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Francisco Aroldo

O Brasil precisa retomar debates democráticos


O Brasil precisa retomar debates democráticos - Gente de Opinião

Caros amigos e amigas leitores dessa minha coluna, gostaria de fazer com vocês o registro de uma pesquisa intitulada: Nós e as Desigualdades 2022, produzida pela Oxfam Brasil em parceria com o Instituto Datafolha retrata a percepção pública brasileira após dois anos do início da pandemia de covid-19, em momento de relativo controle do coronavírus à luz de razoável cobertura vacinal no país, com redução dos indicadores de novos casos e mortes. Os resultados registram também a percepção nacional no início do quarto e último ano do primeiro mandato do governo de Jair Bolsonaro e, mais importante, em pleno contexto de debate no marco das eleições de 2022. 96% dos brasileiros acreditam que é obrigação dos governos garantir recursos para programas de transferência de renda e de assistência social, principalmente para quem mais precisa.

95% defendem que o Auxílio Brasil deve atender a todas as pessoas que estejam em situação de pobreza.

Os entrevistados naquela pesquisa de agosto e setembro de 2.022 disseram que acreditam que o Trabalho deve ser prioridade para o Brasil; Ter um emprego é destaque entre os aspectos para uma melhora de vida, totalizando 54% das três primeiras prioridades para uma vida melhor. Crescer no trabalho também aparece bem colocada entre as prioridades, com 55% quando somadas as quatro primeiras opções prioritárias.

Estar empregado foi indicada como primeira prioridade para ter uma vida melhor em uma taxa acima da média (16%) por pessoas de 25 a 44 anos

(19%), com ensino superior (19%), que ganham até um salário mínimo (21%), que recebem Auxílio Brasil (20%) ou Auxílio Gás (22%), e por quem acredita que retrocedeu de classe social nos últimos cinco anos (19%). O aumento da Oferta de empregos e “aumento do salário-mínimo” estão entre as medidas prioritárias para a redução de desigualdade, com médias 9,6 e 9,5, respectivamente. 56% concordam com o aumento dos impostos em geral para financiar políticas sociais (mesmo patamar verificado na pesquisa de 2021).

85% concordam com o aumento dos impostos de pessoas muito ricas para financiar políticas sociais (em 2021, eram 84%). Registro ainda que segundo 94% dos entrevistados, a ideia geral é de concordar que o imposto pago deve beneficiar os mais pobres em todas as cidades do país. Destaco ainda nesse relatório da OXFAM – Edição 2.022 as principais prioridades para a redução das desigualdades registradas no Relatório, quais sejam: (a) 9,6 pontos foi a nota média para “investimento público em educação”; “investimento público em saúde”; “aumento da oferta de empregos” e “combater corrupção”. (b) 9,5 foi a nota média para “garantir direitos iguais entre homens e mulheres”; “combater o racismo” e “aumento do salário-mínimo nacional”.

Bom, segundo consta no texto de apresentação do relatório desse trabalho da ONG OXFAM Brasil, essas são algumas das percepções que emergem da pesquisa, que consultou presencialmente 2.564 pessoas, em nível nacional, na primeira quinzena de março de 2.022; mas que ao menos, aparentemente, como outras cem pesquisas de diversos outros organismos da sociedade civil organizada e mesmo da estrutura do Estado, não foram consideradas pelo gestor público no momento da elaboração do PPA do governo federal para o período 2024/2027, ao menos não na direção de retomada do crescimento econômico e com a indicação clara de programas sociais que reduzam a presença do poder econômico do Estado.

Ao longo do ano de 2.023 o que se viu muito no Brasil foram aplicação de energias estratégicas do Estado em dezenas de intrigas palacianas e viagens internacionais de membros importantes do Palacio da Alvorada, sendo que na verdade o que o povo espera de eleitos é que nos primeiros 180 dias de sua gestão haja uma consulta popular e estruturada do que realmente seria necessário colocar nos planejamentos dessa gestão.

Também não vimos em 2023 novas pesquisas relacionadas com os temas propostos acima ou quaisquer outros relacionados com um debate democrático e ampliado, onde o exercício de moderador dos gestores da República pudesse ter sido visualizado, ante um país, hoje tão dividido.

A sociedade civil organizada precisa realmente retomar seu rumo, deixado á deriva, aparentemente, desde os anos de 2015 e 2016, quando disputas politicas nacionais inauguraram essa divisão absurda e extremista que em muito pouco poderá agregar em soluções para os temas sociais e econômicos que afligem 40% a 50% da população brasileira.

Urge uma retomada desses temas para o bem daqueles da base da pirâmide social que ainda sofrem com poluição, águas não tratadas, esgotos a céu aberto, problemas de saúde pública, segurança pública, e renda. Seguramente que o maior de todos os problemas.

Para isso trago aqui uma singela contribuição que espero em verdade que possamos analisar, estudas, ampliar o debate e refletir as formas de solução ainda nessa década.

Abaixo deixo um registro de outra pesquisa, essa da empresa VISUAL CAPITALIST que em janeiro de 2.023 radiografou o valor do salário mínimo nacional, medido em dólares (US$), de 67 países do globo terrestre; resolvi apontar aqui essa medida de renda das famílias de alguns desses países para sua reflexão e comparação com o Brasil. Sugiro tomar bastante atenção para sua analise em relação aos sete primeiros e também aos sete últimos países dessa listagem.

1)     Australia – US$ 2.022

2)     Nova Zelândia – US$ 1.866

3)     Inglaterra – US$ 1.705

4)     Alemanha – US$ 1.594

5)     Canadá – US$ 1.545

6)     Estados Unidos – US$ 1.550

7)     França – US$ 1.380

8)     Israel – US$ 1.389

9)     Coreia do Sul – US$ 1.333

10) Porto Rico – US$ 1.328

11) Hong Kong – US$ 959

12) Arábia Saudita – US$ 958

13) Espanha – US$ 925

14) Portugal – US$ 690

15) Uruguai – US$ 424

16) Equador – US$ 407

17) Guatemala – US$ 383

18) Chile – US$ 369

19) Argentina – US$ 336

20) Paraguai – US$ 323

21) México – US$ 315

22) Bolivia – US$ 284

23) Brasil – US$ 232

24) Russia – US$ 224

25) Africa do Sul – US$ 226

26) Thailandia – US$ 195

27) Vietinam – US$ 162

28) Pakistão – US$ 111

29) India – US$ 95

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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