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Carlos Sperança

A lei da juta + Fundo emergencial + Ficou devendo + Últimos e primeiros


A lei da juta + Fundo emergencial + Ficou devendo + Últimos e primeiros - Gente de Opinião

A lei da juta

A floresta que oferece maravilhas e boa vida é a mesma que traz perigos e morte aos incautos. A lei da selva só pode ser vencida pela mescla de inteligência, adaptação e vontade. É a lei do sobrevivente, sem a qual os que vencem logo extinguiriam os que perdem, num ciclo que destruiria até os vencedores.

Há um século, quando o governador Ephigênio Salles reagiu ao declínio da borracha oferecendo ao Japão um milhão de hectares de floresta em troca de jovens especialistas, dois empresários nipônicos se candidataram. Terra a perder de vista era a chance de vitória para jovens ansiosos por oportunidades e o céu para a ilha de pedra do pequeno Japão.

No entanto, só ideias não bastam. Quando perceberam que precisariam investir muito, convencer jovens a migrar e condená-los a um trabalho estafante e desafiador na floresta, desistiram de seus sonhos. Não respeitaram duas regras do sobrevivente: adaptação e persistência da vontade.

O Brasil também desistiu de entregar terras em troca de jovens espertos, mas um deles, Tsukasa Uyetsuka, aproveitou a inteligência de outro, Riota Oyama, para criar um bem-sucedido projeto de migração e produção. A história dos guerreiros da juta é a vitória de quem uniu inteligência, adaptação e vontade. Serve de lição aos patriotas de discursos, que trajam verde e amarelo mas são incapazes de enfrentar os desafios que surgem.

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Fundo emergencial

Esta historinha da criação de um fundo emergencial para atender as demandas dos desastres naturais ocorridos no País vem de longe e sempre fica em conversa fiada. Lembro que na cheia histórica do Rio Madeira em Porto Velho, a maior de todas em um século, o governo federal também acenou com esta possibilidade, prometeu mundos e fundos e deixou o então prefeito de Porto Velho, Mauro Nazif na mão. Foi o erário municipal – com ajuda parcial do governo do estado de Rondônia – que cobriu o que foi possível das necessidades. E sem muitos recursos para sua gestão deslanchar, Nazif comprometeu a reeleição.

Desastres naturais

Na verdade, passou da hora da esfera federal contar com um fundo emergencial para dar conta dos desastres ambientais ocorridos no País cada vez mais sérios com o aquecimento global e as mudanças climáticas. Por conseguinte, a proposta do presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL) não é nenhuma novidade. Mesmo sendo aprovada, atenderá no momento algumas reivindicações dos estados atingidos pelas chuvas, mas logo em seguida a coisa vai cair no esquecimento. A falta de planejamento do governo federal para eventos desta natureza é lastimável.

Ficou devendo

Foi prometido de tudo para Porto Velho ao longo da enchente histórica. De barreiras de contenção ao longo da orla do Rio Madeira em Porto Velho a reconstrução dos núcleos urbanos dos distritos de Calama e São Carlos em áreas mais elevadas. Mapas e até projetos da Nova Calama e da Nova São Carlos foram elaborados, mas ao final das enchentes tudo acabou esquecido. Quem não lembra dos compromissos de levantar o leito das ruas e avenidas tomadas pelas águas na capital rondoniense? Dos recursos prometidos para revitalizar agricultura ribeirinha que foi totalmente destruída? Tudo virou brisa.

Moro se firmando

O presidenciável Sérgio Moro (Podemos) vai se firmando como uma provável terceira via na disputa pelo Palácio do Planalto no ano que vem. Ainda longe de ameaçar o ex-presidente Lula e o atual presidente Jair Bolsonaro, o juiz da Lava Jato tem crescido muito e deixado para trás candidatos mais tradicionais, como o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) e o atual governador de São Paulo João Dória (PSDB). O senador Rodrigo Pacheco (PSD) depois de uma boa largada estagnou e a anunciada candidata do MDB Simone Tebet (MS) ainda é uma incógnita na disputa.

Últimos e primeiros

Tem um ditado popular por aqui que diz que os “últimos serão os primeiros”. Desde os anos 80 tem sido assim na política rondoniense. O deputado estadual menos votado em 1982, Ângelo Angelim virou governador nomeado substituindo Teixeirão. O vereador menos votado na capital, José Guedes virou prefeito nomeado de Porto Velho e depois um recordista de votos a federal. O que dizer de Amizael Silva, um dos menos votados na capital, que galgou a presidência da Assembleia Legislativa substituindo Bianco? Na primeira eleição do prefeito Roberto Sobrinho ele largou na rabeira e ao final chegou ao pódio derrotando a poderosa aliança Nazif/Camurça. Tem mais casos, volto a assunto.

 

Via Direta

*** A anunciada paralisação dos servidores públicos federais será mais uma pedrinha no sapato do presidente Jair Messias Bolsonaro na busca de um segundo mandato *** Mais um problema para o famigerado “Centrão” resolver, já que é este colegiado de partidos que manda no País atualmente *** O Estado de Rondônia chega neste 4 de janeiro aos 40 anos de instalação e mesmo com todos os percalços da pandemia obteve bons índices de crescimento nestes dois anos sob a égide do covid 19 *** O agronegócio é o motor rondoniense que possibilita o governo Marcos Rocha colocar as contas em dia com o funcionalismo público e com os fornecedores *** Que 2022 seja repleto de realizações para os caros leitores depois de mais um ano difícil para a humanidade. 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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