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Sergio Pires

Um país inacreditável e difícil de entender + A crise do leite: produtores pedem socorro! + As duas faces do mesmo ministro


Um país inacreditável e difícil de entender + A crise do leite: produtores pedem socorro! + As duas faces do mesmo ministro - Gente de Opinião

UM PAÍS INACREDITÁVEL E DIFÍCIL DE ENTENDER: O TÚNEL DE TRÊS ANOS, A PONTE QUE NÃO SAI, O FUNDO DO POÇO...

O Domingo é dia de reflexões e de misturar assuntos. Por exemplo: o Brasil é mesmo um país atípico, que, estudado profundamente, torna-se cada vez mais complexo e muito difícil de se entender. Aqui, misturam-se os poderes, um querendo mandar mais que o outro; um querendo mais mídia que o outro. A separação e o respeito constitucionais são, cada vez mais, apenas, retóricas para discursos. Obras públicas caríssimas, levam anos a fio para ficarem prontas (não é o caso da ponte sobre na Ponta do Abunã, sem utilidade alguma, mesmo tendo custado mais de 180 milhões de reais?). Neste país inacreditável, traficantes e bandidos perigosos, incluindo cruéis assassinos, têm seus direitos protegidos, mas o cidadão comum, que se atreve a atacar ou ofender autoridades, pode receber a visita da Polícia Federal ao amanhecer, nos seus sagrados lares. Outro fato surreal? Um túnel enorme, feito por presos, para fugir de um grande presídio, vai completar seu terceiro aniversário, ainda do mesmo jeito de quando foi descoberto, no RS,  porque tem que se licitar a “obra”! O governo o fez quatro vezes, mas nenhuma empresa apareceu para fechar o tal túnel. Perto de mil bandidos estão lá, com a via aberta, embaixo do presídio superlotado, prontos para escapar,  por  causa da nossa burocracia surda, doentia, uma praga que assola vários setores de governo, dos órgãos de fiscalização, do Ministério Público e do Judiciário. Três anos!

É o Brasil, onde há responsáveis pela fiscalização que não detectam superfaturamento na compra de equipamentos de combate ao corona vírus, até que os escândalos explodam. Mas onde não permite a contratação de leitos hospitalares, nessa emergência, por detalhes técnicos e questiúnculas, baseadas em decisões, como se especialistas em saúde fossem. É o país onde alguns governantes, gestores  e empreiteiros combinam preços abusivos. Tudo isso enquanto a burocracia infernal e as opiniões (nada importa, desde que sua opinião prevaleça!), atrasam ações reais em relação a medidas emergenciais e práticas para abrigar o número cada vez maior de doentes da peste dos anos 20, que nos assola a todos. Estamos vivendo num país maluco, onde as reais necessidades da população são secundárias, já que o essencial é manter o protocolo que cada órgão (cada um deles pagos por nós, pobres e assaltados contribuintes). E o certo é quem aparece mais na mídia; o certo são a  burocracia e os protocolos; o “deixa assim para ver como é que fica”, e, se sobrar um tempinho, há gente, parece mentira, que se preocupa com a população. Estamos piorando como povo, como pais, como estrutura de Nação. Mas há alguns que estão vivendo cada vez melhor, no seu quadrado, no seu cantinho cheiroso, limpinho, embalado no ar condicionado e pisando em tapetes caros. É dali que cada um governa, muitos sem olhar pela janela. Lá fora, o país que parece não ser o deles, caminha para um poço sem fundo. Ah, mas desde que a burocracia e os protocolos sejam cumpridos, o resto é apenas detalhe... 

 

A CRISE DO LEITE: PRODUTORES PEDEM SOCORRO!

