Terça-feira, 9 de junho de 2020 - 06h00
VEJA PORQUE A COMPRA
DO REGINA PACIS FOI UM BOM NEGÓCIO PARA A SAÚDE PÚBLICA DE RONDÔNIA
Há questões que precisam
ser analisadas com alguma frieza, mesmo no calor da mais dura situação que vive
a saúde pública no país e em Rondônia, neste momento. Ver as coisas apenas com
a paixão, pode resultar em opiniões baseadas em injustiças, coisa, aliás, que
as redes sociais fazem a todo o momento, como se fosse única e completa a
verdade de quem a divulga. Não é o que o analista sério tem que fazer. O
leitor, que se informa de várias fontes e analisa o contraditório (e não apenas
uma opinião, dentro das suas ideologias, como o faz, por exemplo, a TV Globo!),
terá condições de tomar sua decisão sobre o que é correto ou não. O que é real
ou apenas aquilo que quem escreve, opina, analisa, está expressando o que
gostaria que fosse real. Todo esse introito vale a pena, para se analisar a
compra do Hospital Regina Pacis, pelo governo de Rondônia. Um investimento de
12 milhões de reais, por um prédio de mais de 3 mil metros quadrados, que será
entregue com toda a estrutura para atendimento afora, é claro, equipamentos e
pessoal. Além de uma usina de oxigênio, que representa o corte de uma despesa
de mais de 2 milhões de reais. O hospital deve ser entregue nessa quinta e a
partir daí começará a fase de colocação de camas, móveis e designação das
equipes, para atendimento aos primeiros 60 leitos que serão utilizados nessa
fase inicial. Todo pronto, serão 140 leitos. Um terreno de mil metros
quadrados, localizado na frente do hospital, para estacionamento, também faz
parte do negócio e está incluído no custo.
Para se ter ideia do bom
negócio, algumas informações. Uma delas: o metro quadrado de um hospital com
aquela estrutura, pode chegar a 4 mil reais. Só aí e apenas em relação ao
prédio, já se teria algo em torno de 12 milhões de reais. Os vendedores
investiram mais de 1 milhão e 300 mil para a reforma, que está sendo concluída.
Mais o terreno, de mil metros quadrados, em área nobre, poderia custar até 400
mil reais. Se o governo fosse construir um hospital de campanha, por exemplo,
com uma centena de leitos e 10 UTIs (como as tem o Regina Pacis), gastaria, no
mínimo, 25 milhões, para um hospital que teria uso limitado. No máximo em 90
dias seria desativado e todo o dinheiro gasto jamais traria qualquer outro
beneficio. Já no caso do Regina Pacis, ele servirá no futuro como apoio ao
sempre lotado João Paulo II e ao Hospital das Irmãos Marcelinas. O aluguel de
leitos em hospitais particulares, custa, em média, 2 milhões de reais mensais aos
cofres do Estado. Esse custo seria cortado e, em seis meses de uso, já pagaria
os 12 milhões investidos. O que se pede é que as pessoas analisem toda a
questão, ponham tudo na balança e vejam se o Governo fez um bom ou mau negócio,
antes de considerarem que tudo foi feito de forma incorreta. Analisar,
ponderar, discutir, opinar com informações corretas, isso sim é demonstração de
cidadania senso de justiça!
O LOCK DOWN COMEÇOU PRA VALER...
Lojas da zona sul, que
estavam ignorando o isolamento e continuavam funcionando normalmente, mesmo
durante o decreto de calamidade pública, na manhã da segunda- feira tentaram
trabalhar, mas logo chegou a fiscalização da PM e todos fecharam as portas. A
rodoviária da Capital está isolada. Não chega e não sai ônibus. A PM estava nas
ruas, desde cedo nesta segunda, com a Operação C 19, ou seja, as medidas de
fiscalização e policiamento. No domingo à noite, novas medidas e restrições
foram incluídas no decreto de Lock Down, que o governo chama de Isolamento
Restritivo. Claro que há necessidade do cumprimento de todas as normas de
segurança, para que o lock down tenha resultados práticos, diminuindo o número
de infectados pelo vírus e, principalmente das mortes, que já caminham para
250. É necessário, contudo, que a PM haja com cuidado, respeito e sem
brutalidade contra a população, que já vive no desespero, depois de quase 70
dias sob o manto da doença, do desemprego e do risco da fome.
O LADO MAIS TRISTE: 245 MORTES
Enquanto isso, o vírus
não dá bola para isolamento, para ações políticas, para qualquer coisa que não
seja contaminar, espalhar-se e destruir vidas.
Em Rondônia, continua afetando milhares de pessoas e já causou 245
mortes, um número assustador. Já são 8.626 contaminados. Os óbitos representam
hoje 2,8 por cento do total dos que foram contagiados pelo corona, mas esse
número frio, de maneira alguma ameniza a dor das dezenas e dezenas de famílias
que perderam seus entes queridos. Tivemos, até a noite da segunda, 3.131
pessoas recuperados. Portanto, sobram ainda 5.450 que estão positivados para a
Covid 19. Desses, 115 lutam pela vida nas UTIs do Estado. É necessário se
redobrar os cuidados, só ir à rua em caso de necessidade e torcer para que essa
praga infernal passe de uma vez por todas. Até lá, cada um de nós corre risco.
