Quarta-feira, 23 de novembro de 2022 - 08h46
Já
livre das eleições, que o forçavam a se concentrar no que daria votos ao
Partido Democrata, ameaçado pela “onda vermelha” dos republicanos que nem
aconteceu, o presidente Joe Biden pode agora relaxar sua intervenção verbal na
guerra na Ucrânia, que mexia com interesses econômicos de alto coturno, e focar
no drama do clima. Na COP27, por exemplo, ele pediu o fim do desmatamento nas
florestas do mundo e mencionou especificamente a Amazônia, como não poderia
deixar de ser.
Observa-se
nos EUA, encerradas as eleições depois da demoradíssima contagem de votos, que
houve grande equilíbrio entre o Partido Democrata, com reduzida maioria no
Senado, e o Republicano, que teve também pequena vantagem na Câmara.
Dificilmente
haverá governabilidade se cada partido se agarrar à sua maioria e travar as
negociações, inviabilizando medidas consensuais. Logo de cara se vê que os
democratas se inclinam a priorizar o clima e os republicanos querem acabar de
vez com a sangria de energias nacionais na guerra da Ucrânia, que favorece à
China avançar enquanto os EUA se desgastam.
Como
o Brasil também estará às voltas com votações muito equilibradas no Congresso
Nacional, com o Senado mais maleável e a Câmara mais indigesta, os dois países
terão negociações políticas interessantes e dignas de atenção. Que todos se
entendam e cheguem às melhores decisões.
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Festa no interior
O
ex-deputado federal e ex-vice-governador Assis Canuto sempre ressalta a importância
do governo Humberto Guedes para Rondônia. Lembra que foi o então governador,
antecessor de Teixeirão que encaminhou as propostas da criação dos municípios
de Ariquemes, Ji-Paraná, Pimenta Bueno, Cacoal e Vilhena que ganharam autonomia
em 1977 com apoio do então ministro do Interior Rangel Reis. Neste mês de
novembro os cinco municípios que foram emancipados de Porto Velho estão
comemorando 45 anos da sua criação. Guedes merece todos os méritos também pela infraestrutura
gerada no antigo território federal para a transformação em estado.
Reduto de Rocha
Um
dos recordes de votos do governador Marcos Rocha na peleja do segundo turno em
outubro foi na região do Cristal da Calama e Lago Azul em Porto Velho. Dias
antes do pleito, o prefeito Hildon Chaves, que apoiava o projeto de reeleição
de Rocha tinha concluído a pavimentação da Av. Calama em toda a sua extensão
até o acesso daquele enorme complexo habitacional. Por isto, Chaves está bem na
foto para a sucessão do atual governador naquelas bandas. Lá será um dos
redutos mais importantes para o alcaide na briga pelo CPA. Tem mais uma isca
lançada na região: o projeto de regularização fundiária que já começou.
Baita fria
A
onda migratória brasileira para Portugal em 2022 virou uma baita fria para os
rondonienses, a maioria saindo de Porto Velho, Ji-Paraná, Ouro Preto, Cacoal e
Vilhena. De regresso a Rondônia, como andorinhas com as asas quebradas e cheia
de dor, os imigrantes relatam casos de fracasso em atividades como de
institutos de beleza, construção civil e outros segmentos. A maior queixa é com
relação a inflação, aluguel alto e a discriminação dos portugueses aos
brasileiros. Se queixam que muitas mulheres que desembarcaram em Portugal e na
vizinha Espanha são consideradas garotas de programa, recrutadas no Brasil.
Vacas de presépio
A
maioria dos deputados estaduais com comportamento de vacas de presépio na Assembleia
Legislativa foi derrotada nas eleições de outubro. O comportamento avestruz dos
parlamentares que não fiscalizavam os atos do executivo e votavam em projetos
oriundos do executivo a toque de caixa, revelou a necessidade da renovação dos
quadros políticos, já que muitos deputados só pensavam em fazer do mandato um
balcão de negócios com indicações de parentes para o governo estadual. Fica o
exemplo para os deputados eleitos já que a omissão será cobrada no pleito
seguinte.
Fazendo as contas
Os
partidos que formam o famigerado “Centrão” e algumas legendas da base aliada do
presidente Jair Bolsonaro estudam seus respectivos posicionamentos para o
governo Lula que se inicia em janeiro. Na verdade, só o PL, sigla onde o presidente
está filiado se anuncia como uma legenda oposicionista. Pelos entendimentos em
andamento existe muito deputado federal e senador vira-casaca disposto a
integrar a base de sustentação do futuro presidente. Com isto está se formando
uma coalizão de centro-direita, bem diferente do que se se imaginava já que os
bolsonaristas falavam num governo comunista.
Via Direta
*** Impressiona como a polarização entre
as forças antagônicas brasileiras segue mesmo depois das eleições com tantas
manifestações raivosas patrocinadas em Rondônia pelos madeireiros, pecuaristas,
garimpeiros e expoentes do agronegócio *** Os estados mais bolsonaristas como Rondônia
e Mato Grosso sofrem as consequências da polarização três semanas depois da
eleição e até capitalistas selvagens são taxados de comunistas *** Ainda não temos data marcada para a inauguração
das reformas do Complexo da Estrada Madeira Mamoré. E ainda tem gente acreditando
que a rodoviária de Porto Velho – que nem começou –sairá em breve. Mais fácil acreditar
que galinha dentes e em Sacy Pererê ***Supermercados, lojas de materiais de
construção, de pets, farmácias, hospitais e laboratórios seguem como os
segmentos que mais faturam e geram empregos em Porto Velho.
Muitos petistas prestigiando a posse do novo prefeito em busca de alguma boquinha
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