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Carlos Sperança

A oposição em Rondônia foi esmagada, lideranças importantes foram cooptadas


A oposição em Rondônia foi esmagada, lideranças importantes foram cooptadas - Gente de Opinião

Profundidade e urgência

A democracia está salva. Nunca mais haverá malucos clamando às Forças Armadas que se desonrem, traindo juramentos sagrados feitos solenemente à Pátria e à Constituição. Salva, sim, mas ainda frágil. Será preciso desarmar os espíritos para que não se transformem em demônios da intolerância.

Serão testes ótimos para dar qualidade à democracia os debates em torno das obras gigantes de infraestrutura para a Amazônia. Virá deles a solução para os problemas em torno da BR-319, agora expostos em estudo do grupo independente Climate Policy Initiative, bancado pela PUC-Rio e Projeto Amazônia 2030.

Sem estudar a fundo o assunto não há como chegar à melhor conclusão. O mesmo ponto de partida vale para a ferrovia EF-170, a Ferrogrão. Sem um aprofundamento minucioso sobre suas implicações, com o desenho de cenários objetivos, será fácil chegar a conclusões definitivas inadequadas. “Certeza absoluta”, por si mesma, já é uma expressão ridícula, por pleonasmo. Não há certezas sobre assuntos com tantas implicações econômicas e sociais. Há, porém, certezas em torno da infraestrutura amazônica.

É preciso definir com urgência de que forma ela será mais conveniente ao desenvolvimento econômico-social, como será viabilizada e a dotação dos recursos necessários para tal. O caminho para uma boa bioeconomia passa por discutir cada assunto com a profundidade e a urgência possíveis.

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As especulações

Em meio a tantas especulações e um clima de incertezas sobre as candidaturas ao Prédio do Relógio, as convenções partidárias vão se aproximando em Porto Velho com o favorito Fernando Máximo (União Brasil) ameaçado de ficar de fora da peleja sucessória na capital por falta de legenda. O cerco vai se fechando, o bolsonarismo se unindo em torno da pré-candidata Mariana Carvalho (a caminho do União Brasil) e com grande possibilidade de um acordo entre Máximo e Leo Moraes, para que o segundo pilote a principal candidatura de oposição ao grupo do prefeito Hildon Chaves, já instalado a quase oito anos no poder municipal.

Esforço enorme

Nos bastidores se constata um esforço enorme do prefeito Hildon Chaves, o grande articulador da candidatura de Mariana Carvalho, para uma vitória em primeiro turno para evitar eventuais dissabores e riscos numa segunda etapa da eleição. Estamos assistindo à formação de uma das maiores alianças políticas já vistas – a coalizão de Hildão pode chegar a 11 partidos – para dar sustentação a campanha de Mariana. São dezenas de candidatos a vereança empunhando a bandeira da ex-tucana. Não querendo voduzar, mas já voduzando, já vi alianças maiores tombar nestas bandas. Base rachada é despenhadeiro garantido.

As conversações

Com vistas aos seus interesses na disputa da cadeira do governador Marcos Rocha em 2026, o ex-governador Ivo Cassol manteve conversações para atrair Fernando Máximo e Leo Moraes para seu ninho. Havendo composições, Ivo pilotaria a candidatura ao governo estadual um (Fernando ou Leo) deles seria o candidato a prefeito em Porto Velho no pleito de outubro e outro teria uma vaga garantida no PP para disputar uma cadeira ao Senado em dobradinha com ele, o todo poderoso líder conservador. Uma articulação interessante, mostrando que Cassol está atento as oportunidades e tem uma visão ampla do quadro sucessório.

É coisa de louco!

Já tratei reiteradas vezes sobre a negligência das autoridades estaduais e municipais no que tange as obras de casas habitacionais, estradas, pontes, creches, escolas e tantas obras públicas entregues a população com rachaduras, esgoto a céu aberto, incompletas ou até mesmo abandonadas. Agora vem o caso da ponte sobre o rio Jamari em Alto Paraiso, entregue recentemente com pompa e circunstância, com a pista rachada e com as suas cabeceiras ameaçadas pelas chuvas. Obras em Rondônia são feitas para serem refeitas e ocasionar lucros as empreiteiras rapinadoras.

Oposição esmagada

A coisa impressiona. A oposição em Rondônia foi esmagada, lideranças importantes foram cooptadas e o que se vê é o governador Marcos Rocha e o prefeito Hildon Chaves nadando de braçadas no Centro Político e Administrativo, sede do governo estadual e no Palácio do Relógio, sede da gestão municipal. Pensar que outrora a oposição era mais ativa, mais combativa e as vezes até exagerava no tom e nas suas ações. Nada contra a eficiência da articulação política do mandarim estadual e do alcaide, mas a população sofre prejuízo com falta de fiscalização que deveria ser exercida pelos parlamentares cordeirinhos, principalmente no que se refere a contratação de empreiteiras. Volta e meia pipocam escândalos.

Via Direta

*** Em Rio Branco, a bela capital acreana, a corrida sucessória a prefeitura local já está pegando fogo e o atual prefeito Tião Bocalon (PL) levando pau adoidado da oposição. Querem o couro do bolsonarista para fazer tamborim *** Não tarda, Mariana Carvalho pintando incialmente com ares de favorita terá os canhões oposicionistas direcionados em sua direção. Logo logo, mesmo antes das convenções partidárias *** Prudente e recolhido, o ex-prefeito de Ji-Paraná Jesualdo Pires (PSB) ainda não se pronunciou se aceita a missão delegada pelos seus aliados para disputar mais uma vez o Palácio Urupá *** Tem pouco tempo para decidir, as convenções que homologam os candidatos acontecem em julho.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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