Segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024 - 10h36
Caros amigos e amigas
leitores dessa minha coluna, gostaria de fazer com vocês o registro de uma
pesquisa intitulada: Nós e as Desigualdades 2022, produzida pela Oxfam
Brasil em parceria com o Instituto Datafolha retrata a percepção pública
brasileira após dois anos do início da pandemia de covid-19, em momento de
relativo controle do coronavírus à luz de razoável cobertura vacinal no país,
com redução dos indicadores de novos casos e mortes. Os resultados registram
também a percepção nacional no início do quarto e último ano do primeiro
mandato do governo de Jair Bolsonaro e, mais importante, em pleno contexto de
debate no marco das eleições de 2022. 96% dos brasileiros acreditam que é
obrigação dos governos garantir recursos para programas de transferência de
renda e de assistência social, principalmente para quem mais precisa.
95% defendem que o
Auxílio Brasil deve atender a todas as pessoas que estejam em situação de
pobreza.
Os entrevistados
naquela pesquisa de agosto e setembro de 2.022 disseram que acreditam que o
Trabalho deve ser prioridade para o Brasil; Ter um emprego é destaque entre os
aspectos para uma melhora de vida, totalizando 54% das três primeiras
prioridades para uma vida melhor. Crescer no trabalho também aparece bem
colocada entre as prioridades, com 55% quando somadas as quatro primeiras
opções prioritárias.
Estar empregado foi
indicada como primeira prioridade para ter uma vida melhor em uma taxa acima da
média (16%) por pessoas de 25 a 44 anos
(19%), com ensino
superior (19%), que ganham até um salário mínimo (21%), que recebem Auxílio
Brasil (20%) ou Auxílio Gás (22%), e por quem acredita que retrocedeu de classe
social nos últimos cinco anos (19%). O aumento da Oferta de empregos e “aumento
do salário-mínimo” estão entre as medidas prioritárias para a redução de
desigualdade, com médias 9,6 e 9,5, respectivamente. 56% concordam com o
aumento dos impostos em geral para financiar políticas sociais (mesmo patamar
verificado na pesquisa de 2021).
85% concordam com o
aumento dos impostos de pessoas muito ricas para financiar políticas sociais
(em 2021, eram 84%). Registro ainda que segundo 94% dos entrevistados, a ideia
geral é de concordar que o imposto pago deve beneficiar os mais pobres em todas
as cidades do país. Destaco ainda nesse relatório da OXFAM – Edição 2.022 as
principais prioridades para a redução das desigualdades registradas no Relatório,
quais sejam: (a) 9,6 pontos foi a nota média para “investimento público em
educação”; “investimento público em saúde”; “aumento da oferta de empregos” e
“combater corrupção”. (b) 9,5 foi a nota média para “garantir direitos iguais
entre homens e mulheres”; “combater o racismo” e “aumento do salário-mínimo
nacional”.
Bom, segundo consta no
texto de apresentação do relatório desse trabalho da ONG OXFAM Brasil, essas
são algumas das percepções que emergem da pesquisa, que consultou
presencialmente 2.564 pessoas, em nível nacional, na primeira quinzena de março
de 2.022; mas que ao menos, aparentemente, como outras cem pesquisas de
diversos outros organismos da sociedade civil organizada e mesmo da estrutura
do Estado, não foram consideradas pelo gestor público no momento da elaboração
do PPA do governo federal para o período 2024/2027, ao menos não na direção de
retomada do crescimento econômico e com a indicação clara de programas sociais
que reduzam a presença do poder econômico do Estado.
Ao longo do ano de
2.023 o que se viu muito no Brasil foram aplicação de energias estratégicas do
Estado em dezenas de intrigas palacianas e viagens internacionais de membros
importantes do Palacio da Alvorada, sendo que na verdade o que o povo espera de
eleitos é que nos primeiros 180 dias de sua gestão haja uma consulta popular e
estruturada do que realmente seria necessário colocar nos planejamentos dessa
gestão.
Também não vimos em
2023 novas pesquisas relacionadas com os temas propostos acima ou quaisquer
outros relacionados com um debate democrático e ampliado, onde o exercício de
moderador dos gestores da República pudesse ter sido visualizado, ante um país,
hoje tão dividido.
A sociedade civil
organizada precisa realmente retomar seu rumo, deixado á deriva, aparentemente,
desde os anos de 2015 e 2016, quando disputas politicas nacionais inauguraram
essa divisão absurda e extremista que em muito pouco poderá agregar em soluções
para os temas sociais e econômicos que afligem 40% a 50% da população
brasileira.
Urge uma retomada
desses temas para o bem daqueles da base da pirâmide social que ainda sofrem
com poluição, águas não tratadas, esgotos a céu aberto, problemas de saúde
pública, segurança pública, e renda. Seguramente que o maior de todos os
problemas.
Para isso trago aqui
uma singela contribuição que espero em verdade que possamos analisar, estudas,
ampliar o debate e refletir as formas de solução ainda nessa década.
Abaixo deixo um
registro de outra pesquisa, essa da empresa VISUAL CAPITALIST que em
janeiro de 2.023 radiografou o valor do salário mínimo nacional, medido em
dólares (US$), de 67 países do globo terrestre; resolvi apontar aqui essa
medida de renda das famílias de alguns desses países para sua reflexão e
comparação com o Brasil. Sugiro tomar bastante atenção para sua analise em
relação aos sete primeiros e também aos sete últimos países dessa listagem.
1)
Australia – US$ 2.022
2)
Nova Zelândia – US$ 1.866
3)
Inglaterra – US$ 1.705
4)
Alemanha – US$ 1.594
5)
Canadá – US$ 1.545
6)
Estados Unidos – US$ 1.550
7)
França – US$ 1.380
8)
Israel
– US$ 1.389
9)
Coreia
do Sul – US$ 1.333
10)
Porto
Rico – US$ 1.328
11)
Hong
Kong – US$ 959
12)
Arábia
Saudita – US$ 958
13)
Espanha
– US$ 925
14)
Portugal
– US$ 690
15)
Uruguai
– US$ 424
16)
Equador
– US$ 407
17)
Guatemala
– US$ 383
18)
Chile
– US$ 369
19)
Argentina
– US$ 336
20)
Paraguai
– US$ 323
21)
México
– US$ 315
22)
Bolivia
– US$ 284
23)
Brasil – US$ 232
24)
Russia – US$ 224
25)
Africa do Sul – US$ 226
26)
Thailandia – US$ 195
27)
Vietinam – US$ 162
28)
Pakistão – US$ 111
29)
India – US$ 95
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