Terça-feira, 4 de maio de 2021 - 19h59
Enquanto os congressistas nacionais não chegam a consenso
sobre ajustes na casa de quase 20 Bilhões, ainda a respeito do orçamento de
2021, a votação da proposta
enviada pelo poder executivo e os cortes promovidos deixam visíveis falhas na
articulação e novas dificuldades entre o Congresso e a equipe do Ministério da
Economia.
Nesse clima diferenciado, foi apresentado no dia de hoje, na
comissão mista que analisa o tema caríssimo da Reforma Tributária no Congresso o
relatório conclusivo pelo deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). O relatório propõe
a extinção de cinco impostos: PIS, COFINS, Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
(ICMS) e Imposto sobre Serviços (ISS).
Nasce assim o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS),
complementado pelo Imposto Seletivo, sendo que na verdade Aguinaldo procurou
unir as propostas que caminham nos corredores e salas de reuniões desde o final
do ano de 2019 e 2020.
A união desses tributos já era visualizada pela PEC 45, de autoria
do deputado Baleia Rossi (MDB-SP), complementada pela proposta de emenda à Constituição
(PEC) vinda da Câmara dos Deputados à PEC 110, que teve origem no Senado
Federal; ainda costurada, se podemos usar essa palavra, em parte, à primeira proposta
elaborada pelo governo e enviada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, o conhecido
projeto de lei PL 3.887.
Parece mesmo que teremos um Frank Stein jurídico para as diversas
proposições que deverão aportar a este relatório até o dia 07 próximo, partindo
dos membros da referida comissão; o parecer lido hoje pelo relator prevê uma
transição do sistema tributário de duas fases totalizando seis anos que
contrapõe a inicial de uma transição de 10 anos.
O trabalho final do relator uniu três tributos federais, o IPI, PIS
e COFINS, a um estadual, o ICMS, e um municipal, o ISS. Fontes do Distrito Federal
confirmam que era Aguinaldo Ribeiro apresentasse uma proposta ampla ao invés da
versão fracionada que defendia o Planalto; nas entrevistas de hoje o
parlamentar mencionou que adotou o formato apresentado de modo a conjugar
esforços de alinhamento com aquela enviada pelo Poder Executivo, na forma do
Projeto de Lei nº 3.887, do ano de 2020.
Sobre a proposta do governo federal, importante relatar que ganhou
apoio incondicional do presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arthur
Lira, nas duas últimas semanas que fatia a reforma, com a criação da
Contribuição sobre Bens e Serviços numa primeira etapa.
O relator, na sua análise, no momento da leitura formal do seu
relatório, defendeu a reforma ampla e criticou indiretamente o parcelamento das
mudanças, deixando o registro entre aspas: ..."Enganam-se aqueles que
pensam que remendos fracionados são capazes de soerguer um modelo falido,
correndo o risco de em sua empreitada descobrirem que em matéria tributária
portas largas levam sempre a caminhos curtos".
O processo legislativo para a reforma tributária ainda não acabou,
os deputados e senadores da comissão mista deverão
enviar sugestões de reforma ao texto apresentado no dia de hoje até esta
sexta-feira, por sua vez, Ribeiro irá avaliar e incorporar as propostas ao
texto e apresentar o relatório final na semana que vem no dia 11 de maio.
Até lá, além de suas orações costumeiras, sugiro que o leitor
dessas breves linhas, possa enviar mensagens de apoio ou sugestões para a sua
bancada federal; posto que esse tema reflete certamente em nossas vidas por no
mínimo mais 20 anos, até chegar uma nova e necessária, outra reforma.
Graça e Paz.
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