Domingo, 28 de março de 2021 - 08h02
A
construção do atual mundo globalizado, onde o fluxo humano e comercial de
produtos e de serviços, em especial esses de tecnologias e da indústria
cultural e do turismo, dá sinais de possibilidade de uma nova inflexão na curva
aberta e acentuada.
O
mapa mundial globalizado começou a ser construído entre os períodos de
necessárias reconstruções da Europa e outros países orientais, como o Japão,
depois das duas guerras mundiais e com a criação de uma organização
supranacional, a ONU que curiosamente tem sede na América do Norte.
Então,
na verdade esse conceito de globalização veio a luz saindo das reuniões de
cúpulas do poder econômico, político e militar para o círculo das academias nas
décadas de 80 e de 90 e há vinte anos todas as crianças com mais de 10 anos já
sabem o que significa.
Com
as pandemias de vírus, como essa atualmente, do coronavírus estamos talvez
conhecendo uma nova tendência que pode ser a contramão de tanta liberdade
de ir e vir pelo planeta, ao menos como foi até janeiro de 2020.
A
pandemia mundial do COVID-19 fez todas as nações do globo correr atrás de
milhares de prejuízos de planejamento, coordenação e controle relacionados com
a saúde pública e privada, onde um minúsculo ser, por meio de seus hospedeiros
viajantes multinacionais e multiculturais aproveitou-se do sistema de
transporte aéreo, naval e rodoviário, infectando até essa semana um total de
mais de 127 milhões de humanos.
A
mobilidade do cidadão globalizado buscando o turismo, o trabalho, o
conhecimento, a fé, negócios de toda sorte, amores, paixões, pesquisas,
divertimento e outras emoções dá o tom do contágio.
Ora,
vejamos aqui, neste pequeno e despretensioso artigo, apenas uma idéia, um caso;
o caso da Austrália e seu novo modo de vida para talvez podermos vislumbrar uma
possível necessidade de mudança desses hábitos atuais que
foram construídos em mais de cinco décadas sob o manto da liberdade
individual, do conhecimento de tudo e da produtividade e da qualidade total em
produtos e serviços para o bem da humanidade.
A
Austrália é uma federação de seis estados, três territórios continentais e seis
territórios adicionais (sete contando com o Território Antártico Australiano).
O continente australiano é formado por cinco dos seis estados federados e três
dos territórios federais (os territórios "internos") com um total de
7 milhões e seiscentos e noventa e dois mil quilômetros quadrados, metade de
sua geografia é tropical mas o país é uma enorme ilha autônoma para os seus 26
milhões de habitantes. Um paraíso maravilhoso no oceano Índico, sem a chatice
de vizinhos pobres querendo invadir seus territórios, sem uma floresta que
todos querem gerenciar e sem vizinhos produtores e distribuidores de
entorpecentes e muambas e quinquilharias diversas que tiram o sono de governantes
e da polícia.
Vamos
olhar bem para a Austrália.
No
jornal O Correio do Povo saiu dia 23 de março do corrente uma matéria que diz o
seguinte: (... O setor de artes da Austrália está lentamente se
recuperando dos impactos da Covid-19, com produções ao vivo começando novamente
em diversas cidades do país... Desde o início da questão sanitária,
medidas de restrição, controle fronteiriço, monitoramento de casos e união
política contribuíram para o índice de apenas 909 mortes. Enquanto isso, o
Brasil ultrapassou um novo recorde no país: foram 3.158 óbitos, totalizando
298.843 vidas perdidas.); no blog do Canal Rural em agosto de 2019, portanto
antes da pandemia, podemos ler um doce comparativo entre eles e nós (Brasil)
assim: ( ... Austrália, O Brasil que deu certo... " Brasil e
Austrália são nações novas, localizadas no hemisfério sul e descobertas no
mesmo período, na chamada “Era dos Descobrimentos”. O Brasil foi
encontrado pelos portugueses em 1.500 e a Austrália pelos holandeses em 1.606.
Os portugueses se apossaram do novo território e os holandeses não.
Posteriormente (1.770), a posse e a colonização da Austrália foi reivindicada
pelos ingleses e hoje ela é parte da Comunidade Britânica. Pela lógica,
seria pertinente esperar que os dois países evoluíssem simultaneamente, pois
ambos têm similaridades quanto à idade do descobrimento, ao tamanho do
território e à abundância de recursos naturais. Na verdade, o potencial do
Brasil quanto ao aproveitamento do solo para atividades agrícolas é muito superior
ao da Austrália, embora a Austrália leve vantagens nas riquezas minerais.
Mas, conforme indicam os índices de desenvolvimento de ambos países, a
Austrália aproveitou melhor as oportunidades, se desenvolveu rapidamente e hoje
integra o seleto grupo das nações desenvolvidas. Ostenta o 2º maior IDH (Índice
de Desenvolvimento Humano) do Planeta e um PIB/capita superior ao do Reino
Unido, da França, da Alemanha, do Canadá ou do Japão. Sua economia teve
crescimento médio de 3,6% ao ano nas décadas de 1990 e 2000, ante 2,5% da OCDE
(Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Foi o único membro
desta Comunidade que não teve recessão na crise financeira de 2008/09 e ostenta
o recorde mundial de 27 anos sem recessão (1991 a 2018).
O trem da prosperidade que passou pela Austrália também passou pelo Brasil. A
diferença está no aproveitamento das oportunidades feito por ambos os
países. O território australiano é um pouco menor que o do
Brasil e a população deles é 8,5 vezes menor. A taxa de
natalidade dos australianos é baixa e o país precisa de imigrantes para ocupar
e desenvolver tão vasto território. Sua taxa de desemprego é inferior a 6% e a
renda média anual é das mais altas do Planeta: cerca de US$ 54 mil/pessoa. "
(...)
Por
favor, para não perder o sentido do título proposto nesse artigo, anota ai
essa informação de fevereiro de 2021 que diz que a Austrália tem
mantido as suas fronteiras internacionais fechadas desde março de 2020 e só
permite a entrada dos seus residentes e cidadãos, alguns dos seus familiares
mais próximos, diplomatas e outras exceções.
As autoridades australianas anunciaram no final de fevereiro que vão
disponibilizar 20 vôoos charter para repatriar alguns dos mais
de 30 mil residentes e cidadãos australianos no estrangeiro, depois de a
companhia aérea Emirates ter anunciado que iria suspender os voos para
Melbourne, Sidney e Brisbane. Qualquer pessoa que entre no país está
sujeita a uma quarentena obrigatória de 14 dias.
Talvez
seja por essas e outras razões em negrito que destaquei no oitavo parágrafo que
eles já estão retomando suas vidas, mas entre eles, na ilha deles sem o
entrelaçamento social globalizado que tantas pessoas amam planeta afora.
Graça
e paz.
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