Sexta-feira, 31 de dezembro de 2021 - 10h15
A
floresta que oferece maravilhas e boa vida é a mesma que traz perigos e morte
aos incautos. A lei da selva só pode ser vencida pela mescla de inteligência,
adaptação e vontade. É a lei do sobrevivente, sem a qual os que vencem logo
extinguiriam os que perdem, num ciclo que destruiria até os vencedores.
Há
um século, quando o governador Ephigênio Salles reagiu ao declínio da borracha
oferecendo ao Japão um milhão de hectares de floresta em troca de jovens especialistas,
dois empresários nipônicos se candidataram. Terra a perder de vista era a
chance de vitória para jovens ansiosos por oportunidades e o céu para a ilha de
pedra do pequeno Japão.
No
entanto, só ideias não bastam. Quando perceberam que precisariam investir muito,
convencer jovens a migrar e condená-los a um trabalho estafante e desafiador na
floresta, desistiram de seus sonhos. Não respeitaram duas regras do sobrevivente:
adaptação e persistência da vontade.
O
Brasil também desistiu de entregar terras em troca de jovens espertos, mas um
deles, Tsukasa Uyetsuka, aproveitou a inteligência de outro, Riota Oyama, para
criar um bem-sucedido projeto de migração e produção. A história dos guerreiros
da juta é a vitória de quem uniu inteligência, adaptação e vontade. Serve de
lição aos patriotas de discursos, que trajam verde e amarelo mas são incapazes
de enfrentar os desafios que surgem.
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Fundo emergencial
Esta
historinha da criação de um fundo emergencial para atender as demandas dos
desastres naturais ocorridos no País vem de longe e sempre fica em conversa
fiada. Lembro que na cheia histórica do Rio Madeira em Porto Velho, a maior de
todas em um século, o governo federal também acenou com esta possibilidade,
prometeu mundos e fundos e deixou o então prefeito de Porto Velho, Mauro Nazif
na mão. Foi o erário municipal – com ajuda parcial do governo do estado de
Rondônia – que cobriu o que foi possível das necessidades. E sem muitos
recursos para sua gestão deslanchar, Nazif comprometeu a reeleição.
Desastres naturais
Na
verdade, passou da hora da esfera federal contar com um fundo emergencial para
dar conta dos desastres ambientais ocorridos no País cada vez mais sérios com o
aquecimento global e as mudanças climáticas. Por conseguinte, a proposta do presidente
da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL) não é nenhuma novidade. Mesmo sendo
aprovada, atenderá no momento algumas reivindicações dos estados atingidos
pelas chuvas, mas logo em seguida a coisa vai cair no esquecimento. A falta de
planejamento do governo federal para eventos desta natureza é lastimável.
Ficou devendo
Foi
prometido de tudo para Porto Velho ao longo da enchente histórica. De barreiras
de contenção ao longo da orla do Rio Madeira em Porto Velho a reconstrução dos
núcleos urbanos dos distritos de Calama e São Carlos em áreas mais elevadas.
Mapas e até projetos da Nova Calama e da Nova São Carlos foram elaborados, mas
ao final das enchentes tudo acabou esquecido. Quem não lembra dos compromissos
de levantar o leito das ruas e avenidas tomadas pelas águas na capital
rondoniense? Dos recursos prometidos para revitalizar agricultura ribeirinha
que foi totalmente destruída? Tudo virou brisa.
Moro se firmando
O presidenciável
Sérgio Moro (Podemos) vai se firmando como uma provável terceira via na disputa
pelo Palácio do Planalto no ano que vem. Ainda longe de ameaçar o ex-presidente
Lula e o atual presidente Jair Bolsonaro, o juiz da Lava Jato tem crescido
muito e deixado para trás candidatos mais tradicionais, como o ex-governador do
Ceará Ciro Gomes (PDT) e o atual governador de São Paulo João Dória (PSDB). O
senador Rodrigo Pacheco (PSD) depois de uma boa largada estagnou e a anunciada
candidata do MDB Simone Tebet (MS) ainda é uma incógnita na disputa.
Últimos e primeiros
Tem
um ditado popular por aqui que diz que os “últimos serão os primeiros”. Desde
os anos 80 tem sido assim na política rondoniense. O deputado estadual menos
votado em 1982, Ângelo Angelim virou governador nomeado substituindo Teixeirão.
O vereador menos votado na capital, José Guedes virou prefeito nomeado de Porto
Velho e depois um recordista de votos a federal. O que dizer de Amizael Silva,
um dos menos votados na capital, que galgou a presidência da Assembleia Legislativa
substituindo Bianco? Na primeira eleição do prefeito Roberto Sobrinho ele
largou na rabeira e ao final chegou ao pódio derrotando a poderosa aliança
Nazif/Camurça. Tem mais casos, volto a assunto.
Via Direta
*** A anunciada paralisação dos
servidores públicos federais será mais uma pedrinha no sapato do presidente
Jair Messias Bolsonaro na busca de um segundo mandato *** Mais um problema
para o famigerado “Centrão” resolver, já que é este colegiado de partidos que
manda no País atualmente *** O Estado de
Rondônia chega neste 4 de janeiro aos 40 anos de instalação e mesmo com todos
os percalços da pandemia obteve bons índices de crescimento nestes dois anos
sob a égide do covid 19 *** O agronegócio é o motor rondoniense que
possibilita o governo Marcos Rocha colocar as contas em dia com o funcionalismo
público e com os fornecedores *** Que
2022 seja repleto de realizações para os caros leitores depois de mais um ano
difícil para a humanidade.
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