Quinta-feira, 16 de março de 2023 - 07h36
Nos saloons de faroeste era comum
o aviso “não mate o pianista” aos pistoleiros e xerifes. No tiroteio trocado
entre os responsáveis pelos assuntos dos povos amazônicos do governo anterior e
do atual, por enquanto está sobrando para o pianista, ou seja, a imprensa, que
nada mais fez e faz do que reportar os fatos, ouvindo sempre que possível os
dois lados da questão.
Atirar no pianista era sinal de
incapacidade dos pistoleiros de acertar seus verdadeiros alvos. Também no caso
do tiroteio contra os mensageiros, que reportaram ações ou prevaricações
cometidos em sucessivos governos, é mais fácil acusar a imprensa que reconhecer
erros ou pelo menos apresentar versões consistentes. Atribuir problemas a
deuses, demônios, ETs, adversários e imprensa é prática infantil, por evidente
falta de argumentos.
Se na reunião do Conselhão da
Amazônia de 30 de agosto de 2022 o então vice-presidente Hamilton Mourão,
atualmente senador, disse que os garimpeiros continuavam invadindo a área
Yanomami e sugeriu a necessidade de uma operação de grande envergadura na
região, que nunca ocorreu, só há duas opções: ou disse ou não disse. Nove meses
antes, em novembro de 2021, Mourão atirou na imprensa, afirmando que as
notícias sobre o drama do povo Yanomami eram “inverídicas”. Seria mais fácil
reconhecer que estava mal informado na primeira vez e mais municiado de dados
na segunda. Pouparia muita confusão.
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A trapalhada
Até
a grande trapalhada – a maior de todos os tempos –no reajuste do IPTU em Porto
Velho, ninguém tinha dúvidas que a aliança entre o governador Marcos Rocha e o
prefeito Hildon Chaves emplacaria a ex-deputada federal Mariana Carvalho na
prefeitura da capital no pleito de 2024. Era a grande favorita, a campeã de
recursos destinados ao município de Porto Velho no Congresso, a rainha da cocada
preta com tantos votos obtidos ao Senado, etc e tal. Das eleições para cá
alguma coisa mudou: no âmbito do governo Marcos Rocha, emergiu o deputado federal
mais votado no estado, Fernando Máximo como candidato. Na esfera municipal, o grande
desgaste de Hildon Chaves com o IPTU.
os predadores
Uma
coisa era disputar o prédio do relógio, sede do governo municipal, meio
desanimado, contra a larga vantagem de Mariana. Era algo até desanimador. O
racha da aliança situacionista, mais a revolta contra o prefeito por conta do
IPTU – que ainda persiste nos grotões das regiões mais populosas, como Zona
Leste e Zona Sul mesmo com as mudanças anunciadas – fizeram com que os predadores
com as garras de fora intensificar seus esforços. Com isto, Leo Moraes
(Podemos), Fernando Máximo (União Brasil) aceleraram o passo visando a
conquista da prefeitura da capital no pleito do ano que vem.
Grandes rachas
Grandes
rachas em Rondônia significam derrotas nas urnas. Vejam alguns exemplos. Racha
da aliança de Chiquilito no segundo turno em 94, racha da aliança de Valdir
Raupp em 98, racha da aliança Cassol/Expedito, racha dos petistas em seguida, e
por aí vai. O caminho para a união de Rocha e Hildon naufragar no ano que vem
na sucessão municipal é a divisão de forças da coalizão, não manter a palavra nos
acordos no pleito 2022, o bolsonarismo rachado, etc, etc. Como um vírus
oportunista, os predadores vão surgindo, provocando uma antecipação da corrida
eleitoral 2024.
Água abaixo
A
criação da federação de partidos unindo o PP de Ciro Nogueira e o União Brasil
de Luciano Bittar rolou água abaixo. As diferenças regionais nos estados, não
permitiram a junção das agremiações que tornariam o “União Progressista”, a
maior legenda no Congresso Nacional e em condições de negociar mais ministérios
com o governo Lula. O maior problema verificado entre os dirigentes seria a
formação dos diretórios estaduais do novo partido. Ninguém se entendia neste
balaio de gatos e com isto a melhor solução foi cada legenda seguir seu próprio
caminho.
Da conveniência
Não
é da conveniência dos prefeitos rondonienses que vão concorrer a reeleição,
como Esaú Fonseca em Ji-Paraná, Fúria em Cacoal, com a popularidade em alta
antecipar a corrida sucessória. Tampouco é conveniente para o prefeito Hildon
Chaves em Porto Velho, que apoia Mariana, e tem intenção de disputar o governo
estadual em 2026.Antecipar a campanha significa desgaste, os oposicionistas
atentos para largar o cacete nos alcaides, conspirar nas câmaras de vereadores atrapalhando
as ações dos prefeitos. A antecipação prejudica a própria população que depende
da agilidade do Executivo para atender as demandas sociais.
As consequências
O
desgaste político dos atuais prefeitos tem consequências. Vereadores até então
obedientes, se comportando como avestruzes na aprovação de projetos do Executivo,
pensam em salvar a pele, se voltando contra os prefeitos depois de terem
recebido tantas benesses, como atendimento de reivindicações, nomeação de
apadrinhados, como aconteceu em Porto Velho. A liderança dos prefeitos fica
abalada e edis que até então eram submissos ao ponto de nem ler os projetos
emanados do Executivo com aprovação a toque de caixa, se manifestam agora mais
atentos até as virgulas das matérias governistas.
Via Direta
*** Para atender a demanda de tantas
indicações de cargos comissionados ligados a deputados estaduais e aliados políticos
regionais o governador de Rondônia Marcos Rocha (União Brasil) criou mais
secretarias estaduais em sua gestão *** Parece parente do presidente Luís Inácio Lula da Silva que
quase dobrou o número de ministérios para atender em seu governo as necessidades da sua base aliada no
Congresso Nacional *** A desculpa é
sempre a mesma, atender melhor a população *** O inverno amazônico segue implacável
atingindo duramente alguns municípios rondonienses *** Felizmente o Madeirão está comportado nesta temporada, longe de
provocar enchentes nos bairros adjacentes.
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