Terça-feira, 25 de maio de 2021 - 12h09
Foi
divulgado no mês de abril passado uma pesquisa do Instituto Locomotiva, com
sede administrativa na cidade do Rio de Janeiro, a respeito dos impactos
para a classe média brasileira com um ano de pandemia mundial de COVID 19 e
seus reflexos no país.
A
pesquisa em estilo quantitativa nacional ouviu 1.620 pessoas que deram suas
respostas via chamada telefônica dirigida a 72 cidades brasileiras em todos os
estados da federação.
Como
critério de renda familiar per capita, o Instituto estabeleceu como classe
média aquelas famílias que recebem ao mês entre R $2.971,37 até R
$7.202,57 entre os membros no seu somatório.
A
pesquisa foi desenhada para medir após 12 meses de pandemia no Brasil alguns
dos seus efeitos econômicos nessas famílias e poderá servir como ponto
de partida para políticas públicas dos governos em
nível federal, estadual e nos diversos municípios.
É
fato que as nações que melhor se organizarem com campanhas de orientação,
vacinação e legislações relacionadas com as manifestações do vírus nessa
crise internacional de saúde pública, serão aquelas que podem reduzir ainda em
2021 os efeitos danosos para as famílias, suas receitas e seus futuros.
A
classe média no Brasil, de acordo com o IBGE, PNAD 2011, PNAD continua e POF, é
composta em 2021 por 100 milhões de brasileiros, ou seja 47% da população
atual.
Segundo
a pesquisa aqui referenciada, mais de 5 milhões saíram desde março de 2020
dessa classe social e econômica.
Nesse
cenário, vemos que 19% das famílias da atual classe média (pós pandemia,
ou em pandemia de curso) estão sobrevivendo com menos da metade da sua renda
familiar do início do ano passado e registram mais de 54 milhões de
consumidores com pelo menos uma de suas contas em atraso desde janeiro de 2021.
Segundo
a mesma pesquisa, 58% da classe média recorreu desde maio/junho de 2020 a bicos
para complemento de renda ou precisou vender algum bem. E 68% dos
trabalhadores formais no Brasil se declararam na pesquisa com medo de
perder o emprego em 2021.
O
Instituto Locomotiva também registrou que 23% dos integrantes da classe
média saiu do seu plano de saúde e que 35% dispensou empregados domésticos
ou babás e ainda que 18% transferiu em 2021 seus filhos para a rede pública de
ensino.
Outras
pesquisas precisam ser realizadas para que ao final deste semestre possamos
vislumbrar novos números e que sirvam de alerta a classe política para o fato
de promover amplos debates no congresso e nas câmaras e assembleias legislativas
para sanar o reduzir esses impactos nefastos para a manutenção das rendas das
famílias, sendo que o debate político antecipado das eleições de 2022 não
possam ser unicamente o que ocupa as agendas de tantos líderes e gestores
públicos, afinal de contas esses mesmo localizam-se em termos de renda familiar
mensal quase todos na classe A da tabela de valores de renda média domiciliar
do IBGE, o qual registra o valor de R$ 20.643,77 e acima.
Mais
uma vez é preciso tocar no assunto de que os brasileiros que se consideram da
classe econômica mais alta ou que são de fato ricos e prósperos, sendo de dever
e de ofício, servidores públicos possam trabalhar nessa crise em favor do
coletivo e não, apenas e exclusivamente sobre seus interesses privados momentâneos.
O
melhor sentimento e a melhor prática realmente patriota requer unidade e
lideranças comprometidas com a solução desses e de outros problemas do nosso
cotidiano.
Graça
e Paz.
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