Quarta-feira, 16 de setembro de 2020 - 09h13
O
mundo se animou com a notícia, imagens e vídeos da patrulha indígena ambiental que
vigia a Amazônia colombiana. Seu líder, José Gregório Vázquez, do clã Cascabel da
etnia Tikuna, tem uma convicção também compartilhada por religiosos,
moralistas, escritores e roteiristas de cinema: sua narrativa é que a
destruição causada ao meio ambiente será castigada pela fúria do sol em vingança
da natureza.
Nessa
narrativa fantasiosa, os destruidores enriquecem e quem não tem culpa, deixando
de ganhar com o crime, também não é poupado: o sol é para todos e quando ele se
vingar também se vingará dos inocentes, segundo essa visão mágica da realidade.
Sem
escolher uma narrativa, o presidente do Conselhão da Amazônia, Hamilton Mourão,
identificou três que a seu ver dominam a cena mundial: a narrativa dos
políticos, com discursos salvacionistas sobre a Amazônia; dos interesses
internacionais concorrentes do nosso vitorioso agronegócio; e dos
ambientalistas, que exigem sustentabilidade.
Também
não se pode desprezar a narrativa dos cientistas. Eles criam modelos futuros
projetados por situações de desleixo, prevaricação, omissão do Estado,
insuficiência de recursos, o jogo de empurra e o negacionismo também mágico, já
que ao negar desmatamento e queimadas desautoriza a natureza a se vingar de
todos, santos ou pecadores, criminosos ou honestos.
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As definições
Com
definições importantes já tomadas, como as desistências de Mauro Nazif (PSB) e Leo Moraes (Podemos) e a confirmação
do projeto de reeleição do prefeito Hildon Chaves (PSDB) já é possível começar
a desenhar o cenário das eleições na capital. O elevado número de candidatos – mais
de uma dúzia pelo menos – fragmenta o eleitorado sinalizando que teremos
segundo turno e facilitando a tarefa do atual alcaide em chegar a segunda
etapa. A oposição, dividida, vai se esborrachar para buscar a segunda vaga.
Uma penca
Está
certo que nos últimos pleitos por aqui tivemos grandes surpresas. Mas os eleitos
durante as surpreendentes campanhas, como as do petista Roberto Sobrinho e Hildon
Chaves, que saíram do zero para a ponta tinham alguma consistência e foram
afiados nos debates. Vamos ver se esta verdadeira leva de candidatos, que teria
dificuldade até para se eleger a vereança -
com a estatura política quase de inspetores de quarteirão! – já
homologados como Samuel Costa (PC do B), Geneci Gonçalves (PSTU), Ronaldo
Flores (Solidariedade), Ramon Cajui (PT), Pimenta de Rondônia (PSOL) e Edvaldo
Soares (PSC) conseguirão criar asas.
Explica-se!
Mas
tantas candidaturas a prefeitura da capital – 13 já confirmadas e outras em andamento tem explicações. A primeira
delas é que vigora por aqui aquele adágio popular de que os “últimos serão os
primeiros”. Afinal zebraças tem rolado nestas bandas. A segunda explicação é
que os partidos precisam de candidaturas majoritárias para ajudar suas chapas
de candidatos a vereança. Por último, os candidatos bem votados, mesmo ficando
fora do segundo turno - cada vez mais previsível - poderão negociar acordos
vantajosos para a etapa seguinte com quem vai seguir em frente.
As avessas
No
MDB rondoniense sempre funcionou a meritocracia as avessas. Quanto mais
complicado e com ficha extensa, o sujeito era promovido nos escalões dos governos
Valdir Raupp e Confúcio Moura. Dentro deste critério e do seu modus operandi, o
partido escolheu seu postulante a prefeito na capital optando por Willians
Pimentel com um passado que todo mundo já conhece e nem precisa mais lembrar, preterindo
o juiz Walter Waltemberg, um nome pitoco, ficha limpa e reserva moral. Coisa de
louco!
Pra valer
Mesmo
com as homologações das candidaturas nas convenções, a campanha só começa para
valer após o dia 26 com a convalidação dos nomes da disputa pela justiça eleitoral.
Com isto eles já poderão arrecadar recursos para a campanha e seguir em frente.
Até lá também poderá ocorrer alterações nas atas, até mudanças no quadro de
candidaturas, inclusive desistências e acertos com eventuais vices para o
complemento de chapas.
Via Direta
***O Brasil tem batido sucessivos
recordes de temperatura elevadas e as maiores tem ocorrido em Cuiabá, no Mato
Grosso acelerando as queimadas no vizinho estado *** Em Rondônia não tem
sido diferente do que tem ocorrido no MT, AM e AC nestas duas primeiras semanas
de setembro *** Muito sol no lombo,
fuligem das queimadas e as doenças respiratórias atingindo principalmente
crianças e idosos *** Tocando de saco para mala: com a desistência do
projeto de reeleição do prefeito Thiago Flores em Ariquemes um novo cenário se
formou para a peleja na capital do Vale do Jamari *** Uma grande coalizão vai sustentar a candidatura do ex-deputado
estadual Tziu Jidaias (Solidariedade). O PDT estará no bloco *** O
eleitorado dos distritos de Porto Velho está se unindo para eleger candidatos
locais para reforçar a mobilização emancipacionista.
Vivemos um grande clima de incerteza com relação as eleições 2026 em Rondônia
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