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Francisco Aroldo

NOVEMBRO O MUNDO DISCUTE CLIMA NA COP-29


NOVEMBRO O MUNDO DISCUTE CLIMA NA COP-29 - Gente de Opinião

A reunião chamada de 29ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, ou como queira chamar de COP-29 será nos dias 11 a 22 de novembro na cidade de Baku, capital do Azerbaijão. Em meados de agosto já se via muita movimentação para esse encontro que, naturalmente precede a COP-30 que será em Belém (PA) aqui no Brasil daqui a 12 meses. Este ano, em meio as guerras, acontecimentos climáticos em toda a parte, dando evidencias que esses eventos de “petit comitê” acontecem desde 1992, e, novamente, terá como sede um país onde a indústria petrolífera é relevante – veremos, possivelmente mais um “fracasso” quando a ciência procura ser ouvida pela política e pelas empresas multinacionais. Alguns, inclusive, se referem ao país como o “berço da indústria moderna dos combustíveis fósseis”. Falando de Baku no Azerbaijão.

O Azerbaijão é um país de maioria muçulmana, localizado entre o leste europeu e o oeste asiático (na região do Cáucaso). Tem aproximadamente 10 milhões de habitantes e uma economia baseada, principalmente, na exportação de petróleo e gás natural.

A indústria petrolífera representa quase a metade do PIB do Azerbaijão e corresponde a mais de 90% das exportações, segundo a Folha de São Paulo.

Se você ainda não tem alguns dados, vamos te passar agora. Em 2023, as emissões globais de dióxido de carbono (CO2) relacionadas à produção de energia atingiram um novo recorde de 37,4 bilhões de toneladas, um aumento de 1,1% em relação a 2022. O aumento foi desacelerado em relação a 2.022, quando as emissões de CO2 cresceram 490 milhões de toneladas.

Apenas por ai você já deve imaginar o tamanho dos desafios dessas reuniões durante esses 12 dias. Dentre inúmeros temas, a Conferência deve manter foco nas pautas de cumprimento do Acordo de Paris, além da urgência de ações de contenção das mudanças climáticas e das opções de financiamento para a crise climática global. Talvez você, também imagina porque a escolha do Azerbaijão como sede da COP-29 esse ano. Realmente essa escolha ainda em 2023 motivou indagações de muitos ativistas climáticos e ambientalistas sobre o processo diplomático da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudança do Clima (UNFCCC) para escolher as sedes dos eventos. Esta é a terceira vez consecutiva que a COP acontecerá em um país supostamente autoritário, com um histórico negativo relacionado aos direitos humanos. Por outro lado, o Azerbaijão investe em energia limpa e aponta redução do uso de combustíveis fósseis. Além disso, o Azerbaijão é também membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).

Com eventos tão severos do lado climático e também do lado econômico recente, em função dos embates entre vários países no planeta e, por assim dizer, uma “guerra fria” entre extremistas de direita e de esquerda em vários países na América e na Europa, desde no mínimo os últimos sessenta meses, assuntos de caráter estratégico e de dimensões globais sempre ficam para depois. Dessa forma, o que esperar da COP-29?

Segundo os melhores analistas, em suas posições (entrevistas e webinario) e editoriais e artigos (textos escritos) desde junho e julho desse ano, o financiamento climático deve ser um dos assuntos mais importantes na pauta da CO-P29, a exemplo do que aconteceu na COP-28, em Dubai no ano de 2022. Isto porque muitos países dependem de iniciativas externas para o financiamento de suas ações de mitigação das mudanças climáticas.

Quero citar aqui, por exemplo a declaração de Maria Netto, diretora-executiva do Instituto Clima e Sociedade (iCS), em entrevista ao Valor, declarou que alguns avanços das discussões a respeito do financiamento climático que serão feitos no G20 (bloco econômico presidido pelo Brasil neste ano) terão reflexo na COP29. “Uma das principais expectativas para a COP29 é sair do encontro com um acordo que possa dar bastante certeza ao mundo de que há uma ambição financeira que permita aos países mudarem suas políticas e entrarem em uma trajetória de baixo carbono”, apontou a especialista.

Na verdade, o que vemos é que todos tem sistemas e ideias e metodologias para que os outros países não industriais e do chamado terceiro mundo ou ainda de “Países emergentes” não explorem seus recursos, mas os países do primeiro mundo e os ditos ricos, detentores das matrizes de energia, ainda não conseguem realizar os investimentos necessários, ou realizar os pagamentos por serviços ambientais para a manutenção das florestas, como no caso da Amazonia. Esse tema se arrasta há 16 anos.

Outro tema extremamente estratégico que deve estar no topo das deliberações na COP29 é a coisa da tal de transição energética; especialistas no assunto apontam a transição energética como a única opção viável para reduzir as emissões dos gases de efeito estufa (GEE). De fato, a produção de petróleo é a principal fonte de emissões de gases de efeito estufa e, portanto, é o primeiro problema que a ONU se propõe a resolver. De mão do rastelo nesse árido sistema de freios e contrapesos, o presidente da COP-29 declarou recentemente que, mesmo os novos governantes (esse ano de 2.024 temos eleição presidencial em vários países) deverão seguir os compromissos assumidos pelos antecessores. “Mesmo que sejam formadas novas administrações, elas enfrentarão a mesma necessidade de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e de combater o aquecimento global”, disse Babayev.

O presidente desta COP-29 teve sua carreira profissional na Socar, uma estatal petroleira do Azerbaijão, declarou no final do mês de agosto desse ano que os planos para atingir a meta do Acordo de Paris devem ser o melhor foco em novembro.

Bom, eu não sou cientista com grandes conhecimentos físicos, matemáticos, biológicos ou naturais, nem político ou mesmo um grande ou um mega empresário, mas as ciências sociais (economia) e o fato de caminhar para meus 54 anos de idade, me diz que nem na COP-30 teremos solução rápida para os problemas que se arrastam no planeta desde 1.989. E são graves esses problemas climáticos.

Como diz um pregador católico amigo meu, (...) “por mais que a gente pinta, perfuma, empresta glamour e “vende” cenários de ilusão, o mundo repousa no maligno e, realmente, não há nada de novo debaixo do céu – tudo é sempre a mesma repetição por ignorância e pecado (...)”; mas eu também digo que com tanta aceleração tecnológica desde o começo desse milênio, tanta revolta social, tanta desinformação proposital e uma competição ignóbil, em breve não termos é nada mesmo debaixo do céu. Aos bons entendedores, entendam.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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