Quarta-feira, 3 de abril de 2024 - 08h00
A
democracia está salva. Nunca mais haverá malucos clamando às Forças Armadas que
se desonrem, traindo juramentos sagrados feitos solenemente à Pátria e à
Constituição. Salva, sim, mas ainda frágil. Será preciso desarmar os espíritos
para que não se transformem em demônios da intolerância.
Serão
testes ótimos para dar qualidade à democracia os debates em torno das obras
gigantes de infraestrutura para a Amazônia. Virá deles a solução para os problemas
em torno da BR-319, agora expostos em estudo do grupo independente Climate
Policy Initiative, bancado pela PUC-Rio e Projeto Amazônia 2030.
Sem
estudar a fundo o assunto não há como chegar à melhor conclusão. O mesmo ponto
de partida vale para a ferrovia EF-170, a Ferrogrão. Sem um aprofundamento
minucioso sobre suas implicações, com o desenho de cenários objetivos, será
fácil chegar a conclusões definitivas inadequadas. “Certeza absoluta”, por si
mesma, já é uma expressão ridícula, por pleonasmo. Não há certezas sobre
assuntos com tantas implicações econômicas e sociais. Há, porém, certezas em
torno da infraestrutura amazônica.
É
preciso definir com urgência de que forma ela será mais conveniente ao desenvolvimento
econômico-social, como será viabilizada e a dotação dos recursos necessários
para tal. O caminho para uma boa bioeconomia passa por discutir cada assunto
com a profundidade e a urgência possíveis.
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As especulações
Em
meio a tantas especulações e um clima de incertezas sobre as candidaturas ao Prédio
do Relógio, as convenções partidárias vão se aproximando em Porto Velho com o
favorito Fernando Máximo (União Brasil) ameaçado de ficar de fora da peleja sucessória
na capital por falta de legenda. O cerco vai se fechando, o bolsonarismo se
unindo em torno da pré-candidata Mariana Carvalho (a caminho do União Brasil) e
com grande possibilidade de um acordo entre Máximo e Leo Moraes, para que o
segundo pilote a principal candidatura de oposição ao grupo do prefeito Hildon
Chaves, já instalado a quase oito anos no poder municipal.
Esforço enorme
Nos
bastidores se constata um esforço enorme do prefeito Hildon Chaves, o grande
articulador da candidatura de Mariana Carvalho, para uma vitória em primeiro
turno para evitar eventuais dissabores e riscos numa segunda etapa da eleição.
Estamos assistindo à formação de uma das maiores alianças políticas já vistas –
a coalizão de Hildão pode chegar a 11 partidos – para dar sustentação a
campanha de Mariana. São dezenas de candidatos a vereança empunhando a bandeira
da ex-tucana. Não querendo voduzar, mas já voduzando, já vi alianças maiores
tombar nestas bandas. Base rachada é despenhadeiro garantido.
As conversações
Com
vistas aos seus interesses na disputa da cadeira do governador Marcos Rocha em
2026, o ex-governador Ivo Cassol manteve conversações para atrair Fernando Máximo
e Leo Moraes para seu ninho. Havendo composições, Ivo pilotaria a candidatura
ao governo estadual um (Fernando ou Leo) deles seria o candidato a prefeito em
Porto Velho no pleito de outubro e outro teria uma vaga garantida no PP para disputar
uma cadeira ao Senado em dobradinha com ele, o todo poderoso líder conservador.
Uma articulação interessante, mostrando que Cassol está atento as oportunidades
e tem uma visão ampla do quadro sucessório.
É coisa de louco!
Já
tratei reiteradas vezes sobre a negligência das autoridades estaduais e
municipais no que tange as obras de casas habitacionais, estradas, pontes,
creches, escolas e tantas obras públicas entregues a população com rachaduras,
esgoto a céu aberto, incompletas ou até mesmo abandonadas. Agora vem o caso da
ponte sobre o rio Jamari em Alto Paraiso, entregue recentemente com pompa e circunstância,
com a pista rachada e com as suas cabeceiras ameaçadas pelas chuvas. Obras em Rondônia
são feitas para serem refeitas e ocasionar lucros as empreiteiras rapinadoras.
Oposição esmagada
A
coisa impressiona. A oposição em Rondônia foi esmagada, lideranças importantes
foram cooptadas e o que se vê é o governador Marcos Rocha e o prefeito Hildon
Chaves nadando de braçadas no Centro Político e Administrativo, sede do governo
estadual e no Palácio do Relógio, sede da gestão municipal. Pensar que outrora
a oposição era mais ativa, mais combativa e as vezes até exagerava no tom e nas
suas ações. Nada contra a eficiência da articulação política do mandarim
estadual e do alcaide, mas a população sofre prejuízo com falta de fiscalização
que deveria ser exercida pelos parlamentares cordeirinhos, principalmente no que
se refere a contratação de empreiteiras. Volta e meia pipocam escândalos.
Via Direta
*** Em Rio Branco, a bela capital acreana,
a corrida sucessória a prefeitura local já está pegando fogo e o atual prefeito
Tião Bocalon (PL) levando pau adoidado da oposição. Querem o couro do bolsonarista
para fazer tamborim ***
Não tarda, Mariana Carvalho pintando incialmente com ares de favorita terá os
canhões oposicionistas direcionados em sua direção. Logo logo, mesmo antes das
convenções partidárias *** Prudente e
recolhido, o ex-prefeito de Ji-Paraná Jesualdo Pires (PSB) ainda não se
pronunciou se aceita a missão delegada pelos seus aliados para disputar mais
uma vez o Palácio Urupá *** Tem pouco tempo para decidir, as convenções que
homologam os candidatos acontecem em julho.
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