Segunda-feira, 23 de maio de 2022 - 11h19
Já completei 30 anos de residência aqui no amado estado de Rondônia.
Acredito que tenho um bom
estágio probatório para apontar algumas possibilidades de
desenvolvimento econômico e social para o povo que por aqui está há
quatro, cinco ou seis décadas; por ofício, tive a oportunidade no SENAI,
no SEBRAE e no SENAR de conhecer a maravilhosa região amazônica - foram dezenas
de viagens a serviço onde eu ouvi centenas de vezes muita gente grande e, as
miúdas também, falar sobre a importância de uma estrada ligando a capital de
Rondônia à capital do Amazonas; nos últimos anos da última década esse
projeto veio mais forte à tona e nesse governo atual (governo federal) é que
estamos realmente vendo algo ocorrer nesse sentido.
Quando você, caro amigo e
caríssima amiga, leitores desse humilde coluna, puderem olhar no mapa, pelo
facilitador Google Maps, o trajeto que liga Porto Velho (RO) até Manaus (AM)
poderá ver que são pouco mais de 900 km de perímetro mata adentro e que
certamente é um desafio conciliar o progresso humano e uma moradia agradável e
uma produção de alimentos com regras e de acordo com as leis federais
atualmente de proteção do bioma.
Digo isso porque, em meu
novo livro PROPOSTAS PARA O BRASIL DA
PRÓXIMA DÉCADA - Edição de JULHO de 2020, eu falo, comento e
procuro divulgar ideias, projetos e propostas para que o Estado, as empresas e
a sociedade civil possam unir esforços para a execução nos próximos dez (10)
anos de propostas (projetos e programas locais e regionais) de efetivas
mudanças sociais e econômicas que traduzam em reais melhorias para o maior
número de famílias possível.
Uma dessas propostas,
constantes na obra acima referida é a construção de 06 (seis) cidades
sustentáveis onde até 4 mil famílias poderão ser assentadas em Núcleos
Humanos Integrados; essas famílias serão selecionadas por vocação e poderão
ocupar casas nos chamados Aglomerados
Urbanos Sustentáveis (AUSUS) e também lotes de até 25 hectares com o
intuito de desenvolver experimento de produção agrícola e pecuária com modelos
sustentáveis de exploração dessas áreas em regime de produção coletiva.
A proposta, é lógico, torna-se
bastante desafiadora do ponto de vista da unidade de propósitos para o bom
encaminhamento e desfecho favorável ao povo da floresta que devido ao
emaranhado de normas legais ambientais tem ficado insistentemente fora de uma
possível equação de produção e da devida apropriação de riquezas desse
bioma.
Guardo comigo há vinte anos a crença de que devemos
ter um olhar de parcerias públicas e privadas coerentes com um modelo real de
desenvolvimento sustentável para essa região de fronteiras entre os estados do
AC, AM e RO em razão de sua privilegiada localização geográfica e seu potencial
agroflorestal de produção e comercialização de alimentos para a América, em
especial para os países do sul da América.
Construir, equipar e
supervisionar por 10 anos os aglomerados humanos com a devida vocação para
o trabalho rural não requer orçamentos faraônicos para sua execução. São
edificações simples para garantir a moradia, a convivência social em coletivos
e, o recorte de lotes pequenos de produção em regime familiar que podem e devem
ser custeadas pela União, pelos dois estados, no caso o Amazonas e o estado de
Rondônia e por clubes privados de investidores nacionais. Uma união de esforços
e de recursos onde além de ganharmos um modelo real e executável de produção
agroflorestal sustentável, poderemos comercializar os excedentes dessa produção
centrada em cooperativas organizadas pelos moradores e pelos produtores rurais
assentados e participantes efetivos do programa.
O excedente dessa produção de
uma cesta possível de mais de 30 produtos agropecuários, poderá ser
comercializada; preferencialmente nas cidades do perímetro da BR 319, bem como
nas duas capitais, no caso, estou falando de Porto Velho e Manaus que juntos têm
mercado de consumo da ordem de mais de 3 milhões de pessoas, podendo em dez
(10) anos alcançar seguramente mais que 40% desse número atual.
O futuro impõe ao sul da Amazônia estratégias pensadas agora e articuladas no meio público e no setor privado para alcançar resultados sustentados pelo planejamento estratégico, pela atenção à legislação e pela práticas limpas de produção; portanto essa proposta e outras apontadas no meu livro pode promover entre os diversos atores sociais, institucionais e econômicos o amplo debate que traga programas, projetos e ações efetivas para o pleno desenvolvimento social, econômico, ambiental e sustentável dessa parte do Brasil.
No meu livro, nas páginas de número 204 até o 210, eu descrevo, entre outros detalhes, que essas famílias participarão de um edital de sondagem de vocações e que após processo classificatório específico farão contratos de adesão definitiva ao projeto com direitos e deveres determinados.
Os valores financeiros e orçamentários para colocar em prática a construção dessas cidades sustentáveis no trajeto delineado pela BR 319 dentro de um plano estruturado de investimentos deverão alcançar aproximadamente R$ 2 bilhões de Reais e trazer oportunidades de desenvolvimento sustentado em práticas monitoradas de produção familiar, com a correta ocupação humana e a produção agroecológica no bioma da Amazônia traduzindo em benefícios diretos e reais para mais de 24 mil famílias.
A organização deste projeto
audacioso requer um edital de seleção dessas famílias por vocação para a vida
na floresta, a produção agro sustentável e de maneira que essas
famílias deverão ser orientadas a permanência, ao trabalho orientado e supervisionado
como um projeto social e econômico monitorado pela legalidade e pelo bem do
desenvolvimento regional.
Realizando a execução desse
projeto, todos ganham;
O Brasil ganha um
modelo real testado de produção com sustentabilidade, dando ênfase a um novo
formato de relação dessas famílias com a floresta, ganham as empresas que
aportarem recursos como investidores posto que farão jus a comercialização
interna e externa dos excedentes e ganham as famílias participantes que
organizadas em cooperativas terão garantia de trabalho e renda com
sustentabilidade social e ambiental.
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