A caso da cartelização do leite em Rondônia está causando graves danos, principalmente aos pequenos produtores.  Eles estão pagando para produzir, Gastam perto de 1 real por litro tirado do gado leiteiro e recebem, no máximo, 80 centavos.  Essa cruel realidade já quebrou vários pequenos produtores em diversas cidades rondonienses. O presidente da Assembleia Legislativa, Laerte Gomes, denunciou  novamente o cartel, exigindo medidas de proteção aos produtores, de parte do  governo do Estado, até porque a Italac (ele deu o nome da empresa que está causando tantos danos ao setor leiteiro rondoniense), recebe até 95 por cento de isenção de ICMS. “É um absurdo o que os laticínios estão fazendo com os produtores.  Nos supermercados, os preços do leite e seus derivados estão cada vez mais caros, para o consumidor,  enquanto o produtor corre o risco de morrer de fome”, protestou. No final de semana, houve vários protestos no Estado, inclusive com fechando de estradas, impedindo o acesso dos caminhões dos laticínios aos locais de retirada do produto. Representantes dos produtores, que estão pagando para trabalhar, pedem socorro à Assembleia Legislativa. Tanto através de Laerte Gomes como de vários outros parlamentares, o pedido já foi ouvido. Agora, vai começar a reação contra o cartel...

 

REGULARIZAÇÃO: 17 MIL FAMÍLIAS BENEFICIADAS

Mesmo sem a votação da MP 910, da regularização fundiária, pelo Congresso, os pequenos produtores rurais de Rondônia não estão abandonados. Pelo contrário. O esforço do deputado federal Lúcio Mosquini vai possibilitar a regularização de documentos de pelo menos 60 assentamentos, em Buritis e Machadinho do Oeste. Numa live com o presidente nacional do Incra, Geraldo Mello Filho, nessa semana, Mosquini foi informado de que a regularização nesses dois municípios, onde houve mais conflitos agrários nos últimos anos, atenderão, no final, quase 17 mil famílias, a grande maioria de pequenos proprietários. Geraldo Mello Filho agradeceu o apoio de Mosquini ao esforço que será realizado nas duas cidades rondonienses, graças a uma liberação de emenda no valor de 3 milhões de reais, necessárias para que todos os estudos sejam feitos e as etapas legais sejam cumpridas. O georeferenciamento das áreas começará em breve e, depois de cumpridos todos os caminhos legais, é possível que todas as famílias recebam seus títulos de propriedade definitiva ainda este ano. Um cálculo mais otimista, dá quatro meses de prazo. O presidente do Incra, na live da quinta passada, disse que gostaria que “cada Estado brasileiro tivesse um Lúcio Mosquini”, pela batalha do parlamentar rondoniense pela regularização das terras.

 

AS DUAS FACES DO MESMO MINISTRO

"Quem não quer ser criticado, que não quer ser satirizado, que fique em casa. Não seja candidato, não se ofereça ao público, não se ofereça pra exercer cargos políticos. Essa é uma regra que existe desde que o mundo é mundo. E querer evitar isso por meio de uma ilegítima intervenção estatal na liberdade de expressão é totalmente inconstitucional". Quem disse isso foi o mesmo ministro do STF que determinou, pouco mais de um ano depois, que a Polícia Federal invadisse residências de pessoas suspeitas de terem produzido ataques e Fake News contra o Supremo e seus ministros. Alexandre de Moraes não acatou questões da lei eleitoral, que restringia a liberdade de expressão e de imprensa, durante o período da última campanha presidencial. A regra, que proibia sátiras humorísticas feitas para ridicularizar políticos, foi considerada inconstitucional por representar uma forma de censura. E por quem foi considerada inconstitucional? Pelo mesmo ministro do STF que agora vai contra a legalidade e, sem denúncia do Ministério Público, determina ações da Polícia Federal contra quem o criticou, esculhambou e satirizou. Para ver o vídeo, acesse o link https://www.youtube.com/watch?v=bMpr1cmN5YA.  Na ocasião, todos os demais ministros concordaram com ele. Nada como um dia depois do outro, para se saber com quem se está lidando...

 

