, o Shopping tem 180 protocolos de segurança, para tentar poder voltar
a receber seus clientes. Cássio Mendonça, gerente geral do empreendimento,
compara: se os mercados podem abrir, porque o Shopping, como muito mais
segurança e estrutura também não pode? A resposta está nas mãos das
autoridades...
GOVERNADOR
QUER VOLTA O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL
No contexto da crise, o governador Marcos Rocha
usou novamente as redes sociais, na noite da quarta-feira, para falar na
situação da guerra ao corona vírus e no esforço para que as atividades
econômicas retornem à normalidade o mais rápido possível. Num dos trechos,
Rocha escreveu que “Rondônia deve voltar o quanto antes à atividade comercial
completa de modo gradual e responsável. Para tanto, devemos seguir o plano de
forma unida, para que passemos por isso o mais rápido possível. Esse trabalho
conjunto com todos os representantes do comércio e indústria, está sendo
extremamente importante para alinharmos ações. Em todas as reuniões agradeço as
informações passadas, observações para corrigirmos e melhorarmos os decretos,
além do tratamento com respeito por todos os entes. Manterei essa união
buscando fortalecê-la sempre. A sociedade deve governar junto”. E cobrou a participação dos rondonienses:
“quanto mais rápido seguirmos as diretrizes, mais cedo teremos resultados
consistentes e estaremos próximos de uma nova normalidade. Agradeço o apoio e
compreensão de diversos setores. Estou recebendo muitas notas de apoio e
agradeço a todas. Todas as mensagens que recebo, inclusive as críticas,
contribuem para que nossas decisões e decretos saiam mais alinhados e justos em
um período tão incerto”.
JI-PARANÁ: LAERTE PEDE CONTRATAÇÃO DE
HOSPITAL
A
Assembleia Legislativa tem atuado bastante na questão da luta contra o corona
vírus. O caso de Guajará é apenas um exemplo. Embora não tenha interferido na
saúde municipal, a pedido do Parlamento, o secretário Fernando Máximo e sua
equipe estiveram na cidade, tentando ajudar a amenizar a crise e abrir um
verdadeiro esforço para diminuir o número de mortes naquela cidade. O
presidente Laerte Gomes, além disso, está preocupado com a situação em
Ji-Paraná. Ele está sugerindo à Sesau a contratação emergêncial do Hospital
Cândido Rondon, para sejam disponibilizados 40 leitos clínicos e 10 leitos de
UTI além de serviços de exames clínicos, insumos, além da disponibilização de
profissionais, para atendimento aos pacientes afetados pela Covid 19. Para o
presidente, é público e notório que a capacidade de leitos nas unidades
hospitalares da rede pública está chegando ao seu limite de atendimento.
"E a situação é ainda mais grave no interior do Estado", alertou. Com
isso, o presidente Laerte Gomes reforça a necessidade de uma urgente tomada de
decisões por parte da Sesau. "Nossa intenção é preservar vidas, e o
Hospital Cândido Rondon será um importante suporte de apoio no acolhimento de
pacientes".
ADEUS À REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA?
Pressões dos
partidos de esquerda, da parte
ideológica do Ministério Público (até gravaram um vídeo, eminentemente com
opiniões políticas); das ONGs
internacionais e de forças muito poderosas – de dentro e de fora - que ainda mandam neste Brasil, a Medida
Provisória 910, da regularização fundiária, não foi votada na Congresso e
perdeu seu validade. Embora houvesse alguns aspectos que poderiam ter sido
excluídos do texto original, porque realmente poderiam facilitar a vida de
invasores de terras na Amazônia, a verdade é que com o fim da MP, são
prejudicados mais de 100 mil pequenos produtores rurais apenas em Rondônia. Em
toda a região norte, perto de 2 milhões de famílias que aguardam há décadas a
regularização, também ficaram prejudicadas. Agora, a Câmara vai discutir um
novo projeto, que só Deus sabe quando entrará na pauta. Enfim, continuamos sem
o poder de decidir sobre coisas do nosso país. Uma minoria é quem manda, decide
e dá a sentença. Adeus, regularização fundiária!
UM DIA IMITAREMOS OS ITALIANOS?
Parecia um milagre que
nunca, em qualquer país, seja democrático ou não, assistiria. Mas ocorreu na
Itália e, quem sabe, a partir dela, a ideia se espalhe pelo mundo. Quem sabe um
dia chega a um certo país ao sul do Equador? Pois os grandes partidos
italianos, situação e oposição, se uniram e decidiram reduzir o número de
congressistas em 36 por cento. Isso mesmo! Não é Fake, embora pareça. Não é
sonho, embora pareça. O número de
deputados baixará de 630 para 400 (menos
230 cadeiras), enquanto o de senadores cairá de 315 para 200 (menos 115
cadeiras). Quem sabe outros países, um deles que tem 513 deputados federais e
81, possa seguir o exemplo? E quem sabe, para se tornar ainda mais incrível a
história, reduzir mordomias, penduricalhos e tantos carguinhos, que custam milhões
e milhões de reais ao bolso do pobre contribuinte? Ora, se os italianos
sonharam e realizaram, por que não podemos fazer o mesmo?
DEPOIS DOS
CAMELÔS, A REFORMA DA PRAÇA
Seis anos depois de ter sido tomado por dezenas
de barracas de camelôs, que dali tiravam seu sustento, todos foram retirados da
Praça Jonathas Pedrosa, no centro de Porto Velho. A grande maioria tinha se
instalado ali depois da violenta enchente de 2014, considerada a maior de toda
a história do rio Madeira, desde que ela é contada. Foram ficando, até porque
os planos de colocá-los num lugar definitivo, com estrutura, não se tornaram
realidade. No mês passado, cumprindo exigência do Ministério Público e por
causa da pandemia do corona vírus, que poderia se espalhar no local, a Prefeitura
retirou a todos do local. Dias depois, retirou nada menos do que 60 caminhões
de lixo do local. Nesta quinta, o prefeito Hildon Chaves anunciou a completa
reestruturação da praça, num texto postado nas redes sociais. Afirmou: “Com a intenção de trazer de volta à memória
da população. Todo o amor e o encantamento pelos pontos mais famosos de Porto
Velho, a Prefeitura está reformando Praça Jonathas Pedrosa. Sendo um dos pontos
históricos mais charmosos da Capital, a praça passará por uma restauração e
ficará ainda mais aconchegante”. E
anunciou: “estamos trabalhando para fazer de Porto Velho o melhor lugar para se
viver”.
PERGUNTINHA
Se você for contaminado pela Covid 19 e tiver
que ser hospitalizado, vai autorizar os médicos a lhe medicarem com a
cloroquina ou prefere seguir os conselhos dos que são contra o medicamento,
dizendo que ele pode trazer graves riscos à sua saúde?
O genial Chico Buarque de Holanda, um talento e milionário franco/brasileiro comunista, porque defende Cuba e os regimes totalitários, mas mora em
Os números, claro, são aproximados e só envolvem valores pagos pelos cofres públicos ao funcionalismo estadual e municipal. Caso se coloq
Feriados, um atrás do outro: alguns poucos festejam e usufruem, mas a maioria apenas paga a conta
São 14 feriados nacionais. São inúmeros estaduais, mas tem também os municipais. Somando todos, se não somos os campeões, estamos no pódio entre o
As autoridades de segurança de Rondônia comemoram uma queda histórica nos índices de criminalidade, neste 2024. Crimes como furtos (meno