Sexta-feira, 21 de dezembro de 2018 - 06h00
Dá gosto de ouvir o coronel Ronaldo Flores falar sobre os inúmeros
planos que a Polícia Militar de Rondônia pretende colocar em prática, para
melhorar significativamente a segurança pública no Estado, a partir deste 2019.
Ao ser confirmado oficialmente como o primeiro nome do primeiro escalão do novo
governo, pelo eleito Marcos Rocha, o comandante da PM, há oito meses no cargo,
enumera uma série de ações projetadas para o ano 1 da nova administração, que
terá à frente um colega seu de farda, o hoje oficial da reserva Coronel Marcos
Rocha. Basicamente, Flores diz que há três eixos básicos, que norteiam os
projetos para a PM, nesse início de novo governo: investimento e valorização, a
inteligência estratégica e o policiamento voltado para o problema. Os planos
estão detalhados e, segundo o comando da PM, que continuará no posto, vão desde
uma melhoria acentuada na qualidade do policiamento a ações especiais de
proteção às mulheres, vítimas de violência. Para o Coronel Ronaldo, o número
estarrecedor de ataques a mulheres – mais de 700 ocorrências em cinco meses, na
Capital – determinam ações práticas e rápidas, para coibir esse crime. Na área
do 5º Batalhão, por exemplo, outro programa de grande importância começa a ser
implantado: o Vizinhança Segura, onde os policiais e a comunidade se integram,
inclusive com utilização de grupos de watts app. Aliás, a tecnologia será cada
vez mais utilizada, como o Mobile, um tablet a disposição nas viaturas, é outro
passo importante, com uso de câmeras também, assim como smart fones que serão
distribuídos a mulheres vítimas de violência doméstica, são algumas das medidas
já aptas a entrar em ação.
A qualidade do policial e do seu trabalho também estão na alça de mira
da PM. “Que policial queremos?” questiona o comandante da PM, ao explicar que a
preparação do PM rondoniense será ainda mais qualificada, com cursos
específicos e até mudança no tipo de curso e ensino que receberão. “Nossa tropa
será cada vez mais qualificada e melhor habilitada”, diz com entusiasmo o
comandante que fica no cargo. Que enumera ainda uma série de medidas que estão
planejadas ou já em andamento, para melhor toda a estrutura da segurança e
proteger a população do crime crescente. Claro que ainda há muitos outros
desafios a enfrentar, como o efetivo, ainda muito abaixo da necessidade, menor,
por exemplo, do que era na década de 80, quando Rondônia era recém transformada
em Estado, com uma população nem perto da atual e onde a violência não tinha
chegado aos níveis que chegou. O que se pode dizer é que, no primeiro nome que
anunciou para seu Governo, Marcos Rocha acertou.Esperemos que seus demais sejam do
mesmo tamanho!
ESPERANDO PELOS OUTROS
O futuro governador, aliás, vem da Polícia Militar. Conhece
profundamente a corporação, sabe das suas deficiências e necessidades. Sabe,
por exemplo, que o efetivo da polícia militar do Estado está muito longe de
chegar ao menos perto do necessário. Há mais de 30 anos, na verdade, Rondônia
tinha mais PMs do que tem hoje. Além disso, a tendência é que não seja resposto
com tanta velocidade quando saem, principalmente por aposentadoria, tantos
policiais que estão deixando os quartéis. Faltam equipamentos, o número de
veículos nunca é o ideal, mas, no geral, a estrutura da PM, que é muito menor
do que deveria ser, tem um resultado do seu trabalho muito bom, graças ao
esforço redobrado dos seus homens e mulheres. E da sua equipe de comando.
Marcos Rocha certamente vai dar à segurança pública uma atenção especial.
Começa por escolher para o comando da força militar um dos seus melhores
oficiais. Nos próximos dias, pode ser que o Coronel eleito com mais de meio
milhão de votos, comece a divulgar novos membros do seu time. A tendência,
contudo, é que a maioria deles – ou quem sabe todos os demais – só sejam anunciados
na 25ª hora, no 1º de janeiro, quando Rocha for empossado oficialmente como
novo Governador do Estado.
SHAKSPEARE EXPLICA TUDO
Decisão emanada do Conselho Nacional de Justiça, autorizou que o
Tribunal de Justiça de Rondônia use sim recursos do Fundo Judiciário,
excepcionalmente, como estava reivindicando o presidente, Desembargador Walter
Walterberg Júnior. Ou seja, a conversa que circulava nos bastidores e nas redes
sociais de que os magistrados e os servidores da Justiça, em Rondônia, poderiam
ficar sem seus salários e 13º, não se confirmou. Houve inclusive ação do
Ministério Público estadual, no sentido de denunciar ao CNJ o uso do FuJu para
pagamento de salários, o que seria ilegal. Num primeiro momento, a Corregedoria
do Conselho desautorizou que os recursos fossem utilizados para quitar
salários, mas, em seguida, atendendo recurso do TJ, houve mudança nos planos.
Ou seja, a crise que se anunciava muito séria pelos lados do Judiciário
rondoniense foi contornada com diálogo e uma série de ações positivas do
comando do poder, para que tudo fosse resolvido. Os problemas financeiros do
Judiciário se mantêm, mas agora com muito mais possibilidades de ser
resolvidos, já a partir do início do ano que vem. Esses e outros problemas,
agora, ficam também para serem solucionados depois do Ano Novo. Então, como
diria Shakspeare, houve muito barulho por nada...