CORONA: PERTO DE FICARMOS SEM LEITOS

Rondônia começa o domingo com novas más notícias sobre a crise do corona vírus. O número de mortes na sexta era de 145 e agora subiu para 151, seis a mais do que na sexta. O percentual de mortos continha na faixa dos 3,2 por cento sobre o total de contaminados. Tínhamos, na sexta, 4.502 positivados e, em apenas um dia, esse número saltou para 4.743 casos, ou seja, um aumento de 247 novos registros num só dia. A continuar nesse crescimento,  nesta próxima quinta-feira, dia 4 de junho que está chegando, não teremos mais leitos para internação de doentes e muito menos de UTI. A noite do sábado registrou que já tínhamos 319 pessoas internadas, já muito próximo de lotar toda a estrutura hospitalar disponível.  Um dos poucos dados positivos é o número de recuperados:  2.146 sobre os 4.743 positivados, num percentual acima de 45 por cento de pessoas que já superaram o vírus. O outro: em cinco cidades do Estado, 100 por cento dos contaminados estão curados:  Primavera de Rondônia, Alto Alegre dos Parecis, Machadinho D’Oeste, Santa Luzia D’Oeste e São Felipe D’Oeste. As autoridades da saúde pública continuam orientando para o isolamento social e os cuidados que todos já sabem: uso contínuo de máscaras e higienização das mãos, com álcool gel ou sabão. 

 

MÉDICA DIZ QUE CLOROQUINA CURA MILHARES

Pouca gente vai encontrar a informação da grande mídia, até pela politização do tema. Quem é a favor do remédio é bolsonarista; quem não é, é oposição. Uma coisa lamentável, mais um péssimo agravante, dentro do terror da pandemia. Claro que o centro da discussão é o uso da cloroquina no combate ao corona vírus. Dados oficiais do Ministério da Saúde, informam que mais de 177 mil brasileiros já se recuperaram do vírus da Covid 19, o que representa mais ou menos 46 por cento dos infectados e que o volume de pessoas curadas deu um salto, a partir do uso do medicamento, que agora até o STF quer proibir. A dra. Nise Yamaguchi, médica oncologista e infectologista,  cientista e defensora do uso da Hidróxido de Cloroquina de forma precoce., continua sua batalha em defesa do tratamento. Chegou a dizer que ministros do Supremo que andam dando declarações contra a aplicação da cloroquina em doentes, estão cometendo um “erro grosseiro”. Nise Yamaguchi  declarou ao site “Agora Paraná”, que “o STF corre o risco de cometer um crime contra a humanidade”, caso impeça o uso do remédio. Parece inacreditável, mas  infelizmente é a mais outra verdade;

 

NA PANDEMIA, CASO ENERGISA VOLTA

O tema que envolve a renegociação de dívidas do Estado com empresas devedoras (e são dezenas, não apenas a Energisa, que as herdou da antiga Ceron), pode estar votando à pauta, ainda mais num momento em que a arrecadação do Estado cai muito, por causa da crise do corona vírus. A proposta, que ainda está sendo analisada na Assembleia Legislativa, dá descontos de juros e multas à empresas que tenham débitos mais antigos com o Estado e mesmo alguns mais recentes, dependendo do montante a ser pago.  Claro que a questão da Energisa é a que causa mais polêmica, mas é importante destacar que não só ela seria atendida nos seus interesses, caso a proposta fosse aceita, com redução de até 80 por cento de juros e multas. Poderia entrar nos cofres da Sefin,  numa só tacada, um grande volume de dinheiro, já que, com várias questões judicializadas, não se sabe quanto tempo se poderia ter que esperar para receber as quantias e nem se a Justiça decidiria a favor do Estado.

 

RENEGOCIAÇÃO PODE ALIVIAR COFRES DO ESTADO

No caso da nova empresa de distribuição da energia elétrica no Estado, a proposta inclui um pagamento cash, ou seja, à vista, de 750 milhões de reais, de uma dívida de 1 bilhão e 300 milhões, aproximadamente. Nela, estariam incluídos ainda cerca de 350 milhões que a Caerd devia à Ceron. Ou seja, não seria, ao menos aparentemente, um mau negócio. A questão é que a opinião pública, com informações que nunca foram claras, se voltou contra a empresa e contra a renegociação. Houve forte pressão para que o projeto não fosse aprovado. Talvez o caso seja repensado, agora que há explicações mais concretas e num momento em que os cofres estaduais estão sendo duramente atingidos com queda de arrecadação, por causa da pandemia e da economia muito prejudicada.  Com 750 milhões nos cofres – afora os valores que receberiam de dezenas de outras empresas – o Estado certamente teria uma situação financeira menos complicada, no segundo semestre do ano. Vamos aguardar para ver no que vai dar essa história!

 

PERGUNTINHA

Você, que andou escrevendo nas redes sociais duras críticas ao STF, também está com medo de receber a visita da Polícia Federal ao amanhecer?

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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