Segunda-feira, 21 de março de 2022 - 08h15
No
Brasil, onde “em se plantando, tudo dá”, como escreveu Pero Vaz de Caminha ao
rei luso, a agricultura assumir a liderança da economia nacional não foi
surpresa. Sendo ela o setor do país mais estruturado e envolvido com cadeias
globais, o Brasil sempre apostou na paz, essencial à economia globalizada. Em
paz, depender de um país dos Brics para importar fertilizantes químicos não causaria
problemas além da flutuação de preços do mercado mundial.
Para
nunca mais se envolver em guerras, a diplomacia brasileira foi construída sem
bravatas irresponsáveis sobre pegar em armas contra vizinhos. Bastou o vexame
da Guerra do Paraguai, na qual se atolou em dívidas. Mas agora que o mundo se
rendeu à Covid, o apocalipse climático ficou mais ameaçador e o risco de um
conflito mundial não está descartado, depender de insumos imprescindíveis ao
país em meio a tensões armadas significa o perigo da escassez e a certeza de
pagar mais caro.
Sabe-se
que fertilizantes químicos são essenciais desde que Justus Von Liebig,
em 1840, ensinou que as plantas dependem dos elementos favoráveis da terra em
quantidades adequadas. A fórmula NPK passava então a ser quase tão vital quanto
H₂O para terrenos pouco produtivos. Menos mal que
um século e meio depois o Brasil finalmente esboça uma política nacional de
fertilizantes. A necessidade ainda é a mãe da invenção.
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Um balanço
As
principais definições do quadro sucessório de Rondônia só devem ocorrer depois
de 2 de abril, quando encerrado o prazo permitido pela janela partidária para
os deputados estaduais e federais trocarem de siglas. Feito o balanço, os
partidos estarão com suas nominatas completas, com seus respectivos postulantes
também ao Senado e ao governo de Rondônia acertados e, então todo mundo em
condições de realizar as convenções do meio do ano para a homologação final das
candidaturas. Neste momento a prioridade das agremiações é no tocante a
nominata da Câmara dos Deputados, já que dela dependerá o rateio de recursos do
fundão a partir do próximo ano.
As candidaturas
O
que se vê são duas candidaturas ao governo de Rondônia bem definidas. De um
lado, o governador Marcos Rocha (União Brasil-Porto Velho) tocando seu projeto de
reeleição, de outro o ex-deputado federal Anselmo de Jesus (PT-Ji-Paraná), representante
de Lula no confronto nacional com o presidente Jair Bolsonaro como ex-presidente
Luís Inácio Lula da Silva, que diga-se de passagem polarizam o pleito presidencial.
Marcos Rocha ainda definiu seu candidato ao Senado, Anselmo de Jesus
possivelmente terá o ex-governador Daniel Pereira (Solidariedade).
Mais postulantes
Sem
a presença de candidatos expressivos, como o ex-governador Ivo Cassol (PP-Rolim
de Moura), do senador Confúcio Moura
(MDB-Ariquemes) e Hildon Chaves (PSDB-Porto Velho), as coisas se encaminham em Rondônia
para mais duas candidaturas ao Palácio Rio Madeira. Trata-se do atual deputado
federal Leo Moraes (Podemos-Porto Velho) e do senador Marcos Rogério
(PL-Ji-Paraná). Neste balanço se vê estes dois candidatos em canibalização em Ji-Paraná,
casos de Anselmo de Jesus e Marcos Rogério, e dois nomes do segmento bolsonarista
rachando, que são Marcos Rocha e Marcos Rogério. Vejam que Marcos Rogério é prejudicado
em fragmentações na sua base com um rival petista e no estado pelo fator
bolsonarismo.
A polarização
Ainda
sem o balanço final do troca-troca partidário de abril é previsível dentro
deste quadro uma polarização entre o governador Marcos Rocha (União Brasil) e
deputado federal Leo Moraes (Podemos), liderando agrupamentos políticos mais
consistentes e sem problemas de canibalização como ocorre com Marcos Rogério,
dividindo o eleitorado bolsonarista com Marcos Rocha, e rachando a base eleitoral local com candidato
da mesma cidade, caso de Anselmo de Jesus, em Ji-Paraná.
Peleja ao Senado
No
tocante a peleja ao Senado ainda faltam muitas definições. Inicialmente temos Expedito
Junior (PSD-Rolim de Moura), Jaqueline Cassol (PP-Cacoal), Maurão de Carvalho
(PTB-Ministro Andreazza), Vinicius Miguel (Cidadania-Porto Velho), Jayme
Bagatolli (PL-Vilhena),Valdir Raupp (MDB-Rolim de Moura), Daniel Pereira (Solidariedade-Cerejeiras),
Mariana Carvalho (PSDB-Porto Velho) entre tantos outros nomes cogitados pela
aldeia. Mas é algo também a se definir pós o período da janela partidária
quando as coisas estiverem melhor acomodadas.
Via Direta
*** A janela partidária vai em frente
com parlamentares estaduais e federais de Rondônia trocando de legendas *** Dos estaduais Lazinho
da Fetagro (Jaru) se transferiu para o PSB, Anderson Pereira (Porto Velho) para os Republicanos, Luizinho
Goebel (Vilhena) no PSC *** Dos
federais, o coronel Chrisóstomo (Porto Velho) ingressou no PL do presidente
Jair Bolsonaro. As acomodações seguem nos próximos dias *** Neste contexto
de trocas partidárias o maior problema tem sido a elaboração de nominatas
competitivas para a disputa das oito cadeiras a Câmara dos Deputados em
Rondônia *** A maioria dos concorrentes
busca listas competitivas, sem “pelés” e medalhões detentores de fortes estruturas
financeiras. Afinal ninguém quer servir de escada.
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