PR QUER MANDATOS DE ELEITOS DO PSL
A Justiça começa a modificar a estrutura da política local, começando
pela Assembleia Legislativa, mas que também pode chegar à bancada federal. A
primeira transformação foi no parlamento estadual, onde Jean Mendonça, de
Pimenta Bueno, foi diplomado num dia como deputado eleito e defenestrado no
outro, por decisão do TSE, entrando no seu lugar Geraldo da Rondônia, de
Ariquemes. Agora o Partido da República (PR), comandado pelo deputado não
reeleito Luiz Cláudio, ingressou com ações na Justiça Eleitoral contra a
eleição de Eyder Brasil (deputado estadual eleito) e o Coronel Crisóstomo
(deputado federal eleito), alegando fraude na nominata de mulheres candidatas.
Entre outras alegações, na denúncia, os advogados do PR alegam que três
entre seis candidatas apresentadas pela legenda vitoriosa, não eram
sequer filiadas ao PSL. O caso é grave e pode dar sim problemas para o PSL. A
ação, contudo, não atinge a eleição majoritária, ou seja, o governador eleito
Marcos Rocha nada tem a ver com o processo e sua eleição é considerada correta.
Na Assembleia, caso a pretensão do PR seja vitoriosa, quem ficaria com a vaga
seria o deputado não reeleito Ribamar Araújo.
VEM MUITO MAIS ROLOS POR AÍ...
O caso da ação do PR contra o PSL não é único. Pelo contrário. O mesmo
caso de registros de mulheres que podem ser contestados, serão encaminhados à
Justiça Eleitoral nos próximos dias. Até o próximo dia 6 de janeiro, prazo
final para eventuais recursos, pelo menos mais meia dúzia de casos de
coligações que teriam sido beneficiadas com a participação de mulheres fora dos
critérios da legislação eleitoral, serão analisados pelos tribunais eleitorais.
Há denúncias graves que, se comprovadas, podem sim mudar mais nomes na
composição da Assembleia Legislativa. Uma mulher que teve seu nome registrado
para disputar a eleição, teria recebido dinheiro do Fundo Partidário, mas
jamais saiu de casa para fazer campanha. Outra também foi beneficiada com
recursos para a busca de votos, mas teve um probleminha. Ela estava no
exterior, durante o período da campanha. Há ainda outro caso sintomático: uma
candidata que recebeu grana do Fundo Partidário, pegou o dinheiro e foi fazer
campanha para outra pessoa. No caso específico, outra candidata. E tem
denúncia, ainda, de uma mulher que registrou queixa na polícia, alegando que
usaram seu nome para compor uma coligação, sem que ela tivesse autorizado. Tudo
isso em Rondônia. Vem rolo dos grandes por aí...
SUCESSO NA AVIAÇÃO COMERCIAL
A aviação comercial regional cresce e tem muitas perspectivas de se
expandir bem mais, principalmente através da Rima, empresa genuinamente
rondoniense, que já realiza serviços de grande importância para a integração da
Amazônia, além de ser responsável por um serviço de transporte aeromédico,
entre os melhores do país. Gilberto Scheffer, piloto com mais de 15 mil horas
de voo, comanda essa empresa, que está há 17 anos no mercado. Ele hoje faz
parte da direção nacional da Associação das Empresas de Táxi Aéreo e é um dos
grandes conhecedores do setor no país. Gilberto é o entrevistado do programa
Direto ao Ponto, que vai ao ar neste sábado, a partir das 10h30 da manhã
na Record News Rondônia e, depois, fica no ar a semana toda, na íntegra, no
site Gente de Opinião. Entre muitos outros assuntos, Gilberto fala também
sobre o início do processo de certificação ISSA , para poder operar em
conjunto com empresas de linha área para atender o interior de Rondônia; sobre
o aeroporto Jorge Teixeira e o futuro da aviação na região, entre muitos outros
temas. Imperdível.
SERÁ MESMO UMA VITÓRIA?
Pode ter sido uma vitória de Pirro, mas, mesmo assim, está sendo
comemorada. A decisão da juíza Grace Anne Monteiro, da 1ª Vara Federal de
Rondônia, de mandar suspender o reajuste das tarifas de energia, com o absurdo
aumento de 25 por cento determinado pela Aneel, demonstra que há formas legais
de se lutar contra o absurdo. Os riscos, contudo, são grandes. Decisões
monocráticos e por liminar, podem ser derrubadas a qualquer momento. Se não o
forem logo e isso ocorrer – apenas como exemplo ilustrativo – daqui a seis
meses, caso a liminar seja derrubada, o contribuinte terá que pagar tudo o que
ficou para trás, no período em que a decisão de primeira instância estava
valendo. Ou seja, é quase como se fôssemos empurrar um grave problema de agora
para um pouco mais tarde, quando o custo poderia ser muito maior, já que
teríamos que colocar em dia valores que não pagamos antes. O que pode resolver
o problema de vez é toda a sociedade rondoniense se mobilizar, através de seus
representantes de todos os níveis ´- e principalmente da bancada federal – para
exigir que a Aneel recalcule o reajuste, que retire dele a gordura embutida e
que o imponha ao menos parceladamente. Afora isso, será muito discurso e pouco
resultado prático.
PERGUNTINHA
Você rondoniense, que já paga os maiores impostos do mundo, como todos
os brasileiros, está conseguindo aguardar algum dinheiro, para pagar também a
mais cara conta de energia elétrica do país?
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