Segunda-feira, 20 de novembro de 2023 - 16h26
Desde o ano de 1.992 com a ECO92 ocorrida no Rio de
Janeiro, muita coisa vem ocorrendo no planeta em relação aos inúmeros esforços
de mitigação dos graves problemas climáticos advindos dos processos locais,
regionais e continentais de progresso e desenvolvimento da indústria humana e
seus resultados. Um desses mecanismo de tentativas de solução ou minimização
dos efeitos relacionados com a interferência do homem no meio ambiente é o não
muito conhecido Crédito de Carbono, os títulos de CO2 que podem ser usados em
projetos de preservação ambiental. O
crédito de carbono se transformou em um mecanismo essencial para mitigar os
efeitos provocados pelas emissões de gases do efeito estufa. Por isso, é considerado cada vez mais
importante na economia global.
O que é crédito de carbono? Crédito de
carbono é um certificado digital que comprova que uma certa quantidade de
carbono deixou de ser emitida na atmosfera por empresas, projetos e países em
um ano. Isso significa que quanto mais uma empresa, projeto ou organização
deixa de emitir gases do efeito estufa na atmosfera, mais crédito terá para
negociar com organizações e países que mais poluem. Carbono é a abreviação
de dióxido de carbono (CO2), também conhecido
como gás carbônico. Ele acelera o efeito estufa, responsável pelo aquecimento global.
Como os créditos de carbono
surgiram? Também chamado de Reduções Certificadas de Emissões, o conceito de crédito
de carbono surgiu em 1997 com o Protocolo de Quioto, durante a Convenção do Clima da
ONU, no Japão. A partir da entrada em vigor do Protocolo de Quioto, em
2005, foi estabelecido o mercado global de carbono, formado por diferentes
mercados regionais ou nacionais. O mercado global de carbono também foi formado
por projetos redutores de emissões como Mecanismo de Desenvolvimento Limpo
(MDL) e Implementação Conjunta (IC).
Crédito de carbono: como
funciona? O crédito de carbono funciona da seguinte forma: os países que reduzem
ou deixam de emitir gás carbônico geram créditos negociáveis. Quando
cumpre suas metas de redução das emissões de uma tonelada de carbono, o país
recebe uma certificação emitida pelo Mecanismo de Desenvolvimento Limpo
(MDL). Quanto mais reduzir as emissões, mais créditos o país terá para
negociar com países que não conseguiram atingir suas metas de
redução. Esses créditos são adquiridos por empresas ou países mais
poluentes como forma de compensar a excessiva emissão de gases do efeito estufa
na atmosfera. Reflorestamento, uso de energia limpa e políticas de preservação
ambiental são algumas ações para reduzir as emissões de gases
do efeito estufa na atmosfera.
Quanto vale um crédito de
carbono? Cada tonelada de CO2 que deixa de ser emitida equivale a
um crédito de carbono. Um crédito de carbono vale aproximadamente US$ 5 ou R$
26 no Brasil. O preço mundial do crédito de carbono, no entanto, pode
variar de US$ 1,20 a US$ 40 por tonelada de carbono, dependendo do mercado que
está sendo negociado. O preço médio no mundo é de US$ 37, segundo o Observatório de Bioeconomia da Fundação Getúlio Vargas
(FGV), que monitora a precificação do carbono.
Crédito de carbono valor por
hectare. Um hectare de floresta absorve até 10 toneladas métricas de dióxido de
carbono. Isso quer dizer metros cúbicos, ou seja, 10 vezes 3, o que totaliza 30
toneladas. O valor de um crédito de carbono equivale a 1 tonelada de
carbono. Então, 1 hectare gera 30 créditos de carbono. Um crédito de carbono
custa, em média, US$ 5.
Vantagens e desvantagens do
crédito de carbono. O crédito de carbono é um mecanismo para frear o excesso de emissões de
gases do efeito estufa, que são os responsáveis pelo aquecimento global. Entre
as vantagens do crédito de carbono, estão a redução das emissões de GEE e a
garantia de cumprimento de metas de redução por meio da compra de créditos por
países poluidores. Além disso, pode haver incentivo em países com alta
cobertura florestal como o Brasil, de desenvolvimento de projetos para gerar
créditos a partir de florestas em pé.
Entenda as regras do crédito
de carbono. As regras do crédito de carbono foram definidas durante a COP 26,
Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima de 2021, em Glasgow, na
Escócia. Os mais de 190 países participantes definiram a implementação de dois instrumentos que ajudam na
cooperação para atingir os objetivos de redução de emissões de GEE. Esses objetivos
são definidos por planos nacionais de ação climáticas, ou Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC, da sigla
em inglês) do artigo 6 do Acordo de Paris. Dois instrumentos envolvem a
cooperação para a transferência de mitigação das emissões entre países, daquele
que conseguiu reduzir para o país que pode adquirir a redução. Nesse
sentido, países que não conseguiram cumprir metas de redução podem comprar créditos
de países que conseguiram bater ou superar as metas.
Como vender crédito de
carbono? Existem dois tipos de mercado de crédito de carbono no mundo: o mercado
voluntário e o mercado regulado, que é restrito a alguns países e setores
específicos. No mercado regulado por governos, existe obrigação nas
reduções e/ou compensações das emissões de GEE e o preço da tonelada de carbono
é definido por órgão regulador. Já no mercado voluntário, composto por
empresas, organizações e pessoas físicas, o preço é negociado em contratos de
acordo com determinado projeto. Títulos de crédito de carbono podem
ser negociados diretamente entre o proprietário do projeto e o comprador ou de
forma indireta por meio do mercado secundário regulado pela Bolsa de
Valores.
Como gerar crédito de
carbono? Os créditos de carbono podem ser gerados por projetos de Redução das
Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD) ou de Mecanismos de
Desenvolvimento Limpo (MDL). Pessoas interessadas em gerar créditos de
carbono devem contratar uma empresa ou profissionais da área ambiental para
medir a redução de GEE gerada por um projeto. Também é necessário ter a
consultoria de uma empresa especializada para a comercialização de ativos, uma
vez que não há regras bem claras e definidas para o mercado brasileiro.
Como certificar crédito de
carbono? De acordo com a CredCarbo, empresa especializada em créditos de carbono,
existem sete passos para certificar créditos de carbono. Sendo esses: Documento
de Concepção de Projeto; Validação do projeto de acordo com o
MDL; Aprovação dos documentos por autoridade nacional; Submissão ao
Conselho Executivo do MDL; Avaliação e monitoramento do
projeto; Certificação e verificação internacionais; Obtenção da
Redução Certificada de Emissões.
Quais
são as certificadoras de projetos de CO2? Como se trata de um processo técnico e
específico, a elaboração desses projetos requer a presença de profissionais
ambientais para mensurarem a redução de GEE (gases de efeito estufa) gerada
pelas atividades. Além disso, para a comercialização desses ativos, também é
recomendado a presença de profissionais da área, uma vez que ainda não há um
mercado totalmente regulado no Brasil. O Brasil tem um potencial enorme para
figurar como o principal país nesse mercado, com projeções de ser um dos
maiores geradores de crédito de carbono, tanto pela preservação das florestas,
quanto pelo manejo adequado das lavouras e agricultura. As certificadoras que
dominam o mercado são a VERRA, THE GOLD STANDARD, TUV RHeinland e RINA. No
Brasil a primeira empresa nacional certificadora de projetos de credito de
carbono nasceu em setembro (2.023), trata-se da Lux Carbon Standard (LuxCS),
com sede em Blumenau. A plataforma LuxCS foi desenvolvida pelo Grupo Vex,
organização blumenauense que engloba quatro empresas de tecnologia e que também
é sócia do projeto. A forma de operação dos créditos de carbo será através da
tecnologia blockchain e a colocação dos créditos de carbono em
tokens. Dessa forma, aumenta a segurança e a rastreabilidade de informações, de
acordo com a empresa, que afirma ainda que esta tecnologia é a mesma escolhida
pelo Banco Central do Brasil.
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