MOURÃO, A FLORESTA E O CORONA
O vice presidente da
República, General Mourão, esteve em Porto Velho no domingo. Ele anda num
périplo pela região centro-oeste e norte, visando ampliar a atuação federal,
com apoio dos governos estaduais, no combate a incêndios, invasões e derrubadas
na Amazônia. É a Operação Verde Brasil 2, coordenada pelo próprio Mourão, que
pretende reduzir o desmatamento e as queimadas, além das derrubadas em áreas
protegidas, até para que o Brasil mostre ao mundo seus cuidados com a floresta,
desmentindo os opositores e ONGs internacionais, que espalham mundo afora que o
governo Bolsonaro estaria fechando os olhos para esses crimes ambientais. Nos
bastidores, Mourão e o governador Marcos Rocha (que acompanhou o vice
presidente numa entrevista coletiva realizada na 17ª Infantaria de Selva),
também trataram de outros assuntos, como o apoio federal a Rondônia, no combate
à pandemia do corona vírus.
CORONAFEST NA CAPITAL E EM ARIQUEMES
Tem idiota e
irresponsável em todos os lugares. Em Porto Velho, a noite da sexta-feira,
poucas horas do lock down entrar em cena, várias Coronafest foram registradas
em diferentes pontos da cidade. Já em Ariquemes, pior ainda: mais de 200
pessoas de aglomeravam numa praia do rio Jamari, com muita pinga, música e festa, em pleno domingo. Isso que Ariquemes é a
segunda cidade do Estado com o maior número de casos de contaminados – mais de
500 até o domingo – e seis mortes. A cidade está voltando ao normal, graças ao
controle feito até agora. Mas um evento canalha como esse, com toda gente
correndo o risco de pegar e espalhar o vírus, deixou as autoridades de cabelos
em pé. A PM enviou várias equipes para acabar com a baderna. Todos os
irresponsáveis deveriam ter sido presos, mas não foram. Mesmo com a pandemia
ainda crescendo no Estado, há milhares de rondonienses que vivem como se ela
não existisse. Lamentável.
MERCADOS E FEIRA COM MULTIDÃO
O Domingo, primeiro dia
do lock down na Capital, aliás, teve cenas dantescas, ante os olhos de quem
imaginava encontrar a cidade completamente vazia. Realmente, o trânsito
diminuiu muito, mas em alguns pontos a aglomeração foi incrível. Em vários
supermercados, uma multidão acorreu ao mesmo tempo e, mesmo com todos os
cuidados que as próprias empresas exigem dos frequentadores, não há como
controlar a todos e impedir muita gente praticamente uma colada à outra. Na
Feira do Cai N´Água, então, é só olhar a foto: centenas e centenas de pessoas aglomeradas,
sem qualquer cuidado com o distanciamento social. O caso, aliás, mereceu a divulgação de um
vídeo pelo vereador Aleks Palitot, que encaminhou uma petição à Prefeitura, no sentido
de que haja fiscalização nessas feiras, principalmente em relação ao
distanciamento. Para ele, não adianta o restante do comércio estar fechado e as
feiras continuarem a ser locais com tantas pessoas amontoadas. A Prefeitura
anunciou ontem que até o próximo final de semana, estão proibidas as
tradicionais feiras livres nos bairros da cidade. Não se sabe se essa decisão
vale para o próximo domingo, na Feira do Cai N´Água.
O PSTF NÃO PODE INTERFERIR!
Não se pode negar que a concentração contra o
governo Bolsonaro, em São Paulo, teve um público bastante significativo. Em
Porto Alegre, embora bem menos, também. Afora isso, na maioria dos casos, foram
meia dúzia de gatos pingados participando. Em várias passeatas, aliás, o
protesto teve o racismo como mote principal. O ridículo foi a Rede Globo, por
exemplo, numa concentração onde haviam exatamente 26 pessoas, em Alagoas, dizer
que “mais de uma centena protestaram contra Bolsonaro”. Não há termos de comparação
entre as multidões que apoiam o atual governo, quando vão às ruas e os poucos
opositores (excetuando-se as torcidas organizadas de alguns clubes, com muitos
dos seus membros expulsos dos estádios e proibindo de frequentá-los). O
importante é que, seja de que lado for, as demonstrações são democráticas e
devem ser respeitadas, inclusive com críticas e ataques duros, desde que não
haja violência. O que não se pode admitir é a nova sigla partidária do país, o
PSTF, daqui a pouco determinar que até manifestações são ilegais. Aí não!
INDÚSTRIA EM QUEDA NO PAÍS
A crise do corona começa a atingir em cheio um setor
dos mais vitais para a nossa economia: o da indústria. Milhares de empregos já
estão sendo perdidos e a queda na produção, englobando todos os setores, chegou
a quase 19 por cento em março (sobre o mesmo mês do ano passado) e 27 por cento
em abril (também feita a comparação com o ano anterior. Todos os setores da
economia estão em baixa e as piores previsões já dão como certo um recorde de
desemprego no país, maior que todas as crises da sua história. Em Rondônia,
vários setores já vivem a crise, depois de mais de 70 dias em que o vírus nos
atingiu em cheio. O setor comercial é o que mais está sendo afetado no momento,
mas a produção industrial já teve também
significativa diminuição.
PERGUNTINHA
Para quando está agendada a convenção
virtual do PSTF, o novo partido político do país, para escolher seus candidatos
às eleições de outubro?
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