Quinta-feira, 27 de dezembro de 2018 - 06h05
Ao oficializar o nome de Evandro Padovani como titular da secretaria da
Agricultura, o governador eleito abriu exceção, para manter, ao seu lado, um
único nome da antiga administração. Padovani, que era do MDB e passou para o
PSL, se credenciou a permanecer no posto, quando o partido ganhou a eleição em
Rondônia. Marcos Rocha tem tripla vantagem com a indicação. A primeira delas é
porque o homem de Vilhena é, sem dúvida, um dos mais credenciados do Estado
para comandar essa área vital. A outra é que, ao confirmar Padovani, Rocha se
aproxima e tranquiliza o setor produtivo, que é responsável, hoje, pela maioria
do PIB rondoniense, onde o agora reconvocado secretário tem grande aceitação. O
terceiro viés dessa história é político. Enfrentando algumas dificuldades com
parceiros de partido, como o empresário e grande produtor rural Jaime
Bagatolli, o Governador o atende, aceitando a indicação que tem o apoio e a
assinatura pessoal do mega produtor, que, concorrente ao Senado, somou mais de
212 mil votos. A verdade é que a confirmação, feita nesta quarta, amenizou uma
situação que poderia causar mal-entendidos e confusão internamente, antes mesmo
do novo governo começar. Por fim, destaque-se que Rocha vai começar a ampliar a
presença de representantes do seu governo do interior, também atendendo parte
da sua turma que anda reclamando de muita gente da Capital nas áreas vitais da
sua futura administração. Ou seja: o Governador, mesmo ainda recém tomando pé
de tudo o que terá que enfrentar a partir da próxima terça, quando assume, já
começa a mostrar jogo de cintura também para os embates e com as armadilhas da
política, com o que não estava habituado.
Padovani conversou com o colunista, logo depois de confirmado no cargo, por uma publicação de Marcos Rocha nas redes sociais. Mostrou entusiasmo e falou que tem muitos planos para dar continuidade a um trabalho que realizou, com resultados de grande sucesso. Só para lembrar, foi ele e sua equipe que transformaram a Rondônia Rural Show, uma iniciativa de Confúcio Moura, num dos maiores eventos do agronegócio da região norte. Foi também no mandato de Padovani que a produção de soja no Estado deu um salto. Em 2016 chegamos a 1 milhão e 100 mil toneladas. Vamos fechar 2017 com 1 milhão e 400 mil e certamente teremos novo e significativo crescimento em 2019. O setor pecuário se expande, com nosso rebanho batendo as 13 milhões de cabeças. Estamos indo bem nessa área e, se ninguém nos atrapalhar, podemos ir ainda mais longe. O agronegócio pode, de novo, nos salvar. Com Padovani, está em boas mãos, novamente!
O BOM SENSO NO MEIO AMBIENTE
O que mais pode prejudicar nossa produção agropecuária e a expansão do
nosso agronegócio? Há enormes dificuldades pela frente, desde os custos da
produção até o escoamento, onde ainda temos graves deficiências. Mas o maior de
todos os problemas, o que entrava mesmo um salto do agronegócio rondoniense,
são as questões ambientais. Com tantas áreas de proteção (só no final do
governo de Confúcio Moura, foram criadas mais onze); com uma legislação que
engessa a maioria dos setores produtivos; com aberrações como a que acontece em
Guajará Mirim, onde 92 por cento da área do município é considerada intocada, ou
se muda algumas coisas no meio ambiente ou não se fala em desenvolvimento.
Padovani sabe disso e foi claro ao comentar que precisamos sim proteger o
ambiente, mas sem a paranoia que comanda toda a estrutura do setor atualmente.
Novas leis, adaptações, cuidados e bom senso devem guiar essa área nevrálgica.
Padovani sabe o que diz e trabalhará em parceria com os órgãos ambientais, mas
garante que a meta é fazer Rondônia crescer ainda mais. “Vamos muito mais longe
no agronegócio”, avisa.
ONDE COLOCAR TANTOS DOENTES?
Ele é jovem, cara de menino. Mas é um dos médicos mais talentosos de
Rondônia. E agora está correndo para lá e para cá, com os olhos roxos, porque
não consegue dormir direito há vários dias. Está, mesmo antes de assumir o
maior desafio da sua vida, até agora, numa busca desesperada por soluções
imediatas para a saúde pública. Fernando Máximo, o novo secretário do setor,
recém nomeado pelo governador Marcos Rocha, tem um pacote inacreditável de
obstáculos pela frente. Terá que encontrar soluções rápidas. Primeiro, para o
João Paulo II, que com seus 140 leitos está, hoje, com 280 pacientes, muitos
dos quais no sol e na chuva, porque nas áreas internas nem com milagre se
consegue vaga. Ao mesmo tempo, tenta encontrar, na equação do impossível, como
resolver o problema da falta de leitos, já que os comprados pelo Estado
estão todos tomados: 100 nas Irmãs Marcelinas; 33 no Panamericano; outros 36
numa extensão improvisada no Joao Paulo II na zona sul, conhecido como AMI –
Assistência Médica Intensiva - e, mais ainda, manter o atendimento médico
domiciliar de 270 pacientes, através do programa SAMD. Uma dificuldade maior
que a outra...
BOLSONARO E O DINHEIRO DO HEURO
Tem coisa pior? Tem sim. Toda essa estrutura próxima a entrar em
colapso está afetando o Hospital de Base, que precisa abrigar cada vez mais
doentes e que já não dá conta, inclusive de cumprir seu calendário de
cirurgias. Agora, a opção é procurar novos locais para atendimento dos
pacientes. Chegou a ser pensada como alternativa o aluguel do antigo prédio do
Hotel Vila Rica. Seria possível, se o local tivesse um mínimo de estrutura para
servir como hospital. Seus elevadores não comportam macas; todas as portas dos
apartamentos teriam que ser derrubadas e ampliadas; uma série de adaptações
teria que ser feita. Sem chance. A batalha ainda se direciona para o Hospital
de Urgência e Emergência de Porto Velho, o Heuro, projetado por Confúcio
Moura, mas que nunca saiu do papel. Pior de tudo, os mais de 70 milhões de
reais que estavam a disposição para obra, voltaram aos cofres da União. E
agora já são 85 milhões, os recursos necessários para a obra. É esse dinheiro
que Marcos Rocha e seu secretário de saúde vão pedir ao ministro da saúde, Luiz
Henrique Mandetta e ao presidente Jair Bolsonaro, na primeira semana de
janeiro. Enfim, Fernando Máximo assume uma missão perto do impossível. Se
conseguir cumpri-la, poderá, ao menos por algum tempo, ter uma ou outra noite
de sono normal. Porque, agora, antes mesmo de assumir, ele não sabe o que é
dormir direito desde que entrou para a equipe de transição de Rocha...
NA ALE, A MESA DIRETORA É A PAUTA
Pelos lados da Assembleia Legislativa, o recesso não impede que as
conversações sobre a formação da nova Mesa Diretora continuem ocorrendo, todos
os dias, em todos os lugares onde se encontram dois ou mais deputados. Há ainda
dois grupos bem distintos, um liderado pelo deputado Lebrão e com apoio de
parte importante dos parlamentares; outro com Jean Oliveira e Alex Redano, com
apoio de nomes importantes, como o do deputado Laerte Gomes. Conversa e
conversa é o que faz a política ser o que é. E conversando é que os grupos se
fortalecem, se digladiam e até, no final das contas, acabam fechando acordos.
Não será surpresa se, lá na frente, os dois lados acabarem chegando a um
denominador sobre a Presidência e os principais cargos. Por enquanto, contudo,
o assunto fervilha nos bastidores. Os novos deputados terão papel importante na
disputa, já que representam metade dos votos. E não se pode negar que o futuro
governador, Marcos Rocha, poderá também ter influência na eleição, na medida em
que muitos parlamentares, ao menos no início da legislatura, vão se postar como
aliados do novo governo. Enfim, muita água ainda vai rolar embaixo da ponte. A
luta pelo comando do Legislativo continua intensa, mas será decidida mesmo na
25ª hora, quando o 1º de fevereiro marcar a primeira reunião na nova
legislatura.
VIOLÊNCIA ATÉ NO NATAL!
Beleza de Natal! Mais de 50 ocorrências só na Central de Polícia, na
Capital. Pelo menos três assassinatos em Porto Velho e interior e outras cinco
tentativas de assassinato. Nada menos do que 48 motoristas pegos dirigindo
embriagados, pelas blitzes da Lei Seca. Foram 20 casos de agressões, algumas
delas com extrema violência, em brigas de bêbados. Nesse pacote não estão
incluídos os acidentes de trânsito, quase duas dezenas no Estado, também
com mortes; o caso de uma quadrilha que tentou explodir caixas eletrônicos do
banco do Brasil e, ainda, ocorrências dos distritos mais distantes. É
impressionante o que acontece nesse país da extrema violência. Nem em datas
como Natal, em que os sentimentos de amor e solidariedade deveriam estar em
alta, conseguimos diminuir os índices de criminalidade e o número de
ocorrências policiais. Aliás, no país todo os números foram assustadores. Só o
trânsito matou 89 brasileiros, em diferentes cidades do país. Onde vamos
parar? O que está acontecendo conosco?
UMA LEI PARA QUEM REALMENTE PRECISA
Tem que haver cuidado para não se cometer injustiças e nem impedir que
uma lei boa, que pode ajudar muita gente, possa ser cortada dos projetos
culturais do país. O presidente eleito Jair Bolsonaro voltou a dizer que seu
governo fará rígido controle da utilização de incentivos fiscais da Lei
Rouanet, mas como não separou o joio do trigo, das suas declarações, fica a
preocupação de que, por causa de alguns, todos sejam prejudicados. Espera-se, é
claro, que Bolsonaro tenha se referido ao rígido controle de dinheiro para os
grandes artistas, principalmente aos ligados à Rede Globo, que recebem milhões
e milhões de reais em incentivos da Rouanet e ainda cobram ingresso por seus
espetáculos, o que deveria ser proibido. Certamente o Presidente eleito se
referia a mordomias como patrocínios de shows, livros e CDs de artistas que
ficaram ainda mais ricos, durante os governos do PT, recebendo fortunas de
incentivos fiscais para projetos pífios, que só enchiam os bolsos deles, os
amiguinhos do poder e que, claro, odeiam a ideia de terem o novo governo
cortando essas vantagens. Tomara que Bolsonaro não tenha falado em cortar
incentivos de artistas em início de carreira; de novos escritores; de pintores
que querem uma chance de exporem seus quadros, mas nunca as tem, porque as
empresas querem é patrocinar as estrelas, não os novatos. A Lei Rouanet é
ótima, se bem utilizada. Tem que controlar é quem recebe os benefícios dela e priorizar
quem realmente precisa. E os esquerdistas que querem mudar o mundo, mas com o
dinheiro dos outros em seus bolsos, que vão trabalhar...
PERGUNTINHA
Você acredita que algum dia, com tanta gente dando pitaco e trabalhando para atrapalhar, ainda vamos ver, finalmente concluído, o Hospital de Urgência e Emergência, o Heuro de Porto Velho?
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