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Francisco Aroldo

Projeto Cidades Sustentáveis. No trecho que integra Porto Velho (RO) a Manaus (AM).


Já completei 30 anos de residência aqui no amado estado de Rondônia. 

Acredito que tenho um bom estágio probatório para apontar algumas possibilidades de desenvolvimento econômico e social para o povo que por aqui está há quatro, cinco ou seis décadas; por ofício, tive a oportunidade no SENAI, no SEBRAE e no SENAR de conhecer a maravilhosa região amazônica - foram dezenas de viagens a serviço onde eu ouvi centenas de vezes muita gente grande e, as miúdas também, falar sobre a importância de uma estrada ligando a capital de Rondônia à capital do Amazonas; nos últimos anos da última década esse projeto veio mais forte à tona e nesse governo atual (governo federal) é que estamos realmente vendo algo ocorrer nesse sentido.

Projeto Cidades Sustentáveis. No trecho que integra Porto Velho (RO) a Manaus (AM). - Gente de Opinião

Quando você, caro amigo e caríssima amiga, leitores desse humilde coluna, puderem olhar no mapa, pelo facilitador Google Maps, o trajeto que liga Porto Velho (RO) até Manaus (AM) poderá ver que são pouco mais de 900 km de perímetro mata adentro e que certamente é um desafio conciliar o progresso humano e uma moradia agradável e uma produção de alimentos com regras e de acordo com as leis federais atualmente de proteção do bioma.

Digo isso porque, em meu novo livro PROPOSTAS PARA O BRASIL DA PRÓXIMA DÉCADA - Edição de JULHO de 2020, eu falo, comento e procuro divulgar ideias, projetos e propostas para que o Estado, as empresas e a sociedade civil possam unir esforços para a execução nos próximos dez (10) anos de propostas (projetos e programas locais e regionais) de efetivas mudanças sociais e econômicas que traduzam em reais melhorias para o maior número de famílias possível.

Uma dessas propostas, constantes na obra acima referida é a construção de 06 (seis) cidades sustentáveis onde até 4 mil famílias poderão ser assentadas em Núcleos Humanos Integrados; essas famílias serão selecionadas por vocação e poderão ocupar casas nos chamados Aglomerados Urbanos Sustentáveis (AUSUS) e também lotes de até 25 hectares com o intuito de desenvolver experimento de produção agrícola e pecuária com modelos sustentáveis de exploração dessas áreas em regime de produção coletiva.

A proposta, é lógico, torna-se bastante desafiadora do ponto de vista da unidade de propósitos para o bom encaminhamento e desfecho favorável ao povo da floresta que devido ao emaranhado de normas legais ambientais tem ficado insistentemente fora de uma possível equação de produção e da devida apropriação de riquezas desse bioma. 

Guardo comigo há vinte anos a crença de que devemos ter um olhar de parcerias públicas e privadas coerentes com um modelo real de desenvolvimento sustentável para essa região de fronteiras entre os estados do AC, AM e RO em razão de sua privilegiada localização geográfica e seu potencial agroflorestal de produção e comercialização de alimentos para a América, em especial para os países do sul da América.

Construir, equipar e supervisionar por 10 anos os aglomerados humanos com a devida vocação para o trabalho rural não requer orçamentos faraônicos para sua execução. São edificações simples para garantir a moradia, a convivência social em coletivos e, o recorte de lotes pequenos de produção em regime familiar que podem e devem ser custeadas pela União, pelos dois estados, no caso o Amazonas e o estado de Rondônia e por clubes privados de investidores nacionais. Uma união de esforços e de recursos onde além de ganharmos um modelo real e executável de produção agroflorestal sustentável, poderemos comercializar os excedentes dessa produção centrada em cooperativas organizadas pelos moradores e pelos produtores rurais assentados e participantes efetivos do programa.

O excedente dessa produção de uma cesta possível de mais de 30 produtos agropecuários, poderá ser comercializada; preferencialmente nas cidades do perímetro da BR 319, bem como nas duas capitais, no caso, estou falando de Porto Velho e Manaus que juntos têm mercado de consumo da ordem de mais de 3 milhões de pessoas, podendo em dez (10) anos alcançar seguramente mais que 40% desse número atual.

O futuro impõe ao sul da Amazônia estratégias pensadas agora e articuladas no meio público e no setor privado para alcançar resultados sustentados pelo planejamento estratégico, pela atenção à legislação e pela práticas limpas de produção; portanto essa proposta e outras apontadas no meu livro pode promover entre os diversos atores sociais, institucionais e econômicos o amplo debate que traga programas, projetos e ações efetivas para o pleno desenvolvimento social, econômico, ambiental e sustentável dessa parte do Brasil.

No meu livro, nas páginas de número 204 até o 210, eu descrevo, entre outros detalhes, que essas famílias participarão de um edital de sondagem de vocações e que após processo classificatório específico farão contratos de adesão definitiva ao projeto com direitos e deveres determinados.

Os valores financeiros e orçamentários para colocar em prática a construção dessas cidades sustentáveis no trajeto delineado pela BR 319 dentro de um plano estruturado de investimentos deverão alcançar aproximadamente R$ 2 bilhões de Reais e trazer oportunidades de desenvolvimento sustentado em práticas monitoradas de produção familiar, com a correta ocupação humana e a produção agroecológica no bioma da Amazônia traduzindo em benefícios diretos e reais para mais de 24 mil famílias.

A organização deste projeto audacioso requer um edital de seleção dessas famílias por vocação para a vida na floresta, a produção agro sustentável e de maneira que essas famílias deverão ser orientadas a permanência, ao trabalho orientado e supervisionado como um projeto social e econômico monitorado pela legalidade e pelo bem do desenvolvimento regional.

Realizando a execução desse projeto, todos ganham;

O Brasil ganha um modelo real testado de produção com sustentabilidade, dando ênfase a um novo formato de relação dessas famílias com a floresta, ganham as empresas que aportarem recursos como investidores posto que farão jus a comercialização interna e externa dos excedentes e ganham as famílias participantes que organizadas em cooperativas terão garantia de trabalho e renda com sustentabilidade social e ambiental.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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