Quinta-feira, 30 de janeiro de 2025 - 07h35
A
iniciativa do presidente norte-americano Donald Trump de montar um ministério
de bilionários e expulsar os pobres imigrantes traz de volta o conceito de
necropolítica, com o qual o filósofo camaronês Achille Mbembe chocou o mundo em
2003. Para ele, necropolítica é a forma com a qual os governos decidem quem
deve viver e quem deve morrer, decisão expressa por leis, decretos e programas
governamentais. Tirar o trabalho de alguém e expulsar o desempregado do país é
uma espécie de condenação.
Ainda
antes da nova eleição de Trump, a chocante palavra necropolítica voltou a ser
dita no Brasil a propósito da Amazônia pelo geógrafo Luiz Ugeda, para quem a
gerência de dados públicos ambientais no país reflete uma faceta da necropolítica
porque a má administração ou a ocultação proposital de informações contribuem
para a degradação ambiental, o abandono de populações vulneráveis e, no limite,
a morte de biomas.
A ausência
de uma política de dados transparente e integrada, afirma Ugeda, beneficia
atividades predatórias, perpetuando a marginalização. Embora não seja uma
palavra muito conhecida – muitos evitam pronunciá-la para que o povo não saiba
o que ela significa –, a necropolítica no Brasil se espalha por prevaricação.
Prevaricar é faltar ao cumprimento do dever por interesse ou má-fé, cometer abuso
de poder, provocando injustiças ou causando prejuízo ao Estado e a terceiros.
Exemplos não faltam.
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Cartão postal
Conversei
com moradores de Ji-Paraná e Jaru durante a semana e eles se mostravam surpresos
com as mudanças em Porto Velho nos últimos anos. De fato, a nova rodoviária se
transformou num baita cartão postal da capital rondoniense e o funcionamento do
complexo da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, outra atração turística que visitaram
e elogiaram. A gestão Hildon Chaves recém-concluída deixou marcas importantes,
embora não tenha obtido sucesso no combate as alagações, mas neste sentido
nenhum prefeito conseguiu reverter, nem o mito Chiquilito. É trabalho para
muitos anos.
Nova configuração
A
configuração das alianças para disputar o governo de Rondônia vai se alterando
de acordo com as articulações políticas em andamento. No racha governista, com
apoio de um grupo de deputados estaduais e lideranças bolsonaristas, o deputado
federal Fernando Máximo (União Brasil) poderá ser o candidato da situação com o
apoio do governador Marcos Rocha, disputando o Senado em dobradinha. Os deputados
estaduais estão armando está composição, tirando da jogada o atual vice-governador
Sergio Gonçalves. Mas Serjão vai assumir o governo em meados do ano que vem e pode
se rebelar contra este acordão nos bastidores.
Primeiras sondagens
Nas primeiras sondagens informais 2025 com
relação a disputa das oito cadeiras a Câmara dos deputados no ano que vem vão
despontando algumas lideranças regionais, largando na dianteira. São os casos
de: em Vilhena e cone sul rondoniense de Natan Donadon, em Cacoal e região do Café,
Joliane Fúria, em Ji-Paraná e região central, o ex-prefeito Jesualdo Pires, em
Ariquemes e Vale do Jamari, Rafael Fera, em Porto Velho, Mariana Carvalho, em
Rolim de Moura e Zona da Mata rondoniense dois nomes lembrados: Jaqueline
Cassol e Luiz Claudio, ambos ex-deputado federais.
Em Porto Velho
Tratando-se
de Porto Velho na peleja pelo governo estadual o ex-prefeito Hildon Chaves (PSDB)
estaria liderando com grande folga sobre os oponentes, principalmente se o
provável adversário, sendo o vice-governador Sérgio Gonçalves, neste caso com grande
diferença. Sendo o deputado federal Fernando Máximo, também neste confronto Hildão
teria uma boa dianteira. Já, no interior o tucano teria dificuldades no Vale do
Jamari, com Confúcio Moura, na região central com Marcos Rogério. Também, precisaria
vitaminar sua presença na região de Cacoal (lá tem Adailton Fúria...) e em
Vilhena, curral eleitoral do senador Bagatolli.
Reforçando paliçadas
Acompanho
a carreira política do senador Confúcio Moura desde os tempos em que fazia
campanha a cavalo por Ariquemes e o Vale do Jamari. Macaco velho na política,
El Carecon está habituado a grandes vitórias, daquelas de virada. No seu
histórico tem a condição de melhor prefeito da sua geração, de competente
deputado federal e governador eleito e reeleito e ele está dando mais uma
reviravolta na sua vida política. Lembro da jornada da reeleição ao CPA quando
estava desgastado, nem queria concorrer, e acabou obtendo uma baita vitória.
Agora novamente Confúcio está ressurgindo das cinzas e deve entrar na peleja
pelo CPA.
É coisa de louco!
Porto
Velho já está sentindo os efeitos da falta de mão de obra em vários setores de
atividades com a grande diáspora de trabalhadores para o Paraná e Santa
Catarina numa busca de salários melhores na construção civil, laticínios,
cooperativas, no setor têxtil e outras funções.
Por aqui constato que em alguns restaurantes os próprios proprietários
se veem obrigados a botar a mão na massa. Na prestação de serviços, desde salão
de beleza até clinicas de saúde se ressentem de profissionais. Vagas de emprego
existem, mas os jovens não aceitam trabalhar nos serviços considerados braçais
e por isto migram para outros estados e outros países.
Via Direta
*** Assessores do ex-governador Ivo
Cassol (PP) afirmam que ele ainda está no páreo para disputar o governo de Rondônia
para as eleições 2026. Aguardam a situação de elegibilidade até março *** Se a coisa for
confirmada ele vira a eleição de cabeça para baixo. Os adversários não dizem nada,
mas estão torcendo para que ele se ferre nos tribunais, pois se trata do
adversário mais incômodo, um candidato indigesto *** Os prefeitos rondonienses que assumiram em janeiro tratam de
enxovalhar os ex-prefeitos, botando defeito em tudo que for possível. Alguns
temem que os desafetos voltem no pleito de 2028 e já tratam de desgastá-los.
Coisas da nossa política